Os riscos dos movimentos em ballet das nuvens constroem a cenografia para as avoantes de todas as formas e origens, biológicas ou ...

Céus, voos e pousos

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Os riscos dos movimentos em ballet das nuvens constroem a cenografia para as avoantes de todas as formas e origens, biológicas ou tecnológicas. O céu é um imenso palco em constante espetáculo mutável. O azul em multitons, o branco e o cinza formados pelos blocos de enevoamentos em caminhada como romaria ao sabor dos ventos, o negro tempestuoso ou o breu noturno. E ainda os alaranjados efeitos especiais declarando o início do dia ou a proximidade da noite. Sem contar a caixa de lápis de cor aberta pelas curvas dos arco-íris em ligação de dois pontos e como mensageiros aos homens: todas as cores importam.

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Leszek Stępień
Céus, que em meio ao descortinar de luzes diurnas e noturnas, às formações rabiscadas por corpos celestes, ao cruzar de máquinas voadoras e pássaros poéticos em mais diversas altitudes, possibilitam os voos. O planar de um corpo mais pesado que o ar abraça uma nova fronteira, sabendo que em todo voo se busca por pouso seguro ao seu término. Mesmo inconsciente, a batida das asas, o empuxo do motor dos aviões, o rotor dos helicópteros, o explosivo foguete, querem alçar voo e encontrar um pouso, repouso.

É feito gente e pássaros. No fim, objetiva-se um pouso tranquilo, mesmo que seja uma antecipação a outro voo, feito mergulho na água que reflete as luzes ou que abre e permite visualizar as profundezas. Nos céus, os desenhos dos corpos em movimentos, a poucos metros ou a muitos pés, revelam ou escondem significativos. Tramas de vidas, olhares perdidos e cruzados, aleatoriedades, velocidades.

Os céus são estradas imaginárias. Reais, inexistem entre elas as fronteiras, mesmo múltiplos, são únicos. Eles enganam os olhos e formam transpassáveis cortinas. E mesmo o parecer aproximar-se das estrelas são gélidos,
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Kewl
regiões frias a cada metro de afastamento do que chamamos chão, imensidão, mares tranquilos. Porém, podem queimar visitantes que ousem penetrá-los. Contradições celestes.

Céus onde os pássaros não se arriscam, entendem os próprios limites. Só o homem, ser afrontoso por natureza é que deseja voar mais, após conseguir emparelhar os pássaros, mesmo sem tamanha beleza. São vidas a jogar-se para cruzar limites. Insaciáveis em voo. E até o homem quer pousos, mesmo que passageiros.

Aqui embaixo... os seres apostam nos céus, voos e pousos da mente. Os traduzidos pelos olhos falhos, pela colheita da própria história, pelos voos que se abrem à frente. Os riscos são os mesmos. Decolar, voar e pousar, por mais que planeje, nem sempre é garantido. O pássaro busca o alimento, periga alimentar um outro. O homem também sacia fomes, mais até que as do estômago, e degusta aventuras, os horizontes.

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