(Luiz Nunes) NA ESTRADA Na estrada, o desejo é dirigir Loucamente, com vontade de chegar, Sem sentir o risco de atropelar O presente, vendo ...



(Luiz Nunes)

NA ESTRADA

Na estrada, o desejo é dirigir
Loucamente, com vontade de chegar,
Sem sentir o risco de atropelar
O presente, vendo a morte do porvir.

Bem podia com a prudência dividir
O volante. Esta a forma de evitar
O pior, que consiste em não chegar,
Ou chegar, mas não ver-se acudir.

Expor-se ao perigo é não querer,
Nem a sua, nem a vida de outro ser,
Posto que, o egoísmo, desatento,

Como se no papel de guilhotina,
Decepa na estrada, em cada esquina,
Restando imprecação, cruz e lamento
(2011)


CORRUPÇÃO

Ela está no esporte, no turismo,
Na infraestrutura, no trabalho,
Para onde quer que vá, prefere o atalho,
O poder lhe aguça o dinamismo.
Nela, implícito, se ergue o banditismo
Dos que agem tendo em vista a vocação
Para assalto, onde houver repartição
Pública, como ocorre no presente,
No Brasil de Anchieta e Tiradentes,
E seu nome, já se sabe, é CORRUPÇÃO.
(2011)


VÍCIO INCONSEQUENTE

Aceso pelo vício inconsequente,
O fogo se alastra e sai queimando
Os órgãos que se vão debilitando,
Enquanto não se finam plenamente.

Muitos não dão conta, infelizmente,
Dos males, como tais, se propagando,
E pitam, mesmo assim, e vão pitando,
Pois viver lhes parece indiferente.

Preferem enfrentar o enfisema
No pulmão; um abscesso, o apostema,
É certo, amiúdam-lhes o pigarro,

Porém esses, a tudo indiferentes,
Insistem em tornar bem mais freqüentes
Os tragos cancerígenos do cigarro.
(2003)


Fé e encantamento lírico (Fragmentos de um discurso - Ângela Bezerra de Castro) Em minha visão particular, diria que Carlos Romero era o ex...



Fé e encantamento lírico
(Fragmentos de um discurso - Ângela Bezerra de Castro)

Em minha visão particular, diria que Carlos Romero era o exemplo de um homem feliz. Soube amar e ser amado. Além de nortear a existência por princípios que deram sentido e densidade a todos os seus dias. Podia descobrir, no menor fato do cotidiano, um grande acontecimento e assim alimentar constantemente sua alegria de viver. Sem dúvida, encontrou “a paz do coração” que, segundo Platão, “é o paraíso dos homens”.

Desde que o conheci, admirei nele essa postura sábia diante da vida. Refletida sempre no rosto iluminado por um suave sorriso de acolhimento, a sintetizar o propósito maior da transcendência de ser, no minimalismo de cada gesto.

A crônica se ajustou, com toda propriedade, à peculiar visão de mundo de Carlos Romero. Esse gênero jornalístico que, pela qualidade estética da linguagem, se equiparou à criação literária foi sua tribuna, a linha de frente escolhida para a constante participação na cena histórica e cultural onde imprimiu sem nome de cidadão e de escritor.

Carlos acumulava, em sua história de vida, interesses culturais diversificados. Além da dedicação ao jornal, onde sedimentou seu traço narrativo e literário, empenhava-se na divulgação da música erudita, sua grande paixão. Foram atividades de que não se afastou durante toda a existência.

Lembrar nosso confrade, enfatizando a crônica, se impõe como uma opção natural, tanto que esse gênero está incorporado a sua identidade.

Embora a experiência de Magistrado ou de Professor lhe possibilitasse outras formas de expressão, a narrativa curta, de grande poder comunicativo apresentava as características compatíveis com seu projeto existencial. Projeto que o escritor parecia reiterar a cada palavra: “Estou preso à vida e olho meus companheiros”. Projeto que, através da fé e do encantamento lírico, buscava alcançar “o tempo presente, os homens presentes, a vida presente”.

Recorro aos versos de Drummond para dizer, com toda convicção, que nosso cronista de Deus e da Natureza, incluindo também a humana, escrevia por uma necessidade vital. Seria um equívoco imaginar que sua intensa participação na imprensa decorreu da longevidade. A ordem é exatamente inversa. Estar sempre ligado à vida em todos os seus desdobramentos foi o segredo de sua resistência, a força que alimentava sua energia extraordinária.

Buscando uma sistematização do que Carlos publicou, podemos dizer que sua obra se organiza a partir de três matrizes ou motivações. As crônicas de viagem, (subtítulo usado por ele) que compõem dois volumes. O Papa e a mulher nua e Viajar é sonhar acordado. As crônicas de ensinamentos, de divulgação da fé que lhe norteava a existência e a visão de mundo, também reunidas em dois volumes, cujos títulos definem, objetivamente, os conteúdos: Lições de viver e O Evangelho nosso de cada dia. Por fim, existem as crônicas motivadas pelas sugestões do cotidiano que são inesgotáveis. De modo que os temas se multiplicam, conforme a riqueza da percepção e da sensibilidade do eu.

Pertence a essa natureza A Dança do Tempo, primeiro volume publicado pelo autor que expõe o comprometimento lírico, como essência de seu trabalho. É ele quem diz: “Estas crônicas são pedaços de mim. Escrevia-as por necessidade íntima de comunicação ou confissão.”

Simplicidade, clareza e humor, diria que sobre estes pilares se erguem as construções líricas de Carlos Romero. Com a mesma leveza das nuvens que desenham alegorias nos céus do verão.

Drummond, o grande poeta, que o distinguiu com mensagens de apreço, estabeleceu em pólos complementares a qualidade alcançada pelo cronista paraibano: “acessibilidade da linguagem a serviço de um pensamento lúcido.”As duas faces da moeda, para o projeto cultural e ideológico de nosso homenageado. Refiro-me à ideologia do aprimoramento espiritual, sua inspiração de vida.

Desde as primeiras publicações, a opção estética pela linguagem coloquial fixava as bases para a construção do estilo que iria caracterizá-lo. Lembrando sua formação jurídica e a prática no exercício da Magistratura, onde a rigidez formal é a regra, surpreende o nível de despojamento que atinge na expressão literária. Um exemplo bem convincente de quanto a marca distintiva do escritor exige consciência e trabalho.Com um tanto de vocação.

Carlos faz do coloquial e da oralidade recursos de aproximação e de convencimento. Transforma o leitor em interlocutor, com tanta espontaneidade que, às vezes, esquecemos o real da leitura e temos a sensação de viva voz, no apelo de seu vocativo. Se a crônica é de viagem, somos de tal forma envolvidos pelo movimento da descrição, pelo detalhamento do relato, que embarcamos com ele no percurso imaginário. E as realidades sentidas só com o imaginar parecem mais nossas do que a própria vida.

É esse o poder do escritor. Um poder demiúrgico. De encantamento através da palavra, sua ferramenta de magia. Capaz de criar realidades maiores que as da vida, como ensinava Juarez da Gama Batista, meu mestre imortal.

Outro recurso que se destaca, no estilo de nosso confrade, é a recorrência a elementos da natureza, tratados com tanta familiaridade, com tanta intimidade que são personificados, ganham alma e sentimentos nesse universo lírico. Assim, o mar espera por ele, reclama de sua ausência; para provocá-lo, o vento brinca com a folha de papel onde ele escreve; o sol vem visitá-lo, entrando sem pedir licença.

E que dizer das exuberantes castanholas que o encantavam? E do Flamboyant, com seu sorriso vermelho, que recebe ternuras de filho? Uma construção retórica tão intencional que o cronista chega a invocar Augusto dos Anjos em seu favor. Censura o pai e dá razão ao filho, personagens do Soneto A Árvore da Serra, como forma de reiterar a ideia de que as árvores tem alma.

Este é outro aspecto da originalidade e de Carlos Romero. Em vez da citação formal, índice de sapiência, a inclusão de seus poetas preferidos no desenvolver da crônica, com a informalidade da convivência mais natural. Drummond chega mesmo a sofrer reparo por falar na tristeza de Deus. Esse recorrente e criativo dialogo inclui poetas como Bilac, Jomar, Vicente de Carvalho, Perilo, Sérgio, Bandeira e outros mais com quem o cronista se identificava no compartilhamento de sua experiência de escritor.
Uma parte bastante significativa da produção literária do nosso homenageado tematiza o Evangelho, sem que se possa verificar qualquer mudança no estilo. Até podemos supor que a simplicidade e a clareza foram opções direcionadas a tornar possível o projeto maior do escritor: fazer a palavra de Jesus acessível ao cotidiano mais prosaico, através de sua crônica.

E aqui é necessário um esclarecimento. Simplicidade e clareza não são sinônimos de facilidade. São valores elevados, difíceis de alcançar porque pressupõem a depuração, a lapidação que descobre o mais precioso, o essencial.

Carlos vê e revê a realidade através do Evangelho. Não ratifica uma concepção conformista, pois quer fazer pensar. E se vale de um recurso socrático. Pergunta para inquietar. Na expectativa de que a reflexão possa levar à verdade.

- Por que não se fala em prostituto, somente em prostituta?
- Como acreditar que Deus criaria a mulher a partir de uma costela?
- Por que a preferência pelo Jesus crucificado, em vez do Jesus das criancinhas e dos lírios do campo?

Perguntas dessa natureza que implicam a contestação e a crítica de mitos e preconceitos.
Este é Carlos Romero, o confrade que hoje reverenciamos.

Imortal pelo exemplo de viver em absoluta coerência com suas convicções. Pela intensa participação na realidade cultural de seu tempo. E pelo estilo criado para a crônica, como expressão de sua individualidade e visão de mundo.

(Fragmentos do discurso da Profª Ângela Bezerra de Castro em homenagem póstuma da Academia Paraibana de Letras ao acadêmico Carlos Romero)



O Gato e o Poeta (Sérgio Castro Pinto) O gato faz do poeta gato e sapato: foge do poema para o telhado. paciente, o poeta atrai o gato com o...



O Gato e o Poeta
(Sérgio Castro Pinto)

O gato faz do poeta
gato e sapato:
foge do poema
para o telhado.

paciente, o poeta
atrai o gato
com o novelo
dos vocábulos:


puxa-o pelo rabo
bem devagarzinho…
e o que era rabo
vira focinho.

o poeta, satisfeito,
dá algumas voltas
numa chave de ouro
e o aprisiona
dentro do soneto.

Mas o astuto gato
não lhe ensinou
o pulo do gato
e de novo foge
do poema pro telhado.

pena que, nessa fuga,
os faróis de um fusca
acendem e ofuscam
os olhos do gato
que foscos se apagam
na escuridão do asfalto.

ah, insensato gato,
não estarias melhor
prisioneiro do poema
do que sem as sete vidas
que fogem, uma a uma,
no leito da avenida?

é quando, com um fio de miado
– mas sem perder o da meada -,
o gato lavra o seu protesto:
“- valeu a pena, poeta,
fazer do seu poema
o meu cemitério?
por que não, poeta,
um poema-telhado,
cheio de vida e de gatos?”

e nada mais disse nem lhe foi perguntado.

(Sérgio Castro Pinto)

E , de repente, me veio aquele súbito desejo de fazer uma oração. Não como aquela do “Pai Nosso”, com a qual o Meigo Nazareno ensinou o mun...



E, de repente, me veio aquele súbito desejo de fazer uma oração. Não como aquela do “Pai Nosso”, com a qual o Meigo Nazareno ensinou o mundo a orar, e muito menos como a de São Francisco de Assis, um hino à solidariedade e ao perdão. Mas, uma oração que começaria assim:

Senhor, dá-me força, para um dia, domar o orgulho e outros vícios que ainda há em mim. Que eu seja como o sol, que ignora a escuridão, que só faz iluminar nossos caminhos. Que eu seja a pedra do caminho, humilde, mas que sustenta o edifício. Que eu seja como aquela ponte, vencendo os obstáculos do caminho ou aquele túnel permitindo nossa passagem entre montanhas. Que eu seja a água, cuja persistência vence a pedra dura. Que eu seja caminho, jamais obstáculo. Que eu seja como as flores, sempre sorrindo para a vida.

Que eu seja como o vento, sempre trazendo alegria e suavidade para as pessoas tristes. Que eu seja como as nuvens a deslizarem serenas, lá do alto, esquecendo as sombras cá de baixo.

Senhor, como gostaria de ser como a chuva, molhando com suas lágrimas toda a terra, sem particularismo, sem preferências, sem discriminação.

Que eu seja como o mar, cujas espumas lavam nossos pés, para depois morrerem, que a vida é um eterno vai e vem, de saudades e de esperanças.

Que eu seja como a grama macia, que não dá flores, mas na sua humildade serve de tapete para os homens.

Que eu seja uma montanha, que lá do alto, sorri o seu sorriso de transcendência. Que eu seja o outro para saber como é que ele nos vê. Que eu olhe sempre para o espelho para saber como vai o meu rosto, a minha imagem. Se é um rosto de tristeza ou de alegria, de cara fechada ou de semblante aberto. Que eu esqueça as rugas do corpo que envelhece, porquanto o espírito é sempre jovem para os que amam tua Verdade, aquela que nos consola e nos liberta.

Que eu esteja sempre atento no caminhar, vigilante no discernimento, atento aos obstáculos e jamais olhando os outros sem aquele olhar de compreensão. Que eu esteja sempre vigilante para não cair em tentação como nos ensinaste. Que eu tenha sempre a humildade necessária para ser um crítico de mim mesmo.

O sorriso é uma terapia. Dizem que quando a mãe vê o filhinho dando o seu sorriso inaugural, em seus braços, ela esquece os sofrimentos do ...


O sorriso é uma terapia. Dizem que quando a mãe vê o filhinho dando o seu sorriso inaugural, em seus braços, ela esquece os sofrimentos do parto, e da gravidez, e também sorri, feliz da vida...
Veja o mar e observe o seu sorriso de espumas. E já imaginou se o nosso sol não nos iluminasse com o seu sorriso de luz, isto é, com o seu “solriso”? ... A mesma coisa falaríamos das estrelas. E que dizer das plantas, que sorriem através das flores e das cores?

Este blog foi concebido em 2008 com o propósito inicial de servir à divulgação dos textos do cronista e escritor Carlos Romero , grande ad...



Este blog foi concebido em 2008 com o propósito inicial de servir à divulgação dos textos do cronista e escritor Carlos Romero, grande admirador da literatura e apaixonado por livros e ensaios. Com o tempo, o blog diversificou-se, passando a veicular outros assuntos de interesse do blogueiro, como a musica erudita, as artes, religiões, o aprendizado de linguas estrangeiras e as curiosidades que cercam a vida na Terra.

S omos nossas mães. Descreva-me a mãe que você teve e eu direi como és. Se você teve uma mãe dura, sem carinho, sem sorriso, que castigava, ...

Somos nossas mães. Descreva-me a mãe que você teve e eu direi como és. Se você teve uma mãe dura, sem carinho, sem sorriso, que castigava, cheia de mau humor, é evidente que jamais será um cavalheiro de fino trato, e sim um sujeito grosseiro, amargo e cético.

Da minha mãe trago imorredouras lembranças. Como está viva na minha saudade... Nunca me bateu, nunca me falou com grosseria. E o bom mesmo era quando a asma me atacava e ela ficava cuidando de mim, altas horas da noite, contando histórias e passando a mão pela minha cabeça ardendo de febre.

A boa mãe é Deus feito mulher. E como foi importante o incentivo que ela me deu para gostar de leitura. Lia livros para eu ouvir. Fazia versos para eu ler, decifrava palavras cruzadas e charadas para eu adivinhar. Uma perfeita intelectual. Não me esqueço daquele romance que ela leu em voz alta, cuja leitura provocou um dilúvio de lágrimas em meu rosto de menino. Tratava-se de “Amor de perdição”, de Camilo Castelo Branco. Não me esqueço, também, de outro livro que ela tachou de proibido. Tratava-se de “Menino de Engenho”, do nosso José Lins do Rego. Depois vieram os de Monteiro Lobato e assim por diante.

Minha mãe nasceu para ser escritora. E como gostava de música clássica. Quando jovem, tocou flauta. Muitas vezes chegava a chorar ao ouvir os concertos de Mozart e Beethoven. Lágrimas escorrendo em seu rosto já cheio de rugas. Mas, não ficava apenas em ouvir. Conhecia bem a vida dos grandes compositores. Não foi sem motivo que estimulou as duas filhas para estudar piano. Mulher de muita sensibilidade, de muita imaginação e de muito amor à vida, minha mãe Piinha, diminutivo de Pia, foi o maior estímulo que recebi na vida. O maior presente que Deus me deu, que está sempre presente nas minhas saudades. E vez por outra me aparece em sonho.

Sou ainda dos que colocam retratos na parede das pessoas queridas que se foram deste mundo. Acho que a presença delas nas fotos é um estímulo. O esquecimento mata a saudade. Não ama aquele que esquece a pessoa amada que se foi deste mundo.

Minha mãe foi uma heroína. Muito jovem ainda, submeteu-se a concurso público para telegrafista, e isto numa época em que mulher era para ficar em casa cuidando do marido.

Levava uma vida sóbria. Alimentava-se pouco e estava sempre de bom humor. Não dispensava o ponche de cenoura com laranja e beterraba. Soube vencer a velhice com a jovialidade de seu espírito. Adorava vestido estampado, de cores alegres. Sempre dizia: “meu filho, velhice quer trato”. E com essa disposição, atravessou a fronteira dos cem anos.

A verdade é que me vejo nela. Tivemos muita coisa em comum. Daí eu dizer: somos nossas mães, e saber que quando entramos na vida é através delas, que nos dão o primeiro leite e o primeiro abrigo. Resta-nos em agradecimento lhes desejar muita paz e que continuem velando por nós.

A beleza da vida está na diversidade. Já imaginou o mundo com uma cor única? Que monotonia! O mundo vestido só de branco, só de verde, só d...


A beleza da vida está na diversidade. Já imaginou o mundo com uma cor única? Que monotonia! O mundo vestido só de branco, só de verde, só de amarelo, só de preto, e assim por diante. Deus soube vestir magnificamente o nosso mundo. É verdade que ele carregou mais no verde e azul. Veja o céu, o mar, os lagos e a nossa vegetação. O astronauta russo ficou besta quando viu o nosso planta, lá de cima de sua astronave. E gritou: “A Terra é azul”.

O vermelho é a cor do alerta, do perigo, da vida. Lembrar que Deus fez o nosso sangue vermelho, justamente, para chamar a atenção. E ninguém pense que tem “sangue azul”.

E o que dizer da cor roxa? Alguns, acham-na triste... E a branca? Esta simboliza a pureza. Daí as batas dos médicos, cirurgiões, enfermeiros e enfermeiras serem brancas. Esta cor mostra logo qualquer sujeira. Mas isso não quer dizer que a cor negra seja suja, pois a sujeira depende de quem a vestiu. A cor negra apenas esconde mais o que está sujo.

Os padres outrora usavam batinas pretas, pois preto é símbolo de solenidade, de introspecção. A noite se veste de cor negra, cujas estrelas não conseguem apagá-la. As vestes dos homens da Justiça são pretas, e, outrora, as pessoas usavam luto preto. As viúvas, coitadas, tinham que o usar o chamado luto fechado. Costume que, hoje, praticamente está fora de moda. Afinal, o sentimento não está na vestimenta, sim no coração.

E o amarelo? Dizem que é a cor do desespero. Não sei a razão. Deus soube muito bem vestir o mundo das mais variadas cores. E fez esta exposição no arco-íris, onde estão expostas as sete cores e suas nuances.

Vermelho, branco, preto, amarelo, verde, roxo, cinzento, azul, todas têm sua significativa beleza. Mas a cor mais importante mesmo, é aquela que simboliza a vida. A cor vermelha, a cor do sangue, a cor que um acupunturista, certa vez, recomendou que eu usasse...

A música a que me refiro é a chamada Divina Arte, ou música erudita, que nos faz transcender, mas que, infelizmente, aqui não tem...

A música a que me refiro é a chamada Divina Arte, ou música erudita, que nos faz transcender, mas que, infelizmente, aqui não tem a divulgação que devia ter. E me vem a indagação: será que nos nossos colégios estão incentivando os alunos para o conhecimento da música erudita?

A h, se fosse possível a gente trocar de esqueleto... Assim como eu, vejo muitas pessoas curvadas, precisando de uma nova ossatura. Mas quem...


Ah, se fosse possível a gente trocar de esqueleto... Assim como eu, vejo muitas pessoas curvadas, precisando de uma nova ossatura. Mas quem danado pode comprar uma? Até agora os senhores ortopedistas não conseguiram fazer a troca de nosso esqueleto, substituindo-o por um novinho em folha, zero quilômetro. Impossível uma cirurgia neste sentido.

Acho que a maioria das pessoas está indo a um especialista devido a problemas como a osteoporose, do chamado bico de papagaio, hérnia de disco, lordose, dores na coluna e assim por diante.

Mas, se fosse possível uma mudança dos nossos ossos, ouviríamos uma senhora dizendo para a outra: “minha filha, fulana fez um transplante de esqueleto. E a outra: ah, por isso que a vi tão espigadinha, tão elegante!...

Mas agora vem a exploração comercial, caso tal hipótese se transformasse em realidade. Decerto, haveria uns tipos de esqueletos melhores do que outros. Só os ricos adquiririam as melhores marcas.

A verdade é que temos de nos conformar com o esqueleto que temos. Tratá-lo dele com muito carinho, fazer os exercícios de alongamento recomendados pelos especialistas, hidroginástica, ter mais cuidado com as nossas posturas. Por isso, estou sempre ouvindo minha Alaurinda dizer: “cuidado com a postura!” Sim, é a posição errada de se sentar que estraga o nosso esqueleto. Não esqueçamos que só temos uma ossatura e que esta ossatura, quando a gente morrer, permanecerá muito tempo

Lembrar que o compositor francês, Saint Saens, com a sua Dança Macabra, prestou uma justa homenagem aos nossos esqueletos, que só voltam a se encher de carne depois do Juízo Final, segundo ensinam as religiões tradicionais. Mas, antes que Lau apareça aqui novamente com a recomendação: “cuidado com a coluna”, eu vou encerrando a crônica, desejando aos queridos que cuidem de seus esqueletos, enquanto não pudermos comprar um novo...

Foi agosto saindo e setembro chegando. Agosto levando o vento e setembro trazendo o sol. Eu tenho minhas simpatias pelos dois meses. Nas...

Foi agosto saindo e setembro chegando. Agosto levando o vento e setembro trazendo o sol. Eu tenho minhas simpatias pelos dois meses. Nasci em junho, mas se dependesse de mim, teria escolhido setembro, mês primaveril, alegre, com suas flores se abrindo e nos dizendo que a vida é bela.

Se você me perguntar qual o mês de minha predileção, eu responderei em cima da bucha: setembro. Primeiro, porque não tem festa, transcorre tranquilo e silencioso. Comparado com o carnavalesco e calorento fevereiro, ou com os barulhentos junho e julho, com suas violências contra o silêncio e o meio ambiente, setembro é um mês de muita paz.

Setembro, mês de sol ameno, de clima agradável, nem muito calor, nem muito frio. Bom lembrar que foi nele que me casei com a primeira esposa, Carmen, e é nele, no dia 8, que minha Alaurinda comemora o seu aniversário.

Mas não ficam aí os motivos que dão significação a setembro, pois foi também nesse mês que o meu pai, José Augusto Romero, deu adeus ao mundo terreno. E me lembro que, de papel na mão, junto de seu túmulo, lá no Boa Sentença, eu, muito tranquilo pronunciando meu discurso de despedida, ao redor de amigos e familiares, concluí dizendo: “Até logo, papai”. E eu disse aquilo com tanta tranqüilidade e fé, que o governador Pedro Gondim, presente na ocasião, me abraçou, calorosamente, perguntando: “Parabéns! Qual a sua religião?”...

Mês de setembro... Como gostaria de ter nascido nele! Não gosto de barulhento, como fevereiro e junho, que em Alagoa Nova, onde nasci, se torna mais frio ainda.

Vou ouvir agora a Alla Rustica de Vivaldi, em homenagem a setembro... Ou então pedir à minha bonequinha para entoar a Primavera de Beethoven em seu "violindo". E ficar olhando o nosso jardim, cultivado com tanto amor, com suas flores e borboletas saudando o novo mês, tendo como maestro o Sol…

Para terminar, vão vocês perdoando esse meu desabafo lírico, numa época tão prosaica e tão tecnológica...



Carlos Romero é cronista e patrono do ALCR

E le era um adolescente quando o pai, num tom seco e imperioso, lhe disse: “Você vai ser padre. A família precisa de uma batina”. O menino, ...



Ele era um adolescente quando o pai, num tom seco e imperioso, lhe disse: “Você vai ser padre. A família precisa de uma batina”. O menino, que vivia solto no sítio onde se cultivava o café, só fez dizer um simples e humilde: “Sim, papai”.

A vida rígida do Seminário foi uma mudança da água para o vinho, Exagerada disciplina, muito silêncio, muitos estudos, inclusive do Latim, que era uma espécie de idioma de batina. A saudade de casa era profunda e lhe trouxe muitas lágrimas nos olhos. Saudade do sítio, saudade da vida livre, saudade da família.

E aconteceu que o menino voltou para a casa, para o sítio, para a natureza, para a liberdade, conquanto tivesse contrariado a pretensão “religiosa” do pai. Este, diante do comportamento do filho, apenas lhe disse, secamente: “Já que você não deseja vestir a batina, que escolha por si só sua profissão na vida”. O agora rapaz foi trabalhar no plantio do café, um trabalho duro, mas que ele executou com muito empenho, até que veio um bichinho lá do sul do país e contaminou o cafezal, para desespero dos plantadores. A praga arrasou tudo. Uma calamidade que teve repercussão nacional.

E o jovem, agora um homem, por sinal um atleta, resolveu ser professor, profissão com a qual se deu muito bem. Preparava a rapaziada para os exames do Liceu Paraibano, na Capital.

Deu-se bem na nova profissão. Ensinava Português, Matemática, Física e Astronomia. Ele sempre teve os olhos para cima, maravilhado com a beleza muda e mística do Universo. E cuidava do corpo, seguindo as prescrições da ginástica sueca de um tal de Muller. Era um atleta. Bonitão que só ele. Não demorou muito, ficou encantado com a beleza de uma viúva, minha mãe, com quem se casou e teve seis filhos.

Este era meu pai, José Augusto Romero, que sempre foi, sobretudo, um apaixonado pela Astronomia. Até que, um dia, convidado, foi assistir a uma sessão mediúnica, onde se manifestara o espírito de uma prima muito querida. Ficou maravilhado com o fato irrefutável. Houve revelações que só ele sabia. Não teve dúvida. Tornou-se espírita convicto, a ponto de, mais tarde, fundar um centro espírita em Alagoa Nova, para desespero do padre local. E soube-se que até pedra jogaram pela janela do centro, por ocasião de suas reuniões.

Mas não foi somente pela constatação da manifestação mediúnica, que ele se tornou adepto da doutrina codificada por Allan Kardec. O que o levou ao Espiritismo foi a leitura do livro de Leon Denis, ”O problema do ser, do destino e da dor”. Contou que ficou maravilhado com a obra do filósofo francês. E teve vontade de sair correndo pela rua, a dizer como Arquimedes, na descoberta da lei da hidrostática: “Achei, achei, achei!” Sim, ele achara a verdade que procurava.

A s eleições vão se aproximando, com muitos candidatos ansiosos pelo poder. Afinal, haverá coisa mais gostosa do que mandar e disso tirar mu...

As eleições vão se aproximando, com muitos candidatos ansiosos pelo poder. Afinal, haverá coisa mais gostosa do que mandar e disso tirar muito proveito? Mandar é ótimo, obedecer é que é chato.

Quantos levaram a existência mandando... A História está aí para não nos deixar mentir. São sempre exaltados os donos do poder. Em homenagem a eles, quanto bronze foi empregado na ereção de estátuas, bustos e hermas!

Continuando a conversa, todos gostam de mandar. O homem quer mandar na mulher, a mulher quer mandar na casa, o filho mais velho quer mandar no mais novo, e o caçula, coitado, é o quem mais sofre na vida familiar.

E o que é mais difícil, mandar ou obedecer? Claro que é obedecer. A obediência exige a virtude mais difícil de todas: a humildade. Já no mando, o que prevalece é o orgulho. Humildade é sabedoria, é consciência de nossa fraqueza. Daí dizer Emmanuel, o iluminado guia de Chico Xavier: “A humildade é o reconhecimento de nossa pequenez diante do Universo”. E aqui para nós, o orgulhoso é um bobo, que muitas vezes se torna ridículo.

O maior filósofo de todos os tempos, Sócrates, foi um exemplo de humildade. Muita gente, na sua época, que pensava que sabia alguma coisa, ficou embatucado quando ele disse “O que sei é que nada sei”...

E cadê os mandões do mundo, que passaram a vida gozando as tetas do governo, os viciados em mandar? Muitos já morreram, embora seus túmulos sejam sempre visitados. Cadê Napoleão, Hitler, Herodes, Luís XIV? Todos se foram.

Mandar é ótimo, mas, o maior espirito que já veio à Terra não quis mandar. Sim, Jesus dizia que o seu jugo era suave. O jugo do amor, da misericórdia, do perdão. E o extraordinário Gandhi, com cuja fraqueza física enfrentou a poderosa e orgulhosa Inglaterra, sem dar um tiro.

Poder! Todos querem ter. Ninguém quer obedecer e, sim, ter poder.

A gosto, que começa amanhã, já sabe, é mês de vento. Mas, esse ano, o vento de Julho já deu show. Vento agitando as folhas das árvores, varr...

Agosto, que começa amanhã, já sabe, é mês de vento. Mas, esse ano, o vento de Julho já deu show. Vento agitando as folhas das árvores, varrendo o chão, afastando as nuvens, acabando com a rotina, alegrando a paisagem. Quando o vento chega, tudo se renova. Aí pergunto, que seria da vida se não houvesse o vento? Dirá você, e quando o vento vira furacão e arrasa tudo? Já se disse que Deus escreve certo por linhas tortas. Discordo do ditado. Deus tem uma ótima caligrafia. Torta é a nossa interpretação. Mas voltando ao furacão, graças a ele a atmosfera se renova, se purifica.

Gosto da presença do vento, que se, às vezes, se transforma num furacão, vez por outra vira brisa suave, que mexe com as plantas, as flores.

Viva o vento, que alegra a vida da gente. Antigamente, ele levantava as saias das mulheres, que horror! Mas, hoje, as mulheres, em sua maioria, se vestem de calça-jeans, muitas delas esfiapadas e até rasgadas. E viva a moda do feio.

E fico a pensar... que seria dos grandes descobridores, de Cristóvão Colombo a Américo Vespúcio, se não fosse o vento, o vento que empurrou suas precárias embarcações oceano a fora em busca de novas terras, façanha muito mais notável do que a das naves espaciais?

Agosto vai chegando, e como gosto dele! Não é mês de desgosto, como se diz. É ele quem dá um basta à chuva, que espalha as sementes, que diminui o frio, que canta aos nossos ouvidos, dizendo que tudo passa na vida. Nada se eterniza.

Faz gosto olhar o mar e ver o vento empurrando as ondas, que se desmancham em espumas. Espumas que são o sorriso do mar.

O vento é alegre como um sorriso. Que seria da vida se as pessoas não sorrissem? Eu tenho muita pena dos carrancudos. O sorriso é uma benção. Bem aventurados os que sorriem. Se duvida da beleza de um sorriso, vá ao espelho, logo que acordar, e se olhe no espelho. Faça primeiramente uma careta zangada, ou um feche a cara, e depois sorria... Que diferença!

Dizem que Jesus não sorria. Engano. Será que quando ele convidou as criancinhas foi de cara amarrada ou séria? E quando nos fez aquele poético convite do “olhai os lírios do campo” não foi com um meigo sorriso? E depois nem sempre a gente sorri pela boca, ou pelos dentes. A gente também sorri pelos olhos. O sorriso renova a pessoa, suaviza as rugas.

E antes de sair da crônica e desligar o computador, agora olho o céu azul que se despede de Julho, inteiramente limpo de nuvens.

O vento! Como gosto dele! Que tristeza deveriam provocar as calmarias em pleno mar, com a ausência completa do vento. Que desespero para os navegantes de outrora...

Fiquemos por aqui. Um brinde ao vento e ao sorriso, que tanto alegram a nossa vida.

I nformam que a palavra entusiasmo significa Deus em nós. Portanto, bem-aventurados os entusiastas da vida. Quando o físico Arquimedes tomav...

Informam que a palavra entusiasmo significa Deus em nós. Portanto, bem-aventurados os entusiastas da vida. Quando o físico Arquimedes tomava banho na sua banheira, percebeu que seu corpo perdia peso quando mergulhado na água. Tinha, assim, descoberto a chamada lei da hidrostática. Tomado de grande entusiasmo, perdeu o sentimento de pudor e saiu, nu, pelas ruas de Atenas, gritando “Eureka! Eureka!, que quer dizer: achei! achei!

O entusiasmo é uma força extraordinária. Sob o seu domínio fazemos grandes coisas. É o contrário do desânimo, que é uma espécie de praga.

Tal sentimento rejuvenesce a pessoa. Seja na descoberta de uma lei, seja na contemplação de um nascer do sol, seja na audição da parte final da Nona Sinfonia de Beethoven, em que o mestre de Bonn exaltou a alegria, inspirado num poema de Schiller.

A propósito do entusiasmo, que é irmão da fé, Jesus sempre o exaltou, chegando a dizer que se tivermos uma fé do tamanho de um grão de mostarda, diríamos a uma montanha: “arreda-te daí”, e ela sairia mansinha como um cordeiro. E é do mestre a receita: “pedi e vos será dado, buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á”.

Veja aí que força é o entusiasmo. Com ele o homem se sente um verdadeiro deus. O entusiasmo como a fé curam enfermidades. Eu adoro ver um médico alegre. Sim, a fé é um remédio. Um remédio que não se compra na farmácia. E quando o Mestre curava, costumava dizer ao enfermo: “a tua fé te curou”. Fosse ele um cego, um paralítico, um leproso, um mudo. Qual é o médico que diria isto a um doente? Perderia logo o direito à percepção dos honorários...

A conclusão é que sem entusiasmo não se faz nada. Não fosse ele, e o nosso Dumont não teria inventado o avião, contornando a torre Eiffel com aquela geringonça, embora terminasse sua vida pelo suicídio, enforcando-se numa gravata. Mas aí o problema foi de ordem mental.

E que dizer do nosso simpático e extraordinário Juscelino construindo uma cidade em pleno deserto goiano? Um presidente feito de entusiasmo, e cujo sorriso fazia bem a todos que o viam.

Dirá você que necessita de uma motivação. Concordo. Acontece que motivações não faltam na vida. O problema é saber descobri-las.

Acontece que muita gente não percebe as bênçãos que possui, deixando-se dominar pelo pessimismo, que não leva a nada, pela inatividade, pela depressão.

E viva este sol, com o seu sorriso de luz, chamando-me para caminhar. O sol é todo entusiasmo. E, percebendo mais, constataremos que tudo é alegria na Natureza: o vento, o cantar dos pássaros, o balé das ondas, o agitar dos coqueiros... O homem é que, às vezes, é triste... Dir-se-ia cercado de maravilhas e não sabe. No entanto, seu coração continua pulsando, o sangue correndo, todo o seu corpo trabalhando para que ele viva.

S e me perguntassem qual o episódio na vida de Jesus, que eu gostaria de ter testemunhado, ficaria relutante. São tantos. Dois, porém, aguça...

Se me perguntassem qual o episódio na vida de Jesus, que eu gostaria de ter testemunhado, ficaria relutante. São tantos. Dois, porém, aguçam o meu desejo: o daquela cena no Monte Tabor, em que o Mestre se transfigurou e conversou com dois espíritos: Moisés e Elias, e o primeiro sermão com que inaugurou a caminhada da evangelização.

Depois daquela festa de casamento, em que ele transformou a água em vinho – realizando, assim, o seu primeiro milagre para espanto dos presentes – Jesus proferiria o maravilhoso Sermão da Montanha.

Minha imaginação, portanto, leva-me àquele momento sublime, em que o Mestre sintetizou toda sua Doutrina. E eu tenho muita pena daquele que nunca leu essa peça oratória. Tão grande é o Sermão da Montanha que Gandhi, que não era cristão, disse: “se todos os livros religiosos fossem queimados, e apenas se salvasse o sermão inaugural da evangelização, nada teria sido perdido”. Veja a grandeza daquela mensagem proferida ao ar livre, no templo sem telhado da Natureza, sem ar condicionado, pois a brisa abrandava o calor, sem microfone, sem celulares tocando, sem cadeiras, sem nenhum conforto, porquanto o orador vivia em contato com o campo. O templo de pedra não atraía a sua atenção. Tanto é assim que nunca edificou uma igreja. Tão diferente das grandes catedrais que ergueram em seu nome...

Fico a imaginar Jesus, com a voz suave, o semblante sério e sereno, pregando a sua Doutrina Consoladora que teve como intróito as chamadas bem-aventuranças. E quem eram os bem-aventurados ou felizes, segundo o Mestre? Os ricos, os poderosos, os religiosos hipócritas, os orgulhosos e vaidosos? Não, ele se referia aos humildes, aos pacificadores, aos puros de coração, aos mansos. Jamais aos raivosos e pregadores do ódio, tão em moda, hoje em dia, na nossa política...