HIMALAIA
Por vezes, sinto no corpo E na alma, A lassidão do Himalaia. Sinto-me incapaz de Mover-me, pensar, respirar. Por vezes, tudo o que eu desejo É o silêncio profundo Daquelas montanhas. E que um sentimento de quase-morte Invadisse-me o âmago E eu me entregasse sem culpa A tal profundo repouso. Muito me apraz momentos De solitude e silêncio. Para que eu descarregue os Pesos da alma suavemente. E tendo apenas o pálio celeste Como testemunha, Deixo sair do fundo da alma Um suspiro em oração profunda.
Por vezes, sinto no corpo E na alma, A lassidão do Himalaia. Sinto-me incapaz de Mover-me, pensar, respirar. Por vezes, tudo o que eu desejo É o silêncio profundo Daquelas montanhas. E que um sentimento de quase-morte Invadisse-me o âmago E eu me entregasse sem culpa A tal profundo repouso. Muito me apraz momentos De solitude e silêncio. Para que eu descarregue os Pesos da alma suavemente. E tendo apenas o pálio celeste Como testemunha, Deixo sair do fundo da alma Um suspiro em oração profunda.
ALIENÍGENA
Já não sei os caminhos a trilhar Para chegar a tua casa. Não reconheço mais essa paisagem, O que dantes me parecia estrada segura Agora é terreno pedregoso Em senda obscura. Já não sei mais que palavras usar Para me fazer entender, Pois minha poesia para ti É hieróglifo, é só inaudível, Impossível de se perceber. Então eu me calo, Fecho-me no meu universo alienígena, Guardo apenas para mim, Toda dor, saudade, palavra mais digna. E parece que a distância entre nós Aumenta dia a dia, Contando a parábola de alguém Que de tanto se fechar em si se perdeu, E de um poeta, que de tanto amar Um louco, esqueceu a rima, Perdeu-se no espaço E desapareceu.
Já não sei os caminhos a trilhar Para chegar a tua casa. Não reconheço mais essa paisagem, O que dantes me parecia estrada segura Agora é terreno pedregoso Em senda obscura. Já não sei mais que palavras usar Para me fazer entender, Pois minha poesia para ti É hieróglifo, é só inaudível, Impossível de se perceber. Então eu me calo, Fecho-me no meu universo alienígena, Guardo apenas para mim, Toda dor, saudade, palavra mais digna. E parece que a distância entre nós Aumenta dia a dia, Contando a parábola de alguém Que de tanto se fechar em si se perdeu, E de um poeta, que de tanto amar Um louco, esqueceu a rima, Perdeu-se no espaço E desapareceu.
INDIFERENÇA
Meu sol brilhou sobre tua face Tantas e tantas vezes E nunca percebeste o calor E a delicadeza dele. A minha brisa envolveu-te o corpo Tantas e tantas vezes Como um terno abraço Que finges aceitar. Mas o que existe é o silêncio E um deserto escaldante De frias emoções. Só o que existe de ti para mim É uma indiferença sepulcral Que cala o amor dos corações.
Meu sol brilhou sobre tua face Tantas e tantas vezes E nunca percebeste o calor E a delicadeza dele. A minha brisa envolveu-te o corpo Tantas e tantas vezes Como um terno abraço Que finges aceitar. Mas o que existe é o silêncio E um deserto escaldante De frias emoções. Só o que existe de ti para mim É uma indiferença sepulcral Que cala o amor dos corações.
JORNADA
Perlustro silenciosamente Essa paisagem estranha De sendas estreitas e obscuras, Que me sustêm o respirar penosamente. Já me acostumei a andar caluda Como se sombra fosse pelas plagas, Nessa paisagem desnuda. E na solidão da tua companhia Eu sigo morta, sem sonhos, Sem nenhum querer, vazia. Quem sabe adiante a paisagem mude. O céu se abra em azul e branco, E o orvalho faça brotar um trevo quádruplo, A falar de nova sorte. Então, direi a minha alma: Estás enfim liberta, De ti bem acompanhada, Parte buscando o teu norte.
Perlustro silenciosamente Essa paisagem estranha De sendas estreitas e obscuras, Que me sustêm o respirar penosamente. Já me acostumei a andar caluda Como se sombra fosse pelas plagas, Nessa paisagem desnuda. E na solidão da tua companhia Eu sigo morta, sem sonhos, Sem nenhum querer, vazia. Quem sabe adiante a paisagem mude. O céu se abra em azul e branco, E o orvalho faça brotar um trevo quádruplo, A falar de nova sorte. Então, direi a minha alma: Estás enfim liberta, De ti bem acompanhada, Parte buscando o teu norte.