Bem, não temos ninguém com idade dos vitrais das catedrais!, nem com a dos fragmentos de templos gregos, nos museus., me...

Quando o poema acontece

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Bem, não temos ninguém com idade dos vitrais das catedrais!, nem com a dos fragmentos de templos gregos, nos museus., menos ainda com a dos ossos colossais da Terra: seus rochedos ateus!, mas o poema acontece quando, pela primeira vez, se reduz uma árvore a bonsai, um poema a haicai; quando a jovem Helena faz o céu caber numa poça, ainda que pequena e, por isso, o inferno de mais uma guerra ocorrer na Terra, ou quando um fotógrafo, com seus calçados e o tripé da câmera pegando fogo, chega à cratera de um vulcão, pra lhe flagrar a erupção e Aristóteles … atinar … que pra tudo há uma causa eficiente, e outra, (genial) final, como o ato sexual, que é a causa eficiente do bebê, que é a causa final do ato sexual!, com o que se pode dizer, sem errar, que Beethoven é a causa eficiente das nove sinfonias e da Sonata ao Luar e elas a causa final de Beethoven, teoria que, afinal, é a causa final – não de Platão nem de Sócrates – mas de Aristóteles! Daí que mais um poema acontece, com muito pouco teatro, em 94, quando, da mostra do cinquentenário de morte dos grandes abstracionistas Mondrian e Kandinsky, em Madri, passo pra Antológica de Toral

Do livro Um poema acontece, disponível no site da Editora Arribaçã


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  1. Ângela Bezerra de Castro10/12/25 14:54

    O poema é como a flor que brota do asfalto: um milagre. Assim, todas as paixões do autor, refletidas em sua erudição, ganham um ritmo inusitado, uma forma imprevisível, na síntese abissal do poema — epílogo da emoção.

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