NETO ANUNCIAÇÃO (Canto I - Eu Neto) Quando vim ganhei camisa oito Fui tratado qual rei, majestade Não trazia malícia o...

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NETO ANUNCIAÇÃO
(Canto I - Eu Neto) Quando vim ganhei camisa oito Fui tratado qual rei, majestade Não trazia malícia ou maldade Via tudo só meu, príncipe afoito Meu reinado, em meses, dezoito Vi meu trono usurpado e notei Que entre tantos não seria rei Ser no máximo um meia armador Nasci NETO, hoje filho e genitor E amanhã serei vô, agora sei

É água, é água, é água, é água... (...)... é água... Tinha sido a última tirada de espírito em voga pela Freguesia de Santa Maria Madalen...

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É água, é água, é água, é água... (...)... é água... Tinha sido a última tirada de espírito em voga pela Freguesia de Santa Maria Madalena. Datava ainda de quando arrancaram o imberbe “Capitão Berinha” ao seu quotidiano sem graça – e naquele ano sem uma gota de chuva –, para em seguida carregarem-no como ao Cristo de Bruxelas, de Ensor, no meio da pândega. Em um velho caminhão, a alegre comitiva marchara por cerca de 350 quilômetros no sentido da imensa barreira geográfica. A tão falada.

Amanhã, dia 29 de maio, completam-se 569 anos da tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos, sob o comando de Maomé II (Mehmet ou Mehm...

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Amanhã, dia 29 de maio, completam-se 569 anos da tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos, sob o comando de Maomé II (Mehmet ou Mehmed II). Trata-se, sem dúvida, do maior feito registrado pela história. Constantinopla, antes Bizâncio, foi construída pelo imperador romano Constantino, o Grande, no século IV da era cristã (330), tornando-se uma das mais poderosas cidades do mundo. Com a muralha inicialmente construída por Constantino e reforçada por Teodósio (413) e tendo uma proteção natural do mar, no entorno do Chifre de Ouro, Constantinopla era considerada uma cidade inexpugnável, ao ponto de, antes de sua queda, resistir ao assédio de 23 exércitos, que pretenderam tomá-la, e fracassaram.

Pra começo de conversa a briga não existe. Você não vai ao supermercado comprar um quilo ou um metro de briga. Portanto, desde o momento ...

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Pra começo de conversa a briga não existe. Você não vai ao supermercado comprar um quilo ou um metro de briga. Portanto, desde o momento em que uma briga nasce, ela já está no lucro. Ganhou vida da mesmíssima maneira que um bebê recém-nascido. São necessárias duas pessoas para criá-la, só que ao invés das crianças geralmente produtos de atos de amor, as brigas são fecundadas quando a inteligência dá uma pausa.

SOLIDÃO Na fuga, o sonho se desfez. E o desejo, de tão forte, quase me consumiu. E o querer mudar o destino fez...

SOLIDÃO
Na fuga, o sonho se desfez. E o desejo, de tão forte, quase me consumiu. E o querer mudar o destino fez surgir a dúvida. Que fazer agora, perdida, ao querer me achar?

Aos programadores musicais da extinta Rádio Arapuan AM, Gomes Filho, Arnaldo Soares e Waldemar Paulo Esses programas policiais, no rá...

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Aos programadores musicais da extinta Rádio Arapuan AM, Gomes Filho, Arnaldo Soares e Waldemar Paulo

Esses programas policiais, no rádio e na televisão, de manhã, de tarde e de noite, exatamente na hora de café da manhã, do almoço e do jantar, arrastam todo mundo para o clima pavoroso do lado mais sórdido da sociedade.

Por falta de opção, a população adquiriu o hábito de sintonizar esse tipo de programa, sendo envolvida por uma atmosfera violenta, aterrorizante, desde as primeiras horas do dia. Resultado: Quem ainda está na cama, meio sonolento, se imagina na Ucrânia. Quem já está acordado, fica com receio de pegar o ônibus para o trabalho ou ir à escola.

Numa guerra quem primeiro morre é a verdade. Não busque a autoria da sentença, você se cansará. As opções vão de Ésquilo , o pai da tragéd...

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Numa guerra quem primeiro morre é a verdade. Não busque a autoria da sentença, você se cansará. As opções vão de Ésquilo, o pai da tragédia grega, até Snowden, o ex-agente da CIA, o sujeito em quem o governo americano quer pôr as mãos por haver dedurado o esquema de espionagem que ainda hoje escandaliza o planeta. Inimigo, ou amigo, ninguém escapa dos grampos do Tio Sam, mostrava Snowden nos idos de 2013.

Quando editei o “Correio das Artes” pela primeira vez, Antonio Carlos Secchin foi um dos poetas entrevistados pelo jornalista Jorge de Aqu...

Quando editei o “Correio das Artes” pela primeira vez, Antonio Carlos Secchin foi um dos poetas entrevistados pelo jornalista Jorge de Aquino Filho para a série “Rumos da Poesia Brasileira Hoje”. À época, ele havia lançado o livro Elementos (Editora Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1983), de poesia, ao qual acrescentaria, entre outros, Poema para 2002, Diga-se de passagem e Todos os ventos. Já como ensaísta, publicou João Cabral: a poesia do menos, Poesia e desordem, Escritos sobre poesia & alguma ficção, Memórias de um leitor de poesia, João Cabral: uma faca só lâmina e Papéis de poesia.

Atazanando a memória eletrônica que se dispõe a substituir as falhas que a física já me apresenta, encontrei um recorte de jornal (ah! in...

Atazanando a memória eletrônica que se dispõe a substituir as falhas que a física já me apresenta, encontrei um recorte de jornal (ah! instrumento de tanta utilidade e que tanta falta nos faz, nos dias de hoje), em que, sob o título acima, do qual me apropriei indevidamente, o combativo jornalista Rubens Nóbrega (Correio da Paraíba, 20/Mar/2004) dá eco ao combate que os residentes e veranistas da praia do Jardim América, hoje Bairro do Bessa, empreenderam, para livrar a praia da invasão deletéria de bares e assemelhados que se verificava por ali.

50 canções compõem a sinfonia que rege o universo, a girar ao redor do livro. Gesto e sentimento, escrita e pensamento, leitura e conhe...

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50
canções compõem a sinfonia que rege o universo, a girar ao redor do livro. Gesto e sentimento, escrita e pensamento, leitura e conhecimento dão voz a páginas folheadas com as mãos sensíveis e sinceras, que, a todo instante, sugerem o incrível voo da imaginação.

O tempo é o verdadeiro companheiro das palavras que bordam o ambiente acolhedor e escolhido da livraria, a exercer espelho e a oferecer vazão à extraordinária

As palavras têm força. Feito uma nau numa tempestade elas balançam, equilibram-se entre as vagas. Engolidas ou vomitadas, elas fazem mal; ...

As palavras têm força. Feito uma nau numa tempestade elas balançam, equilibram-se entre as vagas. Engolidas ou vomitadas, elas fazem mal; soltas aleatoriamente, sem sentido, sem efeito retornarão; ditas na dose correta, tornam-se um prato saboroso, uma iguaria que alimenta a alma e o corpo. É como o giro do disco na vitrola. A suave música embriaga, ponteia a estrada, mas não mata. A canção faz uma pausa ao término do lado, A ou B, dentro ou fora, silêncio.

A cena é dos anos 1950. A Rádio Tabajara está no auge, exportando Severino Araújo, importando Pascoal Carrilho, confirmando Jackson do P...

A cena é dos anos 1950.

A Rádio Tabajara está no auge, exportando Severino Araújo, importando Pascoal Carrilho, confirmando Jackson do Pandeiro, Marlene Freire, Linduarte Noronha, Jaguaribe e Cruz das Armas descendo pelo bonde para pegar as cadeiras da frente do auditório, já tomadas pelos Falcão, Falcone, Cantalice e Arruda Melo das ruas do Centro.

Ednaldo do Egyto é adolescente de Cruz das Armas e entra no auditório da Tabajara, desvendando mistério, a fama.

A Paraíba fez noite com Agustín Lara, fez noite com Tomy Dorsey. O que a mídia traz hoje por satélite, a Tabajara e o Santa Rosa faziam sentar conosco às mesmas mesas e cadeiras.

Quem seria tão impoluta figura? Temos primeiro que apresentá-lo para só depois irmos ao causo. Vamos lá. Embora houvesse se tornado um hom...

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Quem seria tão impoluta figura? Temos primeiro que apresentá-lo para só depois irmos ao causo. Vamos lá. Embora houvesse se tornado um homenzarrão alto e forte como um búfalo, por ser filho de um tal de Geraldo e xará do pai nos cartórios e na pia de batismo, natural que quando pequenino fosse tratado no diminutivo. Ficou sendo o Geraldinho e por força do hábito dos mais próximos, cresceu Geraldinho e Geraldinho ficou. O apodo fixado ao nome é fácil de explicar. Pensem um homem sossegado. Mais que Geraldinho? Impossível! Foi daí que veio o apelido. Diziam as más línguas que puséssemos Geraldinho tomando conta de dois jabutis, pelo menos um deles iria fugir. É essa a provável causa do apelido. Pelo menos é o que penso. Agora o causo.

— Mãe, vamos ver a exposição do Chagall? O convite do filho – duplamente especial por ser ele um artista – chegou como sopro de ar fresc...

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— Mãe, vamos ver a exposição do Chagall?

O convite do filho – duplamente especial por ser ele um artista – chegou como sopro de ar fresco num dia em que a comédia humana se exibia em episódios cada vez mais despudorados nas redes sociais. E era Chagall! Eu jamais havia visto um quadro dele ao vivo. E isso, bem sei, muda tudo. Sem falar que é o pintor judeu por excelência e eu ansiava por sentir a alma judaico-russa transbordando nas telas.

Você já tentou abrir a tela vazia do seu computador e se determinar a escrever qualquer coisa, algo simples, coloquial, besteiras de amor,...

romance solidao carinho beijos
Você já tentou abrir a tela vazia do seu computador e se determinar a escrever qualquer coisa, algo simples, coloquial, besteiras de amor, paixão ou olhares que lhe fugiram?

Não é tão simples assim. Você escreve, apaga, torna a escrever, apaga e nestes infinitos gestos vão-se os minutos, os segundos e acaba a primeira hora.

Quando o jornalista e imortal da Academia Paraibana de Letras, Helder Moura, publicou O incrível testamento de Dom Agapito , em 2018, fui ...

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Quando o jornalista e imortal da Academia Paraibana de Letras, Helder Moura, publicou O incrível testamento de Dom Agapito, em 2018, fui tomado de surpresa. Acostumado às narrativas dele sobre política, em jornal impresso ou na televisão, sempre com desenvoltura e abalizados pontos-de-vista, o romance surpreendeu pelo conteúdo e pela forma da narrativa.