O canto e a batida das asas refletiam o silêncio na praça. O dia seguinte das travessuras dos números. Papéis pelo chão davam testemunhos da briga pelas digitais enquanto a vida acorda preguiçosamente como de costume.
Pouco a pouco, a luz esquentava o dia e invadia todas as frestas de casas, recantos de todas as esquinas, enquanto as castanholas gigantes agitam suas copas ao toque do vento. Há uma brisa branda vindo no sentido sudeste, sobre que ameaça tornar-se tempestade.
Enquanto isso, a vida recomeça. Portões se abrem, caminhantes aparecem, janelas e portas renascem. Corpos saem para encarar o sol primaveril.
Minna Autio
Encorajado pela resistência canina em sair do banquinho da praça, um mundo vai se abrindo aos olhos e à mente. E encontra-se interesse na fila de formigas trabalhadeiras em direção ao formigueiro, nas pequenas flores espertas colorindo pequenos recantos, nas folhas secas abraçando o chão.
Do ar surge uma fragrância que se aproxima. É a nova manhã que se revela em odores, cores e humores. Sem luxos, musicalmente,
Arek Adeoye
A praça ainda está quieta, os brinquedos do parquinho imóveis, os aparelhos de ginásticas em repouso, a quadra poliesportiva continua desocupada dos gritos das crianças, sem as corridas e jogadas dos jovens...
Ao redor, as casas começam a jorrar movimentos espreguiçados.
Ao longe, os sussurros dos carros agora aumentam para um falatório estridente, indicando o avançar das horas. Os ponteiros seguem no compasso para entregar a consolidação matinal. É hora de despertar dos pensamentos, adormecer para o imaginário e acordar para o sono da rotina diária. É vestir o novo dia.