SOU Sou a letra daquela canção, Na noite à luz do luar, Dor silente do coração, Náufrago perdido no mar. Sou versos de ...

Sou a flor que amanhece sorrindo

poesia paraibana raniery abrantes
 
 
 
SOU
Sou a letra daquela canção, Na noite à luz do luar, Dor silente do coração, Náufrago perdido no mar. Sou versos de ternos poemas, Estrela no céu a brilhar, O cheiro das alfazemas, O amor que em breve virá. Sou a flor que amanhece sorrindo, Esperando a menina colher, Sou a terra que estava dormindo, Aguardando a nuvem chover. Sou sal da terra provindo, A beleza do alvorecer, Os olhos da criança sorrindo, O sol do amanhecer. Sou a bondade triunfando, O que o homem viu ascender, O que chorando prosseguiu amando, À luz do entardecer. Sou música doce aos ouvidos, Pássaros ao vento a cantar, Bálsamo para velados gemidos, Abrigo para te cuidar. Sou o que pedires de mim, Cervos pastando no prado, Frutos maduros, sem fim, Cordeiro que tira o pecado. Sou a benção ao Rei Salomão, Que humilde pediu sabedoria, Largueza no coração, Distância da tirania. Sou versículos em São Mateus, Aquele que alivia tua dor, Muitos me chamam de Deus, Na vida Eu Sou o Amor!
EU
Sou uma vida que nasce No dia de hoje: Penso, repenso e penso o repensado, Sou alegre com os olhos marejados. Sou pintura em um quadro na parede, Sou um rosto desfigurado, Sou poeta sem inspiração, Sou um mar sem nunca ter nadado. Sou parte do que fui, Sou pequeno demais pro pensamento, Sou um “contente descontente”, Sou solitário, triste, infelizmente. Sou presente sem passado, Sou futuro sem presente, Sou um sono mal dormido, Sou um sonho mal sonhado. Sou um homem parado, Entregue à melancolia, Abandonado e cansado No silêncio, na agonia.
PRISCAS ERAS
Venho de priscas Eras... Na Medieval História fui Suserano, Cavaleiro, Vassalo, Abade e Trovador. Fui prisioneiro no castelo, Sofri nas mãos do Inquisidor. Fui um Mestre Templário, Lutei naquela Cruzada, Dignifiquei a minha espada, Conquistei Jerusalém. Retornei sem glória alguma, Fui abandonado pela amada, Tornei-me um Zé Ninguém! Fui Quixote sem juízo, Venci moinhos de vento, Enfrentei dragões de fogo, Mas perdi a minha Flor. Minha armadura foi roubada, Minha espada abandonada, Minha alma quebrantada, Restou-me apenas o vazio, o nada... Por companheira, a dor.
*Do livro Jardim de Amores (Editora Ideia)

COMENTE, VIA FACEBOOK
COMENTE, VIA GOOGLE
  1. Parabéns, Rany pelas lindas poesias, simplesmente um arraso, resumindo, sou tua fã, visse? Um abraço afetuoso.

    ResponderExcluir

leia também