Prezados leitores, antes de darmos prosseguimento com a nossa série sobre o perfil da sociedade da antiga Paróquia de Nossa Senhora das...

escravidao brasil batismo criancas escravas orfas
Prezados leitores, antes de darmos prosseguimento com a nossa série sobre o perfil da sociedade da antiga Paróquia de Nossa Senhora das Neves, antiga Parahyba, atual cidade de João Pessoa, com base no Livro de Registros de Batizados do ano de 1833, precisamos trazer algumas correções referentes à publicação anterior com as contribuições de Padre Vitor Pereira, sacerdote Greco Católica-Melquita, Doutor em Direito pela UERJ e meu confrade do Instituto dos Advogados Brasileiros.

A Francisco Gil Messias O que é ser avô? Quais os encargos e privilégios de exercer, digamos, a “avoíce”? Ser guiado pelos netos, ...

victor hugo netos ser avo
A Francisco Gil Messias

O que é ser avô? Quais os encargos e privilégios de exercer, digamos, a “avoíce”? Ser guiado pelos netos, tê-los como a sua nova aurora e, assim, remoçar e renascer em cada um deles. Renascer, menos por persistir como continuidade genética, mas por encontrar neles a sua própria vida, no novo rebento que ali floresce, cujo alicerce é a sedutora inocência, despertada pela doçura do amor e de

Nunca me arrependi do que fiz, só me arrependo do que não fiz. Entre os piores arrependimentos da minha vida coloco em destaque nunca ...

Nunca me arrependi do que fiz, só me arrependo do que não fiz. Entre os piores arrependimentos da minha vida coloco em destaque nunca ter ido me consultar com o Professor Zartur. Sempre que eu descia pela rua Santo Elias e via aquela casa situada à esquerda logo depois da Justiça do Trabalho com dezenas de animais empalhados expostos nas paredes no terraço batia uma vontade enorme de procurar o taxidermista que realizava aquele macabro trabalho, até que um dia me disseram tratar-se da casa do professor Zartur, famoso por prever o futuro, inclusive mantendo um programa de rádio nas madrugadas pessoenses.

Boate do Elite, Cabo Branco, Manaíra, Bessa, Última Sessão, Inglaterra, UFPB, Mulher e Literatura, Feminismo, Escrita Feminina, Poes...

vitoria lima amizade muricocas miramar
Boate do Elite, Cabo Branco, Manaíra, Bessa, Última Sessão, Inglaterra, UFPB, Mulher e Literatura, Feminismo, Escrita Feminina, Poesia, Brechós, Livrarias, Carnavais, Muriçocas do Miramar, Cafuçus, CoisadeMulher, Hotel Globo, parir, vida, morte, despedidas, Florais de Bach, Harold Pinter - The Caretaker, Anayde Beiriz, Sonhos de Verão, Tragédia, Cinema, cervejas, Baixo Tambaú, filhos, maternidade, amores, traições, términos de relação, casamentos, Anos 70, 80, 90, 2000. Perder pai, mãe, filho, irmão, marido, ex-marido. Arte. Vestidos. Comidas. Vinhos”. Essa seria uma colcha de retalho resumida do nosso cenário de amizade.

vitoria lima amizade muricocas miramar
Vitória Lima
Vitória Lima, professora, poeta, amante do carnaval e fundadora do bloco Muriçocas do Miramar, e eu fazemos parte de um grupo de amigas, o CoisadeMulher, que começou nos tempos de e-mail, e hoje estamos em whatsapp. Ali, a gente canta, dança, discute política, poesia, aquarelas, fantasias, comportamento, vida das mulheres, viagens, receitas de todas as comidas e dicas de serviços domésticos. Isso já acontece há mais de 20 anos. Nos reunimos nos aniversários. No final do ano. Nos afagamos. Nos ajudamos quando estamos frágil ou doentes. Ou lépidas e faceiras. E assim caminham os dias.

No último dia 19/02, as amigas Rosário Bezerril, Alba Fernandes, e Thais Gualberto (filha de Vitória), e mais nós outras, nos reunimos no Brechó Volver (de propriedade de Rosário) para homenagear Vitória, numa chamada “Quarta Feira de Lenha”: pela sua trajetória carnavalesca, mas não só. O lugar ofereceu uma exposição de fotos do Carnaval das Muriçocas, slides (eu e a minha coleção de pierrôs, arlequins e colombinas); máscaras do artista Antônio Vinagre, flauta de Fernando Pintassilgo e convidados, e mais comidinhas da Casa Caratelli. Vitória pintou os cabelos de laranja para brindar à vida, recitou algum dos seus belos poemas, recebeu abraços, e passou batom. Tudo isso com uma faixa bordada pelas organizadoras que dizia em purpurina: Vitória do Miramar!

vitoria lima amizade muricocas miramar
Vitória Lima @pb.gov.br
Conheci Vitória Lima no início dos anos 70. Acompanho a sua trajetória desde em que rodopiava em saias na Boate do Elite. Desde então, tenho sido testemunha e companheira de estudos, de conversas, de poemas, das tristezas, dos desmoronamentos, das escaladas das montanhas do cotidiano, na navegação dos mares das reflexões da vida, do aqui e do alhures. Pouco tempo depois, Vitória foi minha professora de Literatura Inglesa (com quem estudei Shakespeare, Harold Pinter, D. H. Lawrence, T. S Eliot); depois estudos de Mulher e Literatura (isso já na Especialização, onde fui apresentada ao conto, marco desse registro, “The Yellow Wallpaper”, de Charlote Perkin Gilman) e também, “To Room Nineteen”, de Doris Lessing, entre tantos outros títulos icônicos. Alguns anos mais, e Vitória seria minha co-orientadora na minha dissertação de Mestrado, sobre o silêncio feminino numa peça do movimento pós-guerra britânico, “Angry Young Man”. E por conta da Universidade e do Mulher e Literatura nos rodeamos de amigas comuns e hoje temos um grupo de queridas amigas dos escritos, das mulheres, e da vida também, as “Meninas Viajantes”.

vitoria lima amizade muricocas miramar
Birmingham
Georgi Kalaydzhiev
Mas foi na vida que, ficamos mais amigas e solidárias. Fomos vizinhas no Cabo Branco, eu recém-casada e ela no segundo casamento; trocávamos figurinhas das nossas experiências fora do Brasil, ela nos States, e depois na Inglaterra, e eu também na Inglaterra, a compartilhar o gosto pelo chá e pela paisagem do countryside por entre Warwick e Birmingham, e pela língua inglesa. E claro, nossas noites por entre os bares do Baixo Tambaú. Até que veio “As Muriçocas”, e aí dividimos fantasias, cerveja, frevo, as amigas comuns, e a descida ao pé do trio de Fuba. Muitos Carnavais brincamos.

Fiz o discurso em homenagem à Vitória, quando ela recebeu o Título de Cidadã Pessoense, oferecido pelo então vereador Julio Rafael (In Memoriam), meu companheiro. Como também fiz uma apresentação oral do seu livro, Fúcsia (Linha D´Água, 2007), “ Uma Loas sobre Fúcsia”. Anteriormente, ela também lançou, Anos Bissextos (A União, 1997). Hoje publicamos crônicas no jornal A União. Sempre atenta aos acontecimentos culturais da cidade, Vitória está sempre a prestigiar os artistas da terra nos seus escritos.

Vivi junto à amiga querida, duas experiências extremas na vida. Uma de vida, o nascimento da sua filha, a quadrinista, Thais Gualberto. Cheguei à sua casa e como tudo estava fechado, arrodeei, e
vitoria lima amizade muricocas miramar
Thais Gualberto e Vitória Lima
@vitoria.lima
quando cheguei à porta dos fundos, ouvi os gemidos das contrações. Vitória estava em trabalho de parto, acompanhada do marido Antônio Gualberto, da parteira e médico, pois tinha se preparado para ter a sua filha em casa, no acalanto do silêncio e da música escolhida. Fiquei quieta, junto mais Mocinha, a doméstica trabalhadora da casa, e assim respiramos juntas, arfamos juntas, fizemos força juntas, para finalmente ouvir o primeiro choro de Thais, e o nosso – não o primeiro, claro!

A outra experiência marcante foi de morte. A morte prematura e trágica do seu querido primogênito, Rodrigo Rocha. Eu havia estado com Rodrigo na véspera, e quando recebi a notícia, foi um desfalecimento. Junto com as amigas todas, compartilhamos desse processo de luto sofrido e que foi longo longo longo. Sei que a perda de um filho não tem prazo de validade. E até hoje cantarolo My Sweet Lord, uma música preferida minha, e soube depois que, de Rodrigo também.

Parabéns, todos, querida Vitória. Sei que envelhecer não está sendo fácil; a saúde, as limitações, o afastamento das ribaltas tantas da sua vida rica e diversa, mas sei também que, com a sua taça de vinho na sua varanda, com os brincos de pérola da sua trepadeira, você segue forte e atenta. Brincando o Carnaval.

Na Quarta de Fogo, mais uma vez estavas a postos na tua casa referência. E Viva a Vida!

Título: O FILHO QUE EU QUERIA TER Autora Gisele Fortes

dica leitura gisele fortes
Título: O FILHO QUE EU QUERIA TER
Autora Gisele Fortes

Não estou entre os que veem no uso largo da Internet, para entretenimento, uma forma viciante de alienação, um jeito de se isolar do...

presente passado nostalgia rede social
Não estou entre os que veem no uso largo da Internet, para entretenimento, uma forma viciante de alienação, um jeito de se isolar do mundo. Aliás, duvido de que, em outro momento da nossa existência, mesmo naquele dos olhos nos olhos, tenhamos sido tão próximos dos amigos que fizemos e daqueles dos quais prefiramos a distância.

POEMAS DO LIVRO “XXI Sombras (Editora COUSA – 2023) MELODIA Se laço ou corda me fizeram refém de sua volta, vai melodia — e...

poesia espirito-santense capixaba jorge elias neto

POEMAS DO LIVRO “XXI Sombras
(Editora COUSA – 2023)



MELODIA
Se laço ou corda me fizeram refém de sua volta, vai melodia — esse estilhaço de eternidade — (nessa revolta interminável)

“Em minhas derivas, observando os mobiliários de iluminação pública, detectei algo que sempre me incomodava esteticamente nos centr...

arte daniel hora
“Em minhas derivas, observando os mobiliários de iluminação pública, detectei algo que sempre me incomodava esteticamente nos centros mais urbanizados: a completa desordem neste tipo de equipamento, especialmente no que tange aos fios e cabos que compõem as várias redes: elétrica, telefonia, internet, etc. Dessa forma, este caos me fez refletir esteticamente sobre ele e sublimá-lo, me dando as bases que eu precisava para expurgar essa minha ojeriza pelo aspecto mal acabado dos postes e instalações elétricas tão presentes.”

O ciclo que se inicia com o Carnaval e se estende até a Semana Santa é um dos mais ricos em simbolismo e significados na cultura brasil...

quaresma pascoa carnaval reflexao interior
O ciclo que se inicia com o Carnaval e se estende até a Semana Santa é um dos mais ricos em simbolismo e significados na cultura brasileira e em diversas partes do mundo. Cada um desses momentos, embora distinto, carrega consigo um profundo legado de tradições, que refletem não apenas a história religiosa, mas também a identidade e a vida comunitária.

O "grito dos invisíveis" é uma expressão que remete à obra do jornalista e escritor uruguaio Eduardo Galeano (1940–2015), ...

grito invisiveis eduardo galeano
O "grito dos invisíveis" é uma expressão que remete à obra do jornalista e escritor uruguaio Eduardo Galeano (1940–2015), especialmente em relação ao seu compromisso com a memória da dignidade coletiva e a luta contra as injustiças sociais, assim como o embrutecimento das políticas de Estado e governo. A expressão dá voz àqueles que foram historicamente silenciados — os rejeitados, os abandonados, os desaparecidos — e denuncia o desprezo sistemático que muitas dessas vozes enfrentam nas narrativas dominantes de ódio e exclusão. Essa dor social é abordada com profundidade em seus livros As Veias Abertas da América Latina (1971), Memória do Fogo (trilogia publicada entre 1982 e 1986) e O Caçador de Histórias (2016).

Aí já é o fim da picada. Ser chamado de vovô pode parecer irônico, como também pode assumir a conotação de um chamamento afetuoso. C...

Aí já é o fim da picada. Ser chamado de vovô pode parecer irônico, como também pode assumir a conotação de um chamamento afetuoso. Certa vez, passeando com a filha caçula do segundo casamento (só foram dois os matrimônios) e alguém se dirigiu a ela: “Passeando com o vovô?”. Achei até graça e não me incomodei.

Lembro-me da primeira vez que conversei com Magno Nicolau. O ano deveria ser 2008, quando a editora Ideia funcionava no Centro da cid...

livros leo barbosa literatura paraibana
Lembro-me da primeira vez que conversei com Magno Nicolau. O ano deveria ser 2008, quando a editora Ideia funcionava no Centro da cidade de João Pessoa, em frente à Arquidiocese, se não me falha a memória. Estava eu resolvendo algo ali por perto. Procurava uma editora para publicar meu primeiro livro: Lembrança Perseverante. No afã tipicamente juvenil, entrei eufórico e quase quebrei a porta de vidro que dava acesso à mesa do editor. Recordo-me até do sorriso de Magno, bastante complacente com a minha euforia.

A lua minguante no céu do Brasil naquela noite de quarta-feira e às onze da noite o silêncio da cidade refletia-se naquele mundo de ge...

amor paixao lua minguante anos 68
A lua minguante no céu do Brasil naquela noite de quarta-feira e às onze da noite o silêncio da cidade refletia-se naquele mundo de gente que, em silêncio, abandonava o campus em busca de casa.

Foi em uma noite de silêncio no Bairro de Tambiá, já chegando à Lagoa do Parque Solon de Lucena, na casa onde eram revelados talent...

hildeberto barbosa poesia
Foi em uma noite de silêncio no Bairro de Tambiá, já chegando à Lagoa do Parque Solon de Lucena, na casa onde eram revelados talentos das artes, que conheci o poeta Hildeberto Barbosa Filho, apresentados. Momento sublimar quando lançava seu primeiro livro de poemas, “A Geometria da Paixão”, sendo eu, acanhado e desconhecido poeta, levado pelas mãos de Gonzaga Rodrigues,

Como é importante conhecer as palavras para entender as coisas que elas designam, vejamos um pouco da etimologia de “Car...

carnaval voyeur folia
Como é importante conhecer as palavras para entender as coisas que elas designam, vejamos um pouco da etimologia de “Carnaval”. Deonísio da Silva, em seu De onde vêm as palavras (A Girafa), apresenta três possibilidades. Originária do italiano carnevale, “Carnaval” primitivamente “designava a terça-feira gorda, a partir da qual a Igreja passava a suprimir o uso da carne”.

Um grande amigo do poeta Olavo Bilac desejava vender sua propriedade rural, um sítio que só lhe trazia trabalho e despesas. Ele costu...

fazenda campo sitio ponte emocional
Um grande amigo do poeta Olavo Bilac desejava vender sua propriedade rural, um sítio que só lhe trazia trabalho e despesas. Ele costumava lamentar sua falta de sorte, dizendo que suas terras apenas lhe causavam dores de cabeça e que não valia a pena mantê-las. Convencido de que palavras bem escolhidas poderiam facilitar a venda, pediu ao amigo poeta que redigisse um anúncio para o jornal,