Era quase passatempo tamborilar os dedos de forma brincante pelo lápis. Depois de um pensar instantâneo, a mão começava a desenhar...

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Era quase passatempo tamborilar os dedos de forma brincante pelo lápis. Depois de um pensar instantâneo, a mão começava a desenhar no papel os sabores, os cheiros, os desejos, os futuros, a vida, até a morte. Letras, curvas, tinta e papel ganhavam formas imaginariamente definidas. E dali surgiam casas, carros, árvores, mãos, olhos, uma infinidade de pensamentos que soltavam para a superfície do branco mundo.

O que não falta são livros que buscam ensinar a escrever. Não ensinam. Os melhores dão algumas boas dicas e têm a honestidade de mand...

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O que não falta são livros que buscam ensinar a escrever. Não ensinam. Os melhores dão algumas boas dicas e têm a honestidade de mandar o leitor fechá-los e praticar. Assim como samba não se aprende na escola, a escrita não se aprende em guias de redação. Isso não quer dizer que não sejam úteis. Uma das vantagens deles é trazer depoimentos de escritores e mostrar como os problemas de quem se propõe a escrever são comuns a todos, o que serve de estímulo aos iniciantes.

Bovarismo é desejar uma condição que não é sua, imaginar para si uma personalidade que não possui, mas que pode acabar com sua vida. É ...

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Bovarismo é desejar uma condição que não é sua, imaginar para si uma personalidade que não possui, mas que pode acabar com sua vida. É uma tendência que certos indivíduos apresentam de fugir da realidade, imaginando uma condição de vida irreal, passando a agir como se tivessem, ao mesmo tempo, tentando convencer os outros das possibilidades de sua imaginação. Pode ser caracterizada como uma forma de mitomania. Essa designação vem do protótipo da insatisfação conjugal da protagonista Emma Bovary, no romance Madame Bovary.

Marla... Era assim que suas irmãs a chamavam. Marla... Embora seu nome fosse Marlene. Mas, para mim, era simplesmente tia Marla. Quand...

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Marla... Era assim que suas irmãs a chamavam. Marla... Embora seu nome fosse Marlene. Mas, para mim, era simplesmente tia Marla. Quando eu era menino, ficava muitas vezes olhando para ela, admirando sua beleza... Eu ficava fascinado com a semelhança de seu rosto com o de minha mãe. E a voz , tão parecida com a de Mamãe, que às vezes me confundia...

O professor José Jackson Carneiro de Carvalho construiu um espaço que é só seu na literatura paraibana e – por que não? – brasile...

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O professor José Jackson Carneiro de Carvalho construiu um espaço que é só seu na literatura paraibana e – por que não? – brasileira. Que eu saiba, só ele, entre nós, logrou estudar, com a profundidade devida, três autores fundamentais das letras universais, Albert Camus, André Malraux e Fiódor Dostoiévski, escrevendo e publicando sobre cada um deles um livro específico, com a qualidade capaz de inscrevê-los, com destaque, na fortuna crítica dos respectivos escritores. Não é pouca coisa, do ponto de vista intelectual, nem aqui, na aldeia, nem em qualquer lugar do mundo.

Paraíba, 14 de agosto de 2022

Paraíba, 14 de agosto de 2022

Foi numa tarde de primavera que as vi pela primeira vez. Vermelhas, amarelas, roxas, brancas e laranjas, estendiam-se como aquarela até...

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Foi numa tarde de primavera que as vi pela primeira vez. Vermelhas, amarelas, roxas, brancas e laranjas, estendiam-se como aquarela até onde a vista alcançava, ao longo da baía de San Francisco.

Acordei pensando nele… será o meu primeiro Dia dos Pais sem o meu "velho"! Corri pra registrar, e só então vieram-me as pr...

Acordei pensando nele… será o meu primeiro Dia dos Pais sem o meu "velho"! Corri pra registrar, e só então vieram-me as primeiras lágrimas, ausentes na última despedida. Continuava intrigado, por que será que não chorei, como meus inúmeros irmãos?

Dormi com esta pergunta ecoando ao inconsciente. De manhã, junto com o sol, veio, afinal, a desejada explicação: fui muito feliz com meu pai, recebi dele o amor que, pródigo, distribuiu com fartura. Desfrutei de seus conselhos, admirei-o, imitei-o com orgulho, pude ser seu amigo e, por fim, recebi a grata honraria de ser seu cuidador.

Em 1808, quando D. João chegou ao Rio de Janeiro, fugindo das tropas de Napoleão que haviam invadido Portugal, trouxe na sua imensa bag...

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Em 1808, quando D. João chegou ao Rio de Janeiro, fugindo das tropas de Napoleão que haviam invadido Portugal, trouxe na sua imensa bagagem dois prelos e material para tipografia. Logo depois, começava a ser editado o jornal “Gazeta do Rio de Janeiro”, o marco inicial da imprensa no Brasil. A “Gazeta” era uma espécie de “diário oficial” da Corte portuguesa, conforme se deduz das impressões que foram registradas pelo comerciante inglês John Armitage em livro que ele escreveu sobre aquele período:

Filhos... Filhos? Melhor não tê-los! Mas se não os temos Como sabê-los? (Vinicius de Morais) Inexistem registros cronológic...

Filhos... Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-los?
(Vinicius de Morais)

Inexistem registros cronológicos e afetivos que permitam perscrutar os vácuos e abismos que se materializam entre avós, e sobremodo, pais e filhos. Os nossos antepassados, e os atuais pais convivem com minguadas proximidades afetivas que se estilhaçam e ferem os sentimentos dos que, contrariados, ingressaram em idades provectas. Homens e mulheres submetidos à ditadura do tempo, espremidos pelas insanidades corpóreas, vão celeremente caminhando nas veredas dos finais de vida perdendo os laços afetivos com os filhos.

TEOREMA tudo passa tudo sai de cena gente bicho tema nem sempre é eterno o que cabe no poema às vezes é só uma sede extrema C...

poesia paraibana lau siqueira
  • TEOREMA tudo passa tudo sai de cena gente bicho tema nem sempre é eterno o que cabe no poema às vezes é só uma sede extrema
  • CORAGEM
    viver é voar além do ninho no sopro do abismo no olho do redemoinho
  • FILOSOFREE dialogar com o vento mesmo sem ar eu tento

O título se refere a uma passagem de um poema de Hesíodo, Trabalhos e dias , escrito no século VIII a.C., que nos admira pela sua atu...

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O título se refere a uma passagem de um poema de Hesíodo, Trabalhos e dias, escrito no século VIII a.C., que nos admira pela sua atualidade. A passagem trata dos homens da raça de ferro, idade mítica em que a humanidade se entrega à total degradação, desconhecendo-se, caluniando-se, agredindo-se, invejando-se, matando-se, em busca de poder, não importa se o custo disso é a propagação do mal. Em tradução nossa, o texto final (versos 190-201) correspondente a essa idade dos homens, diz o seguinte:

A meu pai, que se foi cedo demais VIDA-RODA Vida, vida, vida-roda, que rola, enrosca e sufoca as vontades que a ge...

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A meu pai, que se foi cedo demais

VIDA-RODA
Vida, vida, vida-roda, que rola, enrosca e sufoca as vontades que a gente tem. Roda, roda, roda-vida, que se abre como ferida e rasga

Conheci Marcos Pires em 1977 no festival de inverno de Areia quando eu fazia o papel de João Grilo no Auto da Compadecida, com direção...

Conheci Marcos Pires em 1977 no festival de inverno de Areia quando eu fazia o papel de João Grilo no Auto da Compadecida, com direção de Fernando Teixeira. Naquela época os pais de Marcos encontravam-se no topo da pirâmide dos milionários brasileiros. Você conhecer o filho de milionários que amava as artes era um privilégio e aquilo me encantou. Logo me tornei amigo dele e veio o convite para ser o "diretor artístico" da sua boate Passargada, ainda em construção. Eu não sabia exatamente quais eram as atribuições de um diretor artístico, mas topei na hora.

Sozinho, em casa, onde uma indisposição me manteve por todo o dia, sou acordado pelo telefone. Falava-me, do Recife, um amigo de quem e...

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Sozinho, em casa, onde uma indisposição me manteve por todo o dia, sou acordado pelo telefone. Falava-me, do Recife, um amigo de quem eu não tinha notícias há um tempão. Obtivera meu número de um velho colega de escola com quem topara, inesperadamente, na Praça de Alimentação do Shopping Guararapes. Conversa demorada, dessas que hoje se travam na promessa de taxa zero comumente feita pelas operadoras de telefonia à distinta clientela. Como vai fulano? Como vai sicrano? E, lá para as tantas, os indispensáveis pedidos de informação (lá e cá) sobre o paradeiro de uma ou outra antiga namoradinha.

[ZYX2, 1.340 KHz, Rádio Arapuan de João Pessoa] - Foi fundada em 15 de agosto de 1950, pelo radialista Orlando Vasconcelos. De início, ...

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[ZYX2, 1.340 KHz, Rádio Arapuan de João Pessoa] - Foi fundada em 15 de agosto de 1950, pelo radialista Orlando Vasconcelos. De início, a emissora funcionou em um casarão da Rua Duque de Caxias, no trecho entre a Igreja da Misericórdia e o Ponto de Cem Réis. Depois foi para a Avenida Guedes Pereira, mais precisamente no Edifício Caldas - um prédio com térreo e dois pavimentos superiores que ainda existe. Não me lembro, porém, do número do imóvel. Sei que fica no trecho entre as Ruas Tenente Retumba e Desembargador Feitosa Ventura (lateral do prédio-sede dos antigos Correios).