É falso que Joseph-Ignace Guillotin, o suposto inventor da guilhotina, tenha morrido guilhotinado. Na verdade, ele faleceu de causas naturais em 25 de março de 1814, aos 75 anos de idade. Guillotin sequer foi o inventor direto do temido instrumento de execução; seu nome foi associado a ele por ter proposto, durante a Revolução Francesa, o uso de um método de execução que causasse menos sofrimento, independentemente da classe social do condenado.
Joseph-Ignace GuillotinCC0
A ideia de que teria sido executado por sua própria invenção é um mito. Tal destino ocorreu, na verdade, com o criador do “Touro de Falaris”, um terrível instrumento de tortura em forma de uma enorme estátua de bronze, moldada como um touro. Quando aquecida com fogo, a estrutura amplificava os gritos da vítima encerrada em seu interior, transformando-os em sons que imitavam os mugidos do animal.
Touro de Falaris
@ProfVitorSoares (X)
@ProfVitorSoares (X)
Sêneca, o célebre filósofo estoico romano, já advertia: “Todo mal feito a alguém retorna ao ponto de partida.”
Toda ação tem sempre o potencial de reverberar contra quem a concebe, seja imediatamente ou posteriormente. Cada ato, tende a gerar consequências proporcionais. Toda conduta, pensamento ou sentimento gera repercussão.
O caso de Perilos foi público, mas todo mal praticado, ainda que oculto aos olhos humanos, encontrará retorno inevitável ao seu autor, não como punição vingativa, mas como oportunidade de aprendizado e reajuste.
Emir Saldierna
Atitudes impensadas ou cruéis praticadas contra alguém, sempre resultarão em sofrimentos futuros. Nesse sentido, o melhor é não criarmos mais dívidas morais e, sempre que possível, nos dedicarmos a reparar danos infligidos, nos reconstruir e renascer moralmente.
O mal que fazemos é lição que voltará até que a compreendamos de fato e nos libertemos pelo resgate e pelo bem praticado com sinceridade. O bom é plantar frutos doces, para evitar o remédio amargo.
O retorno do mal não é uma ameaça, e sim uma escola. Aquilo que fazemos agora será o conteúdo do nosso amanhã. Por isso, é fundamental vigiar as escolhas de agora, pois são sementes que atiramos no solo do destino.
Unsp
Se nos esforçarmos no sentido de que cada gesto nosso seja de construção, e não de destruição; de que toda palavra seja bálsamo, não veneno; e de que cada escolha reflita responsabilidade e cuidado, teremos a esperança de um futuro sem remorso nem consequências dolorosas, pois o mal que fizermos não se perderá no tempo, mas voltará sempre para nos ensinar a amar melhor.