ADEUS ADEUS Lá vem o trem, De longe vem apitando, Vem avisando gemendo, Adeus, adeus! E a estação vai deixando.

Por onde caminha o meu olhar?

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ADEUS ADEUS
Lá vem o trem, De longe vem apitando, Vem avisando gemendo, Adeus, adeus! E a estação vai deixando. Lá vem o vento, De longe vem rodopiando, Balançando os galhos das árvores, E as roupas nos varais acenando dizem: Adeus, adeus! E o campo vai deixando. Lá vem a noite, De longe, o céu do poente Vai se avermelhando, E o dia vai dizendo: Adeus, adeus! E o tempo vai passando. Tudo se vai, Nas dobras do tempo, Em despedida, Adeus, adeus! Digo-te eu, E assim passa-se a vida. BREVIDADES
Deixo que o amor brote de mim, Como água que corre de nascente. Deixo que jorre , se espalhe, Em cristalina torrente. Não quero as águas turbulentas da paixão. Quero a serenidade dos ventos de maio, Não me provocam os sentimentos vãos. Deixo assim que o amor brote de mim, Como orvalho que refresca as flores da madrugada, E tornam a manhã brilhante e arejada. Espalho-me em sementes de dentes-de-leão, Pelos voo com o bando alegre de andorinhas, Mergulho nas águas mornas do mar, E deixo o amor me levar. E sigo chovendo gotas de amor, A qualquer lugar que eu for, Pois é assim que eu sei respirar. CAMINHO PARA PASSÁRGADA
Vólia Loureiro do Amaral Lima Às vezes busco estrelas distantes, Sonhando estarem ao alcance das mãos, Quando já não encontro seu brilho, Nem com o aguçar do olhar. Sonho tanto... E os sonhos talvezme confundam, E eu pense que um dia, O que me contam as estrelas, Possa se realizar. Ainda busco na escuridão, O brilho perdido de um olhar, Como estrela solitária, Que haveria de me guiar. Mas a noite passa tão rápido... E a claridade do novo dia Apaga a ilusão do sonho, E fica a realidade, Crua, concreta.
Então espero que a tarde Leve com seus ventos quentes, Esse dia quadrado, formatado. E o adormecer do Sol permita-me Ter de volta as estrelas. E talvez, qualquer dia, No meio delas, Eu encontre o brilho que persigo, E com ele eu encontre de volta, O caminho para minha Passárgada. DESENHOS
Eu costumava te desenhar Nas folhas de papel em branco Eu traçava o teu rosto, Com traço forte e firme. Sabia cada detalhe, A angulação da face, O formato dos olhos, A testa alta e bela, Os lábios perfeitos, O caimento do cabelo. Eu poderia te desenhar de corpo inteiro, Porque tua figura morava na minha memória. Eu sabia de cor o tom certo para a tua pele, Que matiz daria o brilho dos teus olhos, E o reflexo do teu cabelo me encantava pintar. Mas o tempo foi passando, E eu fui perdendo as folhas de papel, Que já não garantiam a fidelidade À tua imagem real. O tempo foi passando E as tintas que eu usava perderam o tom Esmaeceram... Eu já não divisava mais os vários matizes Para saber o brilho do teu olhar. O tempo foi passando E o meu traço ficou trêmulo, A minha mão sem destreza, Já não sabia te lembrar com certeza. E só o que traço agora é a pobre garatuja Daquilo que representa a minha saudade. CATIVO
Por onde viaja meu pensamento? Viaja pelas madrugadas, Viaja pelas estrelas, Viaja pelos pores de Sol. Por onde anda os meus sentimentos? Anda cativo de um coração, Anda fluindo e crescendo, Anda sonhando sem razão, Por onde caminha meu olhar? Caminha perdido no teu. Caminha nas flores, Caminha nos poemas, Procurando te encontrar. Onde foi que perdi o meu coração? Perdi no compasso da batida do teu Pois que agora só pulsa esperando A beleza do teu olhar, A música da tua voz O calor do teu amor.


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  1. SALVAS !!!...👏👏👏Vólia !!Adorei todas as suas "Inspirações"..graças à ALCR TV.. que nosso amigo Germano Romero tão bem administra.
    Paulo Roberto Rocha

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