Enfim, estão chegando as vacinas. Desde o início se sabia que elas eram a melhor forma de enfrentar o...
Com a ciência, pela vida
Agora tomo um trem imaginário para Florença, após deixar os canais venezianos para trás. Busco não a Florença turística, ao alcance de qua...
Uma janela para Florença
Aprendemos mais com a leitura dos autores do que lendo o que se escreve sobre eles. Antes que alguém me crucifique pela afirmação, eu me e...
A leitura entre a boca e o juízo
O pescador tem dois amor, um bem na terra, um bem no mar Dorival Caymmi Acordava todo dia bem cedinho, ainda escuro. Acendia a len...
E o mar levou
Dorival Caymmi
Sean Connery, o primeiro e o mais cativante espião da franquia 007, foi, de fato, um ponto fora da curva. Quem mais conseguiria fugir do e...
O homem que venceu James Bond
Início da década de 1880. O tráfico de escravos da África para o Brasil já havia acabado. Nas Américas, apenas o Brasil e Cuba mantin...
O Dragão do Mar, o Almirante Negro e o Poeta
No gigantesco poema que é A Catedral de Colônia, o imenso poeta que é o Affonso Romano de Sant´Anna - com todos os seus efes e enes - diz ...
Aqui se ouve a melhor música
Era um gosto diferente, a sensação do experimentar, a descoberta traduzida em paladar... em sabor de fruta. O olhar admirado da aprovação ...
O doce descobrimento
Os Espíritos orientadores da Codificação Espírita informam que a vida em sociedade é lei da Natureza, pois “Deus fez o homem para viver em...
Isolamento social
São muitos os que resgataram o Titanic do fundo para a superfície do mar e tornaram a devolvê-lo às funduras abissais do oceano. São rotei...
O crepúsculo da arrogância
Ao pregar por meio de parábolas, Jesus possivelmente consolidava como gênero literário esta forma tão didática de ensinar. Utilizada por p...
A clássica razão de ser
Surpreenderia a você se te dissesse que lá, há 45 anos, estivesse conversando com você e te falado que escreveria uma carta endereçada...
Carta para meu jovem eu
Primeiramente te agradeceria pela coragem de ter enfrentado os teus medos, todos vencidos com muita teimosia e que tanto te ajudariam a entender que o preço de uma “desistência” não te levariam a nenhum lugar. Cada pessoa vê as coisas com os olhos do próprio amadurecimento. Hoje descobri que não há limites para nenhuma pessoa; que a vontade de “realizar” é uma energia muito forte e positiva.
Sonhos, reminiscências e muita satisfação me fazem te escrever. Sonhos sim, mas decepções e dificuldades também fazem parte da vida. Porém não é ao que se destina esta mensagem. O meu interesse é pelo que foi agradável e feliz. Te confesso que aprendi que existe uma grande diferença entre o que sonhamos e os projetos de Deus para conosco. Conquistamos o que está no nosso merecimento.
Deverias ter sido menos assustada, menos preocupada do que fostes; de natureza fraterna e ao mesmo tempo muito competitiva. Em minha memória revejo os desafios, as provas importantes como o dia da prova prática de direção, ou mesmo o primeiro dia de trabalho no banco. Mas a melhor de todas as lembranças foi certamente o primeiro dia de aula no Grupo Escolar Isabel Maria das Neves, com apenas 6 aninhos de idade.. .mamãe já havia se adiantado e te ensinado as primeiras letras, a emoção diante do novo; aquela linda sala repleta de mesinhas pequenas com 4 cadeiras em cada uma; novos amiguinhos, a professora Dona Flúvia, tão delicada e meiga. Lembra-te do dia em que Eliane do Egito te ensinou a gravar qualquer música que desejásseis? Tuas músicas prediletas!!! O gosto pela música e pela dança que até hoje perduram e me trazem tanta tranquilidade em horas de lazer.
Não ouvias conselhos e sempre teimosa e reticente em tuas convicções; Te diria que a idade me trouxe ponderação, apesar de ainda hoje continuar teimosa... talvez ainda mais do que antes. Os inesquecíveis dias de ir à praia com a família...de adormecer ao calor do sol dormente nas costas, o mergulho no frescor das águas do mar no rosto, no corpo...Ah!!! dias inesquecíveis.
Para a minha felicidade a maioria dos amigos da adolescência ainda permanecem, e qual não é a minha satisfação em vê-los; Amigos a quem sou grata por terem contribuído para o meu crescimento pessoal. Um sentimento de gratidão também permeia o meu coração ao me recordar das boas vizinhas que usavam de tanto amor e de delicadeza, fossem em forma de conselhos ou me ensinando a bordar uma almofada.
Aí, onde permaneces, nos teus verdes anos, é importante dizer que tudo valeu a pena; a natural curiosidade em aprender bem como os sonhos sonhados, realizados ou não, permanecerão em mim, para sempre.
O livro “Carta para meu jovem EU” foi comprado por mim com muita curiosidade. As autoras Candice Soldatelli e Jane Graham realmente me surpreenderam quando tiveram a ideia de unir várias cartas de pessoas famosas de forma desafiadora e comovente em um só livro. Foram também convidados brasileiros como Marcelo Gleiser e a Filósofa Maria Helena Galvão. Convidaria à todos para esta viagem interior de catarse e emoção. Uma verdadeira viagem no tempo.
Foi em fevereiro de 1991 que comecei como jornalista de fato, em 1991. Naquela época, o menino tímido bateu às portas do extinto jornal...
Jornalismo com paixão
Naquela época, o menino tímido bateu às portas do extinto jornal O Momento, com a hoje jornalista e amiga Michelle Sousa, para pedir emprego ao então editor Walter Santos.
Completei, portanto, trinta anos de jornalismo.
Confesso sem remorso ter abandonado a leitura das “Confissões” de Santo Agostinho em diversas oportunidades e continuo arrependido pelas l...
Confissões de Agostinho
O presidente Jair Bolsonaro deveria seguir a maioria que já passou pela sua cadeira: pensar e cuidar do geral, cuidar de todos, e deixar ...
Deixemos com o Ministério
Volta do outono Um enlutado dia cai dos sinos como teia tremente de uma vaga viúva, é uma cor, um sonho de cerejas afundadas na terra, é u...
E lá se foi nosso verão
Pablo Neruda
O equinócio de outono se deu no último dia vinte e um. Dia em que a luz solar incidiu com mesma intensidade sobre os dois hemisférios do planeta. A Terra e o Sol, por uns meses, irão se afastar um do outro como dois parentes intrigados. Para nós, os dias serão mais curtos do que as noites. Nessas latitudes, só um pouquinho.
Consta-me, salvo engano, que a palavra outono tenha origem latina: “autumnus”, que significa “mudança”. Lá em terras europeias de onde surgiu, o termo justificava o fim do colorido da primavera e do verão para se esperar os tempos cinzentos do inverno. Mal sabiam eles, os europeus, que para o nosso matuto também caberia a força do vocábulo. Pois aqui começa o tempo das grandes metamorfoses. A caatinga vai ganhar vida, os açudes haverão de sangrar. O passaredo, até então, tímido, escondido irá reaparecer numa louca e desorganizada sinfonia. Voltarão, o azulão, o coleirinho, o sabiá, o bigodinho, o pintassilgo, o galo-de-campina, o assum preto, o currupião, o sanhaçu, e até o desajeitado nambu aparecerá para ciscar à sombra dos pés de jurema. E que tenham muito cuidado com o acauã, com o carcará, com o gavião carijó, com a coruja rasga-mortalha, todos famélicos e exímios caçadores estarão rondando os céus e podem interromper a cantoria dos nossos seresteiros empenados.
A caatinga ganha cores com as inflorescências do sete cascas, do quipá, da jurema, da baraúna, da coroa de frade, da favela e até a atrevida arapuá irá se deliciar com o néctar do mulungu. É como que se o arco-íris fosse capaz de se esparramar em milhões de pedaços pelo sertão. Oh amigos que deixei lá pelas bandas do sul, vocês nem são capazes de imaginar como é bonito o inverno sertanejo.
No litoral não é bem assim, com as chuvas o mar que passara meses pintado em cores de turmalina; vai, como dizem os pescadores, ficando mexido, perde sua coloração esverdeada, fica bege e sem encantos. As calçadinhas da orla se farão pobres de gente, sem o alvoroço de meninos, sem nossos “apolos” e “afrodites” de peles douradas e silhuetas de escultura que passam apressados exibindo sorrisos e saúde. Os namorados não passearão de mãos dadas trocando beijos e promessas. Os velhinhos não aparecerão para repousar seus cansaços sentados na muretinha das calçadas. Nem lançarão olhares atrevidos às saias morenas que as brisas costumam levantar. Até as folhas dos coqueirais se agredirão instigadas pela aragem, numa desavença que parece interminável. Serão por aqui tempos de espera e recolhimento. Esperemos; pois, por uns meses a nossa vez, agora é a do sertanejo. É justo, mais que justo.