F oi depois de Jerusalém, onde não encontrei Jesus, e de passar por Tel-Aviv, magnífica megalópole dominada pelos judeus, que, ao chegar em ...

A gratidão das pernas

Foi depois de Jerusalém, onde não encontrei Jesus, e de passar por Tel-Aviv, magnífica megalópole dominada pelos judeus, que, ao chegar em Londres, tive minha primeira experiência em cadeira de rodas. Tudo por causa de uma estenose lombar aguda, posteriormente tratada por Dr. Ronald Farias, meu médico de coluna.

Mesmo sabendo que o bom mesmo é andar a pé pelas cidades, pois, só assim a gente as conhece melhor, dessa vez, eu tinha Londres aos meus pés, mas cadê saúde para movimentá-los? Aí aconteceu o que eu não esperava: alugaram-me uma cadeira de rodas. Que oportuna solução saída da cabeça do meu amigo Davi e do caçula Germano!

Assim, fui passeando em Londres, sentado tranquilamente na cadeira, que era zero quilômetro. Aí me lembrei do velho Churchill, que usou por muito tempo aquele transporte. Lá no alto, na Trafalgar Square, montado no seu cavalo, o almirante Nelson, parecia estar com inveja de mim.

Ah, que delicia foi sair deslizando pelas ruas londrinas sobre rodas. E fui bater até bater de novo no Palácio de Buckingham, onde uma enorme multidão se postava, aguardando a presença da rainha que nunca aparece...

Aqui para nós, a capital londrina tem tudo para ser capital do mundo. O que é que não se encontra em Londres? Ela só peca pelo seu arraigado tradicionalismo. E graças a esse tradicionalismo, muito dinheiro corre para os cofres públicos. Esse negócio de Rainha, a quem tanto se venera, não falta turista basbaque para ficar olhando a troca da guarda do palácio.

Continuamos passeando pelos encantadores canteiros, contemplando e acariciando as tulipas, cujo vermelho parecia gritar a sua beleza. Graças à cadeira de rodas constatei como o chão londrino é bem cuidado. Aliás, todo prefeito deveria dar um passeio nesse transporte para verificar ao vivo o chão de sua cidade. Com que facilidade a cadeira deslizava pelo chão limpo, sem buracos e sem batentes.

E quem empurrava minha cadeira? Ora, meu filho e anjo de guarda Germano, que hoje é mais pai do que filho.

A vida, às vezes, gosta de testar a gente. E eu acho que me saí tão bem no teste da cadeira de rodas, que terminei me acostumando. Hoje em dia, nas caminhadas mais extensas, tenho aproveitado a tecnologia das rodas enquanto dou um descanso às minhas pernas, que agora me agradecem.

COMENTE, VIA FACEBOOK
COMENTE, VIA GOOGLE

leia também