A identidade é o senso de pertencimento no espaço social, na cultura, no idioma, na ancestralidade e em tudo onde uma pessoa está inserida. Existem cidadãos em situações sociais de invisibilidade geradas pelas relações interpessoais ou socioeconômicas, as quais são resultados de preconceitos, discriminações e desigualdades estruturais. Por exemplo: segregação social; etnia; status socioeconômico; religião; sexualidade; comunidades indígenas. Stuart Hall (1932 - 2014), sociólogo britânico-jamaicano, em suas obras Identidade e diferença:
violência simbólica representa uma ameaça à dignidade da pessoa, resultando em sua submissão, seja de forma psicológica, econômica ou social. Essa prática ocorre com a conivência tanto da vítima quanto do agressor, muitas vezes sem que percebam — com lucidez — o que estão vivenciando ou praticando. O conceito foi introduzido pelo filósofo e sociólogo francês Pierre Bourdieu (1930 - 2002). A natureza violenta de uma força simbólica coercitiva é complexa em sua manifestação, tornando-se mais sutil para ser
Os conflitos entre seres humanos, geralmente, destroem a dignidade dos indivíduos. Essas tensões levam à voracidade de controlar um grupo ou alguns cidadãos. Um dos efeitos disso é a insensibilidade perante as necessidades básicas de sobrevivência e a disseminação da banalidade do ódio. O pensador norte-americano Avram Noam Chomsky (1928), conhecido por suas contribuições como filósofo, sociólogo, cientista cognitivo, analista político e econômico, além de professor de Linguística no Massachusetts Institute of Technology (MIT), argumenta que toda crise é, em sua essência, um problema de origem institucional. Ele apresenta essa tese em vários de seus livros. Um deles é Internacionalismo ou extinção: Reflexões sobre as grandes ameaças à existência humana (2020). Ele defende que a solução está em uma intensa pressão popular, mesmo sob ataque de discursos de ódio. Chomsky enfatiza que a participação ativa dos cidadãos na construção do bem-estar social é a maior prioridade para a sobrevivência de todos, a construção da harmonia social, a preservação das instituições e o fortalecimento da democracia, a fim de evitar conflitos armados e proteger a existência humana. Segundo ele, a pressão pública - através de práticas democráticas e do respeito mútuo no diálogo entre diferentes correntes de pensamento - é capaz de eliminar quaisquer sistemas autocráticos ou autoritários.
O cientista brasileiro Arlindo Ribeiro Machado Neto (1949 - 2020), em sua obra Arte e mídia (2007), afirma: “A arte atual está dentro de um contexto de transformação da representação artística através da produção midiática, do fazer arte nas mídias ou com as mídias" (2007, p. 24). Para ele, o artista, cada vez mais, encontra um público diversificado que não mais direciona seu olhar para a apreciação da obra, mas para uma experiência estética. Segundo o pesquisador: “A arte neste século ocupa outros espaços e exige um redimensionamento no seu significado, enfrenta o desafio da sua dissolução e da sua reinvenção como evento de massa" (2007, p. 30).
Zygmunt Bauman (1925 – 2017) foi sociólogo e filósofo, nasceu na Polônia e exerceu suas atividades acadêmicas no Canadá, Estados Unidos, Austrália e na Grã-Bretanha. Tornou-se professor emérito de Sociologia das universidades de Leeds e Varsóvia. Em seu livro Modernidade líquida (1999), o sociólogo versa que a modernidade líquida é leve e dinâmica e está em oposição à uniformidade da modernidade sólida. Para o pensador, a atual sociedade foi reduzida a valor de consumo por ter um preço materializado pela influência do poder econômico. Por exemplo, o amor, numa cultura da sociedade líquida, é tratado à semelhança de outras mercadorias. Os seus livros mais lidos são: Ética pós-moderna (1993); Medo Líquido (2006); Modernidade e Ambivalência (1991); Vida para o consumo (2008); Tempos líquidos (2006); Vida Líquida (2005), dentre outros.
Demócrito, nascido em 460 a.C. e falecido em 371 a.C., é conhecido como um filósofo grego que versou temas referentes a filosofia da natureza, matemática, ética e música. Ele é reconhecido por ter desenvolvido a teoria atomística, fundamentada nas ideias de seu mestre Leucipo, um filósofo grego que viveu no século V a.C. A tese principal dessa doutrina é apresentar a matéria sendo infinitamente dividida até chegar a uma partícula indivisível, o átomo.
O ensaio Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, publicado em 1755, foi escrito pelo filósofo, teórico político, escritor e compositor genebrino Jean-Jacques Rousseau (1712 – 1778). Essa obra ainda influencia o pensamento cultural e político nos dias atuais. Uma das suas teses afirma que o ser humano vive entre a razão e os sentidos. Por conta disto, somente a partir do momento em que a pessoa decide agir na busca da “vontade geral” de sua comunidade é que se torna livre. Essa liberdade rousseauniana se manifesta na ausência de dominação.
Os textos políticos do jurista e economista alemão Maximilian Karl Emil Weber (1864 — 1920) abordam as interações entre indivíduos na sociedade, destacando as atuações deles como fonte de informações para análises sociológicas. Seus conceitos de poder e dominação são fundamentais em sua teoria sociológica. Em seu livro "Economia e Sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva" (1921), no volume 2, no capítulo 9, o autor explora temas relacionados à "sociologia da dominação".
A mitomania é a compulsão pela mentira, contada de forma consciente, que tem por objetivo a autoproteção ou, muitas vezes, o falseamento da realidade, de maneira a fazê-la parecer melhor. O mitomaníaco não consegue parar de mentir, e ele mente sobre sua realidade para fazê-la parecer melhor, aparentar mais do que tem ou encobrir algo. O ato de mentir é um sintoma de adoecimento psíquico,
A anomia social é a desintegração das normas sociais que pode ser o princípio de um fato social desprovido de dignidade humana. Por fato social observa-se a sua função de generalidade, coercitividade e exterioridade ao cidadão. O conceito de desordem (anomia) foi apresentado pelo sociólogo, antropólogo, cientista político, psicólogo social e filósofo francês David Émile Durkheim (1858 - 1917) para descrever as tensões sociais destrutivas da sociedade moderna, racionalista e individualista, podendo ser empregado em diferentes áreas do conhecimento com o objetivo de analisar
O desejo de viver e de morrer pode ser estudado pelos personagens Eros e Thánatos da Mitologia Grega. Também na Psicanálise do médico neurologista, psiquiatra austríaco Sigismund Schlomo Freud (1856 — 1939). A Mitologia Grega é um conjunto de contos e lendas que os gregos antigos usavam para explicar o mundo ao seu redor. Isso ocorreu aproximadamente mais de setecentos anos antes de Cristo. Eles criaram os fundamentos da cosmologia, da ciência, da filosofia, da literatura, da arte e da religião. A crença afirmava que as deusas e os deuses gregos controlavam
as forças da natureza e as ações humanas. Foram usados para explicar, também, os costumes, a cultura, a sociedade, a origem do Universo e da vida. O termo mitologia vem do grego antigo μιτος (mitos), que significa conto ou lenda, e λογος (logos/razão ou princípio da inteligibilidade), que significa estudo. A psicanálise freudiana surgiu no século 19. É um método que iniciou na investigação para o tratamento de distúrbios neuróticos. Essa teoria revelou a existência do inconsciente humano.
Na Mitologia Grega, Eros é o deus do amor, da fertilidade e da paixão. Thánatos é o deus da personificação da destruição e é representado por uma nuvem prateada que arranca a vida dos mortais. Na psicanálise de Freud, Eros é a energia vital que mantém o equilíbrio do psiquismo, motivando o ser humano a crescer, desenvolver-se e a impulsioná-lo à busca de bem-estar. Thánatos é a energia que motiva o ser humano a criar a própria destruição, eliminando o sentido de viver.
A médica e psicanalista russa Sabina Nikolayevna Spielrein (1885 — 1942), em seu artigo Destruição como origem do devir (1912), apresentou, pela primeira vez para ciência médica, o conceito de pulsão de morte. Esta definição influenciou a teoria da Metapsicologia desenvolvida por Freud que descreve a organização e o funcionamento do psiquismo nas obras Além do Princípio do Prazer (1920) e no Mal-estar na civilização (1929). Nelas, ele usa a expressão Todestrieb (“pulsão de morte”) sendo a oposição entre as pulsões do ego ou da morte e os instintos sexuais ou de vida. Em Além do Princípio do Prazer, um dos temas é sobre a compulsão à repetição,
que leva o ser humano a reconhecer duas formas de impulsos: a pulsão de vida, que é lançada por Eros e representa a vontade de viver e de se preservar; outro é a pulsão de morte, que é lançada por Thánatos, que é o impulso destrutivo em direção à morte. Essas pulsões estão se movendo sempre simultaneamente para satisfazer a conservação da própria vida. Em O Mal-estar na Civilização, Freud demonstra que a cultura produz uma falha psíquica no indivíduo por meio do conflito entre as necessidades do indivíduo contra a brutalidade de uma sociedade, que é oprimido em suas vontades e vive na frustração do desejo de construir o pertencimento diante das expectativas de uma sociedade normativa e inflexível, surgindo o ódio nessa tensa relação. Uma forma do indivíduo suportar a exclusão social e suas falhas existenciais é cria um deus para sublimar o próprio mal-estar.
Sigismund Freud, em 1927, ao escrever O futuro de uma ilusão, descreve as origens da religião, o seu desenvolvimento e futuro. Para o psicanalista, o homem criou a religião para corrigir as imperfeições dos perversos relacionamentos humanos. A religião é uma neurose universal que são dogmas transmitidos pelos antepassados que são impedidos de serem questionados. As crenças religiosas apresentam o desejo de afirmar a existência de um pai e a continuidade da existência através da imortalidade da alma.
A religião se apresenta como a necessidade de acolher o desamparo do homem no mundo que tem de enfrentar o destino cruel da morte; contra a luta embrutecida entre os homens, países e das destrutivas forças da natureza. Os senhores das religiões exercem a imagem de um pai que exorciza os terrores dos fenômenos naturais; anestesiam as dores de existir com a crueldade do destino. Os seguidores da neurose universal (religião) sublimam as próprias falhas psíquicas e existenciais através dos sofrimentos e de se torturarem nas privações que a vida civilizada impôs a eles. Nas patologias das ilusões alimentadas perversamente pelas religiões, o indivíduo — movido de pulsão de morte e de vida — necessita criar o próprio deus para eliminar o outro como uma forma de se purificar do próprio mal.
Para o psicanalista, a cultura e a religião criam a ilusão de afastar o indivíduo da selvageria humana, têm como objetivo conviver com as forças da natureza para dá suporte à vida e atender as necessidades do outro para que as relações humanas sejam harmonizadas. A neurose da religião gera o ‘reino do pai’ na cultura, mesmo que seja o reino do ódio e do terror que estão conduzidos pelos impulsos de Eros e Thánatos ou seja da pulsão de morte e de vida.
O livro A Ideologia Alemã foi escrito pelos empresários alemão Friedrich Engels (1820 – 1895) e pelo filósofo, economista, historiador, sociólogo alemão Karl Marx (1818 – 1883). A obra é um conjunto de manuscritos redigidos entre os anos de 1845 e 1846. Os dois pensadores denunciam a corrupção do estado prussiano, a pobreza e o processo de alienação causado pela religião nos cidadãos. Marx afirma que a religião não é a base do poder institucional de uma doutrina, mas em vez disso é a posse do valor incorporada em dinheiro, de posse da terra e da exploração dos meios de produção pelo trabalho. Ele percebeu que a religião tem a brutal e perversa força de poder coercitivo e de alienação, também era um amparo para o cidadão oprimido.
A arte dá um sentido estético à vida. Consequentemente, o indivíduo suporta as próprias angústias a partir da subjetividade de uma obra de arte, a qual dignifica a existência humana. Em todo indivíduo existe um inconsciente que constitui o seu pertencimento, impossível de ser conhecido pela razão. Essa região inacessível se desloca em forma de pulsões e influencia a forma de pensar, de agir e a própria sensibilidade.
As Enéadas são a reunião de cinquenta e quatro tratados separados em seis capítulos, cada um deles composto por nove partes, número que justifica a sua denominação. Em grego, ennéa significa “nove”. São aulas proferidas pelo filósofo grego Plotino (204—270 d.C.), posteriormente editadas e compiladas por seu discípulo Porfírio (233—305 d.C.). Os tratados foram escritos durante o tempo que Plotino permaneceu em Roma,
Em sua autobiografia, intitulada Poesia e Verdade (1811), o poeta, polímata e estadista Johann Wolfgang von Goethe (1749–1832) conta o que o levou a desenvolver uma estética da sua vida pública e privada. A obra deu originem a dois gêneros literários: a autobiografia moderna e o romance de formação. O poeta alemão defende que a arte (e mais especificamente a poesia nacional) deve estar enraizada nos acontecimentos da vida dos povos. A tese destaca a diferença entre o artista, que expressa as identidades e
Protágoras de Abdera, famoso filósofo grego que viveu entre 480 a.C. e 410 a.C., expressa a seguinte afirmação em seu trabalho Acerca da verdade: “O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são”. Conforme essa tese, o único critério para determinar a verdade está na perspectiva individual. A ideia é explorada no diálogo Teeteto, escrito por Platão, filósofo e matemático grego que viveu entre 428/427 a.C. e 348/347 a.C. Protágoras destaca a importância da subjetividade e particularidade de cada indivíduo,
A igualdade tem como base o princípio de que todos devem ser submetidos às mesmas regras e possuir os mesmos direitos e deveres. Já a equidade reconhece que existem diferenças entre todos e que é necessário garantir que as pessoas desfrutem das mesmas oportunidades, considerando as suas particularidades e prioridades individuais. A distinção entre equidade e igualdade valoriza as diversidades dos cidadãos,
O Helenismo refere-se à época da história da Grécia e de parte do Oriente Médio compreendido entre a morte do rei Alexandre Magno (356 a.C. — 323 a.C.) e a anexação da península e ilhas gregas pelo Império Romano, em 146 a.C. Espalhou-se pelo Ocidente e Oriente até o século III d.C., resultando na extensão da civilização grega por uma vasta região que se estendia do mar Mediterrâneo oriental até a Ásia Central. A expansão concretizou o ideal de Alexandre de difundir a cultura grega nos territórios que conquistava. Foi nesse período que as ciências tiveram notável desenvolvimento.
O livro A Arte de Amar foi escrito em 1956 por Erich Fromm (1900–1980), psicanalista, filósofo e sociólogo alemão. A obra aborda o amor como uma forma de arte. Nele, o autor argumenta que o amor requer prática e concentração contínuas, além de maturidade, desenvolvimento pessoal, capacidade de amar o próximo, humildade, coragem, fé e disciplina. O pensador afirma, no terceiro capítulo:
Nascido em Samos, na Grécia, o filósofo Epicuro (341 a.C. — 270 a.C.), em sua escola filosófica o Jardim, defende a tese de que a ação humana se comporta de maneira não previsível. Articulando sua ética numa doutrina de vida pautada na busca de prazeres naturais, o pensador prega o hedonismo, que torna a vida mais prazerosa. Ele também sistematiza o conceito de prazer sendo o bem supremo, que é a felicidade.