Um solfejar a intervalos revelam notas das memórias, descortina rostos, histórias, sorrisos e lágrimas alegres. Produz mergulhos nas lembranças e na piscina azul de claro contorno noturno das luzes em contracena do tinto do copo. Tudo refletido pelo princípio da noite, um descortinar diário que sempre encanta.
As composições são musicais e sentimentais e entoam sons e silêncios com licenças poéticas ou não, sempre harmônicas e harmoniosas. Caem bem com a azular natural das horas pós-entardecer, fazem rejuvenescer quando os corpos insistem na direção contrária pelos fios da estrada em branco. Tanto faz, pois, a alma persiste na jovialidade dos clássicos, dos traços, dos novos velhos abraços, filosoficamente como uma peça “belchioriana”, traduzida pelo dicionarismo “buarqueano”.
Adrienn87
A cada nova canção a confirmação de afinidades e afins sorrisos. Feito a chuva a "pingarolar" e a mergulhar no azul como pequenos olhos. Pinceladas com muita tinta para marcar o primeiro toque na leta e a sequência suavizada pela mão de Vang Gogh.
Um verso novo é como tijolo assimetricamente sentado no vácuo que se torna construção nos versos, poesia de Vinícius para Luizas, Laísas, Júlias e Raquéus. Nada em demasia! É a medida perfeita em mil piruetas e cambalhotas dando sustentação ao espetáculo da comédia humana que é divina.
Jurien Huggins
Mas, antes, a sonora perfeita orquestra revela novas surpresas. Quer ajuntar lembranças, multiplicar as notas, para enriquecer os laços. E até se tonteia a vista, bamboleia a fala, tropeça o riso até a mais concreta certeza de que é real o sentimento. É verdade, que se desejar ficar colado às tardes e noites inteiras a saborear o azul e a mergulhar no tinto, pois o tempo, indomável, espreita a espera de punir quem é relapso com a vida.