E eis que a nossa Academia Paraibana de Letras abre as suas portas para a confraternização natalina. Fazia tempo que isso não se dava. Mas, ...

O bacalhau da imortalidade


E eis que a nossa Academia Paraibana de Letras abre as suas portas para a confraternização natalina. Fazia tempo que isso não se dava. Mas, agora, com Damião na presidência, aquele encontro e reencontro dos imortais foi restaurado, estreitando cada vez mais os laços fraternais dos senhores acadêmicos, que não devem viver isolados, porquanto aquela instituição é uma família. E ao que foi, lá, anunciado, também estarão de volta, em breve, os tradicionais chás, que costumam reunir os imortais para bons batepapos e troca de ideias.
Mas, o local escolhido para esta festa de confraternização não foi a sede da Academia. O encontro se deu no restaurante “Casa do Bacalhau”, que fica lá em Manaíra, pertinho do mar, exatamente na casa onde viveu um dos seus ilustres confrades, o cronista Luiz Augusto Crispim, que foi, inclusive, muito lembrado na ocasião.
A verdade é que eu mal recebi o convite, comecei a sentir o gosto do bacalhau, que, imediatamente, me levou à Lisboa, desta vez sem avião...
Ao significativo evento acorreu grande parte dos imortais, que transformaram aquele restaurante num ambiente familiar. Todos irmanados num gostoso bate-papo, esquecidos das coisas ruins da vida, com exceção da política que só nos dá alegria... Será?
Três mulheres imortais estavam lá, nos seus belos vestidos e excelente astral: Ângela, com aquele olhar pesquisador, Mercedes, conhecida, poeticamente, por Pepita, e a adorável cronista Maria das Graças Santiago.
E eu fui agraciado pelo fato de ter sido Pepita a minha “amiga secreta”. Agraciado também pela companhia do meu arquiteto, escritor e filho caçula Germano, que chegou a discursar, saudando a entidade, pela louvável iniciativa de unir cada vez mais os imortais.
Confraternização é muito melhor do que o isolamento. Afinal somos humanos. Devemos sempre procurar fazer amigos e não inimigos. O ódio é doença, mas o amor é remédio. Abaixo Sartre, com o seu pessimismo, quando disse que “os outros são o inferno”. E, agora, que seria de nós sem os outros?
Mas a crônica está terminando. Os imortais conversaram como irmãos. Saímos do restaurante com saudade, e com um gostinho de bacalhau na boca. O bacalhau da imortalidade.

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