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De Pedra Lavrada, no Cariri paraibano, para Moscou. Dá para imaginar? Pois é. São muitos quilômetros. E não é só a distância espacial ... ...

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De Pedra Lavrada, no Cariri paraibano, para Moscou. Dá para imaginar? Pois é. São muitos quilômetros. E não é só a distância espacial ... Mas esse foi o caminho percorrido por nosso conterrâneo Paulo Bezerra para se tornar um dos mais autorizados tradutores de Dostoiévski do Brasil, na atualidade. Caminho heroico o desse intelectual, cujo destino inicial talvez fosse ser ferreiro, profissão do pai. Mas o seu sonho era outro: o de estudar. E esse sonho, que foi e é o de tantos meninos e meninas modestos em nossa pátria pouco gentil, transformou sua vida, como costuma acontecer quando as fantasias se tornam reais.

Agora tomo um trem imaginário para Florença, após deixar os canais venezianos para trás. Busco não a Florença turística, ao alcance de qua...

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Agora tomo um trem imaginário para Florença, após deixar os canais venezianos para trás. Busco não a Florença turística, ao alcance de qualquer um, mas uma Florença especial, a da literatura, que há tempos a vem adotando como pano de fundo — e também como personagem — de tantas obras relevantes. Tive o privilégio, como tantos outros, de visitar a cidade de

A amargura de que fala o título é a “de não ser bonito, quando jovem”. E quem a cita é Paulo Francis, em artigo publicado no jornal O Esta...

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A amargura de que fala o título é a “de não ser bonito, quando jovem”. E quem a cita é Paulo Francis, em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo, em 19/5/1991. No texto, ele está se referindo ao escritor Milan Kundera, célebre autor de A insustentável leveza do ser, romance que marcou época em fins do século passado. Escreve Francis: “Como é feio Milan Kundera. Parece um macaco. Imagino Kundera, garoto, num baile de formatura, tentando tirar uma menina para dançar e sendo recusado, delicadamente, se ela era educada, e com riso zombeteiro, se não.

Há cem anos, o paraibano Epitácio Pessoa , que presidiu o Brasil no período 1919-1922, decidiu dar ao seu estado natal, sempre pobre e car...

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Há cem anos, o paraibano Epitácio Pessoa, que presidiu o Brasil no período 1919-1922, decidiu dar ao seu estado natal, sempre pobre e carente de grandes investimentos públicos federais, uma obra capaz de alavancar seu desenvolvimento econômico, libertando-o, pelo menos em parte, do eterno problema das secas periódicas, que inviabilizavam a sustentabilidade de nossa atrasada economia fortemente baseada em rústicas agricultura e pecuária.

A vida ensina que eles nem sempre coincidem. Aliás, melhor dizendo, quase nunca eles coincidem. E não raro eles se excluem um ao outro. ...

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A vida ensina que eles nem sempre coincidem. Aliás, melhor dizendo, quase nunca eles coincidem. E não raro eles se excluem um ao outro. Daí a necessidade constante de optar-se entre um e outro, já que dificilmente pode-se ter os dois ao mesmo tempo. E essa opção constitui-se como fundamental na vida de cada um e, também, uma das principais questões da filosofia moral, a Ética.

Parecia um homem comum. Talvez um funcionário público modesto, talvez um guarda-livros, antiga profissão fadada à extinção, pelo menos n...

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Parecia um homem comum. Talvez um funcionário público modesto, talvez um guarda-livros, antiga profissão fadada à extinção, pelo menos no nome. De paletó, sua segunda pele, óculos redondos de lentes grossas, realçadoras de uma miopia congênita, a surrada pasta de couro na mão, símbolo de seu ofício e de sua austeridade, modo de ser natural de quem só se importava com o que era essencial. Sem falar no chapéu de feltro, adereço indispensável para os homens da época. Quem passasse menos atento por aquela tranquila esquina do Jardim Botânico, bucólico bairro de um Rio de Janeiro ainda aprazível, e visse aquele homem de pé, esperando o bonde como qualquer mortal, não desconfiaria nunca de sua verdadeira identidade, a despeito de sua já reconhecida proeminência na vida pública nacional.

Mais uma imensa perda humana e cultural para a Paraíba. É assim que vejo, que vemos todos a recente partida de Otinaldo Lourenço, ícone do...

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Mais uma imensa perda humana e cultural para a Paraíba. É assim que vejo, que vemos todos a recente partida de Otinaldo Lourenço, ícone do jornalismo e do rádio paraibanos. E assim vai se alastrando nossa pobreza aldeã, confirmando a sabedoria popular que diz, desalentada: “De onde se tira e não se bota, a tendência é se acabar”. Pois é. É como se, com essas perdas todas, estivéssemos findando, pouco a pouco, nosso parco patrimônio humano, o único que nos coube desde sempre e que não raro temos, burramente, desperdiçado ou desconhecido.

Não o conheci pessoalmente, ou seja, nunca fomos apresentados, mas posso dizer que o conhecia mais ou menos de perto, na medida em que um...

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Não o conheci pessoalmente, ou seja, nunca fomos apresentados, mas posso dizer que o conhecia mais ou menos de perto, na medida em que um leitor pode conhecer um cronista, partindo do pressuposto de que, de uma forma ou de outra, o cronista se revela em cada crônica, já que toda literatura, assim como toda arte, é autobiográfica.

É dura a vida, no Brasil, de escritores que vivem e produzem fora do eixo Rio-São Paulo. No resto do mundo imagino que deva ser a mesma ...

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É dura a vida, no Brasil, de escritores que vivem e produzem fora do eixo Rio-São Paulo. No resto do mundo imagino que deva ser a mesma coisa, a mesma dificuldade de conseguir um editor importante e a necessária divulgação, aquela que pode tornar o autor conhecido, se não pelo grande público, ao menos pelo grupo mais restrito dos leitores contumazes. Deve ser dura também a vida dos que escrevem e vivem no Rio e em São Paulo, mas que ainda são anônimos e/ou inéditos, já que não é fácil, em nenhum lugar, obter reconhecimento.

É a primeira vez que escrevo sobre este tema, mas não a que falo sobre ele, de modo que, para mim, é uma oportunidade de refletir mais sobr...

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É a primeira vez que escrevo sobre este tema, mas não a que falo sobre ele, de modo que, para mim, é uma oportunidade de refletir mais sobre o assunto e organizar melhor meu pensamento a respeito. Esta é certamente uma das vantagens que a escrita tem sobre a fala. Vamos lá.

Foi em Cabedelo. Faz tempo. Uma senhora grisalha, já avançada na casa dos setenta, dá entrada numa ação judicial de divórcio. Quer se se...

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Foi em Cabedelo. Faz tempo. Uma senhora grisalha, já avançada na casa dos setenta, dá entrada numa ação judicial de divórcio. Quer se separar do marido, ele um pouco mais idoso que ela. É uma mulher simples, do povo, como se diz, uma dona de casa casada há muitos anos, que teve filhos, criou-os com as dificuldades previsíveis, agora tem netos que a visitam apenas de vez em quando, sem grandes demonstrações de afeto. Sua vida parece completa, sem graça, exaurida, como se lhe restasse somente aguardar o fim, quando Deus fosse servido. Uma vida como tantas outras; uma existência sem outro sentido aparente, salvo esse de ser esposa, mãe, Nada mais além disso. Aos olhos de muitos, parece pouco esse destino comezinho; aos olhos dela, também, principalmente nos momentos em que ela,

A Itália, por razões óbvias, sempre exerceu um imenso fascínio nos escritores e nos estrangeiros em geral. Sua história milenar, sua arte ...

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A Itália, por razões óbvias, sempre exerceu um imenso fascínio nos escritores e nos estrangeiros em geral. Sua história milenar, sua arte incomparável, seu clima, sua gastronomia, seus vinhos, enfim, seu patrimônio cultural inigualável explicam e justificam esse apreço universal pela terra de Dante e tantos outros. Pode-se dizer que todos os lugares na Itália, desde os menores lugarejos até as grandes cidades, valem a pena. Entretanto, creio que também é lícito afirmar-se que, do todo admirável, três urbes se destacam por sua presença marcante nas artes e, particularmente, na literatura: Roma, Florença e Veneza. Desta última, ocupar-me-ei brevemente a seguir, a partir de dois livros emblemáticos: Morte em Veneza, do alemão Thomas Mann, e Despedida em Veneza, do norte-americano Louis Begley.

Como cidadão, tenho tido, já há algum tempo, poucos motivos para comemorar alguma medida ou decisão governamental, em todos os níveis. Is...

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Como cidadão, tenho tido, já há algum tempo, poucos motivos para comemorar alguma medida ou decisão governamental, em todos os níveis. Isto me entristece, claro, mas não me surpreende; afinal, por nossa história, o que certamente me surpreenderia seria se fosse o contrário. Mas o fato é que , surpreendentemente, entusiasmei-me esta semana com a notícia da desapropriação, pelo governo estadual, do antigo e belo prédio do Colégio das Neves, ali ao lado de nossa Catedral Basílica. A finalidade do governo é ali instalar o “Parque Tecnológico Horizontes de Inovação”, entidade voltada para o estímulo à tecnologia, especialmente no viés da inovação.

Em fins dos anos 1970, o jornalista e escritor José Castello conseguiu agendar uma entrevista com Vinicius de Moraes, que então estreava ...

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Em fins dos anos 1970, o jornalista e escritor José Castello conseguiu agendar uma entrevista com Vinicius de Moraes, que então estreava um show no Rio de Janeiro. O jornalista não era ainda o consagrado biógrafo do poeta e compositor, condição que só alcançaria mais de uma década depois da citada entrevista, mas naquele encontro frustrante já detectou no entrevistado claros sinais de um tormento existencial que contrastava abertamente com a imagem pública do autor de canções leves como “Garota de Ipanema”.

Sou do tempo (isto é apenas um fato, não um juízo de valor) em que experiência era algo que se fazia em laboratório, com pipetas e tubos de...

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Sou do tempo (isto é apenas um fato, não um juízo de valor) em que experiência era algo que se fazia em laboratório, com pipetas e tubos de ensaio. Coisa de cientista ou candidato a. Agora tudo mudou. Tudo se tornou experiência.

Você sabia, leitor, que estão construindo um centro comercial nos jardins da sede social do Esporte Clube Cabo Branco, no Miramar, desfig...

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Você sabia, leitor, que estão construindo um centro comercial nos jardins da sede social do Esporte Clube Cabo Branco, no Miramar, desfigurando totalmente uma das mais belas e emblemáticas obras arquitetônicas da Capital? Pois é, eu também só acreditei quando vi a foto da monstruosidade enviada por uma estimada amiga que mora nas vizinhanças do clube. Mas não dá mesmo para acreditar em tamanho atentado a um dos mais queridos símbolos da urbe, ali à vista de todos e principalmente das autoridades, num verdadeiro acinte aos pessoenses que amam sua cidade.

Ninguém mais fala em Newton Rique. Acredito que nem mesmo em Campina Grande, cidade onde nasceu este paraibano operoso, cuja instituição ...

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Ninguém mais fala em Newton Rique. Acredito que nem mesmo em Campina Grande, cidade onde nasceu este paraibano operoso, cuja instituição bancária expandiu-se além das fronteiras estaduais, constituindo-se em emblema do empreendedorismo local, numa época que, infelizmente, ficou para trás. Refiro-me ao Banco Industrial de Campina Grande, com filial até no Rio de Janeiro.

“O coração tem razões que a própria razão desconhece”. A célebre frase de Pascal (1623-1662) para mim é perfeita. Resume e expressa de ma...

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“O coração tem razões que a própria razão desconhece”. A célebre frase de Pascal (1623-1662) para mim é perfeita. Resume e expressa de maneira clara e brilhante a grande e fundamental dicotomia que na filosofia iria conduzir ao iluminismo/racionalismo, por um lado, e, por outro, ao romantismo, duas correntes que ainda hoje disputam certa primazia no pensamento ocidental. Esclareça-se desde logo que Pascal, além de filósofo, era físico e matemático, portanto alguém muito afeito à pura racionalidade. No entanto, teve a compreensão de que a razão por si só não dava conta da complexidade do homem, no que ele tem de emoções e sentimentos.

São conhecidos os fortes laços que unem Gilberto Freyre à Paraíba. Não vou, portanto, trazer novidade para o leitor. Mas isso não deve ...

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São conhecidos os fortes laços que unem Gilberto Freyre à Paraíba. Não vou, portanto, trazer novidade para o leitor. Mas isso não deve ser impedimento para revisitarmos o tema, nem que seja para, neste particular, exercitarmos um justificado orgulho de uma paraibanidade que, em outros aspectos mais recentes, tem deixado a desejar.
Creio ser justo afirmar que, de todos os estados nordestinos, a Paraíba foi o mais próximo do grande pernambucano. É possível que a proximidade geográfica tenha facilitado essa aproximação, mas lembremos, por exemplo, que Freyre não se ligou tanto aos seus vizinhos ao sul, os alagoanos, igualmente próximos do ponto de vista físico. Mas vamos aos fatos.

Dizem que o tempo passa rápido – e passa mesmo. Principalmente nos dias atuais, de vida corrida, quase frenética. Apenas os muito jovens t...

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Dizem que o tempo passa rápido – e passa mesmo. Principalmente nos dias atuais, de vida corrida, quase frenética. Apenas os muito jovens talvez não sintam essa rapidez do tempo, tão cheios de futuro estão os que ainda não sentiram o peso da existência. E é bom que seja assim. Pois seria triste uma juventude sem ilusões. Mas o fato é que o tempo passa mesmo ligeiro. Até para os moços.