Auld Lang Syne (conhecida no Brasil como Valsa da Despedida ) é uma canção escocesa do século XVIII, alegadamente inspirada em canção fol...

De tempos há muito passados

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Auld Lang Syne (conhecida no Brasil como Valsa da Despedida) é uma canção escocesa do século XVIII, alegadamente inspirada em canção folclórica mais antiga, do poeta Robert Burns. Ele recolheu canções por toda sua terra natal, preocupado em resguardar as antigas tradições de poesia e canto, que via ameaçadas pela formação do Reino Unido de Inglaterra e Escócia.

Burns era também compositor, e reconhece que fez alterações em melodia e letra após sua pesquisa. Não é simples saber o quanto o que ele ouviu em sua viagem foi transcrito e o quanto serviu de inspiração. Curiosamente, ele fez questão de escrever alternando termos no inglês moderno e no scots,
a língua anglo-saxã (ou dialeto) que divergiu do que viria a ser o inglês moderno a partir do século XI, mas é ainda reconhecida por cerca de 1 milhão de escoceses. Ela não deve ser confundida com gaélico escocês, uma quase extinta variante do gaélico irlandês (ou simplesmente gaélico, ou ainda simplesmente irlandês), de origem celta. Esses dois também não devem ser confundidos com o galês. Ou devem, porque o Reino Unido é mesmo muito confuso.

Mais curioso do que essa escrita em duas línguas ou dialetos diferentes é o fato de que palavras em scots de Burke foram mantidas mesmo nas versões mais modernizadas em inglês, a começar pelo título, que segundo consta traduz-se palavra por palavra para “Old Long Since” em inglês moderno. Isso faz essa letra ser de difícil compreensão para ingleses e sobretudo americanos, o que não impediu que seja associada imediatamente ao ano novo nos EUA.

Vejamos por exemplo este trecho:

And there's a hand, my trusty fiere! And gie's a hand o' thine! And we'll tak a right guid willy waught, For auld lang syne.

Fala-se em dar a mão a um amigo fiel, e beber um bom chope pelos velhos tempos (não era pra ser uísque?). É bem verdade que “guid willy waught” é um pouco estranho demais para ouvidos anglófonos e este verso costuma ser trocado pela repetição do verso correspondente de estrofe anterior, “We'll tak a cup o’ kindness yet“.


A obra de Burns ficou bastante conhecida em toda a Europa e, no século XIX, essa e outras canções receberam arranjos e versões de vários compositores europeus, incluindo Beethoven. A melodia simples e nostálgica ganhou o mundo nas mais diversas traduções. A maioria manteve um caráter de despedida (como a versão brasileira de Alberto Ribeiro e João de Barro, de 1941, Valsa da Despedida ). Tornou-se também, em diversos países e com diferentes letras, uma música comum em solenidades de formatura.


O refrão é usado, em holandês, como saudação ao time nacional de futebol (com letra Wij houden van Oranje Nós Amamos Laranja). Uma exortação patriótica coreana com essa melodia foi usada como hino do governo exilado da Coreia durante a ocupação japonesa, e depois oficialmente reconhecido como hino da Coreia do Sul , recebendo uma nova melodia do compositor coreano Ahn Eak-Tai.

Há evidência do uso de Auld Lang Syne como saudação ao ano novo desde o fim do século XIX, no Reino Unido e nos EUA, mas a popularização definitiva desta prática é geralmente atribuída ao sucesso de um programa nos primeiros anos do rádio, do músico canadense Guy Lombardo , cuja banda tocava a música na edição de ano novo a partir de 1929.

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