Mostrando postagens com marcador Milfa Araújo Valério. Mostrar todas as postagens

      Amor violado De repente o amor enlouqueceu correu para os braços do mundo, em uivos de paixão se contorceu, Se contorceu...

milfa araujo poesia paraibana estrela mar
 
 
 
Amor violado
De repente o amor enlouqueceu correu para os braços do mundo, em uivos de paixão se contorceu, Se contorceu feito lobo, acossado, massacrado, até quase morrer.

      Não, eu não queria, de modo nenhum, ser flagrada assim nessa emoção traiçoeira. Logo na hora mais bela do dia, no i...

poesia paraibana milfa araujo valerio
 
 
 
Não, eu não queria, de modo nenhum, ser flagrada assim nessa emoção traiçoeira. Logo na hora mais bela do dia, no instante mais sagrado para o coração, nesse capítulo da nossa história.

    Sonho Embarco decidida em uma nave estelar Faz tanto tempo que fiz uma viagem É preciso lembrar todos os passos, Quero voar...

poesia paraibana milfa
 
 
Sonho
Embarco decidida em uma nave estelar Faz tanto tempo que fiz uma viagem É preciso lembrar todos os passos, Quero voar, quero vencer o descompasso, mudar o ritmo do coração há muito anestesiado. Ter o direito de respirar de novo Ter Voz Não mais submeter-me

Para minha mãe Na última fotografia, estavas irreconhecível. Teus olhos não eram teus olhos. A boca não era em nada semelhante à tu...

prosa poetica mae saudade
Para minha mãe

Na última fotografia, estavas irreconhecível. Teus olhos não eram teus olhos. A boca não era em nada semelhante à tua. E a expressão nem de longe deixava pressentir, por algum traço familiar, que eras tu.

Um dia qualquer de outubro. Começo pelo fim. Eu sei que não virás encontrar-me de novo onde mais quero. Tão perto, tão perto, que eu ...

amor diario saudade

Um dia qualquer de outubro. Começo pelo fim. Eu sei que não virás encontrar-me de novo onde mais quero. Tão perto, tão perto, que eu te sinta colado ao meu destino.

      Releitura Bem cedo se fez tarde e essa ânsia, meu Deus sempre mais arde Mas a distância daqui até o vale do sonho im...

poesia paraibana milfa araújo valério
 
 
 
Releitura
Bem cedo se fez tarde e essa ânsia, meu Deus sempre mais arde Mas a distância daqui até o vale do sonho impossível cobrir nos dois dias que me restam Dois dias, no entanto, seculares em que me arrasto ferida, esfinge sem mistério pelo deserto das lágrimas

      Peregrinação Ando perdida pelo vale de lágrimas Bem queria seguir outro caminho, mas sou prisioneira de um jardim de s...

poesia paraibana milfa araujo valerio
 
 
 
Peregrinação
Ando perdida pelo vale de lágrimas Bem queria seguir outro caminho, mas sou prisioneira de um jardim de saudades enquanto aspiro vaga essência de esperança Já não tenho resistência Deixo-me ser levada por janelas de luz que me hipnotizam, Como se não soubesse dos pesadelos ocultos, mas vivos prontos para atacar Por que não me disseste desse lugar de peregrinação e de pelejas vãs? Por que me deixaste entrar nesse rio? Para ser tragada pela correnteza?

      Com licença do instante Teu coração Batendo contra o meu Tambor enlouquecido. Uma chuva de graça O instante impondo o...

 
 
 
Com licença do instante
Teu coração Batendo contra o meu Tambor enlouquecido. Uma chuva de graça O instante impondo o verbo Amar... Que o silêncio entre nós Surpreso e loquaz Dizia tudo.

      Utopia Não basta a alegria, tampouco o prazer Que o tempo concede em fugazes abraços Eu quero mais. Eu quero o aman...

poesia paraibana milfa araujo valerio
 
 
 
Utopia
Não basta a alegria, tampouco o prazer Que o tempo concede em fugazes abraços Eu quero mais. Eu quero o amanhecer No ritmo, no compasso No pulsar do coração. Ver o amor florescer. Eu quero muito mais. Quero as muralhas de Jericó E Anjos tocando trombeta

      Circunstância Busco as palavras que a vida enterrou Em profundo silêncio. Esforço vão Que a harmonia da véspera Se...

poesia paraibana milfa araujo valerio
 
 
 
Circunstância
Busco as palavras que a vida enterrou Em profundo silêncio. Esforço vão Que a harmonia da véspera Se desfez Nada mais é possível reconsiderar. Busco essas palavras em grande pesar Sem jamais poder Fugir à lembrança Do gesto desajeitado, torto. Ensaio antecipado do futuro Fracasso, aborto.

      Canção diária Não minimizes assim Que a vida inteira Recolhi a bravura desse gesto. Que a vida inteira Encobri sob o m...

poesia paraibana milfa araujo valerio
 
 
 
Canção diária
Não minimizes assim Que a vida inteira Recolhi a bravura desse gesto. Que a vida inteira Encobri sob o manto da espera Tão desejosa de ser esse silêncio... E não me queiras mal Por tão pouco ser dotada Dos dons que te tocavam.

      Por todas as mulheres O grito agora transformou-se em mantra Contra os ruídos na comunicação E os hieróglifos de uma ...

 
 
 
Por todas as mulheres
O grito agora transformou-se em mantra Contra os ruídos na comunicação E os hieróglifos de uma bizarra língua. Por que aviltar a sua própria espécie? A verdade está acima da arrogância E o novo tempo, mal começou. Ser mulher é a ousadia mais libertária! Mesmo passando pela mesa de pedra Em um mundo de deuses opressores. Eis que surge das cinzas nova Eva Que dispensa maçãs oferecidas Sem esconder-se da sua própria nudez.

      A Grande Pira O tempo é a grande pira que nos consome Pelas trilhas e opacidade das horas Passo a passo, a cada dia. ...

poesia paraibana esperanca nostagia saudade
 
 
 
A Grande Pira
O tempo é a grande pira que nos consome Pelas trilhas e opacidade das horas Passo a passo, a cada dia. E sem disfarces inúteis. Até a eternidade de um momento Em que não teremos nada Nem rosto, nem história. Só vaga lembrança reduzida a cinzas Cinzas de ninguém.

Espelho do outono Miro o espelho do outono estarrecida Os olhos como o fundo De um rio vasculhado... O tempo não perdoa. N...

milfa araujo valerio poesia paraibana

Espelho do outono
Miro o espelho do outono estarrecida Os olhos como o fundo De um rio vasculhado... O tempo não perdoa. Novo prazo foi dado para a vida Mesmo assim Um velho rio do medo Com o resíduo das cheias Corre dentro de mim.

      Estado de graça Em estado de graça, não faço nada. Num Infinito de estrelas e amores - Perfeitos Só contemplação... ...

 
 
 
Estado de graça
Em estado de graça, não faço nada. Num Infinito de estrelas e amores - Perfeitos Só contemplação... Em estado de graça, sou tudo e sou nada. Tenho flores, perfumes, tenho luz Sem peso, tenho asas no coração. E vou aonde quero, num passeio sem fim. Em estado de graça não me falta nada O amor e o céu vêm juntos a mim.

Como um rio Escrevo, quase sempre no arrastar dos dias, medindo a temperatura dos meus sentimentos. Mas também como um rio em busca do m...

ocaso crepusculo rio por sol nostalgia saudade
Como um rio

Escrevo, quase sempre no arrastar dos dias, medindo a temperatura dos meus sentimentos. Mas também como um rio em busca do mar. Estado que me dá a chave do tempo. Com ela, posso movê-lo ao meu bel-prazer e até aprisioná-lo. Meus olhos, mesmo fechados, se converteram em lentes poderosas.

Se soubesses... Tudo tão contraditório em mim! Quero apossar-me de todas as paisagens e passagens, com suas cores, marcas, perfumes, e ao mesmo tempo desejo adormecer, até mesmo anestesiar-me, algumas vezes. Cansaço!

Cacos Eles me olham da gaveta invisível Com olhos de Argos Silentes e vigilantes. Reviram o instante, vasculham arredores Subi...

litearatura paraibana milfa valerio amor poesia danca nostalgia
Cacos
Eles me olham da gaveta invisível Com olhos de Argos Silentes e vigilantes. Reviram o instante, vasculham arredores Subidas, descidas, curvas Grutas de elos perdidos. Fazem-me dar voltas sem descanso Nada me perguntam Nem dizem se já é hora...

Ícaro Não contavas com o céu de fogo E vulcões invisíveis Querias inventar. Nem tinhas medo de tua força Minimizada pelo g...

poesia milffa valerio icaro ausencia saudade
Ícaro
Não contavas com o céu de fogo E vulcões invisíveis Querias inventar. Nem tinhas medo de tua força Minimizada pelo grande deus O ar. Que te parecia na imensidão Colchão macio de nuvens Querias só voar. E foi tanto o querer que te lançaste Do alto dos teus sonos E te dilaceraste.

O semeador Estava só de passagem Mas trabalhou Pela força do fado de semeador. A semente lançada Caiu em terra fértil Ansio...

literatura paraibana poemas milfa araujo valerio poesia paraibana

O semeador
Estava só de passagem Mas trabalhou Pela força do fado de semeador. A semente lançada Caiu em terra fértil Ansiosa por fazer brotar a vida. Vingou, cresceu. Ajudada pela chuva, multiplicou-se E nunca mais esqueceu...

Águas Sinto o chamado das águas! Vou em ânsia buscando um antigo caminho Margeado de flores quase secas. Incapazes de lut...

literatura paraibana poesia milfa valerio poemas
Águas
Sinto o chamado das águas! Vou em ânsia buscando um antigo caminho Margeado de flores quase secas. Incapazes de lutar contra o sol causticante Elas não pedem nada, querem apenas ser No limite do tempo que lhes foi destinado. Nada têm a fazer senão florir, eu tenho. Junto palavras, costuro frases, histórias Colhendo vagos vestígios