N inguém amou mais esta nossa capital, a antiga Felipéia, também chamada Frederika, do que o escritor e poeta Ascendino Leite, que chegou a ...


Ninguém amou mais esta nossa capital, a antiga Felipéia, também chamada Frederika, do que o escritor e poeta Ascendino Leite, que chegou a escrever um belo e livro intitulado “Minha Cidade”, uma espécie de declaração de amor à terra que nasceu à beira de um rio e foi parar no mar de Tambaú, onde ainda se vê o belo e imponente Cabo Branco, que, como se informou, está sendo corroído pela erosão.
Outro grande apaixonado por João Pessoa foi o genial lírico, poeta Perillo D´Oliveira, autor de “Caminhos Cheios de Sol”. Perillo amava tanto esta nossa capital que chegou a compor uma oração, que começa assim: ”Ave Cidade, cheia de graça! O meu espírito é contigo”.
Eu nasci em Alagoa Nova, um verdadeiro sítio de mangueiras, segundo o poeta e historiador Eudes Barros. Mas dela saí com a idade de quatro anos. Deixei a mãe-terra orando para mim.
Acontece que a cidade cresceu, sofisticou-se. Aí apareceram os grandes edifícios, sedentos de espaço e altura, e com nomes estrangeiros. Ora vejam estas denominações: “Maison de France”, “Mediterranée”, “Palazzo Milleluci”, “Milanesi”.
Mas não houve antes uma lei limitando a expansão e o adensamento dos espigões, a exemplo da lei que limitou a altura dos edifícios à beira-mar, através da brilhante iniciativa do governador João Agripino. Mas, em Tambaú e Manaíra, parece que todos aqueles prédios caíram de para quedas, aos montes, matando as árvores, sufocando o ar, impedindo o vento...
E o paraibanismo, o amor à terra, foi desaparecendo. Cadê denominação como edifício Manaíra, Sanhauá, Acácia, Ipês, Flamboiá, Tambaú?... Mas quem está dando uma lição de paraibanismo, que merece palmas de todos nós, são as nossas emissoras de TV. Incrível como isso aconteceu. Ei-las: TV Cabo Branco, TV Sanhauá, TV Tambaú, TV Correio da Paraíba, TV Cidade João Pessoa, TV Miramar.
A verdade é que João Pessoa, depois que nasceu, lá na cidade baixa, não satisfeita com a chegada na praia de Tambaú, onde há o mar e a praia mais bonitos do mundo, achou de subir o Planaldo do Cabo Branco, onde a cultura está encontrando espaço, com a Estação Ciência, Estação das Artes. E as festas de Natal e Ano Novo acendem, cada vez mais, a curiosidade dos turistas. E que o final da nossa mais bonita avenida, a Epitácio Pessoa, deixe de ser estacionamento de carro e barracas para comilança e bebedeira...

V ocê já viu um peru no quintal? Vez por outra, ele se incha e sai exibindo suas penas aos outros animais. Eis aí a imagem da vaidade. Mas a...


Você já viu um peru no quintal? Vez por outra, ele se incha e sai exibindo suas penas aos outros animais. Eis aí a imagem da vaidade. Mas acho que o peru não tem essa intenção de ser melhor do que os outros. O peru é humilde e, nas festas natalinas, muitos deles vão para a mesa. Não para comer, mas para serem comidos, lembrando o Hamlet de Shakespeare, quando um personagem perguntou a outro: “Onde está Sicrano?” E a resposta foi muito realista: ”Está num banquete onde não come, mas é comido”! Ele o queria dizer que estava no cemitério. E, aqui para nós, o cemitério é um grande banquete para os vermes.

Mas deixemos de coisas lúgubres e voltemos ao peru, que, decerto, gostaria de ser poupado na festa comemorativa do nascimento de Jesus. Animal simples, o peru. O poeta Sérgio de Castro bem que deveria aproveitá-lo para um poema no seu próximo “Zoo Imaginário”...

O peru é dócil. Se você der um grito, ele responde com outro grito. E, cá entre nós, como diz a amiga Rose Silveira, eu, na meninice, me diverti muito com isso.

Mas essa inofensiva e bonita ave não se incha de vaidade. Estufa-se de contentamento, embora, vez por outra, se entristeça com a festa de Jesus, quando ele papado. Eu imagino a sua reflexão, a sua angústia, o seu medo. Se ele pudesse, voaria bem alto, para um lugar que nem uma águia e iria pousar, bem longe, numa montanha, até que o Natal passasse.

Dizem que o peru é uma ave supersticiosa, meio boba, pacífica. Não sei como ele não esteve na manjedoura, junto com outros animais, vendo Jesus nascendo.

E quer ver uma coisa? Trace um círculo em torno do peru e ele não sairá deste círculo. Ele é como certas pessoas que ficam presas à rotina, incapazes de uma aventura, incapazes de sair do círculo mental do comodismo, da mesmice. Não indagam, não pesquisam, não estudam, não refletem. O dia de ontem é sempre o mesmo de hoje, e de amanhã...

Não seja peru, leitor, seja águia, gaivota, busque novos horizontes, não se prenda ao fanatismo religioso. Fanatismo é a doença da fé. Foi o fanatismo que levou os sábios à fogueira, e que queimou Joana D”Arc.

É o peru no Natal, o peixe na Semana Santa... Sei não. É melhor encerrar essa crônica...

E stive ouvindo recentemente a sinfonia nº 9, de Bruckner, mas, antes de assistir à mesma peça sob a regência do famoso maestro Her...


Estive ouvindo recentemente a sinfonia nº 9, de Bruckner, mas, antes de assistir à mesma peça sob a regência do famoso maestro Herbert Von Karajan, que rege como quem está com raiva. Com o semblante solene, sério, de quem não está de bem com a vida, ele parecia arrancar as notas da partitura como se fossem espinhos. A sinfonia é de uma extrema suavidade, sobretudo, no final, que enternece, que nos transporta ao paraíso. Mas Karajan não perdia no rosto aquela severidade que o caracteriza. A cabeleira muito alva e bonita, o maestro austríaco nascido em Salzburg, terra de Mozart, de muita cultura, mostrava pouca doçura no semblante. E eu estava vendo a hora ele parar o concerto, e passar um carão em um algum músico desafinado.
E fiquei monologando: por que tanta carranca, meu Deus dos Céus? Do rosto bonito não saía nem um sorriso. Mais ainda: nem um meio sorriso. E o sorriso é como o sol, ilumina, alegra, estimula. Pus-me a refletir: será que o genial regente é sempre assim? Assim, diante da visão do mar, do crepúsculo, de uma árvore em floração? Dizem que o maestro austríaco nutria simpatias pelo Nazismo, logo com Hitler, que não era de sorrir.
Mas depois de Karajan, eis que passo a ouvir Leonard Bernstein, um homem que é a própria música. Ele não só externa um belo e humano sorriso, como chega até a dançar sobre o tablado. Era como se ele fosse a própria música. Ambas se fundiam numa comovente imagem. Bernstein! Como ele me comoveu chegando a provocar lágrimas! E fiquei a monologar, qual a razão de tão diferentes comportamentos? Por que a carranca de um e a doçura do outro?
Bernstein! A cabeça alva como a neve, um meio sorriso no rosto cheio de rugas, e todo o corpo vibrando, como se a orquestra em “tutti” ainda fosse pouco. O suor, os olhos, às vezes, se fechando, como se estivessem dormindo, e aquele sorriso que me fez chorar de emoção.

Se você tem interesse em praticar ou aprender francês, encontrará nos sites abaixo um vasto e interessante material didático para essa empr...


Se você tem interesse em praticar ou aprender francês, encontrará nos sites abaixo um vasto e interessante material didático para essa empreitada, tais como questionários, vídeos, áudio, passatempos, além de textos curtos e fáceis de compreender.

O  menino nasceu para melhorar o mundo. O mundo dos poderosos, dos fazedores de guerra, dos viciados do poder, que moram em palácios luxuoso...

O menino nasceu para melhorar o mundo. O mundo dos poderosos, dos fazedores de guerra, dos viciados do poder, que moram em palácios luxuosos, dos analfabetos do amor e doutores do ódio.

O menino nasceu com a difícil missão de salvar o mundo. Veio ensinar o caminho da felicidade, da concórdia e da paz. E sua primeira lição a da humildade, talvez a lição mais difícil do mundo. Ao invés de um palácio, escolheu uma manjedoura, ora vejam só. Isto é lugar para se nascer?  Mas uma estrela desceu à Terra para iluminar a manjedoura humilde. Nenhum palácio por mais luxuoso, foi iluminado daquela maneira.
Teve como pais um carpinteiro e uma mulher do povo. E cresceu na pobreza material. Não pôde frequentar uma escola, consequentemente, não recebeu diplomas de Mestre, nem PHD. Assim mesmo enfrentou um caloroso debate com os doutores da lei, com apenas doze anos. Donde teria vindo aquela cultura ?  O menino da manjedoura começou a perturbar os doutos, a provocar invejas, a inquietar os religiosos. Depois, o Menino da Manjedoura começou a dar vista aos cegos, a limpar leprosos, a movimentar paralíticos, praticar curas incríveis, sem ser doutor. Mas a sua missão na Terra era implantar o Reino de Deus. O Reino do amor, o da paz e da sabedoria. Mas, sozinho, como cumprir a sua missão? Teve de convocar gente para o difícil trabalho. E não foi à procura dos doutos, e sim, de humildes pescadores, que largaram suas redes, para acompanhar aquele homem de voz cativante, cujo olhar era de uma doçura nunca vista. Depois, foi atrás de comerciantes, de cobradores de impostos, que também atenderam ao seu chamado, sem tergiversar. O menino da manjedoura começou a sua jornada. 
E pelo crime de pregar o amor, do “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, foi acusado, condenado, insultado, humilhado e, por fim, pregado numa cruz de braços abertos e tendo como companheiros dois malfeitores. Mas, no alto da cruz, todo ensanguentado, ainda teve ânimo de pedir ao Pai perdão aos seus acusadores. Morrendo de sede, pediu água e lhe deram vinagre.
Estamos, neste Natal, comemorando o seu nascimento, cada um ao seu modo. Mas o que o Menino da Manjedoura deseja é que transformemos nosso coração numa humilde manjedoura. É no intimo de cada um que Jesus deseja nascer, pois, deixou o mundo rogando que amássemos uns aos outros.

O painel acima mostra quatro simples regrinhas para alguém enfrentar a vida. Nenhuma delas é espinhosa. Pense bem nas mensagens: divertir-s...


O painel acima mostra quatro simples regrinhas para alguém enfrentar a vida. Nenhuma delas é espinhosa. Pense bem nas mensagens: divertir-se; não causar sofrimento aos outros; não se deixar abater diante de dificuldades e focar sempre na felicidade. Nada do outro mundo.

Veja bem a imagem acima. Observe as cores e os detalhes. Grampeador, tesoura, cubo mágico, fita azul, tênis, macã, CDs e resma de papel. Na...


Veja bem a imagem acima. Observe as cores e os detalhes. Grampeador, tesoura, cubo mágico, fita azul, tênis, macã, CDs e resma de papel. Nada demais, não é mesmo? Apenas a bancada em desordem de algum estudante desleixado.

P ego no jornal e leio a notícia que eu esperava. Deputados resolveram ver pessoalmente o drama da seca, problema que inquieta o no...


Pego no jornal e leio a notícia que eu esperava. Deputados resolveram ver pessoalmente o drama da seca, problema que inquieta o nosso sertão desde a gestão do Presidente Epitácio Pessoa, que chegou a ir para a Tribuna e, de dedo em riste, apontar para o Nordeste, gritando: “Ide ver a tragédia que assola o nosso Sertão!" Aquele gesto emocionou a todos. E se mobilizou no busto, em homenagem ao Presidente, colocado no início de nossa principal avenida. Faz muito tempo, esse discurso do Presidente, mas o problema ainda não foi resolvido. A seca continua castigando o nosso sertanejo, matando gado, gente e vegetação, secando açude, transformando pães em pedras.
Ah, se a seca fosse no Sudeste, em São Paulo ou no Rio Grande do Sul! A Presidenta Dilma já estaria em companhia de seus ministros e de seus assessores, visitando “in loco” a tragédia... O rio São Francisco já estaria doando um pouco de suas águas para a solução do gravíssimo problema, aliás, uma obra que está ainda em grande parte no papel, e o que foi construído se deteriorando, se acabando.
Acontece que o Nordeste sempre foi, e ainda é um eterno esquecido. José Américo, no seu livro "A Parahyba e seus problemas" trata muito bem da velha questão.
A verdade é que o problema continua desafiando os nossos administradores. Mas, às vezes, basta a vontade política, como se viu em Petrolina, no sertão pernambucano, há muitos anos, através dos projetos de irrigação idealizados pelo governador Nilo Coelho.
Estou vendo, aqui, uma foto mostrando um açude quase seco, o gado morto. A vida do Sertão se acabando.
Será que Dilma não vê isso? Mas os nossos deputados saíram de suas poltronas legislativas e resolveram ver a tragédia de perto.
Resolveram ir ao Sertão, ver toda a triste realidade dessa dramática estiagem. Para depois entregar o relatório a Dilma. Quem sabe...
E tudo isso ocorrendo em plena comemoração natalina. Num clima de muita alegria e muita confraternização.
Parabéns deputados. Só assim os senhores estão honrados os seus mandatos.

M ovido pelo espírito de Natal, fui assistir a uma palestra do meu amigo e mestre, jornalista Hélio Zenaide, lá no Centro Espírita ...


Movido pelo espírito de Natal, fui assistir a uma palestra do meu amigo e mestre, jornalista Hélio Zenaide, lá no Centro Espírita Leopoldo Cirne. Hélio, hoje, anda meio isolado do mundo, por conta de um problema visual e também de locomoção. Caminha apoiado numa bengala, mas nunca deixa de, vez por outra, pegar um táxi e ir para o Centro, onde se tornou espírita diante de uma revelação a que assistiu, quando foi, para lá, guiado pela mão da filha Valéria.
Assim mesmo, ele ainda lê munido de uma boa lente. Todavia, uma coisa que não mudou nele é o rosto sem rugas, o impecável penteado do cabelo, o mesmo de sua mocidade. A voz mansa, de quem vive em paz com a consciência.
Mas, vamos ao objetivo da crônica, que é louvar Hélio Zenaide pela palestra que ouvi e me encantei. Quanta suavidade nas suas palavras. E sabe qual foi o tema? Jesus. Sim, ele fez uma síntese admirável da vida do Mestre, desde o seu nascimento numa humilde manjedoura, em companhia de animais domésticos, até à crucificação. A voz mansa de Hélio comoveu a todos os que o ouviram. A palavra corria mansa, a assistência ouvia-o num profundo silêncio. O brilhante jornalista de outrora, sem religião, era agora um autêntico discípulo da Boa Nova. Aí me lembrei daquela confissão de Paulo, o iluminado de Damasco: ”não sou eu quem vivo, é o Cristo que vive em mim.” Sim, o nosso cronista estava, ali, iluminado pela luz da manjedoura. Com a voz mansa, a vista sem enxergar direito, o nosso Hélio me encantou e me fez esquecer o mundo dos “papais noéis”, do consumismo dominador, da ganância e do materialismo estúpido.
Depois da mensagem, ele repôs o microfone no lugar, e sem ver nada ao seu redor, foi saindo da sala, apoiado na sua bengala, levando consigo a maior riqueza que um homem pode carregar: a consciência em paz consigo mesmo. E fico a imaginar o seu sonho, daquela noite, com Jesus abrindo-lhe o braço e o sorriso em gratidão.

E eis que a nossa Academia Paraibana de Letras abre as suas portas para a confraternização natalina. Fazia tempo que isso não se dava. Mas, ...


E eis que a nossa Academia Paraibana de Letras abre as suas portas para a confraternização natalina. Fazia tempo que isso não se dava. Mas, agora, com Damião na presidência, aquele encontro e reencontro dos imortais foi restaurado, estreitando cada vez mais os laços fraternais dos senhores acadêmicos, que não devem viver isolados, porquanto aquela instituição é uma família. E ao que foi, lá, anunciado, também estarão de volta, em breve, os tradicionais chás, que costumam reunir os imortais para bons batepapos e troca de ideias.
Mas, o local escolhido para esta festa de confraternização não foi a sede da Academia. O encontro se deu no restaurante “Casa do Bacalhau”, que fica lá em Manaíra, pertinho do mar, exatamente na casa onde viveu um dos seus ilustres confrades, o cronista Luiz Augusto Crispim, que foi, inclusive, muito lembrado na ocasião.
A verdade é que eu mal recebi o convite, comecei a sentir o gosto do bacalhau, que, imediatamente, me levou à Lisboa, desta vez sem avião...
Ao significativo evento acorreu grande parte dos imortais, que transformaram aquele restaurante num ambiente familiar. Todos irmanados num gostoso bate-papo, esquecidos das coisas ruins da vida, com exceção da política que só nos dá alegria... Será?
Três mulheres imortais estavam lá, nos seus belos vestidos e excelente astral: Ângela, com aquele olhar pesquisador, Mercedes, conhecida, poeticamente, por Pepita, e a adorável cronista Maria das Graças Santiago.
E eu fui agraciado pelo fato de ter sido Pepita a minha “amiga secreta”. Agraciado também pela companhia do meu arquiteto, escritor e filho caçula Germano, que chegou a discursar, saudando a entidade, pela louvável iniciativa de unir cada vez mais os imortais.
Confraternização é muito melhor do que o isolamento. Afinal somos humanos. Devemos sempre procurar fazer amigos e não inimigos. O ódio é doença, mas o amor é remédio. Abaixo Sartre, com o seu pessimismo, quando disse que “os outros são o inferno”. E, agora, que seria de nós sem os outros?
Mas a crônica está terminando. Os imortais conversaram como irmãos. Saímos do restaurante com saudade, e com um gostinho de bacalhau na boca. O bacalhau da imortalidade.

Os sete sites listados abaixo podem ser muito úteis no aprendizado da língua inglesa. Neles, você terá a oportunidade de ouvir tanto cançõe...


Os sete sites listados abaixo podem ser muito úteis no aprendizado da língua inglesa. Neles, você terá a oportunidade de ouvir tanto canções atuais quanto grandes clássicos, acompanhadas das respectivas letras, o que é uma excelente forma de fixar a pronúncia e de conhecer as expressões e as gírias mais comuns em idiomas estrangeiros.

N ão sei nem se me cabe, estar escrevendo, aqui, sobre o genial arquiteto Oscar Niemeyer, que acaba de sair deste mundo, onde deixo...


Não sei nem se me cabe, estar escrevendo, aqui, sobre o genial arquiteto Oscar Niemeyer, que acaba de sair deste mundo, onde deixou, entre tantas outras, uma fabulosa obra, em termos de arquitetura, no coração de nosso país, graças ao presidente Kubitschek, um inovador admirável.
Lembrar que o risonho e simpático presidente sempre foi um homem dos desafios, que adorava a convivência com as alturas. O mesmo dir-se-ia do genial arquiteto, conquanto tivesse muito medo de viajar de avião. Mas, seus olhos estavam sempre observando o vôo das nuvens, que tanto motivou a sua arquitetura. E, decerto, as nuvens gritavam para ele: “Vem pra cá, Mestre, que lhe ensinamos a voar”.
E sua imaginação começou a funcionar: afinal, a reta é mais bela do que a curva? Ele decidiu pela curva. A curva é feminina, a curva não é monótona, a curva dança. Uma árvore, por exemplo, apesar de imóvel, parece que está dançando um balé. Niemeyer, talvez, seja o maior arquiteto do mundo. Tão genial como um Villa Lobos, em cuja música, ele colocou o Brasil.
O tempo deu muito tempo de vida a Niemeyer. E ele soube aproveitar segundo a segundo, minuto a minuto, a sua estada aqui no mundo. E disse esta verdade: “o pior da velhice é quando ela mofa na ociosidade”. Ele foi todo dinamismo. Pelo seu gosto demorava ainda mais aqui no mundo. Daí esta sua confissão: ”Grande é a vida.”
Suas obras são a grande referência em termos de cultura e turismo. Há muitos anos, visitei algumas delas, um na velha Ouro Preto, e outra, chamada a cidade da Pampulha, em Minas Gerais. E fico orgulhoso em saber que o genial arquiteto está também presente aqui em João Pessoa, através de sua obra, graças ao empenho do governador Ricardo Coutinho e do prefeito Luciano Agra. A obra está no Planalto Cabo Branco, onde começa a nova João Pessoa.
Dizem que o genial arquiteto não acreditava em Deus. Que era comunista, logo ateu. Mas Deus acreditou e acredita nele. Tanto é assim que o criou. Ele continuará contemplando o bailado das nuvens, que tanto o inspirou em seu magnífico trabalho.

Dizem que Mozart compunha “música pronta”, que não corrigia, nem alterava as obras que concebia. Alguns acreditam que contava com inspiraçã...

oscar niemeyer

Dizem que Mozart compunha “música pronta”, que não corrigia, nem alterava as obras que concebia. Alguns acreditam que contava com inspiração mediúnica, tal a fluidez com que compunha. Niemeyer era assim. Num só rabisco seu, podia estar contido todo um projeto.

E eis-me num salão de beleza para o habitual corte de cabelo. Cabelo somente, porque a barba eu faço em casa. E esse eterno refazer de barb...


E eis-me num salão de beleza para o habitual corte de cabelo. Cabelo somente, porque a barba eu faço em casa. E esse eterno refazer de barba diário é o meu Suplício de Sísifo. Ah, como invejo as mulheres por não terem barba para fazer, coisa com que nunca me acostumei. Faz muito tempo, me disseram que sangue de rato acaba a barba para sempre. Não tive coragem, ainda, de fazer a experiência. Mas confesso que a dica não é de se esquecer...
Mas deixemos a barba e vamos ao cabelo, que resolvi deixá-lo bem baixinho. E nessa especialidade, ninguém melhor do que meu cabeleireiro Josias, aqui do Salão de Beleza Center Bella, em Tambaú.
Fazer a barba nos leva a um momento de reflexão, e reflexão é de que estamos precisando. E refletir é parar um pouco para pensar na vida. Quer ver um excelente momento para a reflexão? É em pleno congestionamento no trânsito. Enquanto muitos ficam inquietos, buzinando, soltando palavrão, fazendo barulho, ouvindo forró vulgar, você medita ou ficando escutando aquela boa música.
Mas, Josias me tira da reflexão e cita trechos da Bíblia, sobretudo do Velho Testamento, inclusive os Salmos. Depois disso, passa a falar da seca que está atingindo a sua terra Riacho dos Cavalos, e o nordeste há tantas décadas... E a tristeza do meu cabeleireiro me comove. Cadê as águas que seriam transpostas do Rio São Francisco? E os nossos políticos que não agilizam esse projeto? Mas, Josias fica em silêncio. De sua boca de religioso não sai nenhuma critica, nenhum julgamento...
E não é só o livro sagrado que lhe traz serenidade. Ele também é perito no violão. Tanto é assim que, quando termina o serviço, corre para o instrumento, que, como a Bíblia, também lhe dá muita paz.
Olho-me no espelho, dou um sorriso – (nunca deixe de sorrir ao espelho), e pronto. Gosto do espelho por que ele não mente. Se exibe as nossas rugas, por outro, lado as estica com um belo sorriso. Deixo o espelho, saio da crônica, enquanto Josias com o seu violão e sua Bíblia, esquece, por alguns momentos, a tragédia sertaneja...

Não faz muito tempo, a revista Rolling Stone , dos Estados Unidos, relacionou os 100 melhores guitarristas da história. Como sempre acontec...


Não faz muito tempo, a revista Rolling Stone, dos Estados Unidos, relacionou os 100 melhores guitarristas da história. Como sempre acontece, é possível que haja injustiças e enganos. Aliás, alguns especialistas em música torceram o nariz, dizendo que a lista privilegia os norteamericanos, deixando de fora grandes grandes feras da Europa, principalmente do rock pesado.

S ou um homem que me acostumei a sempre me colocar no lugar do outro. Seria isso compaixão? Talvez sim. Afinal somos irmãos, queira...


Sou um homem que me acostumei a sempre me colocar no lugar do outro. Seria isso compaixão? Talvez sim. Afinal somos irmãos, queiramos ou não queiramos. E, consoante a lição de Jesus, temos a obrigação de amá-los, isto é, de compreendê-los.
Mas vamos à crônica de hoje. Há dias que venho pensando em Felipão, o novo técnico da Seleção Brasileira, que daqui a um ano em meio, estará sediando a Copa do Mundo, aqui no Brasil, o que não deixa de ser uma honra para o nosso país, cognominado o “País das Chuteiras”. O Brasil é tão das chuteiras, que, outro dia, conforme foi anunciado, a Academia Brasileira de Letras, a Casa de Machado de Assis, acaba de conferir uma medalha ao jogador Ronaldinho Gaúcho, que, se não é um homem de letras, já fez muitos gols de letras...
Retornando ao técnico Felipão, cuja foto está em todos os jornais, com um prestígio que nem o Ministro Joaquim Barbosa chega perto.
E o curioso é que Felipão sorria. Sorria diante de um grande problema, que é fazer o Brasil campeão dessa Copa. Se fosse eu, sim, se fosse eu, não dormiria mais, não comeria mais, não sorriria mais. Porque, aqui para nós, se o Brasil perder o título, em sua própria casa, como aconteceu na Copa de 50, o que será de Felipão?
Mas, ao que vi nos jornais, ele está um homem feliz da vida, com a obrigação de dar mais um título ao nosso país. Se ele ainda está dormindo, a mesma coisa está acontecendo com o povo. Ninguém está pensando em derrota. Afinal, ninguém esqueceu que já perdemos uma final de Copa, com o Uruguai, em pleno Maracanã lotado e vibrante. Um fato que até hoje é considerado a maior tragédia da história do futebol brasileiro. E eu nem me lembro quem era o técnico.
Mas Felipão está sorrindo no jornal, como se tivesse tirado na Mega Sena. Sorrindo à toa. E eu me colocando no lugar dele, fico pensando: só em aceitar ser técnico da Seleção mostrou que é um homem de peito. Agora é dizer para ele, num cochicho: se o Brasil estiver perdendo, já nos minutos finais, não se esqueça de dizer consigo mesmo: ”pernas pra que te quero? ” E corra, meu amigo, corra que uma multidão desvairada estará correndo atrás de si... Por isso, como bem intitulei bem a crônica, estou com pena de Felipão...