Resenha do inesquecível Foi à boquinha da noite, Em solo paraibano, Que a Academia de Letras Celebrou nosso Ariano....

Resenha do inesquecível

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Resenha do inesquecível
Foi à boquinha da noite, Em solo paraibano, Que a Academia de Letras Celebrou nosso Ariano. Ângela, Gustavo e Carlos, Cada um com seu talento, Partilharam seus acervos Com enorme desprendimento. Corredores de memórias, Belamente emolduradas, Conduziam os visitantes Por imagens, cenas, jornadas... Ângela Bezerra regeu Com eloquente batuta Seu artigo irretocável Para deleite da escuta. A plateia mal piscava Com a desenvolta leitura, Rica em conhecimento E esmero na tecitura. Poemas, frases, citações, Ladeavam fotografias, Lentes de Gustavo Moura, Como ninguém mais poderia. Carlos Newton à distância Mandou textos preciosos Resgatados de conversas De encontros auspiciosos. As fotos selecionadas Mostravam um Ariano Em franca maturidade No próprio cotidiano; Doçura e austeridade, No semblante e nos traços, Falavam de suas histórias, Inteiras, ou em pedaços, Como janelas do tempo, Descortinando seus mundos. Ficamos ali, face a face, Eternizando os segundos... E nosso olhar ancorado No prumo das narrativas Perdia-se em suas veredas Reais e figurativas. Estética e harmonia Davam o tom da abordagem; Ora leveza no enfoque, Ora profunda sondagem. Na avidez do transcurso Sorvemos letras e imagens Cientes do privilégio De integrar essas paragens. Tanta sensibilidade Só ele compreendia, Era um universo mágico Transbordante de poesia. Nossas mentes permeadas, Por falas, gestos, manias, Dos surreais personagens Nascidos em suas elegias. Na secura do agreste, No calor da caatinga, Na brisa empoeirada E perfumes da restinga. Belezas amalgamadas Pela verve de Ariano Com sua escrita certeira E traços republicanos. Considerava anglicismos Tendências equivocadas Dos pobres de autoestima, De mentes colonizadas. Falava com grande orgulho Das tradições e heranças Do valor da nossa História Em suas aulas e andanças. Amante das suas raízes, Com sotaque interiorano, Atravessou as fronteiras O universal Ariano. Combateu o bom combate Em prol da nossa cultura No movimento armorial, Nas artes e literatura... Seu grande amor pela vida Era algo indescritível, “Em lugar de ser imortal, Preferia ser imorrível”. Dizia com graça, elegância E um jeito de ser menino, Nosso eterno Ariano Um tesouro nordestino.

Poema em homenagem à exposição de fotografias de Gustavo Moura, realizada pela professora Ângela Bezerra de Castro, na Academia Paraibana de Letras, com o apoio de Maracá Cidadania e Galeria Íris


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