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É quase algo como o “be or not to be”. Uma dúvida shakespeariana que vai tomando conta de minhas noites mal dormidas. Ah, como é ...

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É quase algo como o “be or not to be”. Uma dúvida shakespeariana que vai tomando conta de minhas noites mal dormidas.

Ah, como é difícil suportar esse outono de minha vida, essa estação sombria, cinza, sem o colorido dos anos que já ficaram para trás nas folhinhas dos calendários... São essas páginas que vamos descartando do anuário pregado em alguma de nossas paredes que nos levam a essas reflexões taciturnas.

O jornal britânico Dally Mail cobria um evento em uma reunião de aposentados na cidade de Londres em 2015 onde gente da terceira ida...

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O jornal britânico Dally Mail cobria um evento em uma reunião de aposentados na cidade de Londres em 2015 onde gente da terceira idade estava ali reunida para partidas de “whist”, um jogo de cartas muito parecido como o “bridge”. Cada partida tinha início quando os quatro participantes recebiam treze cartas das cinquenta e duas de um baralho comum. Para surpresa do repórter que cobria o acontecimento, em uma das várias mesas do salão, onde se encontrava a senhora Wenda Douthwaite, então com setenta e sete primaveras, cada um dos participantes recebeu só cartas do mesmo naipe. Ela recebeu treze cartas de espada, outro treze cartas de paus, outro treze de ouros e o quarto treze de copas. Mas, o que há de extraordinário nisso?

"Os melhores livros são aqueles que os leitores gostariam de ter escrito" Blaise Pascal (1623-1662) Está aí um livro ...

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"Os melhores livros são aqueles que os leitores gostariam de ter escrito"
Blaise Pascal (1623-1662)

Está aí um livro que eu gostaria de ter escrito. Pelo menos o li, o que já é um consolo. Não sei se poderia chamar de uma novela, de um livro de crônicas, quem sabe até de um romance. A autora dá um tom inédito à forma e ao estilo. São 26 relatos de 25 mulheres, cada uma com uma história para contar. Uma história de mulher.

Quem anda decifrando meus escritos deve ter percebido que estou meio impaciente com certo tipo de gente. Criaturas que andam à minha v...

pessoas expressoes semblantes mentira
Quem anda decifrando meus escritos deve ter percebido que estou meio impaciente com certo tipo de gente. Criaturas que andam à minha volta, não porque eu queira, mas por circunstâncias da vida. Fazer o quê? Dizia um falecido amigo meu: “A burrice é invencível!” E não é? Ando intolerante com esses cérebros obtusos. Mas, não só com eles. Estou por aqui, com a turminha dos embromadores, aqueles uns ou umas que jogam uma conversinha nas minhas orelhas e já pensam que levaram no bico, que, como dizem por aí, me engabelaram.

É assim que se diz quando o mar não está para peixe e é hora de irmos batendo nossa rica plumagem. São instantes quando sentimos que ...

autoritarismo democracia terraplanista burrice
É assim que se diz quando o mar não está para peixe e é hora de irmos batendo nossa rica plumagem. São instantes quando sentimos que a situação não está fácil e vamos perdendo a paciência para certas coisas. Tenho aventado a possibilidade de tornar-me um ermitão, um anacoreta, um monge, qualquer coisa assim, deixar o cabelo crescer, não fazer mais a barba, usar trajes de linho cru, desses bem baratinhos, calçar alpercatas e ir morar numa dessas brenhas de mundo, onde não chegue sinal de TV e nem de internet., nem gente inconveniente para me perturbar.

Não sei quem teve a ideia de medir nossa idade, não mais por anos de vida, nem por quantas voltas a Terra deu em volta...

saude idade tempo disposicao
Não sei quem teve a ideia de medir nossa idade, não mais por anos de vida, nem por quantas voltas a Terra deu em volta do Sol enquanto cumprimos nossa passagem por aqui, nem pela quantidade de primaveras que desfrutamos na mágica sucessão das estações. Encontraram um singular eufemismo para dizer que estamos mais para lá do que para cá. Isto é, estão medindo nossas idades por cilindradas. Quando esse nosso motor avança adiante das quatro ponto zero, a situação começa a ficar preocupante, pois a partir daí, nessa mecânica surreal, quanto mais cilindradas, menos potência no motor. Nas perigosas cilindradas em que está girando meu motor, todo cuidado é pouco. Sempre que posso, lá vou eu para oficina (especializada, se possível) tentando uma revisão geral. Carburador sempre abastecido e não com qualquer água. Só filtrada. Lubrificação sempre em dia e nada de forçar uma marcha. Sempre respeitando o conta-giros.

Ao elaborar um texto, seja uma crônica, um conto ou qualquer outra modalidade textual, prefiro, quando me é permitido, caminhar pelos ...

igreja sao francisco joao pessoa
Ao elaborar um texto, seja uma crônica, um conto ou qualquer outra modalidade textual, prefiro, quando me é permitido, caminhar pelos labirintos coloridos do humor. É uma tessitura mais complicada, exige mais habilidade e dizem especialistas que fazer rir com a leitura de uma escrita é mais difícil do que fazer chorar. Pelo menos é o que dizem alguns deles.

O apodo vem provavelmente do nome. De Octavio (com “c” mudo), virou Tavico e depois, como era natural, se tornou Vico e Vico ficou pel...

campos jordao araucaria
O apodo vem provavelmente do nome. De Octavio (com “c” mudo), virou Tavico e depois, como era natural, se tornou Vico e Vico ficou pelo resto da vida.

Intitulava-se um “Nó de Pinho”. Vou explicar o porquê. A araucária, endêmica da Mantiqueira, oferece madeira vastamente usada em movelaria e construção civil. É árvore que chega fácil aos 30 metros de altura. No alto surge uma copa de onde sai a galharia formando uma espécie da taça de cabeça para baixo. É justamente dessa parte do tronco que está a parte de pouca utilidade como madeira. De onde saem os galhos é que nasce o nó, o chamado nó de pinho. O serrote comum de um carpinteiro não consegue encarar o dito cujo, é preciso serra elétrica para enfrentar o danado.

Foi no final de 1958, quando concluí a primeira série do curso primário, que recebi de minha professora, Emília Rachid Meira, dois o...

juca pontes poesia paraibana
Foi no final de 1958, quando concluí a primeira série do curso primário, que recebi de minha professora, Emília Rachid Meira, dois opúsculos, dois livrinhos. Um se chamava “Mamãe Coelha” e um outro tinha como título “A Horta do Juquinha”.

Mineirinho estava ali ajeitando a cerca de seu sitiozinho todo feliz com sua vacaria. Umas qua...

cronica literatura paraibana
Mineirinho estava ali ajeitando a cerca de seu sitiozinho todo feliz com sua vacaria. Umas quarenta cabeças, o nelore branquinho como neve e o hereford quase todo marrom, com cabeça branca e mais um pouco de branco esparramado nas patas e na barriga. Não tinha gado piquira, reses só dessas duas procedências e mais dois touros, um de cada raça para aprimorar o plantel.

Sábado que passou, depois de prolongada ausência, passei lá pelo bar do Lulinha, centro da cidade, onde encontrei alguns...

acerto conto esperteza humor
Sábado que passou, depois de prolongada ausência, passei lá pelo bar do Lulinha, centro da cidade, onde encontrei alguns amigos da escrita e de outras artes. Gente que eu considero da melhor cepa e dentre as artes que mencionei, estavam ali praticando uma que não pode faltar nessas ocasiões e lugares: a arte da mentira! A turma presente, entre um gole e outro, exercia com singular desenvoltura essa pratica secular da ficção e da fantasia. Foi onde e quando ouvi essa obra prima que ousarei relatar linhas adiante. Mentira? Provavelmente. Mas, elaborada com engenho e imaginação.

Para meu amigo, professor Zezão, que fui reencontrar depois de 43 anos+ Era o final dos anos 70 e o país começava a sentir os prim...

nostalgia sarau violao cantoria
Para meu amigo, professor Zezão, que fui reencontrar depois de 43 anos+
Era o final dos anos 70 e o país começava a sentir os primeiros bafejos de liberdade, já quando os coturnos haviam desistido de pisotear nossas margaridas. Alguns anos depois a farda apeou do poder. Os exilados políticos começavam a retornar. Toda aquela gente que “partiu num rabo de foguete” estava de volta. Num canto ou noutro ainda choravam Marias e Clarices, mas de qualquer forma, já se respiravam os primeiros ares de nossa primavera democrática.

Não é de hoje que a conheço. Aliás, nem posso precisar quanto tempo faz que essa doce criatura apareceu em minha vida, sem sequer ped...

palitos gina cronica literatura paraibana
Não é de hoje que a conheço. Aliás, nem posso precisar quanto tempo faz que essa doce criatura apareceu em minha vida, sem sequer pedir licença. Veio assim como quem nada quer e ainda está por aqui. Hoje mesmo estive com ela e por uns instantes fiquei contemplando aquele sorriso cheio de magia e encantamento.

Quando nos conhecemos Numa festa em que estivemos Nos gostamos, nos juramos Um ao outro ser fiel Depois continuamos Nos q...

jamelao sosia cronica bem humor
Quando nos conhecemos Numa festa em que estivemos Nos gostamos, nos juramos Um ao outro ser fiel Depois continuamos Nos querendo, nos gostando Nosso amor foi aumentando Qual a Torre de Babel
Lupicínio Rodrigues

O primeiro vocês conhecem, ou dele já ouviram falar, Jamelão. Mas de Nego Lau, duvido. Acontece que segundo o que me contou meu amigo Valdemir dos Correios (para todo mundo, o Enxuto), Nego Lau cantava o repertório de Jamelão melhor do que o próprio; isto é, melhor até do que esse notório puxador de samba da Estação Primeira, a gloriosa Mangueira.

Nós, filhos adotivos da Paraíba, costumamos olhar essa nossa terrinha com olhos mais generosos, diria ...

Nós, filhos adotivos da Paraíba, costumamos olhar essa nossa terrinha com olhos mais generosos, diria com mais ternura, do que os aqui nascidos. Acho natural! Os descendentes biológicos, habituados à cultura e aos atrativos locais, veem com mais naturalidade aquilo que julgamos ser extraordinário.

De como meu avô deu um tiro de garrucha no presidente Arthur Bernardes No quesito dinheiro, meu avô,...

De como meu avô deu um tiro de garrucha
no presidente Arthur Bernardes

No quesito dinheiro, meu avô, o Vico da Matta, era um homem previdente e controlado. Poupava hoje para se garantir nas incertezas do amanhã. Acreditávamos que era meio pão-duro. Não era. Previdente seria o adjetivo mais adequado. Tinha um cuidado danado com o seu dinheiro. Para se ter uma ideia do trato mimoso com aquelas cédulas, não gostava que olhassem o conteúdo de sua carteira e quando precisava abri-la diante de alguém, usava de suas artimanhas para que o interlocutor não olhasse o conteúdo daquela capanga de couro.

Andrezinho era um sujeito namorador. Bem ajeitado, bonito até, diríamos. Família de classe média que o provia do ne...

Andrezinho era um sujeito namorador. Bem ajeitado, bonito até, diríamos. Família de classe média que o provia do necessário, nos limites do que chamamos de uma vida com dignidade. Nada lhe faltava, nada lhe sobrava. Tinha ele 17 anos quando se deu o ocorrido.

Contador de causos igual o meu tio Miro, ninguém. Nem meu amigo Zé Laranja é bom proseador como foi esse meu tio, irmão do meu avô ...

sitio vida rural misterio
Contador de causos igual o meu tio Miro, ninguém. Nem meu amigo Zé Laranja é bom proseador como foi esse meu tio, irmão do meu avô Vico. Como perceberam, era na verdade tio de meu pai, mas para mim e meus irmãos era o nosso tio Miro e pronto.

Se não tê-los, como sabê-los”, já diziam. Mas é assim mesmo, criá-los é uma arte. Como é difícil conduzi-los pelas melhores veredas! A...

Se não tê-los, como sabê-los”, já diziam. Mas é assim mesmo, criá-los é uma arte. Como é difícil conduzi-los pelas melhores veredas! Ainda mais hoje em dia, quando as mais básicas virtudes são descartadas como meras utopias. Isso mesmo, virtude, atualmente, para um montão de gente, é um desvario, uma alucinação. Há sempre alguém abraçando o ruim para esconder o pior. Na política, então...

É isso aí, Fred. Já disseram isso há muito tempo: “Amigo é pra essas coisas”. Então, meu amigo, chegou a hora “dessas coisas”. Vou me a...

filhos saudades nostalgia
É isso aí, Fred. Já disseram isso há muito tempo: “Amigo é pra essas coisas”. Então, meu amigo, chegou a hora “dessas coisas”. Vou me ausentar por uns vinte dias e você vai ter que segurar a onda. Afinal, você é ou não é aquele amigo que a gente guarda do lado esquerdo do peito?