Um fato que parece inusitado na vida de um médico é o adoecer — e é evidente que isso o deixa em casa, afastado de suas sublimes atividades e missões no seu discipulado hipocrático. No meu caso, recuperando-me de uma pequena cirurgia — graças a Deus, muito bem-sucedida —, nos crepúsculos dessa recuperação seguirei as vertentes do contemplativo, do reflexivo, do estudo, do espiritual-religioso e do lazer, que incluirá viagens, entre outros.
Só retornarei às minhas, às vezes difíceis e muitas vezes cansativas, porém plenamente gratificantes, atividades profissionais após o Natal. Gosto sempre de recordar essa assertiva tão verdadeira: médico também adoece, ratificando o título inicial do texto.
Assim sendo, meus neurônios cerebrais não conseguem ficar em repouso. De repente, entraram em ebulição, norteando-me para a reflexão que se segue nas linhas abaixo.
Refletindo sobre a necessidade imperiosa de o médico possuir um espírito lógico, objetivo e pragmático, de súbito veio-me à mente que o estudo da medicina impõe uma preparação, uma formação médica, uma técnica lógica e uma maneira particular de pensar.
A vocação médica direciona de forma imperiosa, porque nenhuma profissão se projeta com tanta penetração sobre a vida humana quanto o sublime exercício da medicina.
Encerrando estas linhas, vem-me à mente um pensamento lapidar do grande gênio dos primórdios da ciência, Galeno:
“Aquele que mais estima a riqueza do que a virtude, e que aprende a sua arte para acumular fortuna, e não para o bem da humanidade, não merece figurar entre os que exercem a profissão médica.”






