Dias Gomes (1922—1999), romancista, dramaturgo e autor de telenovelas, nascido em Salvador, Bahia ▪ Fonte: Arq. Nacional
“O Bem-Amado” chegaria à televisão, em 1973, com dribles na censura militar. Foi quando Odorico virou prefeito da fictícia Sucupira. Na vida como ela é, político nenhum aceitava ser comparado àquela figura verborrágica, mentirosa, demagógica, sem escrúpulos. Nos meus dias do batente em redação de jornal, vi algumas confusões resultantes de notas que davam a determinadas personagens da cena política paraibana e brasileira o caráter e os modos de Odorico.
Acreditem, superada a fase do estrondoso sucesso da novela, os Odoricos sobrevivem e multiplicam-se, atualmente, aqui e lá fora. Até porque a mentira, os traços de autoritarismo, os desvios éticos e morais não são e nunca foram privilégios de prefeitinhos de interior. Também podem ser coisas dos donos do mundo, gente com poder suficiente para despachar exércitos e foguetes.
As irmãs Cajazeiras: Judiceia (Dirce Migliaccio), Dulcineia (Dorinha Duval) e Doroteia (Ida Gomes), personagens da telenovela O Bem Amado (1973).
Do outro suspeita-se de que seria mais dado a jovenzinhas, ao que se pode depreender do trâmite de processos judiciais. Perguntem, desta vez a Rupert Murdoch arriscado a pagar ao homem indenização de US$ 10 bilhões por difamação e calúnia, caso perca essa briga na justiça. Briga feia, pois o assunto toma conta do mundo. O acusado, evidentemente, tem o direito de se defender e tem a presunção da inocência. Mas, enquanto isso, o escândalo já rompe sua base de apoio e ele perde amigos e eleitores importantes.
Li o texto a que Luís Nassif, um dos mais experientes e respeitados jornalistas brasileiros, deu o título “Contagem regressiva para o fim”. É nota na qual assinala a reação negativa (e cumulativa) nos EUA e no resto do mundo
Luís Nassif, jornalista, compositor e bandolinista mineiro. ▪ Fonte: Aepet
De onde vem o furacão? Nassif com a palavra: 1) Das universidades e dos centros de pensamento jurídico; 2) Da imprensa, desde o liberal The New York Times até os antigos apoiadores do Grupo Murdoch, incluindo Fox News e The Wall Street Journal; 3) De todas as empresas importadoras alarmadas com a promessa de novas taxas e com a maluquice de tarifas comerciais que vão de 50% a 100%, ao bel prazer do moço; 4) Das comunidades latinas e negras.
“Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”, avaliava Nassif para o caso de recuo (quando o sujeito passaria por fraco) ou para o agravamento das sanções (quando geraria mais desequilíbrios e, consequentemente, mais resistências). Quem muito apostou na primeira alternativa embolsou boa grana.
Legacy, modelo de aeronaves executivas de pequeno a médio porte e alcance intercontinental, desenvolvida pela Embraer e fabricada nos Estados Unidos.
PxB
François Bayrou, atual primeiro-ministro da França (desde 13.11.2024) ▪ Fonte: YT
Lembremos de que ocorrem novas ameaças tarifárias a uma Rússia já para lá de tarifada. Pois bem, Moscou informa que Putim responderá a isso “quando e se achar necessário”. A China, dona da maior economia planetária
L. Jameson
Acho que José Tranquilino da Conceição, o Zeca Diabo, pistoleiro desejoso do diploma de cirurgião-dentista, no folhetim da Globo, lembraria aos sucupirenses que tudo e todo mundo tem prazo de validade. Ou seja, o que é sucesso eleitoral hoje pode ser um fracasso retumbante amanhã. Na terra do homem, os protestos eclodem. A BBC tratou as manifestações populares do sábado passado, de Nova York a Los Angeles, como “as maiores já feitas contra o presidente republicano desde que foi reeleito”.
Não é de hoje que o sujeito tem preocupado os seus. Os frequentadores da Escola Dominical da Igreja Batista de Plains, na Geórgia, já ouviam, em 2022, do então pregador Jimmy Carter a história de um telefonema no qual o Alaranjado
Pequim, China ▪ Foto: H. Zhang
Depois de citar a pátria amada como “a nação mais guerreira da história do mundo”, por tentar impor suas vontades e querer controlar empresas que em outros países dispõem de recursos energéticos, o ex-presidente Jimmy Carter falava a seu interlocutor do progresso chinês: “Eles estão investindo seus recursos em projetos de infraestrutura, ferrovias intercontinentais e transoceânicas de alta velocidade, tecnologia 6G, inteligência robótica, universidades, hospitais, portos e edifícios, ao invés de usá-los em despesas militares”.
E perguntava: “Quantos quilômetros de ferrovia de alta velocidade nós temos? Nós desperdiçamos US$ 300 bilhões para submeter países que procuram sair da nossa hegemonia. A China não desperdiça um centavo em guerra. É por isso que nos ultrapassa em quase todas as áreas”. Bem que eu gostaria de ver a reação da plateia de Jimmy, diante do seu púlpito cristão.
Na telenovela, Odorico tinha como seu grande projeto a inauguração do cemitério de uma Sucupira sem defuntos, apesar dos pesares. A má sorte quis que ele preenchesse, ali, o primeiro túmulo. Que destino o Império em queda reserva ao homem-laranja? O sepultamento político?
Peço que Nezinho do Jegue, de onde estiver, abrande a indignação. Como se sabe, o homem diz e desdiz, quando trombam com ele. Os do Norte, aliás, já apostam em taxa zero, mais dia menos dia, para nossas frutas, nossa carne e nosso café. Que assim seja.