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    LUGAR DE FALA Em qual lugar minha voz se instala, se é no silêncio que o que digo mais se declara? DO BEIJO a voz cala...

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LUGAR DE FALA
Em qual lugar minha voz se instala, se é no silêncio que o que digo mais se declara?
DO BEIJO
a voz calada em nós a vez agora a sós o desejo cálido e veloz

O livro PONTEIO (Marineuma de Oliveira - junho, 2022), selecionado no concurso literário A arte da escrita, promovido pela União Brasil...

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O livro PONTEIO (Marineuma de Oliveira - junho, 2022), selecionado no concurso literário A arte da escrita, promovido pela União Brasileira de Escritores da Paraíba - (UBE-PB), traz uma série de sessenta poemas escritos nos últimos dois anos, cujo eixo norteador é fazer uma conexão poética através de linguagens,
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como a música, dança, teatro e as artes visuais, numa costura feita pela literatura.

Para cada poema, na página esquerda ao lado, há um “ponteio”, que pode ser entendido como um mote, uma epígrafe, um refrão, um pensamento, uma filosofia. Os temas desenvolvidos nos textos são os mais diversos, porém sobressaem angústias e reflexões diante do tempo, do envelhecer, da finitude da vida e da morte iminente. Com projeto gráfico do poeta Juca Pontes, fotografia de Antônio David Diniz e capa e elementos ilustrativos da arquiteta e artista visual Valéria Antunes, o livro traz apresentação da professora Neide Medeiros, que é membro da Academia Feminina de Letras e Artes da Paraíba e da União Brasileira de Escritores da Paraíba (UBE-PB).

Alguns poemas do livro PONTEIO:
 
 
PONTILHÃO
Teço e demarco, em linhas e traços, as partes extremas de mim: a do começo, com minhas expectativas pontuadas; e a do fim, uma história

      DA ESPERA Vivemos um tempo de esperas. Esperamos, a cada dia, que o dia seguinte seja mais promissor. Esperamos ...

 
 
 
DA ESPERA
Vivemos um tempo de esperas. Esperamos, a cada dia, que o dia seguinte seja mais promissor. Esperamos que as horas maçantes, vazias, passem logo.

      DOR O espinho da incerteza encrava uma dor no meu peito. Sem cura para o mal, a sedação da esperança não faz mais efe...

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DOR
O espinho da incerteza encrava uma dor no meu peito. Sem cura para o mal, a sedação da esperança não faz mais efeito.

DOS GATOS Gosto de gatos porque eles se posicionam, têm opinião. São exigentes, verdadeiros e misteriosos, num mesmo dia...

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DOS GATOS
Gosto de gatos porque eles se posicionam, têm opinião. São exigentes, verdadeiros e misteriosos, num mesmo diapasão. Sua astúcia e independência contrastam com preguiça e doce carência. Como é que podem ser tão diversos, assim? Num dia, dormem ao pé de nossa cama. Em outro, somem do mapa, enfim. Querem carinho e atenção redobrada, mas só quando estão a fim. Não gostam de você incondicionalmente. É preciso que se sintam como presença desejada. Uma coisa é certa: quando você está triste, doente ou desanimada, são eles que lhe acolhem, em troca de nada.
OS OLHOS DO URSO
No zoológico, a prisão, animais confinados, cujo destino é entreter as pessoas que passam. Triste sina! Urubus, harpias, cobras e jacarés. E vamos passando, admirando, como se eles fossem - e são – peças de um museu. Os pelicanos alçam tímidos voos, de lá para cá, de cá para lá. Os macacos, esses sabem de nós, e se exibem como quem diz: “Querem espetáculo? Tomem espetáculo!” E correm, de um lado para outro. Hipopótamos, camelos, leões, tigres e um urso. O urso olha nos meus olhos, como se dissesse: “Tem nada não... No futuro, quando destruírem o que lhes mantém, serão vocês a estarem aqui, nestas gaiolas-vitrine, a serem admirados, com tédio ou desdém, por seres outros...
TURNOS
O canto dos pássaros desperta a manhã que, rendida pela noite, dormia profundo. E eu, cúmplice, insone, finjo não ver essa troca de turno que me nega o sono e me mantém acordada.
MEDO
A barata alça voo por sobre minha cabeça. Feito louca, grito e corro para me esconder. E ela nem sabe do poder que exerce sobre mim. E eu nem desconfio do porquê de ser assim.
OLHAR
Quando o gato me olha fixamente com seus grandes olhos azuis, sinto, da parte dele, afeto, estima e consideração.

NOTA
Poemas incluídos no capítulo ANIMAL, do livro "Entre Parênteses - Poemas" (Ed. Da Autora), de Marineuma de Oliveira, com participação, em áudio, do grupo Poética Evocare.
Clique na imagem ao lado para acessar episódios completos do podcast homônimo, já publicados em plataformas de streaming (Link)

MORMAÇO A tarde desfaz seus laços nos vãos dos últimos raios de sol. Já eu, noturna, vago, por esse espaço, de...

MORMAÇO
A tarde desfaz seus laços nos vãos dos últimos raios de sol. Já eu, noturna, vago, por esse espaço, de amarela cor e quente mormaço.

SOLIDÃO Na fuga, o sonho se desfez. E o desejo, de tão forte, quase me consumiu. E o querer mudar o destino fez...

SOLIDÃO
Na fuga, o sonho se desfez. E o desejo, de tão forte, quase me consumiu. E o querer mudar o destino fez surgir a dúvida. Que fazer agora, perdida, ao querer me achar?

ECOS Há sons que nos acompanham, indefinidamente, mensagens subliminares, para sempre em nossa mente. Não me esqueço da t...

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ECOS
Há sons que nos acompanham, indefinidamente, mensagens subliminares, para sempre em nossa mente. Não me esqueço da toada da chuva grossa no telhado da velha casa onde por muitos anos morei. Como não lembrar da melodia dos dobrados executados pela Filarmônica nas alvoradas inesquecíveis pelas ruas da cidade? Ficou também o repique do sino da igreja avisando que uma criança estava sendo sepultada ou que a missa iria começar.

AVESSO Quem é que se esconde no outro lado da porta, na ponta do fino fio, na base da tela opaca? O que é que há na parte opos...


AVESSO
Quem é que se esconde no outro lado da porta, na ponta do fino fio, na base da tela opaca? O que é que há na parte oposta da ponte, no extremo do arco-íris, na vértice inversa da corda?

OFÍCIO Como troféu, carrego em meu pescoço os ossos do meu ofício. O peso, de tantos que são, me impele a não olhar para trás,...

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OFÍCIO
Como troféu, carrego em meu pescoço os ossos do meu ofício. O peso, de tantos que são, me impele a não olhar para trás, a diminuir os passos e a pensar que chegou a hora de enterrá-los, em cova rasa, para que descansem em paz.

FELINA A gata prenhe, de primeira barriga, olha absorta, sem nenhuma perspectiva, o horizonte longínquo. Eu, absorta, olho, p...

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FELINA
A gata prenhe, de primeira barriga, olha absorta, sem nenhuma perspectiva, o horizonte longínquo. Eu, absorta, olho, prenhe, a perspectiva longínqua de algum horizonte.

DA ROSA Orvalho e sombra, na rosa amarela. Brilho e lágrima, tão próprios dela. É, decerto, o espinho que a mantém

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DA ROSA
Orvalho e sombra, na rosa amarela. Brilho e lágrima, tão próprios dela. É, decerto, o espinho que a mantém

ENTRE PARÊNTESES - Poemas "Qual é a sua identidade? De que memórias você não abre mão? Como é conviver com seus desatinos, seus an...


ENTRE PARÊNTESES - Poemas

"Qual é a sua identidade? De que memórias você não abre mão? Como é conviver com seus desatinos, seus animais e a natureza que cerca você e envolve seu cotidiano? Essas são algumas das indagações que o livro ENTRE PARÊNTESES – POEMAS, de Marineuma de Oliveira, traz, propondo reflexões de cunho existencial."