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Esse “Deus lhe pague” não se trata daquele retumbante sucesso teatral de autoria de Joracy Camargo, cuja estreia ocorreu em 30 de de...

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Esse “Deus lhe pague” não se trata daquele retumbante sucesso teatral de autoria de Joracy Camargo, cuja estreia ocorreu em 30 de dezembro de 1932, no Teatro Boa Vista, em São Paulo, pela Cia de Comédia e que colocou nos palcos nada mais e nada menos do que o icônico Procópio Ferreira. Não é por essa seara que vou me enveredar nas linhas que se seguem, mas pelo sentido intrínseco que o vocábulo traz consigo, pois pretendo me apropriar da locução para alguns agradecimentos

Quando viajo lá para trás nos meus tempos, surgem-me duas figuras que encantaram meus verdes anos: Meu avô, o Vico e o irmão dele, o Mi...

cronica bom humor origem especies
Quando viajo lá para trás nos meus tempos, surgem-me duas figuras que encantaram meus verdes anos: Meu avô, o Vico e o irmão dele, o Miro. Ambos cresceram em berço de poucas letras, mas souberam driblar essas destemperanças que a vida lhes impôs. Desta feita vou contar um pouco mais de tio Miro.

O velho Vico foi homem de leitura, para mim sabido que só um danado. Quando se aventurava pelos sertões da Mantiqueira não se perdia em mata fechada, pois era capaz de, quando achasse uma clareira, se guiar pelas estrelas. Conhecia os mistérios da eletricidade e também porque o mundo tem quatro estações. Nunca ouvira falar nas leis da Física, mas conhecia os enigmas que permitiam o equilíbrio de suas edificações.

Não lhe disse Zé Ronald? Foi só o tema voltar à baila e as almas sebosas, sempre de prontidão, já despejaram um robusto rol de ofensas ...

araucaria mantiqueira
Não lhe disse Zé Ronald? Foi só o tema voltar à baila e as almas sebosas, sempre de prontidão, já despejaram um robusto rol de ofensas sobre minha pessoa.

Agradeço sua solidariedade, a de Thomas Bruno, a do Zé Pequeno e às gentis palavras do Zé Edmilson que vieram socorrer-me neste momento de aflição. Mesmo assim, contrariando efusivos pedidos de minha cara metade, irei com vocês quatro ao Cariri lá pelos meados de outubro, conforme já havíamos combinado, pois é quando a chuva dá trégua e assim será mais fácil encontrá-los.

Sim, foi ela, a professora Neide Medeiros que fez acender esta velha chama que eu mantinha a salvo de minhas vontades. Eu havia prometi...

Sim, foi ela, a professora Neide Medeiros que fez acender esta velha chama que eu mantinha a salvo de minhas vontades. Eu havia prometido não tocar mais no assunto, mas não resisti à sutil provocação da querida e mais recente imortal de nossas letras. Explico.

Terça-feira, 5 do corrente mês, manhãzinha ainda, Fred me aparece à hora do meu desjejum trazendo à boca este poderoso rotativo embrulhado num saco plástico transparente. Sim, esse meu camarada de quatro patas, como costumeiramente faz, trouxe-me o “A União” do dia.

Sim, foi comigo mesmo que se deu o fato. Dolorido para mim, motivo de pilhérias para os amigos e quiçá de regozijo para inimigos se est...

cemiterio funeral
Sim, foi comigo mesmo que se deu o fato. Dolorido para mim, motivo de pilhérias para os amigos e quiçá de regozijo para inimigos se estes houver pela minha retaguarda.

Nunca fui afeito a determinados compromissos sociais. Funerais, por exemplo. E nem a seus desdobramentos. Sequer soube carpir entes queridos que partiram antes do combinado. Faz-me o que me reta de alguma polidez comparecer a esses ritos funéreos e o faço muito a contra gosto.

Ah, os poetas! Se não conhecê-los, como sabê-los? Dizem que quando Deus cuidou de esparramar gente por esse mundão, dividiu a humanidad...

conversa bar botequim boemia
Ah, os poetas! Se não conhecê-los, como sabê-los? Dizem que quando Deus cuidou de esparramar gente por esse mundão, dividiu a humanidade em duas categorias, os poetas e nós. Eles (estou me referindo aos poetas) são definitivamente criaturas diversas da outra banda onde está a turma do “nós”, em que me incluo.

Há coisa de uns quatro anos li aqui em “A União”, no Caderno 2, a inspiradíssima (como soe acontecer) crônica da lavra do acadêmico H...

sonho inveja fantasia
Há coisa de uns quatro anos li aqui em “A União”, no Caderno 2, a inspiradíssima (como soe acontecer) crônica da lavra do acadêmico Hildeberto Barbosa Filho: “Outras vidas”. Se as tivesse, nosso ilustre cronista aventara para elas algumas possibilidades que a presente existência não lhe obsequiou. Quem nunca sonhou para si um cenário de sortilégios? Eu sonhei e não poucas vezes.

Quando vamos envelhecendo é o tempo em que brotam determinadas idiossincrasias. uma delas é ficar lamentando a perda dos amigos. Amig...

nostalgia saudades amigos
Quando vamos envelhecendo é o tempo em que brotam determinadas idiossincrasias. uma delas é ficar lamentando a perda dos amigos. Amigos que a poeira do tempo tirou de nosso raio de visão, ou aqueles, que como dizia o velho Machado, estão estudando a geologia dos campos santos.

Faça uma lista de grandes amigos Quem você mais via há dez anos atrás Quantos você ainda vê todo dia Quantos você já não encontra mais ...

praia fortaleza ubatuba
Faça uma lista de grandes amigos Quem você mais via há dez anos atrás Quantos você ainda vê todo dia Quantos você já não encontra mais
Oswaldo Montenegro

Eneas era professor de inglês na capital paulista. Professor de cursinho pré-vestibular dessa disciplina ou era muito bom de tablado ou os alunos debandavam quando era aula dessa matéria. Ninguém era obrigado assistir aula alguma. E de inglês, então? Alguns alunos já tinham feito intercâmbio, outros frequentavam cursos particulares. O fato era que em uma sala de cursinho, uns dois terços eram praticamente fluentes na língua. Por que assistir às essas aulas?

Não sei se posso dizer que é uma sigla: LPC. Mas, garanto que são as iniciais de uma criatura da melhor ...

sao jose campos anos 60 ditadura
Não sei se posso dizer que é uma sigla: LPC. Mas, garanto que são as iniciais de uma criatura da melhor qualidade e que em junho passado completou suas oitenta primaveras. Filho do seu Francisco Honorato, o Bem Costa, virtuose do violão (um renomado seresteiro em São José dos Campos) e se Dona Virgínia Vou aqui tomar algumas linhas deste nosso renomado rotativo para algumas considerações sobre essa figura pela qual sempre nutri indisfarçável admiração, o Luiz Paulo Costa.

Era uma visita que eu estava devendo, mais a mim do que a ela, à minha Dama de Ferro. Desta vez a encontrei debili...

familia recordacao infancia tias
Era uma visita que eu estava devendo, mais a mim do que a ela, à minha Dama de Ferro. Desta vez a encontrei debilitada sob o peso de noventa trocas de calendários na parede.

Já não podendo andar sem ajuda de outrem ou de algum acessório, ouvindo pouco, mas me abriu aquele sorriso que aprendi a admirar e com a voz trêmula assim que me viu, balbuciou: É você, Guto? Guto em questão, trata-se deste escrevinhador aqui vestido do apodo familiar. Fazia tempo que não me chamavam assim. Claro, que apreciei.

Vizinha melhor do que Dona Zefinha ainda não nasceu. Prestativa, sempre trazia no coração aquele sentimento digno de apreço e cons...

cachorro adestramento cronica bom humor
Vizinha melhor do que Dona Zefinha ainda não nasceu. Prestativa, sempre trazia no coração aquele sentimento digno de apreço e consideração.

— Sempre que precisarem estou por aqui – era sempre assim, disponível às eventualidades que surgissem – Precisou é só chamar, viu?

Discreta, não se ocupava em saber de outras vidas que não a sua e de suas meninotas criadas com carinho e rigor.

Alguns espíritos mais desavisados estariam pensando que a pauta de hoje seria algo relativo à minha introdução nas veredas do dito pec...

nostalgia escola primeiro dia aula
Alguns espíritos mais desavisados estariam pensando que a pauta de hoje seria algo relativo à minha introdução nas veredas do dito pecado original. Nada disso. Quem assim está fazendo uso dessas conjecturas pode ir tirando o cavalinho da chuva. O tema é bem menos luxurioso, nem por isso menos intrigante e digno de registro. Dada sua importância nos arquivos de minha memória é que estou aqui ocupando espaço neste poderoso rotativo. O assunto está voltado ao dia em que pela primeira vez, como aluno, pisei em uma sala de aula.

Lá naqueles tempos distantes de minha infância, uma ligação telefônica de onde eu morava, São José dos Campos, para São Paulo demorav...

nostalgia infancia cronica paraibana
Lá naqueles tempos distantes de minha infância, uma ligação telefônica de onde eu morava, São José dos Campos, para São Paulo demorava algo em torno de quatro horas. Precisava pedir a ligação à telefonista e ficar esperando que ela conseguisse completar a chamada. Dava tempo de ir até à capital paulista, resolver o que se era para resolver, voltar e ainda haveria um tempinho de crédito, de sobra. A distância entre essas duas cidades, ao que me consta é de apenas 98 km. Mas as coisas naqueles tempos eram assim, parece que o mundo tinha menos pressa. E tinha que ter.

Nos idos dos anos 50, e avançando um pouco nos 60, a Lambreta foi um veículo de duas rodas muito comum de ...

noitada lambreta conto cronica
Nos idos dos anos 50, e avançando um pouco nos 60, a Lambreta foi um veículo de duas rodas muito comum de se ver sendo pilotado pelos exibidos mocetões daquelas gerações. Havia uma versão mais compacta, a Vespa, pouco menor de comprimento, mais gordinha, bojudinha e ao que me consta, menos dispendiosa para se adquirir.

É quase algo como o “be or not to be”. Uma dúvida shakespeariana que vai tomando conta de minhas noites mal dormidas. Ah, como é ...

recordacao reflexao familia tempo perdido
É quase algo como o “be or not to be”. Uma dúvida shakespeariana que vai tomando conta de minhas noites mal dormidas.

Ah, como é difícil suportar esse outono de minha vida, essa estação sombria, cinza, sem o colorido dos anos que já ficaram para trás nas folhinhas dos calendários... São essas páginas que vamos descartando do anuário pregado em alguma de nossas paredes que nos levam a essas reflexões taciturnas.

O jornal britânico Dally Mail cobria um evento em uma reunião de aposentados na cidade de Londres em 2015 onde gente da terceira ida...

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O jornal britânico Dally Mail cobria um evento em uma reunião de aposentados na cidade de Londres em 2015 onde gente da terceira idade estava ali reunida para partidas de “whist”, um jogo de cartas muito parecido como o “bridge”. Cada partida tinha início quando os quatro participantes recebiam treze cartas das cinquenta e duas de um baralho comum. Para surpresa do repórter que cobria o acontecimento, em uma das várias mesas do salão, onde se encontrava a senhora Wenda Douthwaite, então com setenta e sete primaveras, cada um dos participantes recebeu só cartas do mesmo naipe. Ela recebeu treze cartas de espada, outro treze cartas de paus, outro treze de ouros e o quarto treze de copas. Mas, o que há de extraordinário nisso?

"Os melhores livros são aqueles que os leitores gostariam de ter escrito" Blaise Pascal (1623-1662) Está aí um livro ...

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"Os melhores livros são aqueles que os leitores gostariam de ter escrito"
Blaise Pascal (1623-1662)

Está aí um livro que eu gostaria de ter escrito. Pelo menos o li, o que já é um consolo. Não sei se poderia chamar de uma novela, de um livro de crônicas, quem sabe até de um romance. A autora dá um tom inédito à forma e ao estilo. São 26 relatos de 25 mulheres, cada uma com uma história para contar. Uma história de mulher.

Quem anda decifrando meus escritos deve ter percebido que estou meio impaciente com certo tipo de gente. Criaturas que andam à minha v...

pessoas expressoes semblantes mentira
Quem anda decifrando meus escritos deve ter percebido que estou meio impaciente com certo tipo de gente. Criaturas que andam à minha volta, não porque eu queira, mas por circunstâncias da vida. Fazer o quê? Dizia um falecido amigo meu: “A burrice é invencível!” E não é? Ando intolerante com esses cérebros obtusos. Mas, não só com eles. Estou por aqui, com a turminha dos embromadores, aqueles uns ou umas que jogam uma conversinha nas minhas orelhas e já pensam que levaram no bico, que, como dizem por aí, me engabelaram.

É assim que se diz quando o mar não está para peixe e é hora de irmos batendo nossa rica plumagem. São instantes quando sentimos que ...

autoritarismo democracia terraplanista burrice
É assim que se diz quando o mar não está para peixe e é hora de irmos batendo nossa rica plumagem. São instantes quando sentimos que a situação não está fácil e vamos perdendo a paciência para certas coisas. Tenho aventado a possibilidade de tornar-me um ermitão, um anacoreta, um monge, qualquer coisa assim, deixar o cabelo crescer, não fazer mais a barba, usar trajes de linho cru, desses bem baratinhos, calçar alpercatas e ir morar numa dessas brenhas de mundo, onde não chegue sinal de TV e nem de internet., nem gente inconveniente para me perturbar.