“Príamo julga-se o mais infeliz dos homens, por beijar a mão daquele que lhe matou o filho. Homero é que relata isto, e é um bom autor, não...

Memórias incertas de Bento Santiago

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“Príamo julga-se o mais infeliz dos homens, por beijar a mão daquele que lhe matou o filho. Homero é que relata isto, e é um bom autor, não obstante contá-lo em verso, mas há narrações exatas em verso, e até mau verso. Compara tu a situação de Príamo com a minha; eu acabava de louvar as virtudes do homem que recebera, defunto, aqueles olhos... É impossível que algum Homero não tirasse da minha situação muito melhor efeito, ou, quando menos, igual. Nem digas que nos faltam Homeros, pela causa apontada em Camões; não, senhor, faltam-nos, é certo, mas é porque os Príamos procuram a sombra e o silêncio. As lágrimas, se as têm, são enxugadas atrás da porta, para que as caras apareçam limpas e serenas; os discursos são antes de alegria que de melancolia, e tudo passa como se Aquiles não matasse Heitor.”

Reproduzimos, na íntegra, o capítulo “Uma comparação” (CXXV), de Dom Casmurro (Machado de Assis), que reputamos um dos mais esclarecedores da construção dessa obra-prima. Para entendermos o porquê, é necessário irmos ao capítulo “Olhos de ressaca” (CXXIII). Nele, vemos o início das suspeitas de Bento Santiago sobre uma possível traição de Capitu com o seu melhor amigo. Durante o velório, Bento sente-se tão comovido e emocionado quanto as outras pessoas que ali comparecem. Até o discurso de elogio ao morto havia sido escrito, “com receio de que a emoção” o “impedisse de improvisar”.

No momento da encomendação e da partida do corpo, o desespero de Sancha, despedindo-se do marido, toma conta da cena. Só Capitu parecia serena, “parecia vencer-se a si mesma”. Lágrimas, dor, consternação, desespero, confusão...

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Em meio à situação dramática, Bento tem tempo de olhar para a mulher e notar a particularidade de seus olhos de ressaca, notar que “Capitu olhou alguns instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas...”.

Machado de Assis é sintético, de prosa enxuta que não se entrega ao exagero descritivo do romantismo ou do detalhismo, ainda que funcional, do naturalismo. O parágrafo seguinte é de um poder de síntese impressionante, não só porque sem dizer diretamente ele mostra a desconfiança no espírito de Bento, mas também porque ele faz uma ponte com o capítulo XXXII, que se chama, não coincidentemente, “Olhos de ressaca”:

“As minhas cessaram logo. Fiquei a ver as dela; Capitu enxugou-as depressa, olhando a furto para a gente que estava na sala. Redobrou de carícias para a amiga, e quis levá-la; mas o cadáver parece que a retinha também. Momento houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunto, quais os da viúva, sem o pranto nem palavras desta, mas grandes e abertos, como a vaga do mar lá fora, como se quisesse tragar também o nadador da manhã”.

São frases curtas, sincopadas, ritmadas, com equilíbrio entre coordenação e subordinação, traduzindo o pensamento do narrador, que, diante da suspeita de algo, parece querer anunciar o descoberto aos poucos, aumentando a carga de tensão, de dramaticidade do texto, criando um clima de suspense, enredando o leitor na narrativa, fazendo-o tornar, mais uma vez, ao labirinto de seu texto e penetrar em outro capítulo. Bento cessa suas lágrimas, cessando também a dor e a compunção. A suspeita de uma possível traição toma o lugar da desolação que a perda do amigo havia causado.

No capítulo “O enterro” (CXXII), enquanto vai no tílburi para casa, de modo a preparar o discurso de elogio do amigo, Bento recorda o tempo do seminário, momento em que começara a sua amizade com Escobar, uma “amizade, começada, continuada e nunca interrompida, até que um lance da fortuna fez separar para sempre duas criaturas que prometiam ficar muito tempo unidas”. A frase é ambígua. Quem são as duas criaturas que prometiam ficar muito tempo unidas? Bentinho e Escobar? Bentinho e Capitu? Capitu e Escobar? Fica difícil saber, pois trata-se de uma reflexão sobre o fato acontecido, não sobre o que poderia acontecer.

Para aumentar a ambiguidade, Bento Santiago faz referência a “um lance da fortuna”, deusa associada à boa e à má sorte, um elemento imponderável na religiosidade greco-latina. A que lance da fortuna ele se refere? Ao afogamento de Escobar? À observação dos olhos de Capitu?

A ambiguidade se completa com o título do capítulo CXXI, em que se anuncia a morte do amigo, “Uma catástrofe”... Ora, catástrofe, literalmente, é a volta que leva para baixo. A catástrofe, portanto, seguindo a nossa linha de raciocínio, está mais ligada às desconfianças, que levarão as relações de Bento e Capitu para baixo, do que à morte de Escobar, vez que o sentimento de dor e compunção de Bento desaparece com a observação dos gestos de Capitu, apaixonados e furtivos, dando lugar a um outro sentimento, o de mal-estar causado pelas dúvidas que surgiam em um homem que estava para fazer o discurso de elogio ao amigo morto, o mesmo amigo que talvez o tivesse enganado, conquistando-lhe a mulher:

“Maquinalmente, meti a mão no bolso e saquei o papel e li-o aos trambolhões, não todo, nem seguido, nem claro; a voz parecia-me entrar em vez de sair, as mãos tremiam-me. Não era só a emoção nova que me fazia assim, era o próprio texto, as memórias do amigo, as saudades confessadas, os louvores à pessoa e aos seus méritos; tudo isto que eu era obrigado a dizer e dizia mal. Ao mesmo tempo, temendo que me adivinhassem a verdade, forcejava por escondê-la bem”.

Esforçar-se por esconder a verdade, eis o que Bento faz ao longo do livro, mas deixando as pistas para quem souber vê-las... No capítulo “Olhos de ressaca” (CXXIII), conforme já dissemos, há uma recuperação do capítulo XXXII, que é homônimo, ocorrendo uma fusão das definições a respeito do olhar de Capitu, a de José Dias, um tanto redundante – “olhos de cigana oblíqua e dissimulada” –, e a de Bento – “olhos de ressaca”.

No primeiro dos capítulos “Olhos de ressaca”, Bento vai à casa de Capitu para observar seus olhos e ver se eles poderiam se enquadrar na definição que José Dias dera deles. Ao mirar os olhos da amada, a paixão o faz pensar numa definição poética, mas o estilo impõe uma definição exata. Assim, surgem os “olhos de ressaca”, olhos dotados de um “fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca”; olhos de cujas pupilas parecia sair uma onda “cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me”.

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No segundo capítulo homônimo, Bento funde os olhos de ressaca com os de cigana oblíqua e dissimulada. Está completa a Capitu, enxugando as lágrimas “depressa, olhando a furto para a gente que estava na sala” e de olhos “grandes e abertos, como a vaga do mar lá fora, como se quisesse tragar também o nadador da manhã”. Nessa fusão, revelam-se, pois, dois fatos: os olhos de ressaca do capítulo XXXII já antecipam o quanto perigosa Capitu é. Não se trata apenas de paixão de Bento e de uma idealização dos olhos da amada, mas de antecipar ao leitor os olhos sedutores e atrativos de Capitu – “Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros; mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me” –, o que vem se confirmar no capítulo CXXIII.

Em segundo lugar, a importância do olhar para a compreensão da narrativa. Olhando para Capitu no velório do amigo, Bento dá início às suas desconfianças; desconfiado, tem que dissimular para não ser objeto dos olhares dos outros. A narrativa ganha outro caminho: antes das desconfianças, a emoção da perda do amigo, o discurso escrito para melhor louvá-lo, sem ser traído pela emoção; depois das desconfianças, o mal-estar, dizendo mal o discurso, porque obrigado a dizê-lo, afinal as pessoas não deviam desconfiar que Bento estava sendo consumido por desconfianças... E aí vemos chegando ao capítulo “Uma comparação” (CXXV), o fio de Ariadne que nos conduzirá para fora do labirinto (podes muito bem, prezado leitor, voltar ao início deste ensaio, onde o dito capítulo já foi transcrito).

Tentemos entender o capítulo. Ao criticar-se impiedosamente, Bento não ataca apenas o mundo, a sociedade, as instituições etc. Ele se torna um protagonista cheio de contradições calculadas, o que, por sua vez, faz a sua narrativa mais rica, porque depõe contra o narrador e nos faz suspeitar das informações dele.

Suspeitando das informações de Bento, temos a possibilidade de desconfiar de todas as acusações que ele faz a Capitu. Assim, apesar de ser em primeira pessoa, "Dom Casmurro" tem momentos notáveis de insegurança do narrador, o que tira dele a pretensão de objetividade realista e de verdade última. Ora, sabe-se que entre o presente e o passado há um acúmulo de experiências novas que fazem com que o sujeito releia seu passado à luz do que já aprendeu e do que se condicionou a ver e a pensar no presente. Portanto, a rememoração de uma experiência nunca é inteiramente realista, porque há momentos, mesmo inconscientemente, em que a visão do presente interfere no passado. Não é à toa que "Dom Casmurro" é um romance todo fragmentado, às vezes em pequenas quadras, umas às vezes sem aparente conexão necessária com as outras. Não há uma linearidade nesse romance de Machado de Assis, como se ele tivesse a intenção de demonstrar, na própria montagem do texto, a impossibilidade de se resgatar plenamente a memória, que é exatamente o que ele diz no capítulo II...

O pequeno capítulo de Dom Casmurro, exposto acima, é exemplar dessa diferença que apontamos. Começa com um despreocupado e despretensioso comentário literário, envolvendo Homero, prosa, verso, apenas para afastar o leitor da reflexão principal, que se encontra na comparação com Príamo, ao final. E Machado consegue esse desvio, pois, geralmente, esse é um capítulo que passa despercebido no romance.

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Príamo, na mitologia grega, é o rei de Troia, pai de Heitor, o guerreiro que mais impõe resistência e morte aos gregos, durante um momento da guerra poetizada por Homero, na Ilíada. No final dessa epopeia, Heitor é morto por Aquiles, o maior de todos os guerreiros gregos. Para humilhar o inimigo vencido, Aquiles tripudia sobre o cadáver de Heitor, ferindo o orgulho da realeza troiana, arrastando o corpo do herói morto pelo campo de batalha e prometendo deixá-lo insepulto, para servir de pasto aos cães e às aves. Compungido com a morte do filho, o velho Príamo, vê-se obrigado a ir até Aquiles e humilhar-se diante do herói grego, rogando-lhe o corpo do filho para que seja enterrado. Príamo, ajoelha-se, chora, beija a mão do assassino do filho, humilha-se enfim, em função do amor que sente pelo filho.

Machado de Assis não faz alusão a Homero apenas por elegância ou para demonstrar leitura dos clássicos, como fazem muitos parnasianos da sua época, nem para julgar que a sociedade é pouco culta, como se encontra nas estrofes 97 e 98 de Os Lusíadas, de Camões, aqui citado. A evocação da infelicidade de Príamo é em comparação com a condição de Bento Santiago. Lembremos que é Bento quem, no enterro de Escobar, faz o discurso em louvor às qualidades e às virtudes do morto. Lembremos, ainda, que é o momento imediatamente posterior ao em que Capitu olha fixamente para Escobar, com um olhar fixo, apaixonadamente fixo, como se seu olhar denunciasse alguma dor, alguma paixão pelo morto.

Logo após o olhar comprometedor de Capitu, que, na concepção do marido, poderia estar tendo um caso de amor com Escobar, Bento vai elogiar, em discurso, exatamente quem provavelmente estaria possuindo-lhe a mulher. Por isso, ele lembra Príamo, obrigado a beijar a mão de Aquiles. Mas qual a diferença entre a humilhação de Príamo e a humilhação de Bento Santiago?

A humilhação de Príamo, na mitologia, se dá no passado. Não há um tempo presente na epopeia, ou seja, um narrador situado hoje e relendo o passado sob as condições que a atualidade lhe impõe. A situação de Bento é oposta, pois existem dois Bentos Santiago na história: o primeiro, situado no passado, ainda sem qualquer suspeita de Capitu; o segundo, o narrador, que a cada dia amadurece sua convicção de ter sido traído pela esposa. Ou seja: quando Bento vai fazer o discurso de louvor a Escobar, ele ainda não se sente enganado por Capitu, apenas suspeita; só bem depois, com a crescente e aparente semelhança entre o seu filho (Ezequiel) e Escobar, é que ele começa a se sentir mal e duvidar da fidelidade de Capitu; no momento presente, em que conta a história, ele projeta o Bento Santiago que tem a convicção da traição, no Bento que, até o momento do enterro, apenas suspeitava de uma traição. Os dois Bentos, então, se confundem, mas podem ser perfeitamente distinguidos.

A humilhação de Príamo é a humilhação de toda uma nação guerreira, arrasada por outra; a de Bento Santiago é fruto de uma reflexão que o persegue, que toma conta de sua vida ociosa e burguesa, até a velhice. Príamo, na mitologia, é humilhado externamente, aos olhos de todos, já que o destino de todo herói épico confunde-se com o destino de sua linhagem, mas é uma humilhação que engrandece e enobrece o velho rei, a ponto de despertar a admiração de Aquiles; a de Bento é bem particular, interna, já que ele vive isolado, numa prática ininterrupta de introspecções vazias. Portanto, ele só se sente um Príamo depois de muitas meditações sobre a mesma hipótese, o que faz dele, ficcionalmente, um Príamo falso, como é falsa a pista que ele deixa para o leitor sobre a possível traição.

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Os Príamos de hoje “procuram a sombra e o silêncio. As lágrimas, se as têm, são enxugadas atrás da porta, para que as caras apareçam limpam e serenas; os discursos são antes de alegria que de melancolia, e tudo passa como se Aquiles não matasse Heitor”. Esta declaração é de um cinismo sem conta. Ao fingir que nada acontecia, Bento engole a humilhação, em lugar de purgá-la. Prefere o silêncio, a lágrima enxugada atrás da porta, fazer de conta que Aquiles não matou Heitor, em suma, nada aconteceu, pelo menos nada por que valha à pena se expor diante da sociedade. Sua humilhação o diminui aos olhos dele próprio. Ao mostrar-se hipócrita, sem atacar declaradamente a sociedade, Bento desmascara ao mesmo tempo a hipocrisia da sociedade. Antes, o silêncio que a chacota pública. Confirmando a hipocrisia, a relação se desgasta e ele se separa de Capitu, mas uma separação disfarçada de viagem à Europa, onde Capitu permanece, morre e é enterrada. Jamais uma separação no Rio de Janeiro, onde Bento era advogado estabelecido. Mais do que um drama pessoal, baseado numa traição, o romance expõe a hipocrisia da sociedade. Os olhares são tudo, inclusive os falsos olhares...

É dessa falsidade que nasce o seu romance, o seu relato, o seu pronunciamento sobre os fatos. E mais importante do que a badalada dúvida sobre a traição é o conjunto das digressões que se situam no meio dos dois tempos do romance, entre o acontecido e o relatado. Ao longo dessas digressões, vão aparecendo sinais contra Bento, como esse trecho do capítulo “Convivas de boa memória”:

“Não, não, a minha memória não é boa. Ao contrário, é comparável a alguém que tivesse vivido por hospedarias, sem guardar delas nem caras nem nomes, e somente raras circunstâncias. A quem passe a vida na mesma casa de família, com os seu eternos móveis e costumes, pessoas e afeições, é que se lhe grava tudo pela continuidade e repetição. Como eu invejo os que não esqueceram a cor das primeiras calças que vestiram! Eu não atino com a das que enfiei ontem. Juro só que não eram amarelas porque execro essa cor; mas isso mesmo pode ser olvido e confusão.
[...]
É que tudo se acha fora de um livro falho, leitor amigo. Assim preencho as lacunas alheias; assim podes também preencher as minhas” (p. 152-153).

Esse trecho é do capítulo LIX, quando o tema da “traição” ainda nem é tocado. Do LIX para o CXXIII, há mais de sessenta capítulos que não especulam nada sobre a infidelidade de Capitu. Seria preciso uma leitura retroativa para ver se há acusações sutis a Capitu, feitas pelo Bentinho adulto, antes de contar a experiência do Bentinho jovem que nada sabe das astúcias da esposa. Mas, como as reflexões do presente (inclusive essa da memória) estão entremeadas com a história do passado, o romance faz questão de confundir o leitor a todo momento. Não se trata de simples confusão entre a fidelidade ou não de Capitu, mas exatamente o contrário: é a confusão deliberada da memória de Bento Santiago, cujo esclarecimento mostraria o verdadeiro perfil psicológico e ético dele. Todos, no momento de sua narrativa, estão mortos. O único vivo é Bento Santiago, já transformado, não por acaso, D. Casmurro.

Como não há testemunhas dos acontecimentos, Bento pode dizer o que quer, sobre quem quiser, pois não haverá refutação. Não há uma única palavra de Capitu em toda a história, senão aquelas criadas pela memória de Bento Santiago, o único a falar, o único a encobrir, o único a enganar, pelo menos o leitor. Capitu não existe. O que existe é uma Capitu que sai da memória do narrador. Sem testemunhas dos fatos, a narração se torna a mais conveniente para o narrador.

E a traição? Se não há Capitu, não há traição, além de ser o único fato que não tem qualquer importância, pelo menos no contexto de Dom Casmurro.

Vamos à releitura?


Milton Marques Júnior é doutor em letras, professor, escritor e membro da APL

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  1. Brilhante análise, que mistura sagacidade a erudição. Para aumentar a complexidade do “enigma”, fala-se de uma relação (ou pelo menos atração) homossexual entre Bentinho e Escobar. O narrador encoraja a suspeita ao referir, numa despedida de seminário (se não me engano), um por demais efusivo abraço entre os dois (um abraço que teria chamado a atenção dos colegas...). Não são poucas as artes do Bruxo, que não por acaso ganhou esse epíteto.

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