Dias depois em que a rosa surgiu no pequeno jardim, as pétalas caíram ao toque de minha mão displicente. A mulher esperava o sol que aparecia lento nas manhãs, pois eram dias chuvosos, quando observou no jardim pequenas rosas em botão que surgiam igualmente belas e atrativas.
Com as flores, o jardim da nossa casa, mesmo pequeno, a beleza se torna grande. Na lua cheia, quando as roseiras encostadas à parede do muro abriram-se em cachos, nos chamou a atenção porque expeliu perfume. Permaneceu alguns dias, até que a mão displicente tocou e as pétalas caíram.
Com as flores, o jardim da nossa casa, mesmo pequeno, a beleza se torna grande. Na lua cheia, quando as roseiras encostadas à parede do muro abriram-se em cachos, nos chamou a atenção porque expeliu perfume. Permaneceu alguns dias, até que a mão displicente tocou e as pétalas caíram.
Acervo do autor
Daquele tempo carrego lembranças, como o jardim de mamãe e o prazer de andar pelos campos. Havia pequenas flores silvestres, o melão-de-são-caetano dava gosto observar. As roseiras cultivadas perto de casa, protegidas por cerca de vara devido aos animais, perfumavam as noites.
Quando pensava em coisa ruim, tempo bom demorando chegar, andava pelas capoeiras, ficava na beira da cacimba, olhava o flamboyant, o jasmim-branco e, assim, adormecia a amargura. Nessas ocasiões eram as flores silvestres que mais eu observava.
Também quando estava tristonho, não sabia confessar a ninguém porque estava jururu. Remédio bom era atravessar esses instantes perto das borboletas, coisas que ajudavam desviar incertezas, retiravam dormência do coração, como efeito de reza.
Antônio David Diniz
Meu pai dizia que a pessoa tristonha, sem ter com quem conversar, deve dialogar com as árvores. Elas nos escutam. Talvez ele tivesse conhecimento do Santo que dialogava com os pássaros e os pés-de-pau. Quando passou a morar sozinho no sítio, acho que meu pai conversava com as plantas.
Volto a minha terra e observo as borboletas ausentes. Foi quando lembrei das velhas roseiras que se abriam em pétalas, ajudavam a transformar o ambiente, e acabavam a dormência do pensar mal-intencionado.
As flores trazem a melodia da música invisível executada sem maestro nem partituras, quando contempladas com os olhos do coração. Carregam a magia e conversam conosco. Silenciosamente transforma o essencial da tristeza na alegria que se agarra em nós.
Acervo do autor
No tempo de menino gostava do cheiro do campo, de escutar os pássaros até o sol se esconder. Andava por entre o capinzal em tardes de pouco vento que nem balançava o coqueiral, cruzava pequenos córregos, aliviado, não sei de quê.
Acervo do autor
Mesmo tarde é bom quando entendemos esse apego, mas é preciso que os aceiros da estrada continuem limpos e tenhamos a consciência de que somos meeiros do jardim a nós confiado para o cultivo.


















