M eu colega de saudades, Carlos Pereira, vai concordar comigo. As bandas de música, que tanto alegravam o povo de uma cidade, estão...

Cadê as bandas?

Meu colega de saudades, Carlos Pereira, vai concordar comigo. As bandas de música, que tanto alegravam o povo de uma cidade, estão virando espécies em extinção. Qual o motivo disso, senhores prefeitos? Se existem, estão em crise. E me vem à memória o maestro Joaquim Pereira, todo elegante, conduzindo a bem afinada Banda do 15 R. I...
Lembro-me também que organizaram um festival de bandas de música do Estado que foi um sucesso. Difícil, muito difícil mesmo era ficar triste quando a banda passava. E o nosso Chico Buarque chegou a compor aquela inspirada modinha que falava da alegria que uma banda de música causava numa cidadezinha do interior. Todo mundo se alegrava, todo mundo saía de suas casas, todo mundo deixa seus trabalhos, seus afazeres, por um momento, e corria para as calçadas.
E lembro das retretas de outrora, sobretudo na praça João Pessoa, atraindo todo mundo da capital. E o programa da banda saía até no jornal A União, em que figurava o “Nabuco” de Verdi, sem esquecer o Guarani, de Carlos Gomes.
Uma banda de música numa cidade do interior é instrumento de cultura despertando muitas vocações e, ao mesmo tempo, incentivando os sentimentos de solidariedade entre as pessoas.
Estariam mesmo em extinção as bandas de música? Ao que tudo indica, sim, o que é uma pena...
Que beleza se pudéssemos reunir num concurso todas as bandas de música do interior. Bandas de Riacho dos Cavalos, de Catolé do Rocha, Pombal, Cajazeiras, Piancó, Campina Grande, Sapé... e assim por diante.
Vamos, senhores prefeitos, estimular as vocações. As bandas de música precisam voltar às praças, alegrar as pessoas, fazendo o povo esquecer, por alguns instantes, os problemas da vida. E viva a terapia musical.
Nunca mais me esqueci, quando, certa manhã, acordei ouvindo a Banda de Música do 15 R. I. executando o famoso dobrado “Os Flagelados”, sob a batuta do Joaquim Pereira. Acho que todo mundo se levantou da cama com outro astral, desejando abraçar o mundo inteiro. A retreta ia até às 9 horas da noite, pois o povo dormia cedo, embora naquela tempo não se falasse em assaltos.
Uma banda de música numa cidadezinha do interior é excelente instrumento de cultura. Incentiva vocações para a boa música.

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