Vez por outra, o cinema e a literatura fazem um grande estrago à natureza, principalmente quando, em suas obras, demonizam alguns animais,...

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Vez por outra, o cinema e a literatura fazem um grande estrago à natureza, principalmente quando, em suas obras, demonizam alguns animais, fazendo com que se crie no imaginário popular um certo temor e repulsa a uma determinada espécie.

S im, há tantas coisas na vida de que eu gosto e não gosto. Que fazer? Usar o bom humor e a sabedoria, naquilo que não me apraz. Aliás, o bo...

Sim, há tantas coisas na vida de que eu gosto e não gosto. Que fazer? Usar o bom humor e a sabedoria, naquilo que não me apraz. Aliás, o bom humor é o sorriso da sabedoria. Duvido que um selvagem tenha humor. Ele não tem nem humor, nem amor.

Ah, Voltaire, Bernardo Shaw e o nosso Machado de Assis! Como souberam rir de muitas coisas de nossa vida.

Mas vamos ao gosto. Não gosto, para não dizer que detesto, das longas esperas nas salas de consultório médico, nas consultas por “ordem de chegada”. E o pior é aquela TV lá no alto, vomitando besteiras...

Não gosto de gente que fala mal dos outros, usando a tal da maledicência. E há muitos maledicentes que se dizem religiosos.

Gosto das pessoas que sabem cumprimentar, sobretudo quando entram num elevador ou numa sala onde há outras pessoas.

Não gosto de pessimismo. Tem pessoas que parecem que estão num sanitário mal cuidado... A vida para elas está exalando mau cheiro. No entanto, há tanta coisa para nos alegrar a vida... Um bom passeio à beira-mar. Um sorriso. E nisso as crianças educadas são adoráveis. Não foi sem motivo que Jesus disse que o Reino do Céu era delas... Criança como símbolo de alegria, pureza, entusiasmo, encantamento diante da vida.

Reclamações constantes são outras coisas insuportáveis. Há gente que reclama de tudo e todos a toda hora.

Bem, vivemos a época da boa imagem. Vejam os outdoors, a TV, as colunas sociais, tudo com aparência bem cuidada – E viva a boa imagem de um sorriso.

Não gosto de quem fala alto. Outro dia, numa livraria, um sujeito gritava ao celular, incomodando a todos com seu exibicionismo bobo. E que dizer das crianças mal comportadas. correndo e gritando, perturbando o ambiente, não por sua culpa, mas culpa dos pais?...

Não gosto de fanatismo. A moderação e o bom senso são tudo. Não esqueçamos esta verdade: com o nosso exemplo, somos professores de muitas coisas, positivas ou negativas. Afinal, o importante não é só o viver, e, sim, o conviver.

Portanto estejamos alertas, quanto aos nossos pensamentos e sentimentos. Alertas quanto à palavra, quanto ao exemplo. Jesus disse: “que o teu falar seja sim, sim, não, não. Seja do gosto, e não do desgosto.

E la, a Federação Espírita Paraibana, está completando um século de existência, e que começou a divulgar a Doutrina Espírita, num prédio sit...

Ela, a Federação Espírita Paraibana, está completando um século de existência, e que começou a divulgar a Doutrina Espírita, num prédio situado na rua Treze de Maio. Um prédio de uma porta e duas janelas.

O seu primeiro presidente foi meu pai, José Augusto Romero, um homem que se iniciou seminarista e terminou espírita. E o que o levou a aceitar a Doutrina foram dois acontecimentos: uma sessão mediúnica, lá em Alagoa Nova, quando se manifestou irrefutavelmente o espírito de uma prima, muito querida, e a leitura do livro “O problema do ser do destino e da dor”, de Léon Denis. A leitura deste livro o empolgou tanto, que ele teve vontade de sair gritando pela rua, como fez Arquimedes, quando descobriu a lei da hidrostática. Ele também achara a verdade que buscava. Daí em diante não queria outra coisa na vida: pregar a Doutrina dos Espíritos.

Eu, adolescente, sempre o acompanhava nesse trabalho de divulgação. O prédio da Federação era pequeno. Logo à entrada, havia uma mesa com revistas e jornais espíritas. Lá no alto da parede, onde se encontrava a mesa diretora, uma grande inscrição com os seguintes dizeres: “Deus, Cristo e Caridade”.

Havia uma farmácia homeopática muito bem dirigida por José Pereira da Silva, “Seu Zuza”, funcionário da Alfândega e de uma postura admirável.

A Federação mantinha aulas de catecismo para criança e o livro adotado era de autoria de Leon Denis. Fui um de seus alunos. Mas, o bonito mesmo era ver a enorme fila de pessoas necessitadas, que iam receber roupas, pelo Natal.

O tempo foi passando e eis que apareceu um senhor, chamado Arthur Lins de Vasconcelos, comerciante de madeiras do Paraná, espírita e amigo de José Augusto Romero, que doou um terreno onde se ergueu, logo depois, um moderno prédio, no Parque Sólon de Lucena. Lembrar que Sólon de Lucena, que foi presidente do nosso Estado, era espírita e chegou até a publicar uma revista denominada “O Além”.

Grandes oradores espíritas nos visitaram, desde Pietro Ulbadi a Divaldo Franco, a quem José Augusto Romero admirava e hospedava, quando vinha a esta capital.

E a vida de José Augusto Romero passou a transcorrer entre a nova Federação e a DNOCS, de que era funcionário.

Então aconteceu um fato imprevisível. O famoso Antônio Silvino, cangaceiro tão temido quanto Lampião, depois que foi libertado da prisão no Recife, certamente levado por alguém, foi assistir a uma reunião na Federação. Esse fato eu presenciei. E uma garotinha chegou a beijar-lhe. Ele afastou-a, delicadamente, e disse: “Minha filha, não beije um criminoso”...

E o movimento espírita foi crescendo. O prédio da Lagoa já era pequeno. Daí surgiu o jovem José Raimundo de Lima, hoje Procurador, a quem coube a iniciativa de dar uma nova sede para a Federação, justamente no local onde funcionou, por muito tempo, o “Lar da Criança”, dirigido por Laurindo Cavalcanti e sua esposa, Déa.

Hoje a Federação está nas mãos de um jovem dinâmico, o nosso Marco Lima, que, com sua serenidade, vai dirigindo muito bem a Casa Máter do Espiritismo na Paraíba. Orador dos melhores, Marco também é bom na voz e violão. Recentemente, ele promoveu concorrida conferência de Divaldo Franco, em que se viam, lado a lado, o Arcebispo Dom Aldo Pagoto e o Pastor Estevam Fernandes, lá no auditório da Federação, dando uma bela e comovente lição de ecumenismo.

S im, que seria de nós sem este instrumento de evolução?: o nosso corpo. Já se disse que o corpo humano é um santuário. Se é santuário, mere...

Sim, que seria de nós sem este instrumento de evolução?: o nosso corpo. Já se disse que o corpo humano é um santuário. Se é santuário, merece o nosso maior respeito. Houve ainda quem o qualificasse de uma das “maravilhas do mundo”, seja do mundo antigo, seja do mundo moderno. Nosso corpo é tão belo como os Jardins Suspensos da Babilônia, as pirâmides do Egito, mais modernamente, a Torre Eiffel. Que o homem invente o computador, a Internet, o smartphone, iPod, iPad, está muito bem. Mas, um corpo humano, jamais nenhum cientista ou inventor criará. Nem mesmo o mosquito da Dengue. E vocês já viram esse mosquito? Lindo! Uma verdadeira obra de escultura e design. Por que Deus teria criado tal mosquito? Deve haver um motivo que a gente ignora. Talvez, um dia, quem sabe, nele esteja a cura do câncer, pois o ditado popular diz que Deus escreve certo por linhas tortas. O que, na verdade, significa “aparentemente tortas”...

Mas deixemos o mosquito e subamos os olhos para olhar o céu à noite, cheio de estrelas, outra maravilha. Todavia, contemplemos outro universo que se chama o corpo humano, tão maltratado pelo homem inconsequente.

Não devemos esquecer de que a vida terrena, uma caminhada do berço ao túmulo, é também um instrumento para a nossa evolução espritual.

O espírito Emmanuel, guia do grande Chico Xavier – “O maior brasileiro de todos os tempos”, eleito em pesquisa nacional –, qualifica o nosso corpo como um santuário. E chega a dizer: “A benção de um corpo, na Terra, ainda que mutilado ou disforme, é como uma preciosa oportunidade de aperfeiçoamento espiritual, o maior de todos os dons que o nosso planeta pode oferecer”. Escreve, ainda, Emmanuel que “o espírito tem o corpo que merece e de que necessita”. Já Francisco de Assis e Chico Xavier apelidaram o nosso corpo de jumentinho. É ele que nos carrega para todo canto.

Lembremos de que há milhares de quilômetros de artérias, veias e vasos dariam para dar duas vezes a volta da Terra.

E você já parou pre pensar em como é que estamos usando esse santuário? Que qualidade de alimento estamos lhe dando? E que dizer dos venenos que lhe damos: álcool, fumo, drogas. Sem esquecer a ociosidade, o sedentarismo que são outro veneno. O corpo precisa de ação, movimento, caminhada, de respiração e de uma boa alimentação, que é tão importante ao ponto de Hipócrates, considerado o “Pai da Medicina”, ter-nos ensinado: “Que o teu alimento seja o teu remédio”.

Todo homem precisa conhecer o seu corpo, tanto quanto um médico. Com esse conhecimento evitaríamos muitas enfermidades.

E a beleza dos nossos olhos? imagine-se sem eles. A beleza das nossas mãos, seja do pianista ou violinista. A beleza dos nossos pés... E agora chegou a vez de citar um alimento invisível e gratuito: o oxigênio que respiramos e que nunca nos lembramos dele.

A verdade é que vivemos rodeados de maravilhas. Somos dotados de muita riqueza que ignoramos.

Nosso corpo! Como necessitamos de cuidar dele, com muito amor e responsabilidade.

Nunca esqueça: Ele é o nosso instrumento de trabalho e de evolução. O santuário divino a que se referiu Emmanuel.

H á quem diga que o coração é o órgão do sentimento, contrariando a frase do físico e filósofo Pascal: “O coração tem razões que a própria r...

Há quem diga que o coração é o órgão do sentimento, contrariando a frase do físico e filósofo Pascal: “O coração tem razões que a própria razão desconhece”.

A verdade é que este cronista tem pelo coração um grande amor. Gosto de ouvi-lo batendo, levando o sangue para todo o nosso organismo, e um grande medo de que ele pare.

Em grego, coração quer dizer “kardia”. Daí a palavra taquicardia. Uma curiosidade: o coração aparece 958 vezes na Bíblia e nada de citar o cérebro.

Tenho, cá pra nós, uma grande simpatia pelos cardiologistas E se eu fosse estudar medicina, não escolheria outra especialidade. E voltando ao coração, tenho muito medo que ele pare. Ah se eu pudesse beijá-lo... E eu devo muito a esse órgão. Foi ele que me alertou para deixar o fumo, devido a uma forte taquicardia. Pena que não pude beijá-lo.

Chegou a vez de confessar uma coisa: Às vezes, sinto o coração coçando. E já disse isto a muitos especialistas do coração, que só fizeram sorrir. Um deles foi o jovem Fernando Lianza Dias, filho do meu grande amigo, também cardiologista, Antônio Dias, com quem muito conversei, no meu tempo de secretário da Faculdade de Medicina.

Antônio Dias era um homem simples, sempre vestido de linho branco e, sobretudo, muito educado. E seu filho, o jovem Fernando Lianza, que além de médico cardiologista, escreve neste jornal e é cronista da conceituada revista A Semana, muito me comoveu, quando o vi numa foto, aqui no Correio, ao lado do filho, que acaba de passar no vestibular de Medicina. Segundo diz a nota do jornal, o menino, Otácio Lianza, tem apenas 18 anos! E vá ver que o jovem vai seguir a especialidade do pai e do avô, Antônio Dias. E pus-me a imaginar como seu avô, que já não está mais neste mundo, deve estar vibrando de emoção com a vitória do neto.

São essas alegrias que dão sentido à vida. Sou pai de um arquiteto, Germano, e de um Físico, que tem meu nome, ambos realizados na profissão que escolheram.

Termino a crônica parabenizando Fernando Lianza por essa vitória de Otácio, certo de que quem também não cabe em si de contente é o velho Dias, meu mestre e amigo.

E as minhas coceiras do coração, vez por outra? Esqueça. Antes coceiras do que dores... Continuarei gostando muito do coração. Amando-o como ninguém. Pena que não possa ajudá-lo...

T udo eu esperava, menos que alguém comparasse a nossa mente a um escritório, com todos os seus departamentos. A mente, como se sabe, fica l...

Tudo eu esperava, menos que alguém comparasse a nossa mente a um escritório, com todos os seus departamentos.

A mente, como se sabe, fica lá no alto de nosso corpo, numa posição privilegiada. É lá que estão nossos pensamentos. O pensador Emmanuel assim a definiu. Mais ainda. Disse que a mente é como um diamante. Se coberto de terra, não brilha. Só depois de limpo é que ele se ilumina. Disse mais, o evangelizador: que a mente também pode ser comparada a um espelho. Espelho sujo nada reflete. Mente suja de maus pensamentos é um desastre.

Portanto, muito cuidado com o que pensamos e com o que sentimos. Estamos a todo momento em contato com o outro. Isto é sintonia. Nós nos afeiçoamos com aqueles com quem sintonizamos. E muito bem diz o provérbio: junta-te aos bons e serás um deles.

Mas, a mente, além de espelho, além de diamante, pode ser comparada a um escritório. Aí a coisa se complicou. Por que a um escritório? Ora, porque um escritório compreende vários departamentos, cada qual com sua função específica. Vejamos essas seções específicas: departamento da inteligência, departamento da memória, departamento do desejo, da imaginação e, por fim o departamento da vontade, que funciona como uma espécie de gerente. Sim, é a vontade que faz todos os departamentos funcionarem. E, aqui para nós, o que seria de nós sem a vontade? É ela quem movimenta, que faz o escritório funcionar. Somos a nossa vontade. Somos o que queremos, o que desejamos. Ser sem vontade, é ser morto.

Vamos, ligeiramente, aos outros departamentos. Está aqui o Departamento do Desejo. Quem não deseja na vida? Quem não sonha em obter as coisas deste mundo. Riqueza, dinheiro, poder? Outro departamento: o da memória. É nela que mora a saudade. Toda a nossa vida, a de hoje, como a de ontem, estão registradas nas lembranças. Somos o que fomos.

E o departamento da inteligência? Temos inteligência, e temos instinto, que predomina nos animais. A inteligência implica em reflexão, o que não ocorre com o instinto, segundo leciona o Codificador da Doutrina Espirita, na obra “A Gênese”. No nascimento, o instinto predomina no homem. Acentua Kardec um fato interessante: o instinto nunca se engana, o que não ocorre com a inteligência. Dir-se-ia, e aqui vai uma intromissão do cronista, que o instinto foi a inteligência que Deus deu aos animais.

Continuemos nas nossas digressões. Falemos da Imaginação. A ela devemos as obras-primas da Literatura, da Música, da Arte. O homem é um ser que imagina, que sonha, que idealiza. O que não ocorre com nossos irmãos irracionais, embora dissesse um escritor francês que o seu cachorro, às vezes, parecia sonhar e pensar.

A verdade é que nada seríamos sem a vontade, que é o gerente do “escritório mental”. A vontade é o impacto determinante. Pessoa sem vontade, pessoa morta, passiva, nada consegue na vida. E a vontade está aliada à fé. A fé, prelecionou Jesus, mesmo que seja do tamanho do grão de mostarda, pode mover uma montanha.

Viram como a mente é importante em nossa vida? Portanto, cuidado com os pensamentos, com os sentimentos. Você é o que pensa. E pensamento é força, força elétrica e magnética. O pensamento é tão importante que o mestre Descartes lecionou: “Penso, logo existo”. E não devemos esquecer que dos pensamentos, surgem os sentimentos e os atos.

M al comecei a ouvir o Concerto nº 1 de Tchaikovsky, para piano e orquestra, e os bem-te-vis começaram a cantar, lá fora, na rua, indiferent...

Mal comecei a ouvir o Concerto nº 1 de Tchaikovsky, para piano e orquestra, e os bem-te-vis começaram a cantar, lá fora, na rua, indiferentes ao trânsito. Será que eles desejavam competir com o pianista do concerto, o talentoso chinês, Lang Lang?

Bem te vi! Eis aí uma ave alegre e otimista. Mas o sol também está otimista com o seu canto de luz. E estamos dando os primeiros passos, no ano que acabou de nascer. Afinal, adeus ao que era doce, a festa, as compras, as bebidas, as comidas, as gargalhadas, a confraternização, os abraços, as fofocas, as exibições.

Misturaram Jesus com Papai Noel, e restou a ressaca. Restou o amargo da vida... Mas, como diz o poema de Drummond, depois da festa, a pergunta é: “E agora, José?” Sim, a vida é uma festa. E na festa, a gente esquece muita coisa. Ah, o uísque escorrendo pela goela, o champagne trazendo euforia, tentando afogar mágoas e recalques. Não esquecer que na distração a gente esquece também a reflexão. E a reflexão é tudo na vida.

O concerto de Tchaikovsky está terminando e os bem-te-vis agora parecem calados. Apenas saudaram a manhã. Mas, o que você quer mais, cronista?

Um ano envelheceu e outro morreu. É a dança da vida. Outros dias virão – disse o poeta. Outras festas virão, a começar pelo Carnaval. Depois do Carnaval, a Semana Santa, que os peixes detestam, tanto quanto os perus odeiam o Natal. Eis a razão por que eles não são católicos.

Mas a vida é assim, cheia de altos e baixos. Lembrar que o Ano Novo começou tornando Paris amedrontada, traumatizada com o terrorismo dos fanáticos. E tudo por causa de Alá. Agora, por enquanto, não se pode dizer que Paris é uma festa, como definiu Hemingway. Paris, por enquanto, é uma guerra. A cidade virou um campo de tensões.

Acontece que a vida é mesmo uma incógnita. Ninguém sabe o que pode vem por aí. Mas não percamos a fé. A fé é tudo. Foi pela fé que Jesus levantou paralíticos, deu vista aos cegos, limpou leprosos, expulsou maus, espíritos, multiplicou peixes e pães, conversou com os chamados mortos, aplacou tempestades, transformou água em vinho e, descendo da cruz, conversou com uma ex-pecadora.

Que os passarinhos continuem saudando as manhãs, que Paris volte a ser a Cidade Luz, e que a Vida, todos os dias, morra nos crepúsculos e renasça nas alvoradas e no canto dos bem-te-vis.

A gora que a Federação Espírita Paraibana completa 100 anos de existência, que tal lembrar José Augusto Romero, seu presidente, que dirigiu ...

Agora que a Federação Espírita Paraibana completa 100 anos de existência, que tal lembrar José Augusto Romero, seu presidente, que dirigiu aquela casa por mais de 44 anos?

Quando completei 4 anos, meu pai, José Augusto Romero, a quem tanto amei, admirei e a quem muito devo, já era espírita. Agricultor, plantador de café, casou-se com uma viúva bonita, de chamar a atenção, Pia de Luna Freire, na intimidade Piinha. Adolescente, seu pai Agostinho, tratou logo de cuidar de sua educação religiosa, internando-o no Seminário desta Capital, que ficava ao lado da Igreja de São Francisco. Mas o menino não manifestava nenhuma inclinação para a religião católica. Diante disso, o pai tratou logo de tirá-lo do Seminário, e ele, que era bom no Português e no Latim, preferiu ser professor em Alagoa Nova, onde abriu um curso destinado aos jovens que desejavam ingressar no tradicional Lyceu Paraibano.

E eis que se deu o que ele não esperava: tornar-se espírita. Tudo por conta de uma reunião mediúnica a que assistiu e onde conversou com uma prima muito querida, falecida há tempo. Diante do fato, José Augusto Romero tornou-se espírita, cuja crença foi reforçada com a leitura do livro “O problema do ser, do destino e da dor”, de Léon Denis, lido com muito entusiasmo. E não ficou nisso. Tratou logo de fundar um Centro Espírita em Alagoa Nova, para desespero do padre daquela localidade.

Depois, chegou a vez de se mudar para a Capital, onde comprou um sítio, na Lagoa, hoje Parque Sólon de Lucena. Seus moradores o chamavam de Zé. Até o padre Zé Coutinho, o extraordinário missionário, foi seu colega de Seminário. Certa vez, encontrando-se com o seu colega, e sabedor de sua nova crença, indagou, sorrindo: “Zé, como vai teu Espiritismo?”

O tempo foi passando, e José Augusto terminou burocrata, exercendo a função de Secretário do Departamento Nacional de Obras contra a Seca. E começou a frequentar a Federação Espirita Paraibana, então localizada na Rua Treze de Maio e cujo prédio foi ampliado depois. Da rua Treze de Maio, a Federação foi parar no Parque Sólon Lucena.

Espírita até os ossos, dedicou grande parte de sua vida à Federação. Sereno, responsável, boníssimo, o ex-plantador de café não quis mais outra coisa na vida. Lembro-me que ele me levava, todos os domingos, à Federação, para o catecismo, e o livro adotado era o de autoria de Léon Denis.

Na primeira vez que Divaldo Franco veio a João Pessoa, hospedou-se em nossa casa. E papai o tratou como filho. Dedicou-se ao Espiritismo de corpo e alma. Fazia palestras, dava passes, conversava com os espíritos, nas reuniões mediúnicas e ainda mantinha coluna espírita no jornal A União e um programa, na Rádio Tabajara, sob o título “Neblina Espiritual”

Quem o sucedeu foi Laurindo Cavalcanti, grande amigo e admirador. Quem também testemunhou o trabalho de Zé Augusto foi outro Zé, José Raimundo de Lima, também presidente da Federação e a quem tive a honra de ser seu professor, na UFPB.

Em homenagem a José Augusto Romero foi publicado, depois de seu desencarne, o livro “Lições da Vida Maior”, uma coletânea de crônicas.
E não esquecer seus abnegados e primeiros auxiliares: Jandira Matos Vieira, secretária e seu Zuza, José Pereira da Silva, administrador da homeopatia.

E quem muito admirou, e admira José Augusto Romero é o atual presidente da Federação, o jovem Marcos Lima.

E eis que atingimos o topo da montanha. Agora é contemplar o que está pela frente e o que ficou para trás. É um momento de reflexão sobre o...

E eis que atingimos o topo da montanha. Agora é contemplar o que está pela frente e o que ficou para trás. É um momento de reflexão sobre o que fizemos, sobre o que passou. Mas será que o passado passou? Não. Ele continua na nossa memória como uma constante advertência. O futuro é a incógnita. Mas a vida segue. “Nascer, viver, morrer, renascer ainda, progredir sempre”, disse o mestre Kardec.

Chegamos ao mundo sem nada e dele sairemos de mãos vazias. Diz o ditado popular: “Da vida nada se leva”. Mas, discordo, pois levaremos a nossa consciência. É ela que vai nos dar o céu ou o inferno.

E como devemos viver? Um grande iluminado deu a seguinte receita: vivamos no mundo, tudo possuindo e nada tendo, com todos e sem ninguém. E qual seria a senha para uma vida de muita paz? Não vejo outra, seão o amor.

Disse outro iluminado que “O amor é Deus dentro de nós”. Completaríamos dizendo: ”O próximo dentro de nós”. Difícil, hein? Mas você queria que um lugar no Paraíso fosse fácil?

Voltando à montanha, infelizmente temos que descer. E muito cuidado nessa descida. A vida nos espera lá embaixo. A montanha é símbolo de transcendência. Foi por essa razão que Jesus escolheu uma elevação de terra para tribuna, pronunciando o sermão mais belo do mundo, o Sermão da Montanha.

E vivamos a vida com muito amor, com mais sorriso, mais amigos, mais fé, sem esquecer de olhar com mais compreensão. Lembrar que tudo é a maneira de olhar. Somos o nosso olhar. Jesus convidou-nos a olhar os lírios, as criançinhas, a olhar os enfermos, a olhar com amor. Na cruz, com o sangue escorrendo pelo rosto , ainda perdoou os desvairados….

Novo ano de vida. Novo ano de oportunidades. Será que você fez um balanço do que passou? Fez novos amigos? Esqueceu as inimizades? Cultivar inimizades é uma droga. Cultivar ressentimentos é cultivar espinhos na alma.

E ao descer a montanha, contemplemos a paisagem ao redor. Não sejamos indiferente às belezas da vida. Vez por outra, façamos o exercício da transcendência. Jamais olhemos o firmamento de relance, e sim, contemplando-o. De relance, você não verá as estrelas, como disse meu mestre Emmanuel.

Lembremo-nos de Drummond. “Um ano se foi, mas outros anos virão”.

Desculpem o clichê típico dessa época de final de ano, mas vou registrar, aqui, 5 metas a serem cumpridas ao longo de 2015, na tentativa d...

ano novo vida nova


Desculpem o clichê típico dessa época de final de ano, mas vou registrar, aqui, 5 metas a serem cumpridas ao longo de 2015, na tentativa de subir alguns degraus no aprimoramento físico, mental e espiritual.