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Quem escreve — ainda que um simples bilhete — tenta afastar-se do falar cotidiano, tenta usar uma linguagem diferente da que está habituad...

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Quem escreve — ainda que um simples bilhete — tenta afastar-se do falar cotidiano, tenta usar uma linguagem diferente da que está habituado a usar. E escrever poemas é distanciar-se ainda mais da fala do dia a dia. É trabalhar a língua, é subverter a sintaxe, é falar à alma. Por isso, as primeiras manifestações literárias de um povo costumam ser em versos. Quando não havia escrita, as histórias se contavam em poemas, porque as rimas ajudavam no processo de memorização e facilitavam a transmissão da cultura, de geração a geração. A perpetuação da ficção da comunidade ágrafa e da sua cultura – essa terá sido a primeira função da poesia.

Penso nisso agora, ao reler o artigo que (pasmem!), um poeta escreveu no caderno Mais!, de 26-01-97, na Folha de São Paulo. Refiro-me ao artigo “A necessidade atual da inútil poesia”, de Régis Bonvicino, em que ele diz, entre outras coisas:

Eu gostaria de ter a minha idade, mas sou mais velho do que eu mesmo. Preocupa-me o avanço da velhice , e vivo como se tivesse alguns anos...

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Eu gostaria de ter a minha idade, mas sou mais velho do que eu mesmo. Preocupa-me o avanço da velhice , e vivo como se tivesse alguns anos mais... Ninguém me avisou de que a velhice dói. Não me preparei para ela...