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Roma levou perto de quatro séculos para estender seus domínios por quase todo o mundo conhecido de então: de 241 a.C., com a conquista...

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Roma levou perto de quatro séculos para estender seus domínios por quase todo o mundo conhecido de então: de 241 a.C., com a conquista da Sicília, até o ano 107 da era cristã, com a colonização da Dácia.

Com a decadência de Roma e com a invasão dos bárbaros, no séc. V, o Império Romano do Ocidente se esfacelou. O do Oriente – chamado também de Império Bizantino – só caiu em meados do séc. XV (1453), com a tomada de Constantinopla pelos turcos, marcando o fim da Idade Média.

O poema “Lisboa Aventuras”, de José Paulo Paes, do livro Melhores Poemas, da Global Editora, 1998, é um belo exercício de comparaçã...

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O poema “Lisboa Aventuras”, de José Paulo Paes, do livro Melhores Poemas, da Global Editora, 1998, é um belo exercício de comparação entre o léxico do português europeu e o léxico do português americano.

Um dos processos mais interessantes de formação de palavras, a reduplicação, não é tão pouco produtivo quanto sugerem as gramáticas....

lingua portuguesa
Um dos processos mais interessantes de formação de palavras, a reduplicação, não é tão pouco produtivo quanto sugerem as gramáticas. Chama-se reduplicação o processo pelo qual uma sílaba se repete total ou parcialmente para formar um novo vocábulo normalmente de sentido igual ao do vocábulo primitivo. Não se trata exatamente de uma composição, já que é apenas uma sílaba que se repete, mas os estudiosos que analisaram a reduplicação incluem-na entre os processos de composição vocabular. Do verbo saltar, por exemplo,

Na frase Eu vi minha mãe rezando , quem rezava? A mãe ou eu? Quem disser que é a mãe, cometerá um erro. Para se entender por quê, leia-...

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Na frase Eu vi minha mãe rezando, quem rezava? A mãe ou eu? Quem disser que é a mãe, cometerá um erro. Para se entender por quê, leia-se o texto abaixo.

A frase é alteração de um verso da quinta trova de um longo poema de oito trovas, intitulado “Mãe”, de autoria do médico pernambucano Barreto Coutinho. O verso original dizia: “Uma vez vi-a rezando.” A trova, desgarrada do poema, tornou-se famosa com o primeiro verso alterado. Ei-la:

Em 1912, em Portugal, Antônio Maria José de Melo Silva César e Menezes, conde de Sabugosa, no prefácio do seu livro Dama dos tempo id...

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Em 1912, em Portugal, Antônio Maria José de Melo Silva César e Menezes, conde de Sabugosa, no prefácio do seu livro Dama dos tempo idos, propõe o termo estória para designar a narrativa de ficção. No Brasil, proposto por João Ribeiro e encampado por Gustavo Barroso, em 1942, o termo adquiriu popularidade e prestígio, graças, possivelmente, à publicação, em 1962, do volume de contos Primeiras estórias, de Guimarães Rosa.

Resumo Procura-se, neste artigo, explicar didaticamente o significado da frase atribuída a Saussure: “Língua é forma e não substân...

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Resumo
Procura-se, neste artigo, explicar didaticamente o significado da frase atribuída a Saussure: “Língua é forma e não substância”. Para tanto, parte-se da comparação da língua com uma dessas massas de modelar que se vendem nas papelarias. Por se tratar da explicação de uma frase, não há aqui indicações bibliográficas, nem mesmo da obra de Saussure, uma vez que é bem possível que a frase não seja de Saussure, mas dos seus discípulos, Bally e Sechehaye.

Logo no início do seu poema dramático Morte e Vida Severina , João Cabral de Melo Neto retrata um costume antigo de distinguir nomes...

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Logo no início do seu poema dramático Morte e Vida Severina, João Cabral de Melo Neto retrata um costume antigo de distinguir nomes iguais pela filiação e também pelo local de nascimento:

O meu nome é Severino, não tenho outro de pia, como há muitos Severinos

Nome próprio de pessoa tem plural? As gramáticas que tratam do assunto recomendam que se pluralize normalmente o nome de pessoa, mesmo ...

Nome próprio de pessoa tem plural? As gramáticas que tratam do assunto recomendam que se pluralize normalmente o nome de pessoa, mesmo o de família. Rocha Lima, em sua Gramática Normativa, depois de anunciar a regra, cita, entre outros exemplos, o título do romance Os Maias, de Eça de Queiroz, como prova de que nome de família também tem plural.

Saussure disse que o signo linguístico é constituído de significante (os sons) e de significado (o sentido) e que ambos são indissociáve...

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Saussure disse que o signo linguístico é constituído de significante (os sons) e de significado (o sentido) e que ambos são indissociáveis, como o verso e anverso de uma folha de papel. Quando escrevi, num conto incluído no livro A fama e a cama, editado pela Bom Texto, do Rio de Janeiro em 2003, a história de uma pobre mãe solteira que entrega a filha a um casal estranho por não poder sustentá-la, procurei um título adequado que designasse a mãe que perde o filho, à semelhança de “órfão”, que designa o filho que perde um dos pais. Como não encontrei um nome equivalente, dei ao conto o título de “Órfã de filha”, traduzido adequadamente por Olga Obry para o alemão como “Nach Tochter verwaist”, publicado no jornal vienense Die Presse.

O professor René Étiemble, durante a década de 50, no século passado, tentou “higienizar” as letras francesas, numa luta que culminou ...

gerundio lingua portuguesa
O professor René Étiemble, durante a década de 50, no século passado, tentou “higienizar” as letras francesas, numa luta que culminou com a publicação do livro Parlez-vous franglais?, em 1964. O “moralista” da língua fez escola: posteriormente, na França, promulgou-se uma lei que proíbe expressões estrangeiras em placas e letreiros públicos, nas transmissões radiofônicas e televisivas, na publicidade e nas redações oficiais. Xenofobia inconsequente,

No dia 09.03.05, a TV Globo, no seu programa “Bom-dia, Brasil”, fez uma reportagem sobre o uso do gerúndio, em frases como “Vou estar t...

gerundio lingua portuguesa
No dia 09.03.05, a TV Globo, no seu programa “Bom-dia, Brasil”, fez uma reportagem sobre o uso do gerúndio, em frases como “Vou estar trabalhando”. O entrevistado concluiu, inadequadamente, que se trata de um decalque da sintaxe inglesa. Ele não usou o termo “decalque”, mas deu a entender que se tratava de um.

Na língua existem séries ou relações abertas e séries ou relações fechadas. Uma série é aberta quando se podem nela incluir novos ite...

lingua portuguesa neologismo
Na língua existem séries ou relações abertas e séries ou relações fechadas. Uma série é aberta quando se podem nela incluir novos itens; e é fechada, quando não há mais a possibilidade de aumentá-la. A flexão é uma série fechada. Não há a menor possibilidade de se inventar um feminino novo, uma desinência verbal nova ou um plural novo. Mas a derivação é uma série aberta: podemos inventar palavras novas (isto é, neologismos), com os recursos de que dispomos na língua.

É admissível e até necessário que a linguagem específica da tecnologia, da ciência ou de uma profissão, como a dos computadores, por e...

lingua portuguesa colonialismo cultural
É admissível e até necessário que a linguagem específica da tecnologia, da ciência ou de uma profissão, como a dos computadores, por exemplo, mantenha o uso de empréstimos (como deletar), ou de estrangeirismos (como download, shift, etc.), até porque sua universalidade os torna cômodos. Mas a existência de equivalentes semânticos no nosso léxico deveria inibir o uso ou o abuso desses recursos linguísticos ou metalinguísticos estranhos ao nosso idioma,

A linguagem neutra (LN) é uma inovação linguística preconizada, a meu ver, pela comunidade LGBTQIA+ (doravante LGBT), que se sentiu e...

linguagem neutra
A linguagem neutra (LN) é uma inovação linguística preconizada, a meu ver, pela comunidade LGBTQIA+ (doravante LGBT), que se sentiu equivocadamente estigmatizada pelas normas da língua portuguesa ensinada nas escolas (LP), em que o masculino prevalece nas regras de concordância nominal, o que caracterizaria uma forma de machismo inaceitável.

O Aurélio , versão em papel, teve seu início no Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa , organizado por Hildebrando de Lima...

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O Aurélio, versão em papel, teve seu início no Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, organizado por Hildebrando de Lima, revisto por Manuel Bandeira e José Baptista da Luz. Em 1975, Aurélio Buarque lança o dicionário com seu nome na capa, e o nome anterior deixou de existir. A segunda edição ocorreu em 1986. Pouco depois, Aurélio lança o dicionário com o nome de Novo Dicionário da Língua Portuguesa, pela Editora Nova Fronteira. Depois da morte de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, em 1989, familiares assumiram a edição do Dicionário com o nome de Aurélio Século XXI – O Dicionário da Língua Portuguesa. Em 1999 saiu a primeira edição em CD, mesmo ano em que saiu a 3ª edição do Dicionário em papel, a última com o selo da Nova Fronteira.

Acrossemia é o nome que se dá à redução de palavras às suas sílabas iniciais ou aos seus fonemas iniciais. Assim, é acrossêmica a pal...

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Acrossemia é o nome que se dá à redução de palavras às suas sílabas iniciais ou aos seus fonemas iniciais. Assim, é acrossêmica a palavra Ifes, formada pelos fonemas iniciais das palavras “Instituição Federal de Ensino Superior”, assim como a palavra Contran, formada com as sílabas iniciais de “Conselho de Trânsito”. A acrossemia forma siglas, siglônimos e acrônimos. Qual é a diferença entre esses três conceitos?

A etimologia tem sido má conselheira dos que pretendem explicar fatos atuais da língua. O uso leva com frequência ao esquecimento d...

milharal babilonia etimologia
A etimologia tem sido má conselheira dos que pretendem explicar fatos atuais da língua. O uso leva com frequência ao esquecimento de como determinada palavra ou expressão se formou. E pode ocorrer o que em linguística se chama hipercaracterização, que é uma redundância incorporada à língua e que não é mais sentida como redundância. Assim, pretender que suicidar-se ou meio ambiente sejam incorreções por serem originalmente pleonasmos (redundâncias de sentido) é pretender que

Há uma certa tendência talvez elitista a se evitar “chefa” como feminino regular de “chefe”. O Vocabulário Ortográfico da Língua Portug...

Há uma certa tendência talvez elitista a se evitar “chefa” como feminino regular de “chefe”. O Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Academia Brasileira de Letras, 1999) recomenda “chefe” para os dois gêneros. O Aurélio segue essa orientação. Os dicionários de Moraes Silva (Diccionario da língua portuguesa. Lisboa: Typographia Lacerdina, 1813, s.v.), Laudelino Freire (Grande e novíssimo dicionário da língua portuguesa. 3.ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1957, s.v.) e Caldas Aulete (Dicionário contemporâneo da língua portuguesa, 3.ed. Rio de Janeiro: Delta, 1980, s.v.), registram “chefe” apenas como substantivo masculino, excluindo talvez a possibilidade de se considerar a forma como comum de dois. O Aurélio registra “chefa” como forma popular.

Verbo vicário é o que se usa em lugar de outro, anteriormente citado, para evitar-lhe a repetição. É da palavra latina “vicarius”, subs...

padre vigario sacerdote verbo vicario
Verbo vicário é o que se usa em lugar de outro, anteriormente citado, para evitar-lhe a repetição. É da palavra latina “vicarius”, substituto, que se originou, por via erudita, “vicário”, e, por via popular, “vigário” (o sacerdote, o substituto do bispo), e suas formas derivadas, como “vigarice”, “vigarismo”, etc., que se relacionam ao “conto do vigário”, isto é, ao conto do substituto (a vítima leva o substituto do que acredita estar levando). Há autores que chamam o verbo vicário de “verbo pronominal”.

A revista Istoé , vol. 31, nº 2042, de 24-12-08, apresenta nas p. 70-72 uma reportagem intitulada “Os fantásticos passageiros da sinest...

A revista Istoé, vol. 31, nº 2042, de 24-12-08, apresenta nas p. 70-72 uma reportagem intitulada “Os fantásticos passageiros da sinestesia”, na qual declara que “apenas um a cada mil indivíduos é portador de sinestesia”, e data de 1880 a primeira descrição do fenômeno, feita por Francis Galton, primo de Charles Darwin. A sinestesia não é algo de que algum privilegiado seja portador, porque é uma mistura de sensações existente com maior ou menor intensidade nos falantes de qualquer língua. Antes de Galton, contudo, no livro de poemas intitulado Fleurs du mal, de 1857,