A poesia de Augusto dos Anjos tem sido objeto de múltiplas avaliações. A riqueza imagística, a erudição inesgotável e a profundidade psico...

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A poesia de Augusto dos Anjos tem sido objeto de múltiplas avaliações. A riqueza imagística, a erudição inesgotável e a profundidade psicológica, entre outros atributos, fazem com que os críticos a vinculem aos mais variados sistemas e crenças. Há quem veja o poeta como ateu, místico, espírita, filósofo e até, paradoxalmente, como um seguidor do ideário positivista.

Depois da safra do caju, no rastro das primeiras chuvas do ano, nossos olhares estavam direcionados às jabuticabeiras existentes no sítio....

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Depois da safra do caju, no rastro das primeiras chuvas do ano, nossos olhares estavam direcionados às jabuticabeiras existentes no sítio. Ao veranico de janeiro, essa fruteira logo dava resposta com saborosos frutos que recolhíamos dos galhos ao alcance das mãos. Frutos que fazem-me lembrar a cabocla Grabriela, menina de olhos amorenados, que admirava com desejo ajuizado.

Em verdade, os tons de harmonia e tranquilidade da paisagem apolínea cultivada desde a Grécia clássica, atualizados hoje, no cinema, seduz...

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Em verdade, os tons de harmonia e tranquilidade da paisagem apolínea cultivada desde a Grécia clássica, atualizados hoje, no cinema, seduzem pela sua promessa de felicidade, num paraíso celestial, a salvo dos conflitos e violências. A máscara de Apolo (deus da razão e da beleza) conquista pela sua aparência de perfeição e integridade: o apolíneo, em sua platônica frieza e distanciamento, atrai estranhamente pela sua aparência sublime e majestosa.

Quem afirma é Rosa Freire D’Aguiar, viúva de Celso Furtado, no prefácio do livro Correspondência Intelectual – 1949-2004, organizado por e...

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Quem afirma é Rosa Freire D’Aguiar, viúva de Celso Furtado, no prefácio do livro Correspondência Intelectual – 1949-2004, organizado por ela e recentemente publicado pela Companhia das Letras: “Em 1975, tendo recuperado os direitos políticos cassados por dez anos, ensaiou uma volta para o Brasil. A convite da Universidade Católica de São Paulo, lá esteve por um semestre, responsável por um curso sobre economia do desenvolvimento. Era a primeira – e seria a última – vez que lecionava numa universidade brasileira”. Veja só.

cinco poeminhas de chuva * (* para meus sobrinhos pequeninos joão vítor e gabriel luís ) 1 sem problemas raios e...

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cinco poeminhas de chuva* (*para meus sobrinhos pequeninos joão vítor e gabriel luís) 1 sem problemas raios e trovões iluminam meu poema 2 se chove maior o escarcéu joao fotografa o mundo pedro lava o céu 3 no dilúvio nenhum sofrimento noé só viu chuva de vento

“O futuro pertence à jovem guarda, porque a velha está ultrapassada”. A essa frase de Lênin se atribui o motivo do nome dado ao movimento...

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“O futuro pertence à jovem guarda, porque a velha está ultrapassada”. A essa frase de Lênin se atribui o motivo do nome dado ao movimento musical e comportamental, liderado por Roberto Carlos, na década de sessenta. Tudo começou em 1965, com o programa de televisão que recebia esse título, realizado nos domingos à tarde no auditório da Record, em São Paulo. Era visto ao vivo pelos paulistas e assistido dias depois em vídeo tape nas demais capitais do país. Apresentado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa, o programa obteve tanto sucesso que se transformou num fenômeno nacional.

"Se nossas vidas são dominadas pela busca da felicidade, talvez poucas atividades revelem tanto a respeito da dinâmica desse anseio ...

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"Se nossas vidas são dominadas pela busca da felicidade, talvez poucas atividades revelem tanto a respeito da dinâmica desse anseio — com toda a sua empolgação e seus paradoxos — quanto o ato de viajar. Ainda que de maneira desarticulada, ele expressa um entendimento de como a vida poderia ser fora das limitações do trabalho e da luta pela sobrevivência. Mas raramente se considera que as viagens apresentem problemas filosóficos — ou seja, questões convidando à reflexão além do nível prático. Somos inundados por recomendações sobre os lugares para onde viajar, mas pouco ouvimos sobre como e por que deveríamos ir — embora a arte de viajar pareça evocar naturalmente uma série de questionamentos nem tão simples ou triviais, cuja análise poderia contribuir, de forma modesta, para uma compreensão daquilo que os filósofos gregos chamavam lindamente de eudaimonia, ou desabrochar humano".
Alain de Botton, A Arte de Viajar

Outro dia, conversando com sobrinhos que moraram em Florença por um ano (onde fizeram pós graduação), e ouvindo-os falar de viagem e todas as facilidades de hoje, (alugar carro, blogs turísticos, GPS, Google Maps, reservas antecipadas, etc), fiquei a pensar como era viajar no século passado, antes de se ter a vida digital. E assim do nada, comecei a contar estórias pitorescas e me dei conta de que eu sou um ser em extinção, e naqueles tempos, era louca e aventureira, aliás o mundo, por se lançar nos mapas, sem mapas ou quaisquer senso de orientação, não era para qualquer um, ainda mais uma!

Lembrei de quando fui a primeira vez à Europa, em 1975, para estudar Inglês em Londres. Depois de um mês, fui viajar por Paris, Estrasburgo, Zurique, Berna, Lucerna, Roma, Florença, Barcelona e Lisboa.
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Tudo isso em dois meses de voos, trens, ônibus e sonhos. Como não tínhamos roteiro pré-estabelecido (somente uma passagem aérea bem grossa em papel, travels cheques e um passaporte não válido para Cuba!), tudo era pelo mapa da intuição ou conhecimento prévio de jovens curiosos.

Não possuíamos o savoir faire de viajar, mas na precariedade da experiência, tínhamos muitas malas. Não resisti aos mercados londrinos e me enchi de túnicas indianas de espelhinhos! O companheiro de viagem, de livros de arte e pincéis e tintas e papel couché. Aprendi aí que, não se pode andar com tantas malas! Deixávamos essas benditas no aeroporto e numa malinha fazíamos as mudas para aqueles 5/6 dias nos lugares. Era inverno, então imaginem nesses tempos a aventura o que era vestir pullovers emprestados das primas, casacos que nem sempre estavam na moda, e gorros ridículos! Mas, o conforto era preciso.

Por conta dessa “operação aeroporto”, sempre chegávamos horas antes dos voos para poder trocar as mudas de roupa suja com as limpas. Sim , lavamos roupa na pia do hotel, com sabão de coco que minha mãe cuidadosamente me indicava. Uma vez, queimei um suéter lindo emprestado porque tinha colocado-o para secar no aquecedor do quarto. Cada uma! Pela falta de dinheiro, sempre escolhíamos a hora dos voos em hora de almoço ou jantar... filar a bóia era preciso. Nos voos da Panair!

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Viajar era para os fortes, e a vida toda os governos dificultavam a vida. Nessa viagem mesmo, existia uma lei que nos obrigava a depositar 12.000 Cruzeiros por um ano no banco. E depois disso, com a inflação galopante, perdíamos tudo.

As quantias eram parcas e por isso em Paris, era Crepe Suzette sempre com uma taça de vinho, nada de água ou café… Numa noite extravagante – um prato de frutos do mar com os mariscos saltitantes e uma taça de vinho branco. Éramos pobres e sabíamos!

Chegávamos na cidade, íamos à estação de ônibus (porque era onde havia hotéis mais baratos), fazíamos check-in, e, depois de ter o mapa da cidade, escolhíamos os locais de visita e imaginávamos quantos dias seriam suficientes para aquele programa. Aí vinha a operação mais complicada. Fazer as contas de quanto dinheiro iríamos precisar.
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Em tempos de Libra, Franco Francês, Suiço, Lira, Pesos e Escudos, tínhamos que entender de câmbio para não trocar demais nem de menos, ainda mais com as moedas – gastávamos as restantes no aeroporto, com chocolate, sempre com prejuízo daquelas que teimavam em não comprar nada e viravam souvenir nas gavetas.

O dinheiro era curtíssimo, e comíamos na maioria das vezes nas estações de trem. Lembro que, em Zurique, falávamos bóia dos ferroviários, um PF barato e bom. Só não usávamos os macacões. E quando passeávamos nas Strasses, a contemplar os Trams, a distinção de classe era gritante. Aquele povo chique de casacos de peles, e nós com nossas roupinhas caseiras e disformes. Mas o desejo de conhecer o mundo era tanto, que tudo parecia pouco diante da felicidade de jogar moedas na Fontana de Trevi, sentar nos Boulevards de Paris, ou saborear um éclair pelas ruelas medievais de Estrasburgo. Virávamos os lugares pelo avesso. Museus, praças, livrarias, Mercados das Pulgas (para enlouquecer), um crepe ali, uma taça acolá, uma sopa de cebola, uma oração na Catedral Westminster, um assobio em Roma, um beijo na ponte de Florença. Tudo me dilatava a pupila. Com ou sem moeda local!

Sem mapa, nem planejamento prévio, nos lançávamos no abismo do desconhecido. Na Suiça, subimos até Greendwald, nos Alpes, e por estar vestidos inadequadamente, ficamos cegos diante da luminosidade da neve; não tínhamos conhecimento cultural daquelas cidades e por vezes descartávamos programas importantes; fiquei boquiaberta diante de uma paisagem de inverno em Interlaken – Montanhas nevadas, lagos e pinheiros iguais aos calendários que mamãe pendurava na cozinha.

Em Berna, me senti um brinquedo de filme de Pinóquio; em Lisboa fui ao cabeleireiro e fiz um permanente; em Roma comprei um óculos para me parecer com Sophia Loren ; em Londres um casaco jeans comprido que me dava um ar grunge e alternativo. Nada de Galeria Lafayette; nada de marcas; nada de make up; nada de nada. Quando entrei na Harrod’s em Londres, senti-me amiga da Rainha! E saí por aquelas portas giratórias imaginando uma vida de princesa. Mas a minha terminava logo ali.

Na Ponte de Waterloo, eu olhava para a Torre de Londres e pensava em Ana Bolena. Minhas aulas de História do Lyceu de Tambiá! E de scone em scone eu seguia pelo mundo, sem lenço, sem documento, e sem nenhuma organização maior para me lançar nos espaços alhures e, quem sabe, intuir o tamanho desse mundo.

Entrei em muitas roubadas viajando no século passado. E também em estórias pitorescas: encontrei Paul & Linda McCartney nas calçadas de Bristol; dormi num quarto comunitário para caixeiros viajantes em Cuzco-Peru; meu ônibus engalhou numa ribanceira em Chichicastenango na Guatemala,
e entrei em pânico achando que iria cair das alturas: avistei um ciclone por essas mesmas estradas; tomei vinho Alsaciano em Colmar; peguei metrôs de madrugada em Londres para buscar cunhado (Sérgio Tavares) na estação de Vitória Station, e tive medo de encontrar Jack, o estripador; subi as colinas em Pisa-Peru, e andei de carona na boleia de caminhão junto às Cholitas e aquele francês lindo com um chapéu mais lindo ainda; passei um ano novo nos Alpes Suiços (Goretti & Alain Antille), tomando quentão com pão feito pelos esquiadores que, com suas tochas, anunciavam o ano gelado! Comi marmota, um bichinho peludo que tem pele luxuosa para casacos; dancei muito nas noites Londrinas nos clubbers dos anos 70 e tantas coisitas...; fiquei muda no Sena e diante do Arco do Triunfo; Place de Vosges! Os vitrais da Catedral de Chartres; as rezas das mesquitas em Istambul; o Mar Egeu das Ilhas Gregas e meu topless of my own em Mikonos – Zorba era eu! Com Moussaka e Tzazique na mesa e octopus grelhado; meu espanto nas águas do Bósphorus; minha loucura no Grand Bazaar e todas as granadas e véus – meu saruel de florzinhas! Meu passeio de burro pelas ladeirinhas abissais da Ilha de Ios, Santorini! E suas ruelas brancas e igrejinhas azuis; as cerâmicas eróticas que compramos no México – Puebla, Antígua, pirâmides e um certo anel de ônix e Lápis-lazúli.

A minha bagagem gigante sempre vinha abarrotada de cartões, mapas, souvenirs de tickets e outras lembranças das casas de escritores, quadros famosos, ou música flamenca! Um vidrinho de curry, um chá breakfast , uma matrioska de Praga e o desejo de voltar em tantas cidades divinas e maravilhosas. Cidades que eu não tinha mapa nem direção, somente o olhar, o sentir, o perder pelas ruelas de Veneza e avistar uma gôndola acolá. Anônima Veneziana eu era!

Hoje, quando vejo as viagens, excursões e tantos planejamentos, fico a lembrar, até com uma certa nostalgia, o acaso que era se lançar no mundo. Ficar sem notícias de casa, dos medos de que alguém morresse na minha ausência (e morreram muitos!), do olhar arregalado do meu pai vendo aquela menina que gostava dos países, das línguas e do des-conhecido para além de Goiana.

Ao término da conversa com meus sobrinhos Raphael, Bartyra e Samuel, fiquei viajando nas minhas memórias viajantes. Tantas!

A visita noturna, indesejada, inoportuna e impostora, porém, infalível. Ao penetrar a madrugada, ela desperta e bate à porta, esmurra a ja...

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A visita noturna, indesejada, inoportuna e impostora, porém, infalível. Ao penetrar a madrugada, ela desperta e bate à porta, esmurra a janela, como pedrinhas indiscretas, como pancada de chuvarada. Por esses tempos, nem é tão fria, mas arrepia a alma que pede coberta para o corpo. De mansinho retira o sono da cabeça, coloca mil coisas ao perfurar o crânio. São sonhos irrealizáveis, concretos na abstração da escuridão madrugável, exercício inútil de alterar fatos, mover corpos, montar sorrisos.

O leite era escasso. O que remiu o lactente de 87 anos atrás foi a cabra preta de seu Emídio, morador com casa um pouco acima da várzea de...

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O leite era escasso. O que remiu o lactente de 87 anos atrás foi a cabra preta de seu Emídio, morador com casa um pouco acima da várzea de cana. Como todo dono de engenho, meu pai pagava mal os dias de sujeição da semana, mas com ele cada morador tinha seu hectare de subsistência. Farinha é que não faltava. Outra: “Comida de panela não faz o gosto desse menino” – era o que eu mais ouvia. Talvez fosse a falta de gosto ou o mesmo gosto da carne que minha mãe torrava.

Meu amigo Germano, nesse pouco tempo em que nos conhecemos, constatei que temos algumas coisas em comum. Uma delas é o amor pelas viagens....

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Meu amigo Germano, nesse pouco tempo em que nos conhecemos, constatei que temos algumas coisas em comum. Uma delas é o amor pelas viagens. Nada sei de sua relação com Roma, essa cidade que adoro, pela sua história, por ser um museu a céu aberto, por cada centímetro de seu chão estar marcado pelas decisões que mudaram a face do ocidente. Roma é caso único, na história da humanidade, de uma cidade de origem pastoral que dominou o mundo e ditou até a maneira de contarmos o tempo. Haverá tempo para falarmos dela.

A Doutrina Espírita, ou Espiritismo, ensina que Jesus é o Espírito mais perfeito que Deus enviou à Terra, o Messias ou Mensageiro divino,...

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A Doutrina Espírita, ou Espiritismo, ensina que Jesus é o Espírito mais perfeito que Deus enviou à Terra, o Messias ou Mensageiro divino, Guia e Modelo da nossa Humanidade. [1] Ao ponderar essa informação, transmitida pelos orientadores espirituais, Allan Kardec, o codificador do Espiritismo pondera:

Há poucos dias (em 16 de abril), fez cem anos do nascimento do compositor Luiz Antonio. Muitos vão ouvir falar, aqui neste texto, pela pri...

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Há poucos dias (em 16 de abril), fez cem anos do nascimento do compositor Luiz Antonio. Muitos vão ouvir falar, aqui neste texto, pela primeira vez, no nome daquele que foi, nas décadas de 1950 e 1960, um dos principais compositores da nossa música popular. A data passou sem qualquer registro na mídia cultural do país, como escreveu, indignado, Ruy Castro, uma semana depois, em sua coluna publicada na Folha de São Paulo que, assim, principiava:

João Cabral de Melo Neto repetia à exaustão que existem dois grupos distintos de poetas: os que escrevem por excesso de ser e os que es...

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João Cabral de Melo Neto repetia à exaustão que existem dois grupos distintos de poetas: os que escrevem por excesso de ser e os que escrevem por carência de ser. Os primeiros, conforme o autor de “A Educação pela Pedra”, articulam um discurso caudaloso, torrencial, sempre na primeira pessoa do singular, enquanto os últimos são comedidos, avaros, no que diz respeito às efusões líricas, além de converterem o poema num complemento, num acessório, num ponto de equilíbrio que lhes confere uma certa sensação de completude.

Está completando dois anos (28.04.2021) da passagem do soldado da Polícia Militar do Estado da Paraíba Antônio Augusto da Silva, o não me...

Está completando dois anos (28.04.2021) da passagem do soldado da Polícia Militar do Estado da Paraíba Antônio Augusto da Silva, o não menos famoso e conhecido por toda população pessoense pela alcunha de “Apito de Ouro”.

Parceiro em um trabalho integrado ao trânsito da capital da Paraíba, ficou conhecido pelas suas mungangas, mas também pela sua abnegada atuação, como um bom soldado de trânsito que era e que, simultaneamente, contribuiu para o ordenamento e a segurança no trânsito das vias da nossa querida Jampa.

Suas atuações chamavam a atenção dos motoristas e transeuntes, pedestres em circulação, os quais recebiam, além das ordens do apito, as suas orientações de disciplina, de uma forma maneira, branda, educada, atraente e até divertida.

Alguns outros se notabilizaram no mundo e foram também especiais, pela atuação e forma, adotando um padrão atípico da função exercida.

Temos conhecimento de algumas outras histórias, a exemplo do soldado Castelo, Guarda de Trânsito em Ribeirão Preto, que tinha um espírito humanista, e que sobressaiu no exercício de sua profissão, não apenas orientando o fluxo de veículos, imprimindo a paz e a ordem no trânsito, mas que também tinha o respeito especial aos velhinhos, para os quais tinha uma atenção diferenciada e um tratamento notório de desvelo.

Outro profissional de trânsito – salvo engano - existiu no Peru. Esse ficou conhecido por um gesto marcante que andou circulando por toda a América Latina: Uma moça, no trânsito, ficou preocupada, quase desesperada, ao ver que uma gatinha de um mês de vida ia ser esmagada por um ônibus. Quando observou tamanha preocupação da moça, imediatamente, dirigiu-se a ela e se expressou assim:

– Fique aí, deixe que eu cuido disso!

Num flash de segundos, parou todo o trânsito da avenida e salvou a gatinha. Colocou a felina na mão da moça que havia ficado em prantos. Recusou-se a receber qualquer recompensa e optou por não revelar a sua identidade, voltando a trabalhar normalmente.

Não sei se caberia ao Carlos Lacerda, no livro “A Casa do Meu Avô”, esse fato ser chamado de “pequeno nada”. Não sei. Tenho só a certeza de que são essas as pequenas atitudes com as quais o homem consegue ser melhor e indispensável ao convívio da humanidade. Que mal fazem, às vezes, essas blitze que só visam o interesse de arrecadação, explorando o cidadão, e que tanto esquecem o lado educativo, didático, humano, para tornar mais calmas e práticas as voltas que o mundo dá, e menos estressante a roda viva dessa vida meio insana? Seria outra realidade se a importância do respeito às regras fossem prioridade, no entanto, por meio educativo e conscientizador, para prevenir acidentes e acalmar a alma irrequieta das pessoas. - Quem já ouviu falar em um Guarda de Trânsito chamado Luizinho?

- Ele é o Luiz Gonzaga Leite, um nordestino de João Pessoa, há muito radicado em São Paulo, hoje aposentado.

Ninguém nunca foi atropelado no cruzamento do Teatro Municipal de São Paulo, diz ele, com orgulho e honra. O seu jeito criativo e inteligente de tratamento o fez ficar conhecido como o Guarda de Trânsito mais competente do Brasil. Nunca multava! Os bons resolvem a parada e não multam! Dizia que os motoristas e os pedestres eram todos seus aliados.

Mas, esse tal Apito de Ouro, meu amigo, esse foi completo em quase tudo! Mudou-se para outros mundos, outras ruas transversais, outros astrais, alamedas. Esse fantasmagórico “Apito de Ouro” foi-se com o seu último sopro, (último apito). Sem risos e sem mais as ferramentas de trabalho. Só um siso estático, apático aos sinais do tempo e de loucos ao volante que ele tratava com o seu “Gardenal” de calmaria, bem comprimido dentro do seu estado diferente de espírito.

Viajou sem multas, as quais nunca foram lavradas pelas suas mãos. Dirigiu-se num percurso isento de semáforos.

Agora, tudo azul e, por sinal, só uma lua, ainda a descrever a metáfora dos seus braços abertos, indicando e abrindo caminhos, alargando-os.

Paz no trânsito! No trânsito e na paz de Deus!!!

Antigamente, na nossa infância, depois do jantar brincávamos na rua até as 9 horas. Depois fazíamos um lanche e subíamos para o quarto, pa...

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Antigamente, na nossa infância, depois do jantar brincávamos na rua até as 9 horas. Depois fazíamos um lanche e subíamos para o quarto, para ler até adormecer, ouvindo num velho rádio músicas maravilhosas do programa Ritmos da Panair: Tommy Dorsey, Trio Irakitan, Glenn Miller, Orquestra Tabajara, Ray Conniff... Mais tarde, quando se recolhia, o nosso pai apagava a luz e desligava o rádio.

bem que cravo branco trouxe antiga lapela cravada no bolso raso do paletó bem cortado no alfaiate do ano lá se foi de bibi...

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bem que cravo branco trouxe antiga lapela cravada no bolso raso do paletó bem cortado no alfaiate do ano lá se foi de bibicleta volteando pela calçada o homem nela montado exibindo a elegância do corte da roupa nova descendo a rua apinhada