Chegou com algumas ferramentas. Em roupas desgastadas, se aproximou de um canteiro da praça: iniciou a labuta. As flores sorridentes pelo trato. As plantas dançando na chuva dos respingos do aguador. Manhã de sol, gente observando a atitude do jardineiro. Seria algum funcionário da prefeitura local?
Paul Klee, 1914
Passou uma hora em deleite, convivendo e tocando nas pétalas e folhas. Meu amigo não resistiu. Aproximando-se do jardineiro perguntou (observando a idade dele) se não estaria em tempo de aposentar-se. O homem parou o trabalho, voltou-se para o curioso e deu uma gargalhada. Não era jardineiro. Era médico.
“Médico?!” – admirou-se o amigo. “Por que não? Ainda tenho a minha clínica, nas horas vagas cuido dos jardins. Trato pessoas e vegetais, ambos pertencem, igualmente a nós, ao Universo e somos criaturas de Deus.”
Jardim em St. Germain (Garten in St. Germain, dem Europäischem Viertel nahe Tunis)Paul Klee, 1914
Quando estivemos em Viña del Mar, Chile, o que me chamou a atenção e de minha mulher Emília foram os jardins suspensos em postes elétricos, ou rasteiros. Ninguém molestava as flores lindas vicejantes. Cuidado extremo pela decoração natural a ornar a linda cidade chilena, erguida à beira do Pacífico.
















