Mostrando postagens com marcador Luiz Augusto Paiva. Mostrar todas as postagens

Não é de hoje que a conheço. Aliás, nem posso precisar quanto tempo faz que essa doce criatura apareceu em minha vida, sem sequer ped...

palitos gina cronica literatura paraibana
Não é de hoje que a conheço. Aliás, nem posso precisar quanto tempo faz que essa doce criatura apareceu em minha vida, sem sequer pedir licença. Veio assim como quem nada quer e ainda está por aqui. Hoje mesmo estive com ela e por uns instantes fiquei contemplando aquele sorriso cheio de magia e encantamento.

Quando nos conhecemos Numa festa em que estivemos Nos gostamos, nos juramos Um ao outro ser fiel Depois continuamos Nos q...

jamelao sosia cronica bem humor
Quando nos conhecemos Numa festa em que estivemos Nos gostamos, nos juramos Um ao outro ser fiel Depois continuamos Nos querendo, nos gostando Nosso amor foi aumentando Qual a Torre de Babel
Lupicínio Rodrigues

O primeiro vocês conhecem, ou dele já ouviram falar, Jamelão. Mas de Nego Lau, duvido. Acontece que segundo o que me contou meu amigo Valdemir dos Correios (para todo mundo, o Enxuto), Nego Lau cantava o repertório de Jamelão melhor do que o próprio; isto é, melhor até do que esse notório puxador de samba da Estação Primeira, a gloriosa Mangueira.

Nós, filhos adotivos da Paraíba, costumamos olhar essa nossa terrinha com olhos mais generosos, diria ...

Nós, filhos adotivos da Paraíba, costumamos olhar essa nossa terrinha com olhos mais generosos, diria com mais ternura, do que os aqui nascidos. Acho natural! Os descendentes biológicos, habituados à cultura e aos atrativos locais, veem com mais naturalidade aquilo que julgamos ser extraordinário.

De como meu avô deu um tiro de garrucha no presidente Arthur Bernardes No quesito dinheiro, meu avô,...

De como meu avô deu um tiro de garrucha
no presidente Arthur Bernardes

No quesito dinheiro, meu avô, o Vico da Matta, era um homem previdente e controlado. Poupava hoje para se garantir nas incertezas do amanhã. Acreditávamos que era meio pão-duro. Não era. Previdente seria o adjetivo mais adequado. Tinha um cuidado danado com o seu dinheiro. Para se ter uma ideia do trato mimoso com aquelas cédulas, não gostava que olhassem o conteúdo de sua carteira e quando precisava abri-la diante de alguém, usava de suas artimanhas para que o interlocutor não olhasse o conteúdo daquela capanga de couro.

Andrezinho era um sujeito namorador. Bem ajeitado, bonito até, diríamos. Família de classe média que o provia do ne...

Andrezinho era um sujeito namorador. Bem ajeitado, bonito até, diríamos. Família de classe média que o provia do necessário, nos limites do que chamamos de uma vida com dignidade. Nada lhe faltava, nada lhe sobrava. Tinha ele 17 anos quando se deu o ocorrido.

Contador de causos igual o meu tio Miro, ninguém. Nem meu amigo Zé Laranja é bom proseador como foi esse meu tio, irmão do meu avô ...

sitio vida rural misterio
Contador de causos igual o meu tio Miro, ninguém. Nem meu amigo Zé Laranja é bom proseador como foi esse meu tio, irmão do meu avô Vico. Como perceberam, era na verdade tio de meu pai, mas para mim e meus irmãos era o nosso tio Miro e pronto.

Se não tê-los, como sabê-los”, já diziam. Mas é assim mesmo, criá-los é uma arte. Como é difícil conduzi-los pelas melhores veredas! A...

Se não tê-los, como sabê-los”, já diziam. Mas é assim mesmo, criá-los é uma arte. Como é difícil conduzi-los pelas melhores veredas! Ainda mais hoje em dia, quando as mais básicas virtudes são descartadas como meras utopias. Isso mesmo, virtude, atualmente, para um montão de gente, é um desvario, uma alucinação. Há sempre alguém abraçando o ruim para esconder o pior. Na política, então...

É isso aí, Fred. Já disseram isso há muito tempo: “Amigo é pra essas coisas”. Então, meu amigo, chegou a hora “dessas coisas”. Vou me a...

filhos saudades nostalgia
É isso aí, Fred. Já disseram isso há muito tempo: “Amigo é pra essas coisas”. Então, meu amigo, chegou a hora “dessas coisas”. Vou me ausentar por uns vinte dias e você vai ter que segurar a onda. Afinal, você é ou não é aquele amigo que a gente guarda do lado esquerdo do peito?

Reconhecimento e gratidão são coisas que não podemos deixar para depois, mas acontece. E quando ocorre, aquele cantinho escuro, pouco ...

nostalgia lembrancas escola professores
Reconhecimento e gratidão são coisas que não podemos deixar para depois, mas acontece. E quando ocorre, aquele cantinho escuro, pouco visitado por nossos mais marcantes sentimentos, sejam eles de saudade ou de reconhecimento, fica condenado à aridez de um Saara.

Não podemos perder a oportunidade de um abraço, de um beijo, ou quem sabe de um simples olhar fazendo parceria com um sorriso transbordando de benquerença. Precisamos dessas coisas para não nos sentirmos indiferentes às mais básicas relações de uma humana convivência com aquelas pessoas, que por um motivo ou outro, marcaram nossas vidas com tintas de ternura.

Semana atrás me encontrei com Mirabeau Dias no escritório deste para uma despretensiosa sabatina, temas variados, mas sempre encostados...

Semana atrás me encontrei com Mirabeau Dias no escritório deste para uma despretensiosa sabatina, temas variados, mas sempre encostados na cultura e suas vertentes. Encontro que ele promove com amigos, gente da melhor qualidade, mas eventualmente abre uma exceção nesse quesito e num desses descuidos convidou-me para a prosa daquela manhã. Ao chegar lá estavam o Modesto, o Wilson, o Martinho, o próprio e João Batista . O tema da conversa não poderia ser outro: cinema. O João Batista que estava lá, era do de Brito, o que justificava a pauta.

A vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida. Vinícius de Moraes Aconteceu dia 17 deste mês de setemb...

nostalgia reencontro cientifico colegio sao jose joao cursinho
A vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida.
Vinícius de Moraes
Aconteceu dia 17 deste mês de setembro. Não pude ir. Estava prontinho para pegar o rumo, mas compromissos não me permitiram dar uma chegada até a distante São José dos Campos e matar 53 anos de saudade.

Saudade no peito, É como fogo de monturo. Por fora tudo perfeito, Por dentro, fazendo furo. (Patativa do Assaré) ...

Saudade no peito, É como fogo de monturo. Por fora tudo perfeito, Por dentro, fazendo furo.
(Patativa do Assaré)

Domingo, como o que passou, para mim é uma tortura. Dia dos pais. Tempo de recolhimento, de introspecção, nada para comemorar. Fico aguardando os telefonemas dos filhos e netos distantes, esparramados nesse mundão de Deus. É o que traz um pouco de conforto e vem de bandeira branca pedindo para minhas saudades darem uma trégua. Ouvir suas vozes, mesmo que estejam afastados por muitas latitudes, traz-me aqueles hiatos de bem aventurança. Dura pouco, mas alivia.

Eis-me aqui presente depois de uma longa e exaustiva semana para deixar pública minha gratidão em relação à Sua Excelência, o Arcebi...

gratidao ironia festa neves monga mulher macacao
Eis-me aqui presente depois de uma longa e exaustiva semana para deixar pública minha gratidão em relação à Sua Excelência, o Arcebispo da Paraíba. Quão nobre de sentimentos e também quão corajoso foi esse prelado (se é que assim a ele posso me ferir) em atender ao rogo daqueles que vivem sob o manto protetor de suas preces e bênçãos. Súplicas que chegavam eivadas de angustias e apreensões. Fiz-me à revelia, procurador dessa gente e daí minha ousadia em escrever uma carta, publicá-la em nossos veículos de comunicação e endereçada à nossa maior autoridade eclesiástica? Por quê? Vou explicar.

Excelentíssimo Arcebispo da Arquidiocese da Paraíba. No trigésimo primeiro dia do sétimo mês, do segundo milés...

Excelentíssimo Arcebispo da Arquidiocese da Paraíba.

No trigésimo primeiro dia do sétimo mês, do segundo milésimo e vigésimo segundo ano da Graça do Senhor, faço-me aqui respeitosamente presente para solicitar o que se segue:

Estou ocupando uma coluna deste poderoso rotativo para uma súplica junto a Vossa Excelência. Esclareço humildemente que me faço procurador de uma fatia considerável daquelas almas que estão sob a égide de nossa Arquidiocese. Sim; Excelência, estou aqui em nome desse rebanho numeroso que vê no destinatário desta missiva a autoridade máxima capaz de aplacar essa aflitiva perspectiva de uma ausência impensável no transcorrer dos dias quando festejamos o 437º aniversário de nossa Filipeia. Refiro-me ao tempo quando ocorre a Festa das Neves, que acontece no entorno da basílica de nossa padroeira.

Lá na Serra do Teixeira, cariri paraibano, está o palco dessa história, a cidade de Princesa Isabel, onde nos idos de 1930, o C...

conto humor faz tudo piada
Lá na Serra do Teixeira, cariri paraibano, está o palco dessa história, a cidade de Princesa Isabel, onde nos idos de 1930, o Coronel José Pereira, chefão da política naquelas brenhas de mundo, como retaliação ao governo da província, diante de sua briga com o mandachuva João Pessoa, declarou que aquela localidade dali em diante iria ser “Território Livre de Princesa”. Princesa continuaria brasileira, mas apartada da Paraíba.

Quem seria tão impoluta figura? Temos primeiro que apresentá-lo para só depois irmos ao causo. Vamos lá. Embora houvesse se tornado um hom...

conto literatura paraibana
Quem seria tão impoluta figura? Temos primeiro que apresentá-lo para só depois irmos ao causo. Vamos lá. Embora houvesse se tornado um homenzarrão alto e forte como um búfalo, por ser filho de um tal de Geraldo e xará do pai nos cartórios e na pia de batismo, natural que quando pequenino fosse tratado no diminutivo. Ficou sendo o Geraldinho e por força do hábito dos mais próximos, cresceu Geraldinho e Geraldinho ficou. O apodo fixado ao nome é fácil de explicar. Pensem um homem sossegado. Mais que Geraldinho? Impossível! Foi daí que veio o apelido. Diziam as más línguas que puséssemos Geraldinho tomando conta de dois jabutis, pelo menos um deles iria fugir. É essa a provável causa do apelido. Pelo menos é o que penso. Agora o causo.

Alguém sabe a diferença entre uma coisa e outra? Entre bolacha e biscoito? Não? Pois bem, a bolacha e o biscoito vão aparecer no fim deste...

gula buchada indigestao conto
Alguém sabe a diferença entre uma coisa e outra? Entre bolacha e biscoito? Não? Pois bem, a bolacha e o biscoito vão aparecer no fim deste causo sem que desfaçamos esta dúvida. Mas primeiro tenho que apresentar ao dileto leitor e à querida leitora Zezinho Gafanhoto.

Dona Aparecidinha morava nos arredores num daqueles vilarejos com pose de cidade, um povoamento com menos de cinco mil almas. Vocês sabem...

Dona Aparecidinha morava nos arredores num daqueles vilarejos com pose de cidade, um povoamento com menos de cinco mil almas. Vocês sabem como são essas vilas que ganharam autonomia e já botam a maior banca por terem CEP, agência da Caixa, pracinha com coreto que serve de palanque em ano de eleição, Posto de Saúde, três ruas paralelas (uma que vai, outra que vem e a principal que faz as duas coisas) e como não podia faltar uma Delegacia de Polícia. Ia me esquecendo: uma Escola de Ensino Fundamental Fulano de Tal. E para por aí vai. Foi nessa localidade que se deu o causo. Mas para isso vamos falar um pouco de Dona Aparecidinha.

Moda é moda, mas há cada uma... Moda de andar com a calça jeans rasgada. Tem coisa mais ridícula? Só perde mesmo para a calça boca-de-sino...

nostalgia infancia gravatas luiz augusto paiva mata
Moda é moda, mas há cada uma... Moda de andar com a calça jeans rasgada. Tem coisa mais ridícula? Só perde mesmo para a calça boca-de-sino lá nos anos 70 e que era acompanhada do sapato de salto carrapeta. Um horror! Nesse quesito moda, sou conservador. Por exemplo: gosto da tal da gravata, pois acho elegante e de bom tom usá-la. Sempre que posso, lá estou eu todo pimpão, devidamente engravatado. Mas para mim, o máximo da elegância são os suspensórios combinando com a gravata borboleta. Mas adulto, nunca os usei e nem usarei esses acessórios juntos ou separados. Invejo quem o faz e só não o faço por culpa de um irmão e de uma tia. Coisas de família, mas vou contar.

Não deve ser necessariamente um álbum, pode ser uma dessas caixas não muito grandes, de madeira ou de papelão, essas últimas, das que usam...

nostalgia saudade fotografias lembrancas luiz augusto paiva mata
Não deve ser necessariamente um álbum, pode ser uma dessas caixas não muito grandes, de madeira ou de papelão, essas últimas, das que usamos para proteger algum presente que pretendemos ofertar. Caixa de sapato já acho que não fica bem, pois o que vai dentro dessa arca improvisada merece nossa consideração e respeito. Estou falando do quê? Das fotografias, meus amigos, minhas amigas.