HISTÓRIA
Não se pode apontar precisamente o local e a época em que o vinho foi elaborado pela primeira vez. As mais antigas sementes de uva cultivadas foram descobertas na Geórgia (Rússia) e datam de 7000 a.C. (datadas por marcação de carbono).
O Kwervri (um jarro de argila), existente no museu de Tbilisi, também na Geórgia, datado de 5000–6000 a.C., é outra evidência desse período. Além das regiões ao norte do Cáucaso (Geórgia e Armênia), a videira também era nativa da Pérsia (Irã) e do sul da Mesopotâmia (Iraque), entre os rios Tigre e Eufrates. Por volta de 2000 a.C., migrou para a Grécia.
Kvevris, jarras de argila da Geórgia (Cáucaso) @vinhosecastelos
A capacidade da adega do rei foi estimada em seis mil litros, armazenados em grandes ânforas denominadas pithoi. O vinho era levado até a adega dentro de bolsas de pele de animal, que deviam contribuir para a formação do “buquê” do vinho. A partir de 1000 a.C., os gregos começaram a plantar videiras em outras regiões europeias.
Antigos artefatos vinícolas (Creta, Grécia) @wineorigins
CIÊNCIA
Observações anatomopatológicas no século XIX já sugeriam que o consumo de bebidas alcoólicas protegia as artérias humanas contra a aterosclerose. Desde então, inúmeros estudos observacionais demonstraram esse efeito protetor. Especificamente, o consumo moderado de álcool — ou seja, até 30 gramas/dia — associava-se a menor mortalidade global, menor mortalidade cardiovascular, menor incidência de morte súbita e de infarto do miocárdio, em várias populações de diferentes regiões do mundo.
Curated Lifestyle
Quando se analisaram diversos países com hábitos alimentares e padrões de ingestão de bebidas muito diferentes, a mesma relação inversa foi observada: onde se consumia mais bebida alcoólica, menor era a mortalidade por doença aterosclerótica. Uma questão que sempre emergiu: o tipo de bebida faz diferença? Vinho ou qualquer tipo de bebida alcoólica?
Curated Lifestyle
Na França, onde tradicionalmente se consome bastante gordura animal, a mortalidade por doença coronariana era tão baixa quanto nos países mediterrâneos! Baseando-se em métodos estatísticos, os pesquisadores atribuíram esse fenômeno ao consumo de vinho tinto, que é um hábito antiquíssimo no país.
Isso desencadeou grande interesse, e vários estudos foram então iniciados. Porém, um ponto deve ser lembrado: os estudos citados são todos de observação e, portanto, não são cientificamente adequados para demonstrar inequivocamente a ação protetora do vinho tinto. Mais pesquisas são necessárias.