S im, o meu livro, recém publicado, “O Evangelho Nosso de Cada Dia”, não é mais meu, ganhou o mundo. Agora é dos leitores. Teve o patrocínio...

Sim, o meu livro, recém publicado, “O Evangelho Nosso de Cada Dia”, não é mais meu, ganhou o mundo. Agora é dos leitores. Teve o patrocínio e apresentação do meu filho Germano e foi lançado na Fundação Casa de José Américo, com muita gente à cata de autógrafos. Solenidade presidida pelo amigo Damião e um público de outro tanto de amigos. Se meu coração não parou de emoção, não pára mais.

Houve discursos, houve exposição dos belos quadros de Célio Furtado, houve muitos abraços, o que deixou o cronista feliz da vida. Nada como uma festa de amigos, de sorrisos amigos, de abraços amigos.

Vi muitos sorrisos dirigidos a mim. E Wills Leal, meu primo e conterrâneo de Alagoa Nova, parecia mais entusiasmado do que eu.

Por fim, O Evangelho Nosso de Cada Dia está aí como um roteiro de um bom viver. Carlos Augusto e Germano, meu filhos, Alaurinda, minha amada esposa não cabiam em si de contentes, pois o livro também é deles, minhas eternas fontes de inspiração.

A Casa de José Américo foi pequena para caber tanta gente. Tive belas surpresas. Amigos, que nunca mais tinha visto, estavam lá com os seus sorrisos, com seus abraços, o que muito me comoveu.

Enfim, o livro foi lançado. E espero que o leitor esqueça o autor e se lembre de Jesus, o grande inspirador desta obra.

Evangelho Nosso de Cada Dia... Não há melhor companhia. E você, sabe o que vem a ser Evangelho? Significa “Boa Nova”. Dizia um grande psicoterapeuta que o homem precisa de três coisas para ser feliz: um bom sono, uma religião saudável e uma boa notícia.

Que meu livro contribua para a sua paz interior, são os votos do cronista.

Sou grato, profundamente grato a todos que compareceram, a todos que adquiriram o livro, por ocasião de seu lançamento, lá na Casa de José Américo.

E concluo repetindo o que disse no início. O livro não é mais meu. É de todos os que vão ler.

E le sempre foi assim, autêntico. E viva a autenticidade! Refiro-me ao meu caçula Germano, que sempre foi o que é, um menino de ouro. Desde ...

Ele sempre foi assim, autêntico. E viva a autenticidade! Refiro-me ao meu caçula Germano, que sempre foi o que é, um menino de ouro.

Desde pequeno que adorava ter amigos. De que a nossa casa era cheia. E de coragem, nunca vi igual. Uma vez, pequeno ainda, com apenas quatro anos, pediu para ir sozinho na roda gigante. E atendemos ao seu pedido. E lá se foi o menino, um tiquinho de gente, ganhar as alturas, e de lá ainda dar um adeus.

Levou a primeira e única palmada, também aos quatro anos. Motivo: não queria ir à escola.

De uma franqueza de doer. Certa vez, no dia de seu aniversário, ganhou muitos presentes de que não gostou. Shampoos, meias, talco, e ele só queria brinquedo.

Foi franco. Chegou na nossa sala, com todos os presentes, devolvendo e pedindo aos visitantes que os substituíssem por brinquedo, que é o que menino gosta.

Sempre desejou sair do lugar onde nasceu. Conhecer o mundo, eis o que sempre planejou.. Cresceu, tornou-se homem, e virou um autêntico globe-trotter. E ainda mostra o que vê no programa Parada Obrigatória da RCTV, na rede Record.

Mas uma virtude, que lhe é muito autêntica é o senso de justiça. Um verdadeiro Dom Quixote.

Viajar com ele é a coisa melhor do mundo. Assim pensamos eu e Alaurinda.

O que ele precisa com urgência é escrever outro livro. O menino tem muito o que dizer. Com o seu admirável seu senso de Justiça, é capaz de ainda lamentar as injustiças que fizeram com os índios. Seus pés trazem poeira de quase todo o mundo.

Aliás, a televisão já mostrou quem ele é. Arquiteto, eis uma profissão que o atraiu, desde jovem.

Meus filhos, Germano e Carlos Augusto, o físico cosmólogo, são duas jóias, cada um com as suas autenticidades. E eu os admiro, de fazer o coração bater.

O arquiteto, se você visse ele trabalhando, nos mil afazeres e tarefas que abraça... Um gigante em meio a mil problemas. Só em olhá-lo trabalhando, a gente termina suando.

Q uando chegava um circo na minha cidade, o local escolhido era no Parque Sólon de Lucena, a velha Lagoa, perto de onde passei grande parte ...

Quando chegava um circo na minha cidade, o local escolhido era no Parque Sólon de Lucena, a velha Lagoa, perto de onde passei grande parte de minha infância. E os meninos ficavam alegres de morrer.

O que mais atraia o público eram os animais, a começar pelo leão. E o domador entrava na jaula do leão, de chicote na mão. Cena que hoje não atrai mais, porque veio a consciência ecológica a nos dizer que não devemos tirar os bichos de seu habitat.

Deixemos, então, o leão e vejamos as lindas trapezistas, que passeavam sobre um fio, com muita elegância.

Havia Rosinha, uma linda garota, que me chamava muita atenção. Eu morava num sítio, ali na Lagoa. E Rosinha apareceu lá para o meu contentamento. Dei-lhe mangas e notei que Rosinha tinha sardas.

Mas, o que mais atraía a atenção no circo eram os animais. Não havia a tal da consciência ecológica, e o circo chegava a anunciar uma promoção para alimentar o seu leão. Quem trouxesse um gato para o leão comer, poderia ingressar gratuitamente naquele mundo Cada gato valia por um ingresso.

O Palhaço era de fazer até um defunto sorrir. E eis que chegava o momento dramático. O domador do circo ia entrar na jaula do leão, de chicote na mão. O chamado “rei dos animais” sofria com as chicotadas. Ainda bem que hoje os animais hoje não estão mais nos circos.

Vi, recentemente, um circo se armando, aqui na nossa cidade e não tive nenhum desejo de assistir aos seus espetáculos. Se fosse para ver as trapezistas... Mas os ecologistas não querem mais animais nos circos. Imaginem se permitiriam que os garotos levassem gatos, como ingressos, para o leão devorar...

Voltemos a Rosinha. Ela era linda, bem feitinha de corpo e uma grande trapezista. Mas, de perto, tinha sardas...

Ah, os circos de outrora, lá na Lagoa! Gostaria de revê-los, mas sem maus tratos aos animais. Sem chicotadas no Rei da Floresta.

G ermano, meu filho, escreveu, recentemente, algumas considerações sobre o seu avô materno, arquiteto Clodoaldo Gouveia, na Revista Edificar...

Germano, meu filho, escreveu, recentemente, algumas considerações sobre o seu avô materno, arquiteto Clodoaldo Gouveia, na Revista Edificar, muito bem editada por Naná Garcez. Uma revista que, como eu já disse a Naná, “é de ficar lendo”...

A matéria homenageou o meu sogro, que não cheguei a conhecer, pessoalmente. Homem muito culto, diziam que ele botou o nome de sua filha Carmen, minha primeira esposa, justamente após chegar de uma viagem que empreendia na velha Espanha, onde assistiu à “Carmen”, de Bizet.

Era um homem simples. Casou-se com Isaura, minha primeira sogra. Namoro que começou num bonde e que terminou num sólido casamento, do qual nasceram 4 filhos. Três mulheres e um homem.

Meu conhecimento com o grande arquiteto não passou do retrato. Um homem, por sinal, muito elegante, que adorava a filha, Carmen. Tenho o seu retrato, aqui na sala. Bonitão. Carmen tinha a quem puxar...

Clodoaldo Gouveia, que meu filho Germano, não só admira, mas idolatra, transformou a arquitetura da Capital das Acácias com seus belos projetos.

Dizia minha sogra, Isaura, que o grande arquiteto era muito irônico. E bonito, nem se discute.

Germano andou arrolando, no texto da Edificar, as obras que Clodoaldo construiu, aqui. Muita coisa bonita, a começar pelo edifício do Lyceu Paraibano.

Inteligente, sensível, bonito, irônico, Clodoaldo é merecedor de constante homenagem. Minha Alaurinda sugeriu que fosse erigido um busto em sua homenagem. Que poderia ficar ali no mesmo canteiro da Duarte da Silveira, onde já existe um de João da Mata, viu, meu amigo governador Ricardo Coutinho?

Além de um gênio da Arquitetura, que marcou época, nesta cidade, Clodoaldo Gouveia foi um exemplo de bom carácter.

E finalizo dizendo que o que está mesmo me deixando de boca aberta é esta revista Edificar. Um primor de publicação. De cunho técnico, mas, ao mesmo tempo, bastante acessível e bem ilustrada.

N ão gosto muito de domingo. Principalmente, quando estamos viajando. Domingo é triste, com tudo que é de loja, inclusive livraria, fechado....

Não gosto muito de domingo. Principalmente, quando estamos viajando. Domingo é triste, com tudo que é de loja, inclusive livraria, fechado.

E um dos domingos mais tristes e entediados que eu vi na minha vida, foi, certa vez, na cidade de Mainz, pertinho de Frankfurt, na Alemanha, onde mora o nosso amigo Wolfgang Heuser.

Cidade bonita, civilizada, mas triste. Foi lá que vi, acariciei e comi bonitas maçãs. Enquanto preparavam o café da manhã, eu costumava ir com nosso amigo colher maçãs no pomar de seu ajardinado condomínio. Fruta tirada do pé tem outro sabor.

Mainz, aos domingos, vira um cemitério. As portas e janelas fechadas e ninguém na rua. Lembro que, nesta tarde, vi umas mulheres, por sinal bem gordas, conversando em suas cadeiras de balanço. Eu daria a vida para saber o que elas conversavam...

Diante de tanto silêncio, tive vontade de gritar bem alto: “viva a vida”! As mulheres conversavam, era domingo e eu estava com saudade do Brasil, onde ainda não vi mulheres conversando na praça. As alemãs mais velhas são sempre gordas.

Mas, justiça seja feita, Mainz é uma cidade bonita e simpática. Foi lá que nasceu o inventor da imprensa, Gutemberg, cuja casa, que virou museu, eu fiz questão de visitar.

Voltando aos domingos, voltando às mulheres gordas, só sei que diante daquele silêncio, tive vontade de dar um grito brasileiro.

Entretanto, não devemos esquecer de que a vida pede silêncio. Nosso corpo é um exemplo de silêncio. O sangue, na sua corrida permenante, a faz sem barulho.

Domingo à tarde, em Mainz, nunca mais... Mesmo com as maçãs.

Domingo, gosto dele não. O de que gosto mesmo é de uma segunda-feira em Paris com suas livrarias todas abertas e a cultura se espalhando pelas calçadas. A Paris, que meu filho Germano percorreu de bicicleta, desmoralizando a cidade-luz, e ainda mostrou no programa Parada Obrigatória, da RCTV.

G osto de avistar este avião, nesta tarde de sol, deslizando entre as nuvens e me dando muitas saudades daquelas alturas. Observador invet...

Gosto de avistar este avião, nesta tarde de sol, deslizando entre as nuvens e me dando muitas saudades daquelas alturas. Observador inveterado, muitas coisas me chamam a atenção num avião, seja fora, ou dentro dele.

Chama-me a atenção, por exemplo, o admirável trabalho do pessoal de bordo, sempre gentil, servindo às pessoas. Um tratamento de primeira. Não lhe faltam um bonito sorriso e as boas maneiras.

Vez por outra costumo ficar na janelinha, apreciando o avião atropelar as nuvens. Quando não, avistar uma cidadezinha lá embaixo.

Na viagem de avião, também costumo, às vezes, pensar no homem que nos dirige, com sua elegante farda. Comandante, piloto de avião... eis uma profissão que invejo e admiro. A visão do comandante nos dá coragem. Olho-o com respeito. Também gosto de observar as pessoas cochilando.

E a chegada da refeição é um reboliço. Tudo muito estreito, muito apertado, e as aeromoças fazendo de tudo para poder bem servir. Todavia, o negócio é se adaptar às circunstâncias.

E agora, o que é está acontecendo com o avião? Informam que já estamos descendo. Que bom! Por fim, uma descida muito bem executada pelo Comandante, que deve soltar um suspiro quando tudo corre bem.

Dizem que os momentos mais perigosos de uma viagem de avião são a decolagem e a aterrissagem. Pois é na decolagem que os motores do avião usam toda a sua força. E a aterrissagem exige muita habilidade do piloto. Tanto é assim, que, muitas vezes, vemos os passageiros aplaudirem os pousos bem feitos. E a gente fica sem saber se foi de entusiasmo, pela habilidade do comandante, ou de alívio porque chegaram ao solo.

Lembrar que tem gente que morre de medo de viajar de avião. O arquiteto Niemeyer era um. Eu adoro viajar de avião. Ler, descansar, observar, refletir, tudo é bom dentro de um avião, menos os toaletes e a comida.

E is que encontro com alguém que me sugere: “Carlos, escreva sobre as vaquejadas, aquilo é um absurdo!”. E eu digo para mim mesmo, quem sou ...

Eis que encontro com alguém que me sugere: “Carlos, escreva sobre as vaquejadas, aquilo é um absurdo!”. E eu digo para mim mesmo, quem sou para acabar com uma tradição que nem a ONU acaba? Mas, pensando bem, a estúpida vaquejada está exigindo extinção. E agora, com a recente decisão do Supremo Tribunal Federal, que reiterou a prática como crime de maus tratos, conforme está na Constituição, essa lamentável prática está com os dias contados. E lembrar que até as crianças as assistem...

Um planeta, que já mandou um homem à lua, ainda admitir a malvadeza púbica com animais, por pura diversão, é uma estupidez. É uma barbaridade.

E agora me vem uma interrogação: será que as crianças assistem mesmo às vaquejadas? Será que não é proibido para menores?

Só vi uma vaquejada uma vez na vida, e foi um espetáculo que muito me constrangeu.

Mas, mesmo com a decisão do Supremo, ainda querem continuar com a barbaridade, e o silêncio continua. A ganância perdura. A ONU tem outros assuntos mais importantes para resolver.

Vaquejada, crueldade absurda com animais tão pacatos, puxados com toda violência, pela cauda, para o chão, provocando-lhes quedas violentas, sujeitando-os a fraturas e muito sofrimento. E o diabo é que há quem goste de assistir a tais espetáculos, e que fazem até apostas. Gente que ganha dinheiro, que dá gargalhadas com a queda do animal.

Vaquejada! Acabemos com isso, de uma vez por todas. Com esse barbarismo. A vida merece respeito. Que venha a ONU, que venha o Papa. Acho que vou mandar esta crônica para o Papa.

Abaixo a vaquejada! Os tempos são outros. E não venham justificar dizendo que é uma tradição. Escravizar negros também já foi uma tradição. Canibalismo também já foi um costume, uma tradição.

Respeito, minha gente. Respeito para tudo que tem vida. Respeito para com as árvores, respeito para com os animais.

O Evangelho nosso de cada dia Entrevista sobre o livro Como veio a ideia de lançar o livro com essa seleção de crônicas? Estas crônicas vier...


O Evangelho nosso de cada dia

Entrevista sobre o livro

Como veio a ideia de lançar o livro com essa seleção de crônicas?
Estas crônicas vieram de forma completamente espontânea, quase mecanicamente. Eu não esperava, nem planejei. Fui escrevendo, escrevendo... e depois percebi que eram todas sobre temas do Evangelho. Não foi nada premeditado.

Qual a intenção de dar um sentido prático ao Evangelho?
O Evangelho tem que ser praticado, não pode ficar na teoria. O próprio Evangelho tem um sentido prático. Era no dia-a-dia que Jesus aproveitava para exemplificar, seja com fatos que presenciava, seja com parábolas. E foi dentro desse princípio prático que essas crônicas aparecerem. Das minhas reflexões e observações cotidianas.

Por que a afinidade com a pregação doutrinária?
Desde pequeno que eu admirava o Evangelho. Que na minha vida começou com as preleções de papai, que foi quem mais me incentivou. O Evangelho pra mim foi tudo. Tudo na minha vida. Até hoje.

Qual a relação da obra com o Espiritismo?
Uma relação completa. O livro é todo baseado na Doutrina Espírita, pois só prega a caridade. O Evangelho significa Boa Nova. O Espiritismo é a revelação consoladora, e toda pautada nos ensinamentos de Jesus.

Existem ligações entre a Doutrina Espírita e o Evangelho? O que têm em comum?
Elas têm muito em comum. A Doutrina Espírita tem muito a ver com o Evangelho. Porque é uma doutrina consoladora, que prega a Caridade, tanto que tem como principal slogan: “Fora da Caridade não há Salvação”. E a caridade é o que mais existe no Evangelho.

E sobre a ideia de convidar o Pastor Estevam e Dom Aldo, para o prefácio e a orelha, respectivamente?
Eu diria que foi quase mediúnica. Veio a ideia de convidá-los assim, de repente, intuitivamente, E só sei que me senti muito bem com a participação deles e por eles terem aceitado, porque são homens que eu sempre admirei. Foi uma grande satisfação e que valorizou muito o meu livro. Embora possamos ter maneiras diferentes de pensar ou de interpretar, nós comungamos da mesma doutrina que é a doutrina de Jesus.

Por que a exposição de pintura?
Foi uma ideia de meu filho, Germano, que é admirador do trabalho de Célio Furtado. Aliás, quem primeiro me falou de Célio foi a minha esposa Alaurinda, no tempo em que ele tinha uma coluna n'A União, com crônicas também muito bonitas, na mesma linha de auto-ajuda e reflexões sobre a vida. Então, Germano convidou-o para ser o autor da capa e ele fez um belo trabalho, que retrata a cena de Jesus no chafariz, com a Samaritana. Em uma das crônicas, eu falo sobre esse encontro do Mestre com a mulher Samaritana. A mulher está muito presente na vida de Jesus. Ele valorizou muito a mulher. Só sei que quando o quadro chegou eu telefonei para Célio e lhe disse que estava tão bonito que dava vontade de entrar nele, quando a gente olhava. Foi quando ele disse que a intenção era essa. “Uma capa que convidasse o leitor a entrar logo no livro.”

Na sua opinião, Como Jesus seria recebido no mundo de hoje? O que ele mais reprovaria?
Acho que ele daria meia volta e ia-se embora (risos). O mundo hoje é completamente diferente do que ele pregou. Ele só poderia reprovar. Como reprovou muita coisa do mundo e da época em que passou pela Terra. Hoje se vive num mundo completamente distorcido dos valores cristãos. Esse mundo não é o Evangelho nem a Boa Nova de Jesus. Não prega o amor, a caridade, a responsabilidade pelos atos praticados. Sobretudo a caridade e o amor que é onde estão a compreensão, a tolerância.

Como vê a crescente participação de religiosos na política?
Não vejo nada de mais. Se eles entram na política com boas intenções, desejando contribuir para ajudar ao próximo, se for para uma participação valiosa, uma atuação em benefício da coletividade, não há nada contra. Agora, se forem para a política com outros interesses, é reprovável.

Por que o Cristianismo se dividiu tanto e perdeu a essência ecumênica que caracteriza a mensagem de Jesus?
É natural que isso aconteça, pela própria natureza humana, ainda cheia de distorções, a má compreensão da mensagem de Jesus. Na verdade o grande defeito é do homem, que não sabe se entender.

Considera o seu livro de Autoajuda?
Mais do que de autoajuda. Ele é de alta ajuda. Ou seja, de ajuda coletiva.

S im, desta vez não é Alice, a do Pais das Maravilhas, criada há quase 200 anos pelo escritor Charles Dodgson, mas Raissa, minha neta, minha...

Sim, desta vez não é Alice, a do Pais das Maravilhas, criada há quase 200 anos pelo escritor Charles Dodgson, mas Raissa, minha neta, minha única neta. O pai, meu filho Carlos, achou de lhe dar esse maravilhoso presente. Um presente de fazer a pessoa cair pra trás, como diria Alaurinda, que adora a neta. Uma viagem a Londres, onde Carlos, o pai, residiu por 2 anos enquanto fazia o pós-doutorado em Cosmologia e Gravitação.

E, aqui prá nós, a menina é inteligentíssima, igual ao irmão Carlos Romero Neto, o “Tuquinha”. Tenho certeza que ela vai adorar Londres, que não é a minha cidade predileta, mas que muito me ensinou, e onde já estive várias vezes.

Não há nada para agradar e ensinar mais uma pessoa do que uma viagem. O pai de Raissa, PHD em Física, que conhece o mundo na ponta dos pés, não pensou duas vezes. Deu essa excelente viagem como presente aos dois filhos. E eles merecem.
E eu já estou vendo Raissa, que é mais curiosa, com aqueles olhinhos inteligentes, fascinada com o que vai ver.

Esse pai é um paizão, que não é de dar presentes de aniversário costumeiro, com aquela modinha do “parabéns para você”. Mas soube escolher o melhor: Proporcionou-lhe um passeio a Londres.

E estou já ansioso para entrevistá-la. Raissa não é uma menina falante. É meio calada, o que caracteriza as pessoas que pensam. E é dada à poesia. De vez em quando, chega-nos por email um de seus poemas. Ela, desde criancinha, que mostra um criatividade incrível.

Viajar, repito, é uma das melhores maneiras de fazer cultura. Perdoe-me o óbvio. Viajar e depois se isolar para pensar, para degustar o que viu, aprender com o que viu, como fazia o meu filósofo de estimação, Montaigne, trancando-se numa torre.

De que foi que a menina gostou? O avô está ansioso, não vê a hora de encontrá-la. O avô cujos pés já estão desejando pisar novos chãos.

S im, ele era um príncipe. Tinha tudo de príncipe: o charme, a conversa, as atitudes, a maneira de sorrir no seu rosto fidalgo. O sorriso es...

Sim, ele era um príncipe. Tinha tudo de príncipe: o charme, a conversa, as atitudes, a maneira de sorrir no seu rosto fidalgo.

O sorriso estava sempre nele. Dizem que quando a gente está pensando muito numa pessoa que já desencarnou, é o espírito dela que deseja se comunicar. Se assim é, lembremo-nos do espírito de Virginius da Gama e Melo, que já se foi daqui, há muito tempo.

Ele foi um mestre e uma das minhas melhores amizades. Foi mais professor que amigo. Eis um homem de muito charme, de muita elegância. Apenas a sua conversa já era uma aula.

Vivia com um meio sorriso nos lábios. Com a fala mansa, educada, possuidor de alto espírito crítico, o nosso amigo era um mestre por excelência. A voz suave, mas, vez por outra, desabando num gostoso sorriso.

Nunca o vi mal humorado. Bom humor era o que o caracterizava. Falar mal de alguém, jamais. Eu tinha o privilegio de morar perto dele. Éramos quase vizinhos na Rua Batista Leite.

Não me esqueço de uma visita que lhe fiz e que terminou na oferta de umas bonitas mangas-rosas tiradas de seu pomar. Conversar com o Mestre era um privilégio. E eu gozei por muito tempo desse privilegio. Ele escreveu artigos, crônicas, ensaios, e tem um suculento estudo sobre a Revolução de Trinta. Eu o admirava como pessoa humana e como culto pensador.

Certa vez, foi fazer uma conferência, que ocupava muitas laudas de papel, e terminou largando os papéis ao lado, encurtando o discurso por achá-lo longo.

Deixou a vida sem pleitear uma vaga na Academia de Letras. Não tinha jeito para pedir votos.

Virginius foi um admirável príncipe das nossas letras. O gosto das bonitas mangas-rosas passou, mas minha admiração por ele jamais passará.

S im, bem que poderíamos incluir na oração do Pai Nosso esta rogativa: o silêncio nosso de cada dia nos dai hoje. E se você me perguntar de ...

Sim, bem que poderíamos incluir na oração do Pai Nosso esta rogativa: o silêncio nosso de cada dia nos dai hoje.
E se você me perguntar de todas as grandes cidades que visitei em viagens internacionais, até hoje, qual a mais silenciosa? Diria Viena. A Viena de seus belos bosques, a Viena das valsas, a Viena de Freud.

E que dizer de suas lindas garotas vendendo bilhetes para os concertos e recitais?

Viena é silenciosa. Paris não chega perto. Mas o que mais me impressionou na bela e culta metrópole foi que, em época de campanha eleitoral, o silêncio permanece. A propaganda dos candidatos é apenas visual, em discretos cartazes à margem das vias públicas.

E por que estou me lembrando de Viena em campanhas políticas? É que, segundo me lembram os jornais, vem por aí a eleição para prefeitos e vereadores, que, costuma infernizar o meio ambiente com seus carros de som naquelas alturas. Uma estupidez.

E penso que não é apenas Viena que é silenciosa nas eleições. Duvido que numa Berlim, numa Londres ou em Estocolmo haja propaganda eleitoral sonora. Uma prática de um primitivismo inadmissível para os dias de hoje.

E viva o culto ao silêncio. Imitemos Viena, a Viena de Freud, a Viena das valsas, dos bosques silenciosos. Viena que não sabe gritar, mas cantar...

Estou agora mesmo estou me lembrando da elegante capital austríaca, de suas lindas valsas, dos seus parques e canteiros floridos, de seus monumentais teatros de música. Estou me lembrando da casa de Freud, da paz que ali reina. E que da primeira vez que visitei esta linda cidade, o que logo me surpreendeu foram as belas garotas, com os seus sorrisos, vendendo bilhetes para os concertos. Ah, o silêncio nosso de cada dia...

Q uando Jesus nasceu, uma luz brilhou na manjedoura humilde, anunciando a sua vinda ao mundo. Uma luz que veio de uma estrela cadente, ilumi...

Quando Jesus nasceu, uma luz brilhou na manjedoura humilde, anunciando a sua vinda ao mundo. Uma luz que veio de uma estrela cadente, iluminando todo o céu de Belém.

Mas, depois, a luz foi levada à cruz, instrumento de tortura. Eu não sei se Jesus olhou a cruz, antes de ser pregado nela. Claro que sim, pois Ele carregou a cruz, até chegar o monte onde foi crucificado. E sua caminhada não foi tranquila, pois lhe deram muitas chicotadas no caminho...

E, segundo narram, Simão, um cirineu, a pedido da multidão, ajudou-o a carregar a pesada cruz.

A caminhada foi muito longa. O rosto de Jesus estava molhado de suor misturado com sangue que lhe escorria pelo rosto da coroa de espinhos. Decerto, ao chegar perto do monte, ele olhou para a cruz, ao largá-la no chão. Um olhar triste. E teve pena daquela gente. E disse consigo mesmo: qual foi o meu crime?

A cruz é formada de duas tábuas. Uma horizontal, outra vertical. A vertical aponta para cima, dir-se-ia, para Deus, a outra, horizontal, aponta para o próximo... Um homem em pé, de braços abertos, forma uma cruz. Um avião voando também lembra uma cruz.

E o que mais impressionou à multidão foi o seu silêncio, durante a via crucis. Silêncio que ele quebrou quando pediu água para beber e deram-lhe vinagre. E quando rogou ao Pai que perdoasse a multidão desvairada, porque ela não sabia o que fazia.
Decerto, Jesus interrogava-se a si mesmo. Que mal eu fiz? Será um mal limpar leprosos, curar obsidiados, pregar o amor e levantar paralíticos? Será um mal dar luz aos cegos?

Jesus na cruz. Dir-se-ia a luz na cruz. A luz que começara a brilhar desde a manjedoura.

Mas, o que mais impressiona em todo o Evangelho é o dramático perdão de Jesus, quando disse: “Pai, perdoa-lhes por que eles não sabem o que fazem”...

E chegaram a dizer que Ele não sorria... Como não sorrir, quando olhou os lírios do campo e nos recomendou que os olhássemos como exemplo d...

E chegaram a dizer que Ele não sorria... Como não sorrir, quando olhou os lírios do campo e nos recomendou que os olhássemos como exemplo de vida. Ele olhou e, decerto sorriu. E deveria ser lindo o sorriso de Jesus.

Sorriu quando as crianças correram para ele, num alvoroço encantador. E sorrindo, disse: “Vinde a mim as criançinhas por que delas é o Reino dos Céus”.

O olhar de Jesus... Era o que eu gostaria de ter visto. E, aqui para nós, não há nada mais belo, mais humano do que o sorriso. Uma árvore florindo é uma árvore sorrindo. E estou vendo, agora, através da imaginação, um pé de acácias. E vi tantas belas árvores na recente viagem que fiz, pelas estradas da Escandinávia...

Meu pai, José Augusto Romero, era um apaixonado pela Natureza. No seu sítio, que ficava às margens da Lagoa, hoje o renovado Parque Solon de Lucena, dava de tudo que era planta. Um dia, me ensinou a aguar uma porção de crótons que enfeitavam a entrada da casa. E, à medida que eu ia jogando água nas plantas, estas iam se agitando com a brisa, e ele me dizia: “As plantas estão acenando e agradecendo a água que você lhes está dando”. E eu acreditava.

Tenho pena das pessoas mudas, cegas, que não olham para as plantas. Tenho pena também das pessoas que não sorriem.

Jesus sorriu. Ele só não sorriu quando se viu pregado numa cruz. Crucificado pelo crime de ser bom.

Acho que na manjedoura, ele, récem nascido, viu aquela estrela riscando o céu. Que lindo!

Gritava o educador francês Rabelais: “Sorria, sorria, o sorriso é próprio do homem!” Sim, só os bichos não sorriem. Mas, dizem, como exceção, que a hiena, no instante da morte sorri. Não recomendo tal hábito.

Voltemos a Jesus, ao seu sorriso de luz, que deveria ser belo. Bem aventurados os que sorriem. Sorriso de Jesus. Ele só não sorriu quando se viu pregado numa cruz, o sangue escorrendo pelo corpo... Mesmo assim, não chorou Jesus! E continua crucificado pela cruz de nossa indiferença.

Acesse o site Playback.fm , escolha o dia, mês e ano de seu nascimento e clique no botão  Find#1Movie para saber qual o filme que bombava...

Goonies


Acesse o site Playback.fm, escolha o dia, mês e ano de seu nascimento e clique no botão Find#1Movie para saber qual o filme que bombava nas bilheterias na data em que você veio ao mundo.

S e você está duvidando do que estou dizendo, é só ler no Evangelho, o episódio que conta a história do homem rico e Lázaro. O rico vivia se...

Se você está duvidando do que estou dizendo, é só ler no Evangelho, o episódio que conta a história do homem rico e Lázaro. O rico vivia se banqueteando, rodeado de conforto, vestido de púrpura enquanto o mendigo Lázaro, diante de seu portão, onde fora deixado vivia coberto de chagas e ansiava comer o que caía da mesa do rico. Até os cães vinham lamber suas feridas.

Surdo aos apelos do mendigo, o rico só pensava nele. Era materialista, só acreditava numa existência e que não precisava dar conta de sua vida a ninguém.

Pensando bem, se nós temos apenas uma existência aqui na Terra para que se inquietar com o futuro? Morreu, acabou-se e pronto. Que goze o rico, que sofra o pobre. Não temos responsabilidade nenhuma com os nossos atos. Será?...

Acontece que o rico e o pobre morrem. As situações mudam. O pobre agora está numa boa situação, enquanto o rico arde no inferno. E vendo Lázaro na boa, pede a Deus que o tire daquela dolorosa situação. Aí vem a resposta divina. Tenha paciência o rico. Chega a pedir que molhe a ponta de seu dedo, porquanto o calor é grande. A resposta divina não demora:

“Meu filho, tiveste tudo no mundo e nada fizeste pela pobreza. Lembre-se de que durante a sua vida você recebeu coisas boas, enquanto que Lázaro recebeu coisas más. Agora, porém, ele está sendo consolado aqui e você está em sofrimento. E além disso, entre vocês e nós há um grande abismo, de forma que os que desejam passar do nosso lado para o seu, ou do seu lado para o nosso, não conseguem. Não fizeste a caridade. Não amaste o pobre como a si mesmo.

O rico, com o rosto molhado de lágrimas, refletiu um pouco e pensou nos seus familiares, que ignoravam os rigores da lei, então suplicou ao Pai: Manda Lázaro ir à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos. Deixa que ele os avise, a fim de que eles não venham também para este lugar de tormento. Ao que Deus respondeu: “Eles têm os Evangelhos. É só lê-los e praticá-los”.

Nós temos a Doutrina Espírita, cujo lema é: “Fora da caridade não há salvação”. Que os ricos estejam atentos!...

Finalizemos, abrindo “O Livro dos Espíritos”, e leiamos: Quem quiser, desde esta vida, ir aproximando-se da perfeição moral, deve expurgar de seu coração todo sentimento de egoísmo, visto ser o egoísmo incompatível com a justiça, o amor e a caridade”.

Ser caridoso é sentir o problema do outro. Sentir e agir em seu favor. Ontem, eu vi em pleno trânsito, um homem muito moço, bonito, estendendo o olhar pedinte aos que estavam em seus carros. Mas, o que tem isso demais? O homem não tinha mãos. Assim mesmo, este homem sorria...

C omo disse o cientista e filósofo Blaise Pascal, “o coração tem razões que a própria razão desconhece”. E por falar em coração, não me esqu...

Como disse o cientista e filósofo Blaise Pascal, “o coração tem razões que a própria razão desconhece”. E por falar em coração, não me esqueço da bela festa promovida pela Câmara Municipal de João Pessa em homenagem ao cardiologista e clínico geral, Marco Aurélio Barros, que acaba de receber o honroso título de Cidadão da Cidade de João Pessoa, comenda que também recebi, graças à bondade do amigo e vereador, Fernando Milanez, um verdadeiro varão de Plutarco. Um homem de bem, a toda prosa. Que, aliás, fez um belo discurso na ocasião.

Mas, vamos à festa do nosso cardiologista, que, enquanto estiver vivo, vai deixar meu coração funcionando em paz. Aliás, vai, aqui, uma confissão de seu cliente, amigo e paciente: o meu coração, vez por outra, coça. Espero que não seja nada.

Foi muito prestigiada, bonita e agradável a festa do nosso cardiologista. Confesso que nunca vi uma pessoa ser tão querida, tão respeitada, tão amada. Pela família, pelos colegas, pelos clientes e pelos muitos amigos. E o que mais me encanta é a sua modéstia. Foi dito que o nosso cardiologista vai muito cedo para o trabalho, lá no Hospital Samaritano. Ainda não são seis horas e sua voz começa a ser ouvida pelas enfermeiras, nos corredores.

E quer ver meu coração pular de contente? Diga-lhe que vou fazer uma consulta ao meu cardiologista.

O nosso legislativo municipal está de parabéns. Foi mais do que justa a comenda que lhe deram, de Cidadão de João Pessoa. Parabenizo, desde já, os parlamentares que promoveram a iniciativa desta justa homenagem prestada ao nosso dedicado e abnegado médico paraibano.

E quanto à coceira, vez por outra, em meu coração, não seja ela pretexto para uma consulta ao nosso Marco Aurélio.