Bem,
não temos ninguém com idade dos vitrais
das catedrais!,
nem com a dos fragmentos de templos gregos,
nos museus.,
menos ainda com a dos ossos colossais da Terra:
seus rochedos
ateus!,
mas
o poema acontece
quando, pela primeira vez,
se reduz uma árvore
a bonsai,
um poema
a
haicai;
quando a jovem Helena faz o céu caber numa poça,
ainda que
pequena
e,
por isso,
o inferno de mais uma guerra
ocorrer na Terra,
ou quando um fotógrafo,
com seus calçados e o tripé da câmera pegando fogo,
chega à cratera de um
vulcão,
pra lhe flagrar a erupção
e Aristóteles … atinar … que pra tudo há uma causa eficiente,
e
outra,
(genial)
final,
como o ato
sexual,
que é a causa eficiente do bebê,
que é a causa final
do ato
sexual!,
com o que se pode dizer,
sem errar,
que Beethoven é a causa eficiente das nove sinfonias e da Sonata ao Luar
e
elas
a causa final
de
Beethoven,
teoria que,
afinal,
é a causa final – não de Platão nem de Sócrates – mas de
Aristóteles!
Daí que mais um poema acontece,
com muito pouco teatro,
em 94,
quando,
da mostra do cinquentenário de morte dos grandes abstracionistas Mondrian e Kandinsky,
em Madri,
passo pra Antológica de Toral
Do livro Um poema acontece, disponível no site da Editora Arribaçã


















