Quão de pronto nossos pensamentos se atiram a um novo objeto, erguendo-o por um pouco, assim como formigas que carregam febrilmente uma la...

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Quão de pronto nossos pensamentos se atiram a um novo objeto, erguendo-o por um pouco, assim como formigas que carregam febrilmente uma lasca de palha e depois a abandonam...
Virginia Woolf

A Marca na Parede. Esse é o título de um conto de Virginia Woolf (publicado em 1917), exemplo da sua escrita poética da existência. Enquanto olha um ponto preto na parede, o pensamento passeia pelos mais diferentes temas filosóficos da vida.

Quais são os caminhos percorridos pela criação? Muitos, sem dúvida. Às vezes, uma simples referência se esconde em um labirinto, cujas via...

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Quais são os caminhos percorridos pela criação? Muitos, sem dúvida. Às vezes, uma simples referência se esconde em um labirinto, cujas vias nem sempre são fáceis de palmilhar. Peguemos, como exemplo, uma passagem de Os sertões. O estilo de Euclides da Cunha, nessa obra é caracterizado, entre outros recursos, pela utilização do superlativo absoluto sintético, pela abundância das figuras de linguagem, de que se destacam as aliterações e as figuras de oposição do discurso – antítese, paradoxo e oxímoro. Em meio a tanta riqueza estilística, sempre nos despertou o interesse uma alegoria de Euclides da Cunha para explicar como se deu o confronto

A Física clássica ou newtoniana (de Isaac Newton – 1642–1726/27) denomina os líquidos e os gases de fluidos, substâncias que possuem a pro...

A Física clássica ou newtoniana (de Isaac Newton – 1642–1726/27) denomina os líquidos e os gases de fluidos, substâncias que possuem a propriedade de fluir ou escoar e que assumem o formato do recipiente em que se encontram. O escoamento dos fluidos, muito facilmente observado nos líquidos, resulta de uma deformação ocorrida sempre que uma força é aplicada, paralelamente, à sua superfície. Essa força é denominada tensão de cisalhamento, tensão tangencial ou de tensão de corte. Nessas condições, os fluidos se deslocam com fluidez, ainda que mantenham o volume constante. Por menor que seja a tensão de cisalhamento, os fluidos sempre apresentam alguma deformação.

... e nem sei se aproveitei       I A magia da palavra aflora quando lhe mostro, agora, como a escrita habilita nossa ...

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... e nem sei se aproveitei
 
 
 
I
A magia da palavra aflora quando lhe mostro, agora, como a escrita habilita nossa mente a ver - ao ler - imagens para as quais ela se programa, feito se cada expressão fosse de frames feita, ou fotogramas,

Abro a janela e por ela o horizonte me invade os pulmões. Sinto-o na pele, na íris, na brisa, com perfume de alva. No fim do que é visto, ...

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Abro a janela e por ela o horizonte me invade os pulmões. Sinto-o na pele, na íris, na brisa, com perfume de alva. No fim do que é visto, a linha separa com gume afiado, preciso e certeiro, o céu do que é mar. Fitando seu traço oposto e difuso percebo os meandros que no firmamento tudo contornam. Aí se reforça o afã sinuoso, sempre presente na obra divina, em que a bola se ostenta voluta, do firmamento à trama do Cosmo.

Há situações das quais ninguém escapa no transcurso do tempo. Aos sete anos, eu decidi não rir. O riso expunha a brecha deixada pelo falec...

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Há situações das quais ninguém escapa no transcurso do tempo. Aos sete anos, eu decidi não rir. O riso expunha a brecha deixada pelo falecido dente de leite, o que me valeu o apelido “Cento e Um”, alusão à sequência “um dente, zero dente, um dente”. Logo percebi que a brecha seguinte, na progressão natural da infância, me valeria a promoção: “Mil e Um”. Melhor, então, a sisudez.

No livro “Mitos e imagens míticas”, do professor e tradutor José Antonio Alves Torrano são estudados diversos momentos e aspectos do pens...

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No livro “Mitos e imagens míticas”, do professor e tradutor José Antonio Alves Torrano são estudados diversos momentos e aspectos do pensamento mítico em suas transformações e permanência nos períodos arcaico e clássico da Literatura Grega. O que é e quais são essas imagens que constituem os elementos e recursos próprios desse pensamento mítico? Como essas imagens distinguem e demarcam o verdadeiro e o falso, o justo e o injusto?

'No início do ano 2000 o Senhor chamou Noé da Silva e disse-lhe: “- Dentro de seis meses farei chover ininterruptamente durante 40 dia...

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'No início do ano 2000 o Senhor chamou Noé da Silva e disse-lhe: “- Dentro de seis meses farei chover ininterruptamente durante 40 dias até que todo o Brasil seja coberto pelas águas. Os maus serão destruídos, mas quero salvar os justos e um casal de cada espécie animal”. E ordenou, como na passagem bíblica, a construção de uma arca de madeira. No tempo certo os trovões deram o aviso e os relâmpagos cruzaram o céu. Noé da Silva chorava ajoelhado no quintal quando ouviu a voz do Senhor soar furiosa entre as nuvens: “- Onde está a arca, Noé?”.

Perto de completar 73 anos, experimento brusca mudança na vida. Passei a encarar o mundo de forma bem diferente. Tornei-me uma pessoa ex...

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Perto de completar 73 anos, experimento brusca mudança na vida. Passei a encarar o mundo de forma bem diferente. Tornei-me uma pessoa exageradamente cética, um tanto quanto passiva - mas, em compensação, bem mais sossegada, tranquila, na verdade aliviada, depois de mais de 50 anos de trabalho duro.

Está aí um dito popular com o qual devemos tomar cuidado: o tal de “dessa água eu não bebo”. Podemos acabar bebendo sim. Explico. Anos a...

viagem nostalgia sao jose dos campos
Está aí um dito popular com o qual devemos tomar cuidado: o tal de “dessa água eu não bebo”. Podemos acabar bebendo sim. Explico.

Anos atrás, década de 90, eu e um amigo tomávamos a imprescindível cervejinha do final de expediente. Praia de Tambaú, pés na areia e mãos no copo, quando comentávamos nossas trajetórias de professores, época em que morávamos no interior de São Paulo,

Cuida! Cuida, para não entrar no labirinto do silenciar. Ele não te deixará sair. Por desejares muitas metades; penetrares em sonhos div...

Cuida! Cuida, para não entrar no labirinto do silenciar. Ele não te deixará sair.

Por desejares muitas metades; penetrares em sonhos diversos; víveres incontáveis mentiras, por mais simples que sejam; fugires das verdades mais sublimes; enfim, por ser a fantasia tua vestimenta diária, já não sabes quem és, qual teu eu se faz presente.

“Tudo que é sólido desmancha no ar”. Ou na corrente sucessiva e sem fim dos ventos empoeirados que terminaram arruinando a casa do meu ant...

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“Tudo que é sólido desmancha no ar”. Ou na corrente sucessiva e sem fim dos ventos empoeirados que terminaram arruinando a casa do meu antigo sítio, por onde passei recentemente. Desmanchou no ar.

Como se sabe, a frase vem de Marx, colhida por Marshall Berman como título e corolário do seu livro mais famoso. Frase que passei por cima, deixando-me levar pela compacta solidez dos vinte anos.

O território Pés pousados no chão. Abro os olhos para a realidade e sint...

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O território
Pés pousados no chão. Abro os olhos para a realidade e sinto meu corpo, instrumento de reorganização da vida e luta pela sobrevivência, maturada nas instabilidades. A costura da vida não precisa ter um arremate perfeito e a junção dos pontos é retrato da multiplicidade de experiências. Sou múltipla. Preciso caber em muitos lugares, sem sair de onde estou. Preciso caber no poema e na prosa, em vozes caladas e mapas por onde transito. Meu terreno é mapeado com códigos ocultos aos quais, por vezes, nem eu tenho acesso. Sou um mix de texturas a buscar espaço onde menos se espera e ali firmo território.

Eduardo Frieiro, no seu livro “Os livros nossos amigos”, começa-o afirmando que “querer bem aos livros é sentimento que se parece muito...

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Eduardo Frieiro, no seu livro “Os livros nossos amigos”, começa-o afirmando que “querer bem aos livros é sentimento que se parece muito com o amor dos sexos”, pois o verdadeiro amante dos livros sente mais do que uma necessidade intelectual; física. Eles estão no quarto, na sala, cozinha, mesa. Ao pé e na cabeceira da cama. Nas travessias do amor, terreno íngreme, quantos são aqueles que recorrem a uma boa leitura, entre um choro e um travesseiro. O amante é possessivo. E aqui vale a seguinte frase: “Prefiro dar dois livros a emprestar um”. Não importando se a obra é rara ou não. Seu objeto é seu. O gozo está no tato, nos olhos e no cheiro.

Estava a conversar com um amigo acerca das vaidades entre cidades que evidentemente existem nos corações e mentes de suas populações. E u...

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Estava a conversar com um amigo acerca das vaidades entre cidades que evidentemente existem nos corações e mentes de suas populações. E um destes casos mais marcantes ocorre por exemplo entre os habitantes que têm tempo e conhecimento de sentir tais detalhes que envolvem um certo grau de sofisticação intelectual.

Criei uma ilha só pra mim do deserto dos homens me isolei só queria avisar que me encontrei ao contato comigo, desejei que...

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Criei uma ilha só pra mim do deserto dos homens me isolei só queria avisar que me encontrei ao contato comigo, desejei que outros homens também se descobrissem. Eu andava assombrado e muito triste ao olhar para o mundo em desespero a cobiça assolando qual vespeiro à procura da luz, sem a tocar