Quero unir as forças invisíveis e intocáveis de todos recantos do globo em forma de ventos, que formem um poderoso martelo de sopros feroze...

Ventos

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Quero unir as forças invisíveis e intocáveis de todos recantos do globo em forma de ventos, que formem um poderoso martelo de sopros ferozes ou uma suave brisa. Deuses e infernais, vindos do coração da terra e das águas, das montanhas ou planícies, viajantes dos desertos e mares, companheiros e inimigos dos navegadores aéreos, náuticos ou terrenos.

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Poderes unidos de Euro, Noto, Zéfiro e Bóreas que, comandados por Eólo, o guardião dos ventos, que quase destruíram o ponderado e bom Ulisses, transformem o mundo! Irmãos de força de Ehecati, deus dos ventos dos astecas, e Ehecatotontli, deus da brisa, que se revezem nas superfícies.

E misturar pedaços do Bad-i-sad-o-bis-roz a varrer as desérticas regiões iranianas e afegãs durante grande parte do ano, com sua arte de esculpir montanhas ao longo de milênios, e trazer novas ordens mundiais.

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Ainda convidar o Siroco para construir as paredes quentes da areia do Saara. Provação verticalizada em milhões de fragmentos em desafio de força aos mais resistentes nômades.

Cristalizar com o úmido e gélido Minuano que desce dos Andes para atravessar a Argentina e visitar o sul do Brasil com suas mensagens polares, mudando a paisagem, girando após chuvas e frentes frias, igual aos indígenas que lhe emprestaram o nome. Do norte brasileiro
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acordar a Cruviana, deusa do vento e da neblina, vento que bate frio durante a madrugada ao visitar as regiões amazônicas com suas lendas misteriosas.

E acompanhar a trajetória do interior da África rumo às águas do Atlântico de Harmatão, o "Vento Doutor", para curar os males que sobram à superfície terrena, preparando-a assim para o plantio. Que ele se espalha alhures para distribuir elixires, sopros de vida, brisas de bálsamos.

Que soprem na terra os mais fortes e leves ventos. Como furacões varram os homens maus, que se transformem em brisas para arar os campos, que vagueiem pelas planícies e montanhas movendo boas novas. Que as sementes não sejam palavras ao vento, mas sopros de esperança. E que se restar ao fim da jornada as pegadas na areia, que o vento sopre mais uma vez, como boa lembrança, e semeie apenas bons ensinamentos.


Clóvis Roberto é jornalista e cronista


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