Há pouco mais de 20 anos, nós, povo brasileiro, éramos conhecidos por nossa bonomia, por sermos um povo cordato e alegre, independente ...

Antagonismo infeliz

Há pouco mais de 20 anos, nós, povo brasileiro, éramos conhecidos por nossa bonomia, por sermos um povo cordato e alegre, independente de quaisquer questões. Éramos um povo brincalhão que exaltava a mulata, que fazíamos piada com o gordo, com o magro, com o míope, com o gay e com o machão. Porém as piadas, as troças não eram para machucar, apenas para tornar a vida divertida.

Quem nunca cantou com o Chacrinha a música Maria Sapatão? Quem nunca dançou carnaval cantando a Cabeleira do Zezé? Que nunca admirou o Ney Matogrosso cantando “Nunca vi rastro de cobra nem couro de lobisomem. Porque eu sou é homem"? Quem nunca foi ou conheceu alguém sendo apelidada de Olívia Palito? Ou um gordo apelidado de Bola Sete e quem usava óculos "quatro olhos"? Existia a brincadeira, sofríamos bullying, mas ninguém ficava complexado e seguia a vida normalmente. As pessoas eram amigas, os vizinhos se cumprimentavam, as crianças brincavam e brigavam, mas se resolviam, estava tudo certo.

Celyn Kang
De repente surgem pessoas, apoiadas pela mídia, a pregar o separativismo. A colocar as pessoas em lados antagônicos: negros contra brancos, gays contra héteros, rico contra pobres, mulheres contra homens. E as pessoas foram acreditando nessa ideia e tornando-se amargas, vingativas, o preconceito ao invés de diminuir e unir as pessoas, cada vez mais as separa.

Não estou aqui falando dos abusos, da violência que existiu e ainda existe contra o gay, o negro, a mulher. Porém, é preciso que entendamos que é com educação e com a justiça que extirparemos da sociedade esse mal e não com o ódio e o separativismo. Aqueles que pregam o nós contra eles em nome de um falso amor, na verdade têm a mente e o coração cobertos de ódio. A política dos últimos tempos acabou com amizades, dividiu as famílias e tornou as pessoas mais intolerantes e esse antagonismo infeliz nada constrói, apenas nos prejudica como irmãos, como viajantes da mesma nave mãe.

Celyn Kang
É preciso que despertemos e vejamos que estamos sendo manipulados por discursos de falso amor, pois o amor verdadeiro une as pessoas e faz com que se respeitem e compreendam. O que vemos ultimamente são pessoas se odiando. Gente que prega liberdade aplaudindo a perseguição e prisão de pessoas por pura divergência ideológica. Isso é amor? Vemos pessoas irem aos tapas para defenderem o direito dos animais, e também irem aos tapas por apoiar o aborto, o assassinato de crianças indefesas.

Onde está o amor? Esse antagonismo burro, o discurso pregado pela mídia, pelos artistas formadores de opinião que “cancelam” quem não concorda com essa estranha ideologia está transformando nosso país, está chato de suportar esse “politicamente correto” tão hipócrita, porque quando a vítima é aquele que prega o discurso vazio de que o bandido é a vítima, quando se vê atacado por este, esquece que o achava coitadinho e procura a polícia exigindo solução. É o Brasil da hipocrisia está difícil de engolir. Saudade de quando o antagonismo era apenas no âmbito dos times de futebol ou das escolas de samba.

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