O utrora era bonito ser gordo. A gordura era invejada. Menino magro causava piedade. E dizia-se, olhando para ele: “Coitadinho, tão magrinho...

Viva a saúde!

Outrora era bonito ser gordo. A gordura era invejada. Menino magro causava piedade. E dizia-se, olhando para ele: “Coitadinho, tão magrinho, será que se cria?... Vá ver que passa fome ou é doente”. E quando o garoto estava com fastio, vinha a promessa: “coma, senão papai vai brigar”. A magreza não tinha status. Quanto mais gorda a criança, melhor.

Mas hoje as coisas mudaram. A maioria das pessoas deseja menos banha e mais osso. Daí as ginásticas, as academias, que estão se tornando um excelente negócio, embora o melhor seja a movimentação das pernas na praia, na bicicleta, na piscina ou no calçadão.

Apesar disso tudo, os gordos ainda continuam sendo a maioria. Na Alemanha, por exemplo, é só o que a gente vê: gente adiposa, principalmente, as mulheres de mais de cinquenta anos. E tudo em decorrência da má alimentação.

É verdade que na nossa TV o magro quase não tem vez. Se há um Serginho Groisman, sobram Faustão, Jô Soares, Ratinho e Leão. Parece que a TV faz questão de contratar os gordos para os seus programas de auditório.

Mas, ao que tudo indica, o desejo da maioria tende para a magreza. No cooper aqui da praia, vejo muitos gordos, suando que só uma chaleira, para ver se perdem alguns quilos. Acontece que a caminhada somente não resolve. O importante também é a comida. Não adianta correr ou caminhar se mais tarde o prato é daquele tamanho... Ginástica sem dieta não emagrece. Gandhi tinha uma saúde de ferro e era um magricela, que, às vezes, fazia demorados jejuns...

E hoje o que mais se vê é restaurante. Quem vai a Paris e dá um passeio pelo Quartier Latin não vê outra coisa. Muitas dessas casas de pasto exibem a carne de porco para os turistas encherem a boca d’água. Em Bruxelas e em Quebec há ruas inteiras só de restaurantes. O curioso é que os turistas, ali, vão passando e olhando para os pratos dos outros, na mesa, com os olhos arregalados...

Essa é uma das razões da adiposidade abundante na Europa. Há homens, cujas barrigas se confundem com as nádegas. As mulheres, por outro lado, mostram abundantes seios, que parecem um só. Por aí a gente vê que uma das causas do excesso de gordura é a comida exagerada, e também a ociosidade, a preguiça de andar, de se mexer, de dar férias ao carro, de botar a máquina física para funcionar. E nada de automóvel o tempo todo, de escada rolante, de poltrona. Mexa-se. Não se deixe enferrujar.

Jesus era magro, graças às suas caminhadas e ao alimento sóbrio. Gordo, como é que ele poderia pregar a Boa Nova? João Batista, o precursor, vivia andando pela areia do deserto, vestido de pele de camelo e comendo mel com gafanhoto. Daí sua resistência admirável.

E quer saber de uma coisa? O que está engordando muita gente é o restaurante, a chamada casa de pasto. Hoje é só o que se vê em todo lugar que a gente vai.

Mas, fiquemos por aqui, que já está na hora de comer o meu peixinho com arroz integral, e viva a saúde!

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