A formação social da consciência geralmente, apresenta aspectos do comportamento humano e se potencializa com estas habilidades: na relação entre seres humanos e o seu ambiente físico e social; em novas formas de atividade que fizeram com que o trabalho fosse o meio de relacionamentos entre o homem e a natureza e as consequências psicológicas dessas formas de atividade; na natureza das relações entre o uso de instrumento e desenvolvimento da linguagem.
Além disso, o desenvolvimento dessas ações tem o momento de maior raciocínio quando dá origem às formas de inteligência prática e abstrata. Isso acontece logo que a fala e o comportamento estão fusionados. Por exemplo, a criança, antes de comandar a própria atitude, começa a controlar o ambiente com a ajuda da fala, produzindo novas relações com o meio social,
Essa tese pode ser encontrada no livro A Formação Social da Mente (1978), escrito pelo psicólogo russo Lev Semionovitch Vigotski (1896 — 1934). As suas experiências concluíram que a fala da criança é tão importante quanto a ação para atingir um objetivo, porque a fala e a ação fazem parte de uma mesma função psicológica complexa, dirigida para a solução de um desafio de sobrevivência. Diante disso, pode-se confirmar que quanto mais complexa a ação exigida pela situação e menos direta a solução, maior a importância que a fala adquire na construção social do pensamento. No livro citado, Vygotsky afirma que: “Essas observações me levam a concluir que as crianças resolvem suas tarefas práticas com a ajuda da fala, assim como dos olhos e das mãos”. Portanto, a criança, quando se confronta com um problema mais complicado, apresenta uma excelente variedade complexa de respostas que incluem tentativas diretas de atingir o objetivo, isto é, não só o uso de instrumentos, como também a fala, dirigidos às pessoas, ou que simplesmente acompanham a ação e apelos verbais direto ao objeto de atenção.
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A. Coffie
Vygotsky sensibiliza a todos para a importância da linguagem como instrumento de pensamento. Ele afirma que a função da fala introduz mudanças qualitativas na forma de cognição desde o período da infância, reestruturando a memória, a atenção voluntária, a formação de conceitos e outras funções psicológicas. Suas contribuições apresentam a linguagem agindo na estrutura do pensamento e para a construção do conhecimento. Ela modifica as formas humanas de vida a fim de forçar o indivíduo a reagir positivamente frente à sua deficiência, no processo de desenvolvimento e de adaptação ativa ao meio, no qual ele forma uma série de funções, com cuja ajuda compensa, nivela e substitui as deficiências. Tudo isso se dá fazendo o uso da própria personalidade. Vygotsky afirma que, num primeiro momento, o conhecimento se constrói entre pessoas, isto é, de maneira intersubjetiva; num segundo momento, no interior do sujeito, quer dizer, de forma intra-subjetiva.
A. Akacha