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Cem anos ensinando Espiritismo

Ela, a Federação Espírita Paraibana, está completando um século de existência, e que começou a divulgar a Doutrina Espírita, num prédio situado na rua Treze de Maio. Um prédio de uma porta e duas janelas.

O seu primeiro presidente foi meu pai, José Augusto Romero, um homem que se iniciou seminarista e terminou espírita. E o que o levou a aceitar a Doutrina foram dois acontecimentos: uma sessão mediúnica, lá em Alagoa Nova, quando se manifestou irrefutavelmente o espírito de uma prima, muito querida, e a leitura do livro “O problema do ser do destino e da dor”, de Léon Denis. A leitura deste livro o empolgou tanto, que ele teve vontade de sair gritando pela rua, como fez Arquimedes, quando descobriu a lei da hidrostática. Ele também achara a verdade que buscava. Daí em diante não queria outra coisa na vida: pregar a Doutrina dos Espíritos.

Eu, adolescente, sempre o acompanhava nesse trabalho de divulgação. O prédio da Federação era pequeno. Logo à entrada, havia uma mesa com revistas e jornais espíritas. Lá no alto da parede, onde se encontrava a mesa diretora, uma grande inscrição com os seguintes dizeres: “Deus, Cristo e Caridade”.

Havia uma farmácia homeopática muito bem dirigida por José Pereira da Silva, “Seu Zuza”, funcionário da Alfândega e de uma postura admirável.

A Federação mantinha aulas de catecismo para criança e o livro adotado era de autoria de Leon Denis. Fui um de seus alunos. Mas, o bonito mesmo era ver a enorme fila de pessoas necessitadas, que iam receber roupas, pelo Natal.

O tempo foi passando e eis que apareceu um senhor, chamado Arthur Lins de Vasconcelos, comerciante de madeiras do Paraná, espírita e amigo de José Augusto Romero, que doou um terreno onde se ergueu, logo depois, um moderno prédio, no Parque Sólon de Lucena. Lembrar que Sólon de Lucena, que foi presidente do nosso Estado, era espírita e chegou até a publicar uma revista denominada “O Além”.

Grandes oradores espíritas nos visitaram, desde Pietro Ulbadi a Divaldo Franco, a quem José Augusto Romero admirava e hospedava, quando vinha a esta capital.

E a vida de José Augusto Romero passou a transcorrer entre a nova Federação e a DNOCS, de que era funcionário.

Então aconteceu um fato imprevisível. O famoso Antônio Silvino, cangaceiro tão temido quanto Lampião, depois que foi libertado da prisão no Recife, certamente levado por alguém, foi assistir a uma reunião na Federação. Esse fato eu presenciei. E uma garotinha chegou a beijar-lhe. Ele afastou-a, delicadamente, e disse: “Minha filha, não beije um criminoso”...

E o movimento espírita foi crescendo. O prédio da Lagoa já era pequeno. Daí surgiu o jovem José Raimundo de Lima, hoje Procurador, a quem coube a iniciativa de dar uma nova sede para a Federação, justamente no local onde funcionou, por muito tempo, o “Lar da Criança”, dirigido por Laurindo Cavalcanti e sua esposa, Déa.

Hoje a Federação está nas mãos de um jovem dinâmico, o nosso Marco Lima, que, com sua serenidade, vai dirigindo muito bem a Casa Máter do Espiritismo na Paraíba. Orador dos melhores, Marco também é bom na voz e violão. Recentemente, ele promoveu concorrida conferência de Divaldo Franco, em que se viam, lado a lado, o Arcebispo Dom Aldo Pagoto e o Pastor Estevam Fernandes, lá no auditório da Federação, dando uma bela e comovente lição de ecumenismo.

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