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PINTANDO O OUTONO
Andei colorindo as folhas de meu outono cinzento não sei ainda se aguento essas cores, acres, ocres folhas secas pelo chão um tapete adormecido sussurram em um gemido sofrendo a ingratidão dos que um dia partiram sem aviso, sem adeus desertaram assustados ao constatarem frustrados as voltas que o mundo deu... Dos que hoje esqueceram do carinho recebido palavras em seus ouvidos de estímulo e de ternura partiram amargurados e com línguas afiadas me infringindo tortura dos que partilharam um dia dos banquetes coloridos hoje me negam o pão da vida, dando-me a morte das relações em pedaços mãos soltas sem direção procurando outros braços que lhes deem mais atenção estão sempre a procurar outros ombros, outros olhares vivem a vida a usurpar espoliar sem remorsos esquecem a alteridade a empatia também e nessa busca infrene deixam dores lancinantes deixam corações duros com medo de amar alguém deixam mentes revoltadas deixam muitos pelas estradas amargurados, por fim mas hoje vou colorir as folhas que um dia deixaram descoloridas pra mim!
FOLHAS DE OUTONO
Estou a colher as folhas de outono são ocres, são pardas não sei quais seus nomes só sei que em tempo já adrede pensado e bem calculado será primavera... E minha espera das flores em cor botões se abrindo como nosso amor espero que os homens controlem a avareza pois vejo a tristeza em seus rostos pálidos espero que os mesmos controlem a ira eis que qualquer dia serão seus vassalos estou a esperarpor dias mais claros com o sol teimando em iluminar nosso rosto triste por dores acerbas por duras tristezas e feia cobiça não há quem assista aos noticiários com os seus rosários de tristes notícias escândalos, mortes os crimes hediondos parece um estrondo em nossos ouvidos... São os matricídios movidos por filhos que pensam no brilho das moedas que um dia seus pais trabalharam com tanto afinco para lhes deixarem de herança um dia mas a afazia, ganância atroz a pressa feroz não os deixam esperar que os seus pais partam para lhes deixar o ouro que um dia pensaram em juntar como garantia para seu futuro mas qual o futuro de um matricida? senão a prisão nos cárceres do estado mas se escaparem com seus corpos livres não há quem os livre da dura prisão de sua consciência eis que o tribunal consciencial, será seu martírio.


I
Meu coração é teimoso ele sonhou no verão sonhou na primavera no outono... E quando deveria se aquietar no friozinho do inverno, ele sonha mais ainda é o tempo de rever prioridades organizar as gavetas descartar os objetos desnecessários as relações tóxicas murmúrios e ingratidões é tempo de artesania passar horas e horas no mesmo ofício procurando focar no importante nos afetos, nos olhares, nos silêncios cheios de som é o tempo da leitura não apenas dos livros dos periódicos mas acima de tudo, da natureza que sempre esteve ali com suas maravilhosas lições No inverno, meu coração ganha força chora com intensidade alegra-se com a verdade que tentamos esconder para agradar aos demais.
II
Como misturo as estações... a razão de tal mistura, não sei bem talvez por entender que me convém eis que as tais das estações também são minhas. Quando estão na primavera, sou outono Os verões chegam pra tantos, sou inverno uns amigos estão no céu, eu no inferno O paraíso para alguns, meu purgatório Já cansei de reza em vão, Objugartorias.

Vânia de Farias Castro é advogada e poetisa

Dizem que perdoar é ato dos fortes. Não duvido, eis que guardar ressentimentos é bem mais comum em nosso comportamento. Ressentimento sig...

Dizem que perdoar é ato dos fortes. Não duvido, eis que guardar ressentimentos é bem mais comum em nosso comportamento. Ressentimento significa sentir novamente, e geralmente cultivamos o hábito de trazer aos nossos painéis mentais sentimentos negativos vivenciados em algum momento de nossas vidas, bem como as pessoas ou grupos que responsabilizamos por tais eventos.

Talvez por estarmos mais habituados a nos comprazer com a dor, decepção e mágoa, por algum atavismo cujos meandros não serão objeto desta reflexão, (por se tratar de assunto complexo e controverso), ou pelo simples fato de não cultivarmos com a mesma disposição a gratidão.

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Na terra, somos invariavelmente visitados por um número incontável de decepções e dores, desgostos, medos e frustrações, mas também por outro número, talvez bem maior de momentos de alegria, felicidade, conquistas, demonstração de amizades, solução de conflitos e êxito, em alguns inúmeros tentames.

Não nos referimos tão somente aos êxitos materiais, mas também as vitórias sobre nossos vícios, falhas e defecções.

Não temos a pretensão de analisar com profundidade e/ou abordar a necessidade do perdão, como proposta religiosa, ou de evolução espiritual, na busca da passagem para um céu, nirvana ou paraíso, a depender da cultura. Mas tão somente pelo prisma da saúde mental, física e emocional.

Na prática do ressentimento, cultivamos invariavelmente a mágoa, que etimologicamente quer dizer má água. Se observamos o percurso de um córrego ou fonte cristalina, os movimentos do mar ou dos rios, percebemos que os mesmos, além da beleza e fonte de nutrição e hidratação, carrega em suas entranhas uma variedade de seres vivos, quer sejam vegetais, minerais ou animais, e pela força do movimento arrastam, para suas profundezas, ou para superfície, os corpos mortos, carregados de vibriões, larvas, fungos e bactérias.

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Pelo contrário, a água parada, serve de reserva de insetos, animais e vegetais mortos, que certamente têm sua função em a natureza, mas geralmente causa inúmeros males à saúde e bem estar do homem.

A mágoa, pode ser associada a um pântano ou lago, com suas águas, pestilentas e insalubres, e em alguns casos, periculosas, como as que estão carregadas de lixos tóxicos ou resíduos indústrias, causando enfermidades, deformações fetais e morte. E estas condições são agravadas pela ausência de movimento, ou seja, por estarem paradas. O ressentimento, que vem posteriormente à mágoa, apresenta uma estrutura funcional semelhante. De tanto trazermos à nossa mente imagens de eventos dolorosos, traumáticos e frustrantes, bem como a raiva das pessoas eventualmente partícipes ou causadoras desses eventos, essas imagens se sedimentam dando lugar à mágoa que, à semelhança de ferrugem, ou qualquer elemento cáustico, vai, aos poucos, corroendo nossas resistências físicas, mentais e emocionais.

Quando nos dispomos a perdoar, ou seja, desculpar ou compreender os limites do outro, tentando resignificar a dor que causou o trauma, fazemos um movimento análogo ao dos rios e mares, jogando para a supercie de nossa consciência, iniciando um processo de recolhimento daquele lixo mental que hora nos intoxica. Ou jogamos para as profundezas de nossa memória, de forma a não permitir que a dor seja experienciada cada vez que à lembrança visite nossos painéis mentais.

Merlijn
Não se trata de processo fácil, portanto não podemos nos iludir e realçar essa dor, fazendo uso de muletas psicológicas que podem vir a piorar nosso quadro, podendo, num momento ou outro, quebrar as comportas que impediram o escoamento dessas águas e causar um destrambelhamento em nossas já frágeis resistências, levando-nos às fugas espetaculares, através do abuso de drogas lícitas ou ilícitas, sexolatria, entretenimentos perigosos ou isolamento social, e até mesmo ao autocídio, ou suicídio.

É um processo que exige, vontade, perseverança e calma, eis que na natureza nada acontece de assalto.

Se o outro não aceitar o nosso perdão, não nos diz respeito, posto que perdoar nos tirará dos grilhões do ódio ou da mágoa, e essa alforria é pessoal, não dependendo da aprovação ou aceitação do outro.

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Também não significa que refaçamos os líamos que foram quebrados, ou desrespeitados, ou que esqueçamos o ocorrido, afinal não se trata de amnésia ou Alzheimer, mas tão somente de deixar o evento no passado, lugar de onde nunca deveria ter saído.

Caso seja necessário, procuremos ajuda profissional ou mesmo religiosa, isso claro, sem fanatismo ou candidatura à santificação, para não adentrarmos num processo também grave, que é o da negação ou hipocrisia, pois esse tipo de ferrugem corrói nossa estrutura psíquica de dentro para fora, e não o contrário.

Viver é preciso, e viver de forma leve, sem mágoa ou ressentimentos desnecessários.

Vânia de Farias Castro é advogada e poetisa

Criei uma ilha só pra mim do deserto dos homens me isolei só queria avisar que me encontrei ao contato comigo, desejei que...

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Criei uma ilha só pra mim do deserto dos homens me isolei só queria avisar que me encontrei ao contato comigo, desejei que outros homens também se descobrissem. Eu andava assombrado e muito triste ao olhar para o mundo em desespero a cobiça assolando qual vespeiro à procura da luz, sem a tocar

Questão de Estilo, Mesmo assim... ando meio atrapalhada mas continuo caminhando ditaram-me alguns padrões para encaixar me...

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Questão de Estilo,
Mesmo assim... ando meio atrapalhada mas continuo caminhando ditaram-me alguns padrões para encaixar meus sonhos eles fugiram assustados não gostaram desses planos Falaram pra eu não usar roupa curta no inverno outra com nome de artista disse pra eu não usar terno assim eu fico confusa o que usar nesse inferno?