Por mais terras que eu percorra
Não permita, Deus, que eu morra
Sem que volte para lá
Canção do Expedicionário
Canção do Expedicionário
Enquanto a Segunda Guerra Mundial devorava gente na Europa, África e Ásia, aqui, no maior país da parte Sul das Américas, o governo vigente, longe desse “pega-pra-capar”, flertava em alguns momentos com o pessoal do chamado Eixo (Alemanha. Japão e Itália); noutras horas com os chamados “Aliados” que formavam o ajuntamento do bem. Ficou nessa relação infiel até que o Tio Sam pusesse “aquela coisa” na mesa e exigisse que o Sr. Vargas, o nosso ditador da vez, tomasse uma posição. Só então nossa Pindorama declarou de qual lado estava.
Natal, 28.01.1943: os presidentes Getúlio Vargas (Brasil) e Franklin Roosevelt (EUA), a bordo do navio USS Humboldt da Marinha norte-americana, ancorado no rio Potengi, em conversa sobre a participação brasileira na Segunda Guerra. ▪ Fonte: LoC.
Nesses acertos, em troca do estabelecimento de bases militares em nosso Nordeste e um futuro alinhamento no xadrez da geopolítica, o Sr. Roosevelt permitiu, e em seguida financiou, a construção de nossa primeira industria siderúrgica em Volta Redonda. O Brasil poderia então, produzir aço e isso permitiria o desenvolvimento de nossa industria. Antes disso não éramos capazes de fabricar um prego, um alfinete.Paquete Baependi (Baependy), navio brasileiro de passageiros e carga que teve papel importante nas rotas de cabotagem do país até ser torpedeado na noite do dia 15 de agosto de 1942, quando navegava na costa de Sergipe. ▪ Fonte: Arquivo Nacional
Rio de Janeiro, 1942: multidão ocupa as ruas com bandeiras e cartazes, em clima de forte mobilização popular, pedindo a entrada do Brasil na guerra. ▪ Fonte: Arquivo Nacional
Soldados brasileiros seguem para o navio de transporte, carregando seus equipamentos, no embarque rumo ao front da Segunda Guerra Mundial. ▪ Arquivo Nacional
E a população? O trabalhador, o camponês, a dona de casa, o homem comum? Ficavam entre a revolta e o medo. A revolta por aquilo que o radio noticiava e o medo da possibilidade de ver partir um ente querido e este não mais voltar.
Então, em 9 de agosto de 1943 criaram a FEB (Força Expedicionária Brasileira), que, comandada Mascarenha de Morais, desembarcaria na Itália em 14 de julho de 1944 com 25.334 homens. Desses, 343 não voltaram (13 oficiais, 422 praças e 8 aviadores).
Mas o que nossa FEB tem a ver com essa onda de patriotismo? Ah, trata-se uma breve constatação. Aberta a campanha de recrutamento onde estavam nossos jovens patriotas que exigiam nossa participação naquela carnificina?
Bateram o pino.
Ao que me consta só 1% dos pracinhas eram voluntários com formação universitária. Nossos soldados foram recrutados entre os mais humildes. Enfim, gente sem grande escolaridade. Estes sim, foram para a briga.
Soldados (pracinhas) da Força Expedicionária Brasileira na Itália, durante a Segunda Guerra Mundial.
Há de se louvar as exceções silenciosas dentre daquele percentual diminuto, os que passaram das palavras às ações. É aí que entra nossa pequenina Paraíba. Aqui teve gente que não negou fogo, entre eles um “caba” lá de Campina que não ficou só no discurso, pegou seu mosquetão e foi trocar tiros em Monte Castello. Chamava-se Félix Araújo. O que aconteceu depois na vida desse soldado é outra história. O importante é se lembrar há momentos cruciais em que discurso é um coisa, atitude é outra. Foi o que ele mostrou.




























