Algumas pessoas tem a capacidade de ler os outros sem que esses percebam que seus atos entregaram suas personalidades através do olhar dado ao afeto, ódio, medo, ou quem sabe, através de suas almas.
O filósofo Sócrates nos disse para ter cuidado com o vazio de uma vida ocupada. Para isso, recomendou que você não deve se preocupar com os outros, porque o mundo está cheio de outros.
Bem aventurados os corajosos de plantão que seguem incontidos na emoção de uma nova experiência lúdica ou fugaz, para suas vidas, restando-lhes apenas enfileirar uma delas, na vez, oportunizada pela insistência.
Na ausência de um momento saudável regado à saúde, família, amigos e um lar, desenhamos uma história com muitos instantes em um vazio criado para ser preenchido a partir das possibilidades mais secas. Alguns questionam: lutar para quê? Para tudo. Lutar pela vida ainda presente.
O espírito do tempo eventualmente demonstra uma apatia quando não tomamos as rédeas de nossas vidas. Aquela sensação de enxugar gelo, decorrente das escolhas estressantes e exaustivas, nos faz adoecer no lugar de sentir a real emoção saudável que uma vida deve proporcionar.
Há uma palavra em coreano in-yun, que quer dizer providência ou destino. Ela se refere especificamente a relacionamentos entre pessoas, que talvez venha do budismo e da reencarnação.
Há uma frase atribuída ao renomado psicanalista austríaco Sigmund Freud que diz o seguinte: "Quando Pedro me fala de Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo". Embora sua autoria seja discutida — há quem sustente que a frase é da ensaísta canadense Lise Bourbeau —, é certo que a declaração atinge em cheio quem tem mania de fofocar.
Em cada época de nossa existência, sempre tentaram explicar o funcionamento do cérebro por meio de metáforas extraídas da tecnologia mais atualizada do momento. É famosa a descrição feita por Platão, que comparou a psique humana a uma biga puxada por dois cavalos: um deles representa a razão; o outro representa o desejo.
Os telefones celulares oferecem dopamina digital ao longo de 24 horas, 7 dias por semana, aos indivíduos conectados com seus interesses, apenas, e alheios ao que acontece ao seu redor. Vivemos em uma época de acesso sem precedentes a estímulos de alta recompensa e muita dopamina: drogas, comida, notícias, jogos, compras, sexo e redes sociais.
R. Lach
A variedade e a potência desses estímulos são impressionantes. E todos somos vulneráveis ao consumo excessivo e à compulsão ao utilizar as redes sociais. E qualquer pessoa pode desenvolver um vício desses.
Na era moderna, é fácil perceber o problema. Sabemos muito bem que os celulares, a internet e as mídias digitais são drogas potentes cujas baterias podem ser recarregadas todas as noites.
As redes ativam os mesmos circuitos que as drogas tradicionais, como o álcool, a cocaína e os comprimidos sintéticos. Elas liberam dopamina (nosso neurotransmissor de prazer) no sistema de recompensa do cérebro.
Quanto mais dopa mais viciante é a experiência. E a consequência disso é o que chamamos de custos irrecuperáveis de tempo, saúde, dinheiro... uma lista amarga que surpreende os especialistas à busca de soluções.
Mikoto
A doutora Anna Lembke, psiquiatra e professora da Escola de Medicina da Universidade Stanford, em seu livro Nação dopamina, explora as novas e empolgantes descobertas científicas que explicam porque a procura incansável do prazer gera mais sofrimento do que felicidade. Ela mostra que o caminho para manter a dopa sob controle é encontrar contentamento nas pequenas coisas e buscar conexão com as pessoas queridas.
Cottonbro St.
Como prova disso, Dra. Anna compartilhou diversas experiências vividas por seus pacientes, em trechos que são histórias fascinantes de sofrimento e redenção. Os relatos trazem esperança de que é possível transformar nossas vidas e encontrar o segredo do equilíbrio, combinando a ciência do desejo com a sabedoria da recuperação.
"Navios não afundam por causa da água que está no seu entorno, mas sim como consequência de quem os maneja mal". Não é sobre o que os outros dizem sobre nós que insistimos em respirar. É sobre sonhos, os nossos, aqueles que acreditamos serem possíveis de realizar na vida real, e compartilhar com alguém que tenha as mesmas aspirações.
Quem gosta de viver com a sombra dos outros é o cacau, cultivado em regiões com temperaturas superiores a 21 °C. O clima frio prejudica a qualidade das sementes. Por isso o plantio é recomendado em regiões mais úmidas e quentes. O cacaueiro necessita de arborização para ficar protegido dos raios solares. Seu brilho e sua vida dependem muito da sombra que o protege.
O ressentimento nasce na culpa que o indivíduo cria, em detrimento de algo que alguém pretensiosamente provocou para chegar em sua condição atual inaceitável. O mais difícil é entender o motivo pelo qual isso não passa. A versão provável desse drama é a de que a queixa se mantém porque a pessoa terá que assumir que foi ela quem fracassou em algum momento, e não os outros que provocaram o problema.
Qual é o tamanho de seu universo, onde se encontram aqueles com quem você se relaciona e onde mantém a memória de seus antepassados? Ele cabe em sua gaiola mental, demonstrando a frágil tentação em imaginar uma possibilidade de liberdade. Por vezes, nos faz ter medo em avançar para novos rumos. Mas, durante o caminho, em verdade voz digo, a única coisa que devemos temer é o próprio medo.
Estamos passando como o tempo, deslizando semelhante à água em recantos brumados, serenos e constantes. Nossos corpos não são mais como há alguns anos, porque se esgotou a textura, a firmeza e os sonhos. Muitos deles se apagaram com o chegar de noites duras e críticas, nem sempre fáceis de encontrar soluções e que frequentemente batem em nossas portas.
A cordilheira dos Andes guarda memórias que contam histórias peculiares. Os incas que reinaram ali por séculos acreditavam que vulcões eram deuses, com suas erupções extraordinárias e sinais de fúria frequente. Aquele povo pensava que seria necessário entregar uma vida em oferenda para acalmar a ira do gigante do tamanho de uma montanha.
Ontem à noite estive em Paris, porém não visitei muitos lugares porque meu passeio foi rápido. Estive na Rue de Sèvres, no número 149, perto da entrada do Hospital Necker. Lá encontrei uma placa de mármore onde pude ler: "Neste Hospital, Laennec descobriu auscultação".
Eventualmente, ouço vozes que comentam como alguns indivíduos tiveram sorte em suas vidas, mas que suas próprias não ganharam oportunidades semelhantes. Lembro de muitos casos que negam essa verdade sem noção.
Uma das hipóteses sobre a origem dos indígenas brasileiros, descrita pelo Instituto Socioambiental (ISA), é que eles descendem dos povos asiáticos e atravessaram o estreito de Bering há 62 mil anos. Estudos arqueológicos recentes mostraram que a chegada dos primeiros habitantes ao Brasil (na Bahia e Piauí) ocorreu entre 20 e 40 mil anos.
O sociólogo francês Roger Bastide, que analisou o comportamento de algumas personalidades da literatura brasileira, sugeriu a existência de uma maldição pesando sobre os poetas, que os fazia viver à margem da sociedade como seres amaldiçoados. Eles, os poetas, seriam vítimas de zombaria e de rancor, que os levava a um sentimento de revolta.
A Moral Filosófica dos estoicos propõe que nossas opiniões atormentam mais do que as coisas em si, sendo formuladas pelas palavras que utilizamos quando algo surpreendente ocorre; pois chamamos uma coisa pelo nome de outra, e a imaginamos como aquela outra coisa, permanecendo a ideia em nossas mentes.