Maria, mãe de Jesus, conhecida como Senhora de luz ou a Bem-aventurada era filha de pais judeus, Joaquim e Ana, e foi esposa de José, o carpinteiro, judeu da tribo de Davi. Há dúvidas quanto ao local exato do seu nascimento — ocorrido entre 18 ou 20 a.C. — , em Jerusalém ou em Séforis, na Galileia. Viveu a sua infância na cidade de Nazaré. A despeito da humildade e da pouca idade em que se tornou mãe de Jesus (acredita-se que ela teria 14 anos de idade), Maria era, efetivamente, um Espírito iluminado, a única em condições para ser mãe do Messias de Deus, Guia e modelo da humanidade terrestre1:
Buscando […] alguém no mundo para exercer a necessária tutela sobre a vida, preciosa do Embaixador divino, o supremo poder do Universo não hesitou em recorrer à abnegada mulher, escondida num lar apagado e simples… Humilde, ocultava a experiência dos sábios; frágil como o lírio, trazia consigo a resistência do diamante; pobre entre os pobres, carreava na própria virtude os tesouros incorruptíveis do coração, e, desvalida entre os homens, era grande e prestigiosa perante Deus.2
A Anunciação Salesianerkirche Church (Viena)
▪️ Quando o anjo anuncia a vinda de Jesus: “Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres” (Lucas, 1:28).
▪️ Quando da visita à prima Isabel: “Bendita és tu entre as mulheres, e é bendito o fruto do teu ventre” (Lucas, 1:42).
Maria, Jesus e José English School
Maria esteve presente em todos os eventos mais importantes da vida de Jesus, do nascimento à crucificação, ressurreição e ascensão. Nos momentos finais da crucificação, antes do senhor dar o último suspiro, entregou a sua mãe à proteção do Apóstolo João. Consta que Jesus já se encontrava crucificado quando vê, aos pés da cruz, sua mãe em companhia de Maria, esposa de Clopas, de Maria Madalena e de João Evangelista (João, 19: 25 e 26). A despeito do sofrimento que passava, o Mestre coloca Maria de Nazaré sob os cuidados de João, que, a partir daquele momento, ambos seriam considerados mãe e filho (João, 19: 26 e 27).
Bittencourt Sampaio comenta essa ação de Jesus:
O ato de Jesus, recomendando João a Maria: “Mulher, eis o teu filho” – e Maria a João: “Eis a tua mãe” , é um derradeiro sinal patente da sua solicitude pelos encarnados e um testemunho, uma homenagem aos sentimentos que devem animar os filhos para com seus pais, abrangendo mesmo os membros da grande família universal.3
Bittencourt Sampaio Fonte: Reformador
Atraídas pelo amor puro, conduziam à presença do Senhor os aflitos e os mutilados, os doentes e as crianças. E, embora não lhe integrassem o círculo apostólico, foram elas – representadas nas filhas anônimas de Jerusalém – as únicas demonstrações de solidariedade espontânea que o visitaram, desassombradamente, sob a cruz do martírio, quando os próprios discípulos debandavam.
[…]
Eis o motivo pelo qual, sempre que o raciocínio nos induza a ponderar quanto à glória do Cristo – recordando, na Terra, a grandeza de nossas próprias mães –, nós nos inclinaremos, reconhecidos e reverentes, ante a luz imarcescível da Estrela de Nazaré.4
Espírito Emmanuel GEECX
E João lhe contou a sua nova vida. Instalara-se definitivamente em Éfeso, onde as ideias cristãs ganhavam terreno entre almas devotadas e sinceras. Nunca olvidara as recomendações do Senhor e, no íntimo, guardava aquele título de filiação como das mais altas expressões de amor universal para com aquela que recebera o Mestre nos braços veneráveis e carinhosos. […].5
O Espírito Humberto de Campos prossegue em suas preciosas informações colhidas nos registros existentes no plano espiritual: “[…] A casa de João, ao cabo de algumas semanas, se transformou num ponto de assembleias adoráveis, onde as recordações do Messias eram cultuadas por espíritos humildes e sinceros. […].”5 Por esses e outros motivos, a singela residência de Maria e João passou a ser conhecida como Casa da Santíssima.:
Maria externava as suas lembranças. Falava d’Ele com maternal enternecimento, enquanto o apóstolo comentava as verdades evangélicas, apreciando os ensinos recebidos. Vezes inúmeras, a reunião somente terminava noite alta, quando as estrelas tinham maior brilho. E não foi só. Decorridos alguns meses, grandes fileiras de necessitados acorriam ao sítio singelo e generoso. A notícia de que Maria descansava, agora, entre eles, espalhara um clarão de esperança por todos os sofredores. Ao passo que João pregava na cidade as verdades de Deus, ela atendia, no pobre santuário doméstico, aos que a procuravam exibindo-lhe suas úlceras e necessidades.
Sua choupana era, então, conhecida pelo nome de “Casa da Santíssima”.5
Humberto de Campos Arquivo Nacional
Muitos são os relatos que envolvem a ação de Maria de Nazaré em benefício dos que sofrem. Por exemplo, no livro Ação e reação, André Luiz relata o caso de uma senhora que orava fervorosamente, rogando a proteção de Maria de Nazaré pelos filhos transviados. O instrutor Silas, citado na referida obra explica a André Luiz: “[…] Petições semelhantes a esta elevam-se a planos superiores e ai são acolhidas pelos emissários da Virgem de Nazaré, a fim de serem examinadas e atendidas, conforme o critério da verdadeira sabedoria.”7
André Luiz @casadefreifabiano
“Por esta razão, amigos meus, quando ouvirdes o cântico nos templos das diversas famílias religiosas do Cristianismo, não vos esqueçais de fazer no coração um brando silêncio, para que a rosa Mística de Nazaré espalhe aí o seu perfume.”8
Lembramos, a propósito, a reverência que o Espírito Bittencourt Sampaio faz à mãe de Jesus em tocante oração:
Anjo dos bons e Mãe dos pecadores,
Enquanto ruge o mal, Senhora, enquanto
Reina a sombra da angústia, abre o teu manto,
Que agasalha e consola as nossas dores.
Nos caminhos do mundo, há treva e pranto.
No infortúnio dos homens sofredores,
Volve à Terra ferida de amargores
O teu olhar imaculado e santo!
Ó Rainha dos anjos, meiga e pura,
Estende tuas mãos à desventura
E ajuda-nos, ainda, Mãe piedosa!
Conduze-nos às bênçãos do teu porto
E salva o mundo em guerra e desconforto,
Clareando-lhe a noite tormentosa…8