Em 1847, o capitão do mato Jacinto Pires, que se dedicava a perseguir e capturar escravos fugidos, começou a achar estranho que, nos últimos tempos, tivesse perdido completamente o rastro de vários escravos que procurava. Mais estranho ainda: esses rastros acabavam sempre na fazenda Boa Esperança (Vale do Paraíba), de propriedade de Inácio Rodrigues de Albuquerque, que ali morava com a esposa Madalena e seus filhos Baltazar, Custódio e Perpétua, além de alguns escravos subnutridos. Era como se a terra tivesse engolido os fugitivos.
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Além disso, a família Albuquerque era extremamente discreta e arredia a qualquer visita. Tudo começara muito tempo antes, quando um surto de febre amarela trouxe a fome para a região. Os Albuquerque sofreram três semanas sem alimentos. Foi quando faleceu um escravo deles. Meio enlouquecido pela fome, Inácio decidiu que a família comeria a carne do defunto. Afinal, a alma do de cujus já estava com Deus, e seria pecado deixar sua família morrer de inanição com aquela carne disponível. Daí para a frente, acostumaram-se com o sabor agridoce da carne humana e teriam devorado, ao longo dos anos, mais de 70 escravos fugidos.
No entanto, com a chegada do padre Anselmo de Souza à região, a situação começou a se modificar. Por meio de denúncias e do depoimento do capitão do mato, em 1862 ele reuniu alguns homens,
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Em novembro de 1862, Inácio e Custódio foram enforcados; Baltazar cumpriu prisão perpétua com trabalhos forçados, e as mulheres, “apenas”, prisão perpétua. Que história, hein!
EXPLICAÇÃO NECESSÁRIA – Não sou historiador; limito-me a contar as histórias que me impressionam. Na pesquisa que fiz, tudo indica a veracidade desses fatos, menos um tal “ChatGPT”.
Pudera: segundo essa ferramenta, minha mãe teria tido 12 filhos. Onde estão os outros 9?




















