T ias, tive muitas, cada uma com o seu modo de ser. Tias por parte de mãe, tias por parte de pai. Desejo escrever sobre as primeiras, com qu...

Tias, tive muitas, cada uma com o seu modo de ser. Tias por parte de mãe, tias por parte de pai. Desejo escrever sobre as primeiras, com quem tive maior convivência, exceto tia Clarice, bonita de morrer. Não só bonita como alegre. Vivia com o sorriso nos lábios. E como o sorriso rejuvenesce a pessoa! Quer ficar velho? Vá ao espelho e faça uma carranca ou cultive o mau humor. Tia Clarice tinha o rosto iluminado, porquanto o sorriso é luz. E eu fico pensando, onde estará tia Clarice com o seu sorriso?...

Já tia Olívia era de uma tristeza de doer. Dir-se-ia que ela era o crepúsculo e Tia Clarice a alvorada. Mas não é das tias paternas que eu desejo escrever, e sim das maternas, com quem muito aprendi, pois quase todas elas eram professoras da Escola Normal, educandário que valia por uma universidade, e ficava ali na Praça João Pessoa, onde hoje funciona o Tribunal de Justiça.

Vamos enumerá-las: tia Autinha, muito culta e loura, não foi feliz no casamento e terminou se separando. E isto muito me entristeceu. Tinha uma postura que encantava. Educada, fina, muito limpa e de fala mansa. Foi ela quem, no meu aniversário, que ocorre no mês de São João, me presenteou com um livro de História, ao invés de uma caixa de traque de chumbo. Seu nome todo era Auta de Luna Freire. Que mulher extraordinária! Vestia-se com muita sobriedade e elegância.

Mas vamos a outra tia do lado materno, que se chamava Anília, cujo marido, Henrique, era muito mais moço que ela. E tia Anília tratava-o como filho. Eis aí a vantagem de ser mais moço que a mulher. E essa minha tia Anília foi a pessoa mais otimista que já vi. Foi ela quem me ensinou datilografia, com uma paciência e uma boa vontade admiráveis. E como esse “computador” antigo me serviu.

Agora vamos às outras. E me vem logo à memória a mais alegre de todas, que se chamava Nautília. Era pequena, branquinha, rechonchuda e muito alegre. Enamorou-se de um italiano Vitório, que cantava e encantava que era uma beleza com o seu otimismo e voz de tenor. Ele tratava a mulher como se fosse uma menina.

E eis que me vem à lembrança tia Ninália, muito discreta, casada com João Batista Barbosa, economista e profundo admirador de Carlos Prestes, que quando vinha a esta capital se hospedava em sua casa. Tia Ninália era calada, mas muito irônica, chegando, certa vez, na praia, a sugerir ao meu pai José Augusto, espírita até os ossos, que andasse sobre as ondas, como fez Jesus.

E vou terminando, sem esquecer que minhas tias quando solteiras não perdiam as retretas da Praça João Pessoa, pois não queriam ficar no caritó, isto é, solteironas. E as retretas eram muito bem frequentadas.

Houve outras tias admiráveis, a exemplo de Tia Alzira, casada com o major Vicente Jansen, que morou a maior parte de sua vida na cidade de Patos. Um casal com muito amor. E por último, Tia Totonha, que passou a vida toda no Araçá, localidade perto de Itabaiana, se não me engano.


Minhas tias... Como ainda as guardo na memória, cada uma com o seu destino. Destinos tão diferentes...

S im, leitor, vamos ter mais uma referência turística, competindo com o Planalto do Cabo Branco, sua Estação Ciência, o Centro de Convenções...

Sim, leitor, vamos ter mais uma referência turística, competindo com o Planalto do Cabo Branco, sua Estação Ciência, o Centro de Convenções, da passarela da praia de Tambaú, do Parque Sólon de Lucena, espelho aquático onde a cidade-mulher se mira, do Jardim Botânico, da Igreja de São Francisco. A nova referência turística que, decerto, vai minimizar as outras, é a elefanta Lady, que acaba de chegar de um circo para o Parque Arruda Câmara, a nossa “Bica”. Evidente que ela não saltou no aeroporto Castro Pinto, pois nenhum avião a aguentaria. Ela veio, sem dúvida, num possante e moderno caminhão. Saiu do seu habitat para o circo, se não me engano Nerino, onde recebeu muitos aplausos, sob refletores, mas distante, muito distante do seu mundo verde e paradisíaco, do qual a “sequestraram”.
Segundo li no jornal, ela é bem charmosa, e, de agora em diante, viverá tranquilamente entre árvores, decerto muito visitada pelas crianças, hoje, com a atenção voltada para os iPads e iPhones, longe, completamente, da Natureza.
Mas, certamente, Lady divertirá muitas crianças e as pessoas de sensibilidade. Até este cronista não deixará de visitá-la, pois a criança que há nele jamais morrerá. Eis a razão de eu achar que a presença da jovem e bonita elefanta minimizará as outras referências turísticas. E ao que informaram os jornais, ela só estará disponível à visitação pública depois de um três meses. Questão de aclimatação. Ela precisa se reintegrar à Natureza. Pena que esteja solteira...
O elefante é um animal nobre, nada violento, silencioso e belo. E aqui vai um convite ao poeta e imortal Sérgio Castro Pinto, que, sem dúvida, fará um poema em homenagem à Lady, como fez com a girafa em seu Zoo Imaginário.
Ver um elefante, de perto, agora ficará tão fácil... A meninada vai adorar. Ela anda tão distante da mãe Natureza, da convivência ao ar livre...
E aquela tromba, aquelas orelhas enormes? Os avós devem estar muito satisfeitos e ansiosos para visitar a mais nova cidadã pessoense. Afinal eles rejuvenescem através dos netos.
Seja bem vinda, Lady, à nossa capital. Em breve nos veremos!

A vida nesse planeta Terra é mesmo bizarra. Muita gente por ai afora sonha em ter uma pequena casinha simples de uns 40 metros quadrados, p...


A vida nesse planeta Terra é mesmo bizarra. Muita gente por ai afora sonha em ter uma pequena casinha simples de uns 40 metros quadrados, para viver com dignidade, poder ter suas plantas, cultivar uma horta, criar um cãozinho...

E is aí uma trindade que poderíamos chamar de santíssima. Pobre do homem que lhe é indiferente, que não transcende, amando a Deus sobre toda...


Eis aí uma trindade que poderíamos chamar de santíssima. Pobre do homem que lhe é indiferente, que não transcende, amando a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Mas muita gente se equivoca, achando que o seu amor à Divindade é possível sem o outro. Já se disse que o outro é a ponte que nos leva a Deus. Mas além do homem, além do próximo, temos a Natureza, que é a mais sublime expressão divina. Quem não ama a Natureza, não ama a Deus. Não há prece mais bela do que aquela que fazemos quando penetramos num bosque, cujo silêncio vale como uma oração muda, Infeliz do homem que nada sente diante da Natureza, seja um bosque, seja uma praia.
Mas voltemos à trindade que é divina: Deus, o Homem, e a Natureza. Se não estou lembrado, há um belo livro, escrito por Flamarion sob o título: "Deus e a Natureza”.
E que seria do mundo sem essa trindade? Trindade que serviu de temática ao estupendo Beethoven. Sua terceira sinfonia, cognominada de "Heróica", é uma homenagem a um herói, que não é outro, senão Napoleão Bonaparte. Mas esse herói se tornou uma grande decepção para o gênio de Bonn, que terminou decepcionado com o seu ídolo. Daí ter rasgado a dedicatória em sua homenagem.
Mas voltando à Natureza, Beethoven dedicou-lhe três lindas páginas musicais: a sonata para piano, chamada Aurora, a Sonata ao Luar e a Sinfonia Pastoral. A Aurora foi inspirada no canto da cotovia, que lindo! Nesse tempo ele ainda não sofria da surdez, Podia ouvir os pássaros, as cachoeiras, o vento fazendo as árvores dançar. Segue-se a Sinfonia Pastoral, uma sinfonia que eu ouço quase todos os dias e que me faz gozar a Natureza sem largar este computador. A Pastoral começa com uma jornada pelo campo, e eu fico a imaginar o genial Beethoven longe da intrigante vida social, da vulgaridade e da maldade. O gênio em busca de transcendência. E ele chega a descrever, através das notas musicais, uma tempestade, com seus ventos, seus relâmpagos e trovões.
Voltando ao homem, Beethoven o escreve na quinta Sinfonia, denominada de Sinfonia do Destino, onde o gênio descreve a luta do homem frente ao Destino.
E terminando a crônica, não podemos deixar de citar a sua última sinfonia, aquela que é uma espécie de Oração Divina, em que o homem se sente sublimado e, ao invés de choro ou lamentações, solta um brado de triunfo, um grito de alegria, um grito de exaltação e alegria interior.
Beethoven, apesar de surdo, entoa um hino de euforia em homenagem a Deus. Um surdo que fez e continua fazendo muita gente ouvir e saudar a Divindade.

Deus, o Homem e a Natureza, eis a sublime e significativa trindade a que não podemos ser indiferentes. Mas está chegando a noite e será que a lua vai desfilar na praia de Tambaú? Aí o negócio é ouvir a Sonata ao Luar, do grande surdo, outra página musical dedicada á Natureza, que tanto o inspirou.

É bom ser imortal, mesmo que seja uma imortalidade acadêmica. Já pensou a gente estar sempre lembrado? O esquecimento é como a morte. Mas, ...


É bom ser imortal, mesmo que seja uma imortalidade acadêmica. Já pensou a gente estar sempre lembrado? O esquecimento é como a morte. Mas, a lembrança é vida. Daí os monumentos, as estátuas, os bustos, os nomes de rua e praças, os livros, a arte. Ninguém deseja ser esquecido. Ser esquecido depois de morto é morrer duas vezes.
E haverá melhor remédio para o esquecimento do que o retrato? Ah, os retratos na parede! Mas, pena é que muita gente esquece os retratos, por conseguinte as pessoas que neles estão. Outrora, nas famílias havia o culto ao retrato, seja na parede ou nos álbuns de família. E até oração se fazia em louvor aos que ali estavam representados.
O retrato foi inventado para matar o esquecimento. Voltando porém à imortalidade acadêmica, lá na nossa Academia de Letras, os acadêmicos que saíram deste mundo estão sempre lembrados na bonita galeria de fotos. Eu quando vou à Academia sempre dou uma olhada para eles. Mas pouco fazem isso. Somos muitos esquecidos. Retratos na parede... Eles se fazem presentes com o seu silêncio. A galeria da imortalidade de nossa Academia acaba de ganhar mais um retrato. É de uma mulher. A primeira a se juntar aos homens imortais. E sabe de quem é essa fotografia? É da nossa Mariana Soares que está ali entre os homens, com aquele meigo olhar. Uma grande cronista a quem tive a honra de saudar, por ocasião de sua posse. Mariana era de uma sensibilidade comovente. E saiu deste mundo de modo tão desastroso, tão precoce. Foi vítima de um acidente de automóvel, na estrada que nos leva à praia de Jacumã, onde ela ia refletir, caminhar, pedalar, sonhar e passear à beira-mar, sempre acompanhada de seu filho Marquinhos, que ela adorava.
Agora me veio a vontade de gritar: Senhores imortais não se esqueçam de passar ou passear os olhos naqueles que já não estão, aqui, em carne e osso. Lembrem-se sempre deles.
Repito, esquecer é matar a pessoa duas vezes. E se você for religioso que tal uma prece ou uma reflexão? A galeria dos imortais da nossa Academia também deseja se confraternizar, participar das festas da Casa de Coriolano de        Medeiros. Vale lembrar que o atual presidente    Damião, com sua acuidade, pretende fazer outra galeria em homenagem aos patronos.
Voltando à Galeria dos Imortais, eu penso que eles ficam muito tristes quando as solenidades de posse dos senhores acadêmicos acontecem noutro lugar, onde eles não são vistos, nem lembrados.
 E estejamos sempre participando da vida social daquela entidade, Afinal, o espírito de solidariedade entre os imortais deve estar sempre aceso. Depois, a entidade jamais deve ser uma entidade de manequins. Os manequins, como sabemos, não se comunicam.

Que voltem sempre os chás, com as saudáveis troca de idéias. Nada, portanto, de "isolacionismo". Até os retratos na parede lastimam a ausência de alguns imortais às eleições e promoções sociais da Academia... 

N ão é Natal, mas recebo um belo presente de um cordial amigo. O presente veio pelo correio. É um livro, um livro escrito com muito amor. Di...


Não é Natal, mas recebo um belo presente de um cordial amigo. O presente veio pelo correio. É um livro, um livro escrito com muito amor. Dir-se-ia um livro telúrico. Sim, o autor é um eterno apaixonado pela sua terra. E a terra não é outra, senão, a Paraíba, que ele não troca por nenhuma outra. E sabe por que? Porque ela ostenta os crepúsculos mais belos do mundo. Se duvida, suba até os lajedos de Pai Mateus, lá em Cabaceiras, ou às serras de Teixeira e Santa Luzia.

E eu confesso que já fiz essa subida ao Lajedo, quando a nossa Orquestra Sinfônica realizou um concerto, naquelas alturas. Foi um momento de muita contemplação e reflexão. Ah, como nossa terra é bela!...

Pois é essa terra que o escritor e parlamentar Evaldo Gonçalves tanto exalta no segundo volume de seu livro "Da Jaramataia ao Planalto", que veio muito bonito de capa, onde se vêem até as pegadas dos dinossauros de Sousa.

Evaldo não é apenas um homem telúrico, mas um fidalgo, que traz sempre um sorriso nos lábios. Um homem que não guarda ressentimentos. Que está sempre esquecendo o lado mesquinho da vida, em que tantos se comprazem.

Esse seu livro não é somente para leitura, mas também para consultas. Uma leitura enciclopédica. E como não poderia deixar de acontecer, ele está sempre se referindo ao seu ídolo: Ernani Sátiro, outro modelo de homem digno.

Um autêntico telúrico. Dir-se-ia que ele traz o mapa da Paraíba na cabeça e no coração, Evaldo Gonçalves, o imortal de nossa Academia. Seu novo livro está mais enriquecido com duas orelhas: textos de Gonzaga Rodrigues e do próprio autor, exaltando sua bonita filha Verônica.

Foi bom que esta crônica saísse hoje, dia 5 de agosto, data de aniversário de nossa capital, que completa 428 anos. Capital que tanto amo. E quem ama, compreende, e quem compreende esquece defeitos que, porventura tenha. E, aqui, Evaldo, temos o crepúsculo mais belo do mundo, lá para as bandas do rio Sanhauá, onde nasceu a nossa capital

S im, leitor, eu me orgulho de ter assistido ao nascimento do Correio das Artes, suplemento de repercussão nacional. Seu lançamento na manhã...






Sim, leitor, eu me orgulho de ter assistido ao nascimento do Correio das Artes, suplemento de repercussão nacional. Seu lançamento na manhã de domingo, de 17 de março de 1947, pelo jornal A União, fez inveja a muita gente lá de fora, sobretudo da imprensa pernambucana, onde o poeta Mauro Mota mantinha uma página sobre Letras.
Mas, a quem devemos realmente o lançamento do Correio das Artes? Devemos a um grupo, liderado por Simeão Leal, homem de muito prestígio no Ministério da Educação e que, ao lado do poeta pernambucano Edson Regis, a quem confiou a feitura do suplemento, com uma dedicação extraordinária, realizaram o grande feito. Nessa época quem dirigia este jornal A União era Sílvio Porto, sendo governador do Estado Osvaldo Trigueiro, um homem que muito nos impressionava pela postura. Um verdadeiro diplomata, que fez questão de oferecer um almoço no Palácio da Redenção em homenagem ao Correio das Artes.
Foi um momento de muita confraternização. O governador parabenizava a todos, um a um, não só pela moderna feição do suplemento, mas pelo alto nível das colaborações.
Muitos escritores do sul, assim como poetas e pintores, fizeram questão de colaborar com o Correio das Artes, aberto a todas vocações. Hermano José, nosso artista plástico, ilustrou várias páginas do suplemento com os seus belos desenhos. O romancista paraibano José Lins do Rego fez questão de trazer sua prestigiosa colaboração.
Sob o titulo “Antologia dos Poetas Paraibanos” o Correio abrigava as colaborações de muitos poetas de valor. Até um inédito do nosso Augusto dos Anjos foi divulgado. O musicista João da Veiga Cabral mantinha uma coluna sobre música erudita, que veio valorizar ainda mais o suplemento. Outro grande colaborador foi o poeta e livreiro, autor de livros, Eduardo Martins, com os seus “haicais”.
Coube-me a direção da página “Na Espadana Branca”, título sugerido pelo poeta Edson Régis. Neste espaço eu fazia o noticiário de livros. O primeiro número do Correio trouxe um conto meu, intitulado “Noturno”, seguindo de outros. Acontece que minha primeira esposa, Carmen, mostrou-se meio enciumada com os personagens do sexo feminino, que eu narrava nos meus contos,e ela queria saber “em quem eu estava me inspirando?”. Isso foi o bastante para eu tentar outros gêneros e a crônica me pareceu o melhor, com o qual venho me dando bem.
Mas, voltando ao “Correio das Artes”, que recentemente foi repaginado, deixando de ser suplemento para ser uma revista, por sinal muito bem feita, o seu surgimento teve repercussão nacional. E estou aqui com uma coleção encadernada do Correio das Artes, que guardo com uma preciosidade.
É preciso lembar que o último número dessa coleção traz uma entrevista que fiz com o então deputado, escritor João Lélis, ex-diretor deste matutino. E, por uma questão de justiça, na história de Correio das Artes, não devemos esquecer o governador Oswaldo Trigueiro, o Dr. Simeão Leal, nem o poeta Edson Régis.

Em breve visita a Paris, alguns dias atrás, presenciamos o triste preparativo para o fechamento da Virgin Megastore, outrora um dos princip...


Em breve visita a Paris, alguns dias atrás, presenciamos o triste preparativo para o fechamento da Virgin Megastore, outrora um dos principais pontos de comercialização de CDs, DVDs e livros, na imponente avenida Champs Elysèes.

E les não eram  peagadês. Mas, como sabiam! Tinham cultura e compostura. Impunham muito respeito, não só pelo saber, mas pele ética. Estou m...

Eles não eram peagadês. Mas, como sabiam! Tinham cultura e compostura. Impunham muito respeito, não só pelo saber, mas pele ética. Estou me referindo a um período áureo de nosso ensino secundário que me deixou agradáveis lembranças. Começo com Carlos Coelho, professor de História do Brasil, disciplina que conhecia a fundo. Duvido que algum aluno dormisse em suas aulas. Que humor na narração dos fatos! No que alude á nossa independência, sorrindo, ele dizia que segundo informavam, o nosso Dom Pedro I, depois do grito “Independência ou morte!”, que inspirou um quadro do artista Pedro Américo, sentiu uma forte dor de barriga e teve de se aliviar no matagal perto. O professor Mauro Coelho dizia isso, sorrindo. Ele sustentava o sorriso com um lenço.
Suas preleções didáticas e eruditas, repassadas de humor , nos fascinavam. E quando tocava a sineta, saíamos da sala de aula meio tristes. Não há coisa melhor do que um bom professor.
Vamos a outro mestre, Dr. Otacílio de Albuquerque, que ensinava matemática. Excelente mestre dos números. Difícil disciplina que ele sabia torná-la accessível, por incrível que pareça. E ele falava pausadamente.
Mas depois veio o Monsenhor Odilon Coutinho, cuja didática não me agradou. E vamos ao nosso professor de Francês, Celestin Mausac, com suas versões e tradições. Aprendi pouco com o mestre. E o inglês, quem nos ensinou? Não foi outro senão o professor Álvaro de Carvalho, ex-presidente do nosso Estado, substituindo João Pessoa e que faz parte da galeria dos patronos de Academia Paraibana de Letras. Álvaro de Carvalho era professor de inglês e de otimismo. Sempre revelava aos alunos a sua origem humilde. Seu pai foi barbeiro. Procurou sempre estimular os alunos e conscientizá-los da importância do tempo. Criminoso era o que matava o tempo, dizia ele. Mas o que mais me encantava em Álvaro de Carvalho era sua postura. Uma postura de dignidade. E ei-lo de carteira e carteira, perguntando aos alunos: ”What ‘s this? Era um homem íntegro, de muita dignidade. Impunha um enorme respeito. Impecável no vestir.
Outro professor de História, foi o Aníbal Moura. Sempre bem humorado, vez por outra saía da lição para criticar algo. Ele não quis acreditar que o poeta Carlos Drummond fosse o autor do poema que falava de uma pedra no meio do caminho. Aliás, o famoso crítico Agripino Grieco disse que só lamentava que não houvesse alguém para atirar aquela pedra no autor. Lembrar que o bom-humor faz parte de uma boa didática. Daí o professor sair, de vez em quando, do tema da lição.
O professor Aníbal estava sempre com uma pastilha Valda na boca para aliviar a garganta.
Que tal encerrar aqui a crônica? Sim, mas antes falemos ligeiramente do grande professor Luiz Gonzaga Burity, pai do nosso Tarcisio, que foi governador. Sereno, sério e, sobretudo, culto, o professor Burity pai fez a gente gostar de Latim. Como sabia ilustrar a disciplina que ensinava... E vamos encerrar a crônica e as aulas.

P or conta de minha alimentação basicamente integral, cuja exceção só ocorre quando saio pelo mundo afora, desta vez, atendi ao convite dos ...

Por conta de minha alimentação basicamente integral, cuja exceção só ocorre quando saio pelo mundo afora, desta vez, atendi ao convite dos amigos, e fui participar do almoço de confraternização que Fátima Bezerra Cavalcanti ofereceu aos amigos da Academia Paraibana de Letras, num restaurante aqui de Tambaú, pela sua recente e expressiva eleição como imortal daquela veneranda instituição. Resolvi substituir o prato de arroz integral por um suculento prato de camarão, que ainda está motivando minha salivação.
O restaurante estava cheio de imortais admiradores da desembargadora e escritora Maria de Fátima, cujo sorriso conseguiu amenizar o rigor da toga que veste, lá no Tribunal de Justiça.
E eu fiquei pensando com os meus botões, como é divino o sentimento de confraternização, que tanto nos distancia dos animais. Mas o que mais me encantou foi ver um José Nêumanne vindo lá do sul do país para votar e solidarizar-se com a colega eleita. O mesmo digo do nosso querido Eilzo Matos, saindo do seu sertão para votar e se confraternizar com a candidata eleita.
A alegria dominava e contagiava todos. Vi sorrisos e felicidade nos rostos do primo e magistrado Alexandre de Luna Freire, numa animada mesa, a que não faltaram Ramalho Leite, ex-superintendente deste matutino e candidato a uma vaga na Academia, o nosso Gonzaga Rodrigues, meu conterrâneo, rindo dos seus oitenta anos. Estavam também o nosso Flávio Tavares, eufórico, ainda em plena lua de mel com a imortalidade acadêmica, o sereno e discreto Humberto Melo, o poeta sempre bem humorado, Astênio Fernandes, sem esquecer o nosso Juarez Farias, o Flávio Sátiro, que está editando uma bela revista de cultura, Maria das Graças Santiago, Mercedes Cavalcanti, a nossa Pepita, em animada conversa com o historiador Wellington Aguiar, que não cabia em si de contente. Vez por outra soltando boas gargalhadas.
Mas o grande maestro daquela orquestra de solidariedade humana era, e só podia ser, o dinâmico presidente da Academia, o nosso Damião, que está fazendo bons melhoramentos na Casa de Coriolano de Medeiros, inclusive colocando corrimãos na entrada da Academia, cuidando, assim, da segurança dos imortais idosos.
E que dizer do meu amigo, primo e alagoanovense Wills Leal, cheio de vivacidade intelectual. Não dá para falar de todos. Na minha mesa estava a nova imortal, Wills Leal e o desembargador Marcos Cavalcanti, que já está de livro novo para lançar.
O ex-governador José Maranhão, contente com a imortalidade da esposa, estava também presente, em animada conversa, certamente falando de política, que é a sua “cachaça”.
E o gostoso mesmo foi o prato de camarão que me fez esquecer o arroz integral e as verduras por algum tempo.
Eleição e confraternização ao vivo. Festa de amigos. E como faz bem à saúde a solidariedade humana! Saí do restaurante não de barriga cheia mas com o coração pulsando de alegria.
E melhor ainda foi a carona que meu primo Alexandre Luna Freire deu a mim e ao Eilzo Matos, que me falou da seca do sertão, dos açudes secando. A água se tornando difícil, menos a água das lágrimas do sertanejo, que, embora, antes de tudo um forte, como disse Euclides da Cunha, já não aguenta tanta penúria e tanto descaso.

C onfesso que não quis acreditar. Mas, depois, repensei: por que não acreditar, se ele foi sempre assim, desde menino, quando fazia questão ...

Confesso que não quis acreditar. Mas, depois, repensei: por que não acreditar, se ele foi sempre assim, desde menino, quando fazia questão de andar de roda gigante, com apenas 4 anos, acompanhado da babá, deixando os pais, lá embaixo, de mãos geladas de medo. E ele nunca teve medo. Se estivesse no lugar de Pedro, quando Jesus o convidou a andar sobre o mar, duvido que fizesse como o apóstolo querido, que terminou se afogando, não fossem as mãos do Mestre que o seguraram.
Mas quem é esse que nunca teve medo? Não sei se o leitor, a esta altura, já sacou. Mas estou me referindo ao meu caçula, Germano, que teve a ousadia de pegar uma bicicleta e sair correndo pelas ruas de Paris, como se estivesse na praia do Amor, onde passa o fim de semana. Pasmei de tanta coragem, quando estive, recentemente, na Cidade Luz. Não cheguei a vê-lo pedalando por toda Paris. Vi depois, no quadro Parada Obrigatória, do programa Cá Entre Nós, da RCTV, muito bem apresentado pela amiga Rose Silveira, em que ele traz para nós a paisagem, a cultura e o cotidiano das grandes metrópoles. Mas, agora, o que eu estava vendo era o caçula montado numa bicicleta e correndo pelas ruas da bela cidade. Deu-me uma inveja danada. Jamais faria tal façanha.
Acho mesmo que o outro filho, o primogênito, professor Phd da nossa UFPB, também faria isso, pois o que gostava, outrora, era o surf. Sua grande aventura, abraçando as ondas. Mas o meu galego desmoralizou Paris. Passou pela Torre Eiffel, que tremeu diante daquela afoiteza, da Notre Dama, que, decerto, fez o sinal da cruz diante da coragem do paraibano multifacetado, que é arquiteto, bacharel em Música, jornalista, escritor e apresentador de TV.
E ele adora alturas. Dai estar subindo, diariamente, na sua Arquitetura, através dos ousados projetos.
Que inveja Germano me fez naquele passeio pela cidade que mais admiro - Paris. Que bom passear pertinho do Sena, que bom respirar o ar da bela cidade, pedalando!

 Repito. Este meu caçula faz o medo ter medo dele. E quando lhe dei a primeira palmada, ele não botou uma lágrima. Mas é capaz de chorar quando alguém maltrata uma maria-farinha, lá na praia onde vai se encontrar com a Natureza e sonhar com um mundo melhor.

Azamor... O nome rima com amor. Mas tinha que ser. Ele não sabe o que é ódio, mágoa, nem ressentimento. Um homem simples, de vida limp...

Azamor... O nome rima com amor. Mas tinha que ser. Ele não sabe o que é ódio, mágoa, nem ressentimento. Um homem simples, de vida limpa, que deve à sua felicidade a duas coisas: a esposa Gizélia, aos dedicados filhos e ao Espiritismo.

S im, estou me referindo ao meu irmão e quase pai, Eudes Barros. Irmão mais velho do primeiro matrimônio, pois minha mãe casou-se duas vezes...

Sim, estou me referindo ao meu irmão e quase pai, Eudes Barros. Irmão mais velho do primeiro matrimônio, pois minha mãe casou-se duas vezes. Somos filhos de Alagoa Nova, cidade que Eudes qualificou com muita razão de “sítio público de mangueiras”.
Mas vamos ao poeta, ao historiador, ao jornalista, ao escritor. Deixou dois livros de poemas, ”Fontes e Paús” e “Cânticos da Terra Jovem”. Ainda criança, numa manhã de inverno, ele viu um pingo d'água caindo de uma planta e gritou chamando a mãe. Quando esta chegou, ele foi logo dizendo, no seu entusiasmo de 4 anos: “olhe uma lágrima do céu caindo daquela árvore”. Era a sua primeira manifestação lírica. A mãe não quis acreditar no que via.
E eis que sai seu primeiro livro de poesia para surpresa de muitos. Mas depois, o poeta já maduro, publica “Cânticos da Terra Jovem”, em que se encontra o poema que se tornou famoso a ponto de ser declamado na BBC de Londres. Trata-se de “Jesus Brasileiro”. E dizem que Eudes escreveu o famoso poema para amenizar a ira do Arcebispo Dom Adauto, que não gostou de um artigo em que ele cometera o “pecado” de qualificar a santa comunhão de “antropofagia mística”.
Eudes foi jornalista a vida toda. Jornalista polêmico. Fundou um jornal denominado “A Rua”, que ficava na Rua Duque de Caxias. O jornal era quase todo feito por ele. Não usava a máquina de escrever, mas a pena. Não chegou a conhecer o computador...
E foi neste jornal que ele escreveu por muito tempo. Temperamento polêmico, o que fez arranjar alguns inimigos, Eudes também foi um grande lírico. E n'A União, ele manteve, por muito tempo uma coluna que assinava com o pseudômino “Til”.
Causaram sucesso os seus livros de história, inclusive o romance “Dezessete” e Eles sonharam com a liberdade. Eudes Barros é hoje patrono de uma cadeira no nosso Instituto Histórico,
Ele foi um solteirão inveterado. Mas, um dia, pensou em pedir a mão de uma moça da sociedade. E meu pai, homem sério, meio constrangido, foi ser o intermediário desse pedido. O noivado não durou um mês... E terminou a vida solteiro.
Seu ídolo foi o jornalista Carlos Lacerda. Ambos se correspondiam. Manteve ligeira polêmica com o historiador e imortal da nossa Academia, José Octávio, cujo tema era o marxismo. Parece que este levou a melhor.
Eudes Barros viveu o resto de sua vida no Rio de Janeiro. Era colaborador efetivo do nosso Instituto Histórico. Certa vez, chegou para mim, e disse: “vou levar você ao Recife. Você precisa conhecer uma uma grande metrópole”. Eu era menino ainda. Fui, e fiquei encantado com a cidade, principalmente com os seus bondes.
Mas voltando ao seu “Jesus Brasileiro”, trata-se um poema que mereceria estar nas nossas escolas primarias. Um poema que termina dizendo que “Jesus, aqui, não morreu numa cruz de madeira, e sim numa cruz de estrelas”.

 Ele me tratava como um filho. Muito me estimulou. Fico, aqui, não com os olhos cheios d'água, mas com uma grande saudade.  

G onzaga Rodrigues, por conta de seus bem vividos oitenta anos, do muito que fez e está fazendo pela nossa cultura, foi alvo de merecidas ho...

Gonzaga Rodrigues, por conta de seus bem vividos oitenta anos, do muito que fez e está fazendo pela nossa cultura, foi alvo de merecidas homenagens. A União não pensou duas vezes e eis o cronista fazendo parte das comemorações do venerável matutino, que está completando 120 anos a serviço da cultura paraibana. O superintendente Fernando Moura fez questão de uma grande festa, reunindo toda a família do jornal, à qual não faltou o nosso Hélio Zenaide, um dos melhores veteranos da nossa imprensa.
Mas os oitenta anos do nosso Gonzaga e as doze décadas do velho matutino, que está cada vez mais jovem, motivaram a festa. E o nosso cronista-mor estava vibrando de alegria e entusiasmo como se estivesse mangando das suas oitenta primaveras. Aliás, Gonzaga, no seu sorriso parece chorar.
A verdade é que o mestre da crônica, que aprendeu jornalismo sem se ensinar, como diria o poeta pernambucano Ascenso Ferreira, é um homem de alma escancarada, jamais se fechando. Nasceu em Alagoa Nova, respirando o mesmo ar que respirei. Ar puro daquele “sítio de mangueiras”, como diria o poeta Eudes Barros.
Mas o bonito mesmo foi ver no telão da festa e na capa do Correio das Artes o nosso cronista cheirando uma flor. Que lindo! Perfume da flor, sorriso de Gonzaga.
A beleza é que tivemos uma verdadeira gonzagração. Parabéns ao superintendente Fernando Moura e sua equipe pela idéia de colocar a festa dos oitenta anos de Gonzaga Rodrigues na programação comemorativa 120 anos do nosso secular matutino.
E termino a crônica dizendo: Gonzaga velho? Não. Não envelhece quem nunca perdeu oentusiasmo pela vida, quem está com a cabeça cheia de idéias, quem sabe fazer amigos, quem tem uma família bonita com que o cronista soube transformar o lar num paraíso.
Vamos, Gonzaga, dar aquele sorriso de quem está em paz com a vida, com a consciência sem remorsos, de quem não esqueceu a responsabilidade de viver.

Vamos cheirar a vida como cheiraste aquela flor que a foto documentou, na capa da revista “Correio das Artes”, em homenagem aos teus muito bem vividos oitenta anos.

Para ver bem, através da memória, você tem de fechar os olhos. Aí o passado começa a se desenrolar no presente. Melhor dizendo, o passado vi...



Para ver bem, através da memória, você tem de fechar os olhos. Aí o passado começa a se desenrolar no presente. Melhor dizendo, o passado vira presente. O homem agora é um menino de calças curtas, num sítio enorme, cheio de árvores com frutas de todos os tipos e sabores, desde o sapotí à manga. Manga espada, manga rosa, manga bacurí, manga baronesa, manga do papo roxo, manga... Basta! Senão vem aquela indigestão seguida de boas palmadas, pois o pai não permite abusos.


O sítio era imenso, como já disse, e o gostoso mesmo era subir nas árvores e ficar espiando, lá do alto, o quintal dos outros. Minha irmã dizia que era o “nosso cinema”. Agradável bisbilhotice. Ah, se meu pai soubesse... Naquele tempo ainda não havia a lei da palmada. E existia o castigo nas nádegas para tudo. Não ter apetite (também chupando manga e outras o tempo inteiro)... Não querer ir à escola, responder mal às pessoas, não desejar tomar banho, dizer nome feio, como bunda e assim por diante. Mas, pior do que as palmadas eram os bolos, palmadas nas mãos. E que dizer de tomar óleo de rícino (ruim como o diabo) para matar as lombrigas, sem esquecer o óleo de fígado de bacalhau?

O sítio era um reino encantado. Tinha de tudo, de frutas às brincadeiras. Tinha até namoros com as meninas das vizinhanças: Iara, Susana, Belkiss, Graziela... Mas tudo terminava e não passava de um beijo. Beijo na boca...

Lembrar que eu era caçula e ser caçula é a melhor coisa do mundo. Bem que deveria haver o Dia do Caçula.

E que tal o primeiro dia de aula? Uma beleza. Um novo mundo se descobria aos nossos olhos. A professora (minha professora se chamava Beatriz) era branquinha e perfumada. Primeiro dia de aula. Como era gostoso cheirar os livros novos que a escola recomendava. Tantos rostos desconhecidos. Garotas lindas, meninos chatos. Mas, logo depois vinha aquela saudade do sítio. A boca pedindo manga, os pés pedindo espaços para correr, a vida virando paraíso...

Mas chegou a hora de abrir os olhos e esquecer o passado. Abrir os olhos para a realidade, e para o presente.

O lho para o relógio, em que os ponteiros parecem parados. Dir-se-ia que o tempo anda a passos de cágado. E talvez assim seja, ou que assim...

Olho para o relógio, em que os ponteiros parecem parados. Dir-se-ia que o tempo anda a passos de cágado. E talvez assim seja, ou que assim pensemos. Dessa maneira a gente não se inquieta tanto com o passar do tempo.
Mas, a verdade é que, teoricamente, a trindade “futuro, presente e passado” vai marcando nossa marcha no tempo. Afinal, qual desses momentos devem ser levados a sério? Que indagação tola, cronista. Está na cara que o que importa, o que vale, é o presente, que é este tempo que já está virando passado. Dir-se-ia que o passado é o cadáver do tempo. Mas aí é que está o engano. Este cadáver está cada vez mais vivo, na nossa memória. É nele que estão os nossos erros, as nossas frustrações, nosso aprendizado. É recomendável, vez por outra, estar consultando-o. É bom viver o presente com as advertências do passado, esse cemitério de experiências. Queiram ou não, somos, em muitas coisas, o nosso próprio passado. Que seria dos museus se não fosse o passado? O presente está nele gritando advertências.
Mas falemos também do futuro, que nada mais é do que uma hipótese, um vir-a-ser. Como diz o ditado , o futuro a Deus pertence. A verdade é que toda a nossa vida se encaminha para ele. O futuro, portanto, se caracteriza pela incerteza. Nesta vida a gente não sabe o que ocorrerá no minuto seguinte...
Futuro, presente e passado. Qual seria o mais importante? Eu torço pelo presente. De sua vivência, depende um bom ou mau passado. Portanto, vamos aproveitar este presente, este aqui-e-agora.
O perigo do tempo é que ele passa silencioso e imperceptível. Se ele gritasse, se ele advertisse, se ele chamasse nossa atenção... Se ele dissesse: não durma, não se distraia, não deixe a vida se escoar, inutilmente.
Disse um autor espiritualista que o tempo é como a terra. Se nada plantamos nela, nada colheremos. Tempo vazio implica numa grande responsabilidade. E quando cerrarmos os olhos para a outra vida, a indagação será esta: o que fizeste de tua vida, do teu tempo, e de tua inteligência?