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A flor é bela. Bela e perfumada. Mas eu não venho falar de flores, e sim, de pétalas. E que seriam das flores sem as pétalas? E que dizer d...

A flor é bela. Bela e perfumada. Mas eu não venho falar de flores, e sim, de pétalas. E que seriam das flores sem as pétalas? E que dizer das folhas das castanholas que caem no chão, depois que envelhecem? Envelhecem e amarelecem. Já viram esse espetáculo? Viram nada. Muitos de vocês passam pela calçada como robôs, prosaicamente, indiferentes. Não há nenhuma reflexão de sua parte em torno desse fato corriqueiro. E o vento parece que adivinha sua indiferença mórbida. Ele procura levar as folhas de castanholas para longe, a fim de que não sejam pisadas por você. Se você fosse uma pessoa, apanharia a folha, não digo que a beijasse, e ficaria a refletir, o que é próprio do homem. Refletir é fazer perguntas a si mesmo.

Dizia o escritor francês Anatole France que o seu cachorro não pensava, e isto o entristecia. Sim, porque pensar é a maior riqueza do homem. Muita gente pensa que pensa, mas não pensa.

Voltando às castanholas, todos os dias elas nos ensinam sobre a transcendência da vida. Ah, como eu gostaria de ver, em todo lugar, a escultura “O Pensador”, de Rodin. Muito mais significava do que aquele sorriso da Mona Lisa, que vai terminar numa carranca.
As folhas das castanholas, que, já velhas, são jogadas fora pelo tempo, que, como o vento, não gosta das coisas paradas.

Mas a vida não é isso, um eterno strip-tease? Assim como as bailarinas soltam suas vestes, as castanholas também procuram se desvencilhar daquilo que envelheceu. E com isso, dão uma lição de vida. Viva a didática da vida! Tudo ensina. O negócio é saber entender o que se ensina.

A pior doença de um homem é a indiferença, que é uma espécie de cegueira. Triste de quem não tem olhos de ver. Triste de quem jamais observou uma simples folha de castanhola sendo levada pelo vento, numa calçada. O vento é como o tempo. É invisível. E nessa invisibilidade é que está o perigo. Daí a necessidade de estarmos atentos à passagem do tempo, que o relógio e o galo, com seu canto, estão sempre nos lembrando.

Nem sempre é bom estarmos olhando para cima para ver as estrelas, as nuvens ou se vai chover. É aconselhável olhar também para baixo, para trás, e, sobretudo, para o lado, onde está muito de nós: O próximo, que temos de amá-lo como a nós mesmos.

S im, ela, a rainha, Rainha da Borborema, onde Jesus nasceu, segundo cantou Augusto dos Anjos, num de seus versos, esteve completando 149 an...


Sim, ela, a rainha, Rainha da Borborema, onde Jesus nasceu, segundo cantou Augusto dos Anjos, num de seus versos, esteve completando 149 anos de existência. Foi o que vi pelos jornais.

Se João Pessoa, a capital, tem o mar, sua maior referência turística. Campina tem a montanha, a serra. E fica difícil saber quem é mais belo. Eu diria que o mar é humano e a montanha é mística. Tanto é gratificante a subida como a descida. Tudo isso faz parte da vida. Jesus tanto subiu como desceu. Subiu para orar ao Pai e desceu para ensinar os homens. Subiu para se transfigurar e conversar com os espíritos de Eias e Moséis, e desceu para caminha sobre as águas do Mar da Galiléia.

Campina Grande, ao que se informa, nasceu de uma simples feira até chegar aonde chegou: uma senhora metrópole, orgulho da Paraíba, que vem se desenvolvendo progressivamente, a olhos vistos.

Mas o que é que eu tenho a ver com Campina Grande, eu que nasci numa de suas cidades satélites: Alagoa Nova? É que respirei o mesmo ar da Serra da Borborema, senti o mesmo friozinho, elevei meu olhar para o mesmo céu, um céu rico de estrelas.

Campina Grande, que tem um açude que é uma beleza, chamado Bodocongó, outro, igualmente belo, chamado Açude Velho, que agora tem até obra de Oscar Niemeyer. Campina do Treze, de seu altivo e admirável bairrismo, que não dá bolas à gente do sul, graças à sua autenticidade telúrica. Campina Grande de Argemiro de Figueiredo, o maior governador da Paraíba, o homem que remodelou a nossa capital. Campina Grande de Félix Araújo, o inspirado poeta que tanto exaltou o amor. Campina Grande do extraordinário Prefeito Elpídio de Almeida. Campina Grande do livreiro Pedrosa, que ensinou sua terra a ler, graças a sua movimentada livraria, que tinha como slogan “Faça do livro seu melhor amigo”...

Mas, aqui vai uma confissão: foi lá que nasceu meu primeiro filho, que tem o meu nome, e é hoje um Cosmólogo, Pós-Doutor em Física, de nossa Universidade Federal. E vá ver que ele ainda torce pelo seu time de predileção: o Campinense.
Sim, leitor, tenho dois filhos: um nascido em Campina Grande, e o outro, Germano, arquiteto e jornalista, nascido aqui, na Capital.

Portanto, não é sem motivo que muito me alegrei com os 149 anos de Campina, a Rainha do nosso sertão, a Capital da Borborema. E exultei quando vi, através de fotos, como a cidade aniversariante está bela e bem cuidada!

O mais importante, no entanto, é que Jesus nasceu na Serra da Borborema, segundo Augusto dos Anjos:

“Não! Jesus não morreu! Vive na terra.
Da Borborema, no ar de minha terra”.

S im, jamais imaginei que aquele fato acontecesse. A vida tem dessas surpresas. Estou me lembrando, agora, do Cavaleiro da Esperança. Que tí...

Sim, jamais imaginei que aquele fato acontecesse. A vida tem dessas surpresas. Estou me lembrando, agora, do Cavaleiro da Esperança. Que título romântico! Sim, este era o título que lhe deram.

A verdade é que ele se tornou um líder político admirado por muitos. Temido também. Era olhado com grande respeito, um respeito misturado com medo. O homem pretendia transformar o nosso país, num país comunista, ou melhor, numa ditadura igualzinha à da União Soviética. A ditadura de um Stalin, de um Lenine.

Pois bem, o Cavaleiro da Esperança conseguiu, com o seu charme, sua dialética, sua simpatia, convencer muita gente a se tornar comunista. Baixo de estatura, muito simpático, ele soube, com o seu carisma, trazer muita gente para o Partido Comunista Brasileiro.

Amado e temido, Luiz Carlos Prestes foi um líder admirável. Seus discursos eram de uma dialética convincente. E tinha uma vida limpa. Teve muitos e grandes inimigos. Mas também uma multidão de adeptos. Difícil não se convencer, ouvindo a sua palavra. Uma palavra muito diferente da do político comum. Uma palavra isenta de qualquer demagogia.

Sua maior inimiga era a Igreja. Ele era tido como um “satanás”. Luiz Carlos Prestes, o Cavaleiro da Esperança, vinha sempre à nossa capital, onde tinha muitos amigos, inclusive meu tio, João Batista Barbosa, em cuja residência se hospedava. Vinha, anonimamente, visitar o seu companheiro de partido.

E Luis Carlos Prestes, líder vermelho, Cavaleiro da Esperança, achou, certa manhã, de falar aos paraibanos. O local que o seu partido escolheu foi o Parque Sólon de Lucena, a popular Lagoa. Minha gente, aquele espaço se tornou pequeno para a multidão que desejava ouvir o líder vermelho, ao meio-dia, sob um sol de rachar. E sabe quem protestou contra a presença daquele líder? A Igreja Católica. E haja sinos chamando os fiéis para se refugiarem nos templos.

Foi aí que eu, adolescente, ouvi Carlos Prestes falando. E como o admirei, pois ele falava com muita convicção. Que simpatia no seu rosto que o sol a pino iluminava. A multidão cobria-lhe de aplausos. Os sinos se calaram.
Luiz Carlos Prestes, o líder comunista temido e respeitado, me deixou uma ótima impressão. Se estava equivocado ou não, o certo é que foi fiel ao seu ideal.

Passou-se o tempo. Aí aconteceu o que eu não esperava: anos depois, tornei a vê-lo, já bastante idoso. Não num comício, mas na Academia Paraibana de Letras, por ocasião da posse do escritor e jornalista Otacílio Queiroz. Ele estava bem perto de mim. Ele, que vivia tão longe dos meus olhos.

E com um certo cansaço, não resistiu ao sono. Um sono gostoso que me pareceu mais de criança do que de um temido líder. Eis aí uma surpresa que jamais esquecerei.

E les vêm de longe para ficar mais perto do mar. Sempre nos feriados e domingos. Não são ricos, portanto, não possuem automóveis. Para a cam...

Eles vêm de longe para ficar mais perto do mar. Sempre nos feriados e domingos. Não são ricos, portanto, não possuem automóveis. Para a caminhada usam os pés. Os pés, que são os veículos dos mais pobres. Moram à margem de uma avenida, que se chama Beira-rio, e o rio não é outro, senão o Jaguaribe, que também é um pobre rio, poluído, abandonado, que, muitas vezes, zangado, não deixa ninguém passar na avenida.

Repetindo, eles vêm de longe, molhados de suor e iluminados de alegria, a alegria de estarem vivos apesar de tantos problemas em suas vidas.

O mar ainda está distante. O mar imenso e belo de Tambaú e Cabo Branco. Um mar que tem qualquer coisa de divino. Mar dos ricos e mar dos pobres.

Mas estou, aqui, da varanda do apartamento, vendo-os na caminhada em busca do mar, que não exige nenhum pagamento para possui-lo. Um mar gratuito, que beleza.

Eles caminham alegres, como se fossem para uma festa. Homens, mulheres e crianças. Crianças segurando a mão dos pais , crianças carregadas nos braços, que o calor está brabo. E não caminham em silêncio, mas sempre conversando. Conversando e rindo, como se a vida fosse um piquenique. E até os cachorros lhes servem de companhia.

Do outro lado, paralela à Beira-rio, está a sofisticada e rica avenida Epitácio Pessoa. onde você jamais veria um espetáculo como ao que estou me referindo.

Sobretudo nos domingos e feriados é que assistimos àquela andança dos mais carentes, em busca de um pouco de felicidade em suas vidas. Uma caminhada que tem qualquer coisa de romaria. Vão num contentamento infantil, sejam adultos ou crianças. Mas, quando regressam daqueles momentos de prazer, as fisionomias trazem um pouco de melancolia e de cansaço nos seus semblantes. Voltam para uma realidade que eles procuraram esquecer por alguns momentos.

Beira-rio, que beira a pobreza, que beira o mar.

N ão é Natal, mas recebo um belo presente de um cordial amigo. O presente veio pelo correio. É um livro, um livro escrito com muito amor. Di...


Não é Natal, mas recebo um belo presente de um cordial amigo. O presente veio pelo correio. É um livro, um livro escrito com muito amor. Dir-se-ia um livro telúrico. Sim, o autor é um eterno apaixonado pela sua terra. E a terra não é outra, senão, a Paraíba, que ele não troca por nenhuma outra. E sabe por que? Porque ela ostenta os crepúsculos mais belos do mundo. Se duvida, suba até os lajedos de Pai Mateus, lá em Cabaceiras, ou às serras de Teixeira e Santa Luzia.

E eu confesso que já fiz essa subida ao Lajedo, quando a nossa Orquestra Sinfônica realizou um concerto, naquelas alturas. Foi um momento de muita contemplação e reflexão. Ah, como nossa terra é bela!...

Pois é essa terra que o escritor e parlamentar Evaldo Gonçalves tanto exalta no segundo volume de seu livro "Da Jaramataia ao Planalto", que veio muito bonito de capa, onde se vêem até as pegadas dos dinossauros de Sousa.

Evaldo não é apenas um homem telúrico, mas um fidalgo, que traz sempre um sorriso nos lábios. Um homem que não guarda ressentimentos. Que está sempre esquecendo o lado mesquinho da vida, em que tantos se comprazem.

Esse seu livro não é somente para leitura, mas também para consultas. Uma leitura enciclopédica. E como não poderia deixar de acontecer, ele está sempre se referindo ao seu ídolo: Ernani Sátiro, outro modelo de homem digno.

Um autêntico telúrico. Dir-se-ia que ele traz o mapa da Paraíba na cabeça e no coração, Evaldo Gonçalves, o imortal de nossa Academia. Seu novo livro está mais enriquecido com duas orelhas: textos de Gonzaga Rodrigues e do próprio autor, exaltando sua bonita filha Verônica.

Foi bom que esta crônica saísse hoje, dia 5 de agosto, data de aniversário de nossa capital, que completa 428 anos. Capital que tanto amo. E quem ama, compreende, e quem compreende esquece defeitos que, porventura tenha. E, aqui, Evaldo, temos o crepúsculo mais belo do mundo, lá para as bandas do rio Sanhauá, onde nasceu a nossa capital

Azamor... O nome rima com amor. Mas tinha que ser. Ele não sabe o que é ódio, mágoa, nem ressentimento. Um homem simples, de vida limp...

Azamor... O nome rima com amor. Mas tinha que ser. Ele não sabe o que é ódio, mágoa, nem ressentimento. Um homem simples, de vida limpa, que deve à sua felicidade a duas coisas: a esposa Gizélia, aos dedicados filhos e ao Espiritismo.

O poeta, jornalista e historiador Eudes Barros, em uma de suas crônicas, chamou-o de “Bernardo Shaw de Chapéu de Couro”. Sim, ele era um gr...


O poeta, jornalista e historiador Eudes Barros, em uma de suas crônicas, chamou-o de “Bernardo Shaw de Chapéu de Couro”. Sim, ele era um grande humorista. Levou a vida sorrindo das nossas incoerências. Um mestre arguto, mestre na ironia e de uma sinceridade impressionante.
Era assim o nosso Silvino Lopes, nome, hoje, de uma das avenidas de Tambaú. Quem teve a iniciativa de tão justa homenagem?...
Escrevo esta crônica bastante emocionado, porquanto me fiz seu amigo. Amigo que muito admirei e respeitei. E com quem muito aprendi. Não foi meu mestre apenas, mas meu ídolo. Ao tempo em que trabalhava como revisor deste jornal, Silvino era redator-chefe. Escrevia crônicas maravilhosas, diariamente. Mas antes de sair do Ponto de Cem Réis para o bate-papo com os amigos, ele, em passos lentos, ia subindo para o jornal, devagar, com a cabeça cheia de assuntos para a crônica diária.
Silvino Lopes era realmente meu ídolo, mais do que mestre. Não era simpático de rosto. Sorria nas crônicas. Mais do que isto: dava gargalhadas intimas quando escrevia. Nada de máquinas datilográficas e sim a caneta. Eu, novato na redação, admirador incondicional de suas crônicas ocupava o birô defronte do dele. Silvino, quando não estava escrevendo, estava conversando, e para isso não faltavam amigos e admiradores. Certa vez, notei que todo aquele pessoal caiu na gargalhada apontando para mim. O que teria dito Silvino a meu respeito? Depois veio a informação, o Mestre havia dito: “Lá está Carlos Romero com aquela cara de virgem de Murilo”. O mestre fazia menção ao renomado pintor espanhol.
E de seu permanente bom humor lembro também de que quando passou por aqui, em João Pessoa, o filme clássico “À noite sonhamos”, com Cornel Wilde, sobre a vida de Chopin e com muitas interpretações de suas músicas, Silvino ficou tão encantado que foi ver de novo, mais de uma vez. Ao perguntar-lhe por que ele tinha ido assistir ao filme novamente, ele respondeu: “Carlos, hoje foi que ele tocou bem!”...
De outra vez, ele me contou que um encarregado da faxina doméstica de seu apartamento estava a varrer a sala e levantou os olhos para um retrato na parede, perguntando: “Seu Silvino, quem é esse? ”. E ele: “Esse é Eça”. Como não fazia ideia de quem era Eça de Queiroz, o rapaz saiu ainda mais confuso... Essas e outras davam a medida do bom humor de Silvino Lopes.
O tempo foi passando, e a verdade é que Silvino se tornou meu mestre e amigo. Confidenciou-me muita coisa. Certa vez chegou a me confiar a conclusão de uma de suas crônicas. ”Termine aí” - disse se levantando do birô, pois tinha um compromisso. Suei de medo. Mas exultei com a confiança do mestre.
Escreveu dois livros de crônicas: “Sombras que tiveram nomes” e “Memórias de um sargento de malícias”. ” Livros que tive a agradável surpresa de encontrá-los no Sebo Cultural, do meu amigo Heriberto Coelho.
Não esquecer que o grande cronista foi também um grande teatrólogo. Escreveu as peças “Ladra”, encenada no Teatro Santa Roza, e que me fez chorar; e “Homem bom”, que não tinha nada de bom. Pura ironia do grande humorista.

I rlanda ou Natuba?... Eis a dúvida hamleteana que me assalta a cabeça, neste momento. E tudo por causa de uma crônica de um cronista paraib...

Irlanda ou Natuba?... Eis a dúvida hamleteana que me assalta a cabeça, neste momento. E tudo por causa de uma crônica de um cronista paraibano que sabe ver as coisas belas da vida. Tem olhos de ver. E sabe uma de suas grandes paixões? Não é viajar à Europa. Não é ir ao Rio de Janeiro para rever Copacabana, nem a São Paulo para ver os engarrafamentos. Esse meu cronista é um doente de saudade, de evocações líricas. Ele acabou de escrever uma crônica sobre Natuba, uma cidade vizinha à Serraria, a cidade onde ele abriu os olhos para o mundo. E já brindou sua cidade com um livro de crônicas.
Ora, ora, estamos com passagens para uma passeio fora do país, e ele vem com uma crônica que me deixou numa dolorosa dúvida. Viajar a Irlanda e adjacências, onde há neve, lindas paisagens e muito silêncio, ou desistir desse desejo e ir conhecer Natuba, que o meu cronista José Nunes descreve tão bem numa crônica e que tem este título fascinante: “Cidade da paz e do silêncio.” Mas Nunes!... É isto mesmo que eu venho procurando, pois esta João Pessoa está eternamente sãojoanesca, muito barulhenta, estupidamente barulhenta.
E agora eu fico entre a Irlanda e Natuba, onde se planta muita uva e onde só se ouve a voz dos pensamentos. Onde se descortinam paisagens lindas. Sem neve, é verdade, mas onde o vento corre livre por sobre as montanhas.
Escreve o cronista: “a água lá é cristalina, e um friozinho se derrama nos fins de tarde”. E prossegue, na sua linda crônica: “Mas onde se vêem mulheres lavadeiras acocoradas espremendo roupas, enquanto garotos nus se banham na água do rio.”
Ver lavadeiras humildes, cantando e contando estórias... Ouvir o vento desfilando nas serras e depois saborear uvas... Agora fiquei pensando, será que vou ver essas coisas, lá na Irlanda ou na Aústria? Mas o engraçado é o cronista com medo de que sua Serraria, onde ele nasceu, saiba do que ele disse em crônica.
O importante, fora as montanhas e as uvas, é saber que em Natuba reina o silêncio, tão raro no Nordeste, e consequentemente a paz.
E até fiquei na dúvida: será que lá existe essa estúpida e barulhenta propaganda eleitoral, despertando até as pedras?

Para meu desespero, o blog ficou mais de 24 horas fora do ar, por razões absolutamente desconhecidas. Para meu alívio, o blog está, aos p...


Para meu desespero, o blog ficou mais de 24 horas fora do ar, por razões absolutamente desconhecidas.

Para meu alívio, o blog está, aos poucos, dando sinal de vida.

Procurei o Google, o Zoneedit, o Registro... tudo em vão. Só me vem à mente aquela famosa frase shakespeareana: "há mais mistérios entre o céu e a terra do que possa imaginar a nossa vã filosofia".

Um velho senhor italiano, que vivia sozinho em Nova Jersey, desejava muito plantar o seu jardim de tomates, como todos os anos fazia, mas n...


Um velho senhor italiano, que vivia sozinho em Nova Jersey, desejava muito plantar o seu jardim de tomates, como todos os anos fazia, mas não tinha condições físicas para a tarefa, principalmente porque o solo estava muito seco e duro.

Se não estou enganado, terapia significa tratamento. E existem diversos tipo de terapias. Mas não é como médico, que não sou, que venho f...

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Se não estou enganado, terapia significa tratamento. E existem diversos tipo de terapias. Mas não é como médico, que não sou, que venho falar de terapia, que tanto ameniza a vida.

Striptease todo mundo sabe o que é. Um curioso espetáculo dançante em que uma mulher (e hoje em dia, até homens) vai se desfazendo de suas ...

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Striptease todo mundo sabe o que é. Um curioso espetáculo dançante em que uma mulher (e hoje em dia, até homens) vai se desfazendo de suas vestes até ficar inteiramente nua. E tudo isto encenado sob a magia da música e de muita curiosidade.

A religião do consumismo, como toda religião tradicional, tem seus suntuosos templos. E um desses templos é o moderno Shopping, que atrai...

vicio consumo consumismo ambiente de leitura carlos romero

A religião do consumismo, como toda religião tradicional, tem seus suntuosos templos. E um desses templos é o moderno Shopping, que atrai numerosos fiéis. Fiéis consumistas. E se forem do sexo feminino, cada um que traga pendurada no braço uma baita bolsa. É um pecado entrar naquele templo sem a bolsa.

Desde que você não olhe, não lhe cabe nenhuma responsabilidade pelo que não viu. O olhar só lhe compromete quando você vê, isto é, observ...

olhar audrey bonequinha ambiente leitura carlos romero

Desde que você não olhe, não lhe cabe nenhuma responsabilidade pelo que não viu. O olhar só lhe compromete quando você vê, isto é, observa.

Eis aí duas coisas importantes em nossa vida. O apetite não é só para a comida. Lembrar que a vida é um alimento precioso. Feliz, pois, a...

apetite viver autoajuda ambiente de leitura carlos romero

Eis aí duas coisas importantes em nossa vida. O apetite não é só para a comida. Lembrar que a vida é um alimento precioso. Feliz, pois, aquele que não é inapetente para a vida. Mas lembrar, desde já, que apetite não deve se confundir com gula. Gula é o abuso do apetite.

Eis aí uma pergunta para o leitor. Decerto, você dirá: claro que o mundo está melhor em comparação com o passado. Outrora, dominava a esc...

guerra fome escravidão pragas ambiente de leitura carlos romero

Eis aí uma pergunta para o leitor. Decerto, você dirá: claro que o mundo está melhor em comparação com o passado. Outrora, dominava a escravidão, o homem levando chicotadas, o sangue correndo pelas costas, que horror! A peste corria solta pela vida, matando as pessoas. E que dizer da ignorância? Não havia escola, não havia ainda a imprensa, por conseguinte o livro. Luz, nem falar. Dominava a escuridão. E a falta de higiene? Imperava a imundície. Nada de civilização e, sim, barbárie. E naqueles primitivos tempos era só isolamento. Nada de comunicações. A fome era grande. A guerra, uma constante.

Como esse bicho fumacento, o cigarro, tem matado gente! Agora mesmo o nosso Lula, tão moço ainda e com tanto tempo sobrando para continua...

fumar vicio droga ambiente de leitura carlos romero

Como esse bicho fumacento, o cigarro, tem matado gente! Agora mesmo o nosso Lula, tão moço ainda e com tanto tempo sobrando para continuar servindo ao nosso país, está à beira da morte, no melhor hospital do Brasil, não lhe faltando nada em medicamentos e conforto. E eu sempre desconfiava daquela rouquidão. Tanto é assim que, certa vez, disse para a minha Alaurinda: esta rouquidão do nosso presidente deve ser em decorrência do fumo. Os fatos vieram depois confirmar a minha sentença.

Ter muitos anos de existência não é castigo, e sim, prêmio. Mas há um preço para quem é longevo. O da responsabilidade. E a verdade é que t...

envelhecer alegria sabedoria sorriso ambiente de leitura carlos romero

Ter muitos anos de existência não é castigo, e sim, prêmio. Mas há um preço para quem é longevo. O da responsabilidade. E a verdade é que todo mundo deseja ter muitos anos de vida, pois, nas festinhas de aniversário, costuma-se cantar aquela modinha que termina desejando ao aniversariante “muitos anos de vida”. Horrível se a modinha desejasse ao aniversariante poucos anos de existência.

Diz o ditado que quem espera sempre alcança. Será? Sei não. Só sei que poucos sabem esperar, esquecidos de que a paciência é uma virtude....

aeroporto espera cansaço viagem ambiente de leitura carlos romero

Diz o ditado que quem espera sempre alcança. Será? Sei não. Só sei que poucos sabem esperar, esquecidos de que a paciência é uma virtude. Uma difícil virtude. Mas a vida está a todo instante testando a nossa paciência. Estão aí os engarrafamentos do trânsito, estão aí as filas. Poucos, porém, sabem esperar com tranquilidade, humor e sabedoria. E como não sabem esperar, haja irritação, haja palavrão, haja protesto, esquecidos de que os outros também estão aguardando a sua vez, que todos estão testando a sua paciência, e viva a arte de saber esperar.

Todo mundo pode dormir no avião, menos o comandante, que a gente só vê quando ele passa, no aeroporto, elegante na sua farda azul escura,...

piloto aviao comandante viagem ambiente de leitura carlos romero

Todo mundo pode dormir no avião, menos o comandante, que a gente só vê quando ele passa, no aeroporto, elegante na sua farda azul escura, com várias fitas douradas no braço e acompanhado das jovens comissárias de bordo. Em geral vão todos sorrindo como se não fossem para o trabalho, lá em cima. Trabalho nada mole, mas muito duro. Elas servindo e atendendo os passageiros e ele trancado na sua cabine, que a gente não vê, sozinho, com o copiloto, atropelando nuvens, indiferente às estrelas do céu e atento a tudo que ocorre no painel e em torno da aeronave, seu instrumento de trabalho.